História O casamento... Que casamento? - Acertando os últimos detalhes, isso inclui o arroz

- Não acha que você está muito relaxado? – Edward perguntou para o mais novo

- Como assim?

Aprontar-se para ir à aula sem aproveitar para avançar em algum plano estava se tornando uma missão impossível para os irmãos Elric. Sim, por incrível que pareça, falar sobre o cabelo de Alphonse faz parte do plano. Mas, veja bem, o noivo tem que estar bonito para seu casamento, não é mesmo?

- Você deveria se arrumar um pouco mais. – o irmão mais velho sugeriu - Olha o seu cabelo!

- Eu vou à escola, não a um casamento.

Alphonse, além de gentil e perfeito, agora também era vidente?

- Q- Que casamento? – já sabemos que o Elric mais velho não ganhará um Oscar - Eu só acho que a gente podia melhorar esse cabelo.

Embora Alphonse não soubesse, hoje é o dia de seu casamento. Lumi estava ocupada com todos os preparativos e a contratação do padre, então sobrou para Edward cuidar do noivo e de mais um pequeno detalhe.

- O que há de errado com o meu cabelo?

- Como você quer que eu organize a lista? – não é só porque você tem esses fios de seda, Edward, que o cabelo de seu irmão não é bonito - Só vamos melhorar isso logo, eu ainda tenho que passar no mercado e comprar um saco de arroz.

Eis aqui o pequeno detalhe: o arroz!

- Saco arroz? – Alphonse questionou - Por que você tem que comprar arroz?

“Porque a Lumi me pediu, é tradição jogar arroz nos noivos”, ele não poderia entregar o plano do qual se arrepende de estar participando. Edward demorou um pouco para pensar em uma explicação aceitável.

- Eu estourei um saco de arroz na cozinha da escola e fiquei de comprar outro, não posso furar com as tias.

- Tudo bem.

Mas não estava tudo bem. Alphonse não é um idiota e sabe muito bem quando seu irmão está escondendo alguma coisa, apenas preferiu ficar quieto e não se meter na situação... Pelo menos, por enquanto. Terminaram de se arrumar e seguiram para a escola, mas não sem antes dar uma passada no mercado.

XX XX

XX XX

Lumi colocou o ponto final em seu texto, satisfeita com o resultado. Decidiu aproveitar os minutos antes da primeira aula para acertar o que faltava para o casamento surpresa de Al e Sá. Com mais um roteiro encerrado com perfeição, tudo o que faltava era falar com o ator escolhido.

- Oi. – a agente cumprimentou, aproximando-se do garoto

- Ah, oi Lumi. – o escolhido falou

O selecionado se tratava de ninguém menos que Ling Yao, conhecido por sua péssima atuação como Espantalho na peça “O Alquimista de Oz”. Mesmo que não fossem muito próximos, algo lhe dizia que ele era o exatamente o que estavam precisando (e Li havia recusado, suas opções ficaram escassas).

- Eu sei que a gente não se fala desde a peça, mas é que eu tenho um novo papel para você. – a garota falou, entregando o roteiro para Ling

- Padre? – questionou o nome de seu personagem, coçando um pouco o queixo, pensativo.

Como poderia fazer o casamento sem um padre? Ela precisava que Ling aceitasse, pois o próximo da lista era o professor Armstrong.

- Sim, você é perfeito para o papel. – aproximou seus lábios do ouvido do garoto, sussurrando - Você promete guardar segredo?

- Prometo. – Ling sussurrou de volta

- Eu sou agente da Cupido Corporation.

- Nunca ouvi falar.

- Eu fundei ontem.

A expressão de Ling mudou, ele parecia impressionado com o que a menina havia acabado de falar.

- Então você é a fundadora da Cupido Corporation?

- Sim, eu sou, mas não espalha. – continuou sussurrando - Ling, a corporação precisa de ajuda e, caso você faça um bom trabalho, poderá ser um agente permanente.

- Eu prometo fazer o meu melhor. – o de olhos puxados acabou aceitando, para a alegria de Lumi - O Padre não vai falhar com a Cupido Corporation.

Não pôde conter o grito agudo de felicidade e o abraçou pelo pescoço.

- Por que meus amigos não são como você? – ela perguntou tanto para ele quanto para si mesma, sem o soltar

Já que terá de parar de se dirigir a Edward (óbvio que o plano vai dar certo), Ling Yao poderia ser sua nova “presa”.

XX XX

XX XX

 - Espera, eu não entendi. – Winry questionou um tanto confusa com o que seu namorado havia acabado de lhe falar - O que é pra eu fazer?

Assim como a mandante, Edward aproveitou o tempo livre para encontrar alguém de extrema confiança para realizar a tarefa mais importante de todas:

- Guarda esse saco de arroz até o intervalo e começa a jogar tudo quando eu mandar.

Que tipo de casamento poderia ser esse sem alguém para jogar arroz nos noivos, afinal? A Cupido Corporation jamais permitiria uma absurdo desses!

- Isso eu entendi, Ed. – a loira rebateu - O que eu quero é saber o que está acontecendo.

- Isso não é importante.

- Como não é importante?

- Só joga o arroz, Winry, ok? Joga o arroz.

- Edward, pode ir me explicando essa loucura agora.

Nesse momento o sinal soou, para a alegria de Edward.

- Não vai dar, eu tenho que ir para aula. – deu um selinho breve na garota e logo teve que ir - Até mais, Winry. E se lembre de...

- Já entendi, eu tenho que jogar o arroz. – pôde ver seu namorado lhe lançar um sinal de “ok”, retirando-se em seguida - Jogar o arroz? – questionou consigo mesma - Ele deve ter se metido em algum plano da Lumi.

XX XX

XX XX

E mais uma aula de matemática começou. Como sempre, o professor passou as tarefas e os alunos juntaram as cadeiras e começaram a conversar sobre qualquer coisa.

- Li. – Sá chamou à amiga, juntando sua carteira com a dela - Você não acha que a Lumi está muito quieta hoje?

- Não. – falou rapidamente, sem tirar os olhos do desenho que fazia em seu caderninho - Hoje ela só quer encher japinha lá.

- Que japinha? – questionou

Duas pessoas lhe vieram à cabeça: um garoto que tinha decência chinesa e seu colega de turma desde os três que não possui qualquer relação com o continente asiático, embora parecesse muito com um.  

- O japinha.

Li apontou com a caneta para o garoto do outro lado da sala de aula.

- O Ling? – Li confirmou com seu olhar irônico – Ele é chinês, Li.

- Foda-se, tudo fica na Ásia.

Delicada como uma rocha e tão pra cima quanto a gravidade: ela mesma, Li.

- Eu preciso que vocês vão a um lugar comigo no intervalo. – Lumi chegou avisando rapidamente, colocando sua carteira junto da de suas amigas desastradamente

- Logo depois do banheiro? – Sá perguntou

É importante saber, ir ao banheiro é a primeira coisa que ela faz há anos ao soar o toque do intervalo, não poderiam mudar essa tradição sem mais nem menos.

- Sim, depois do banheiro. – a pequena aceitou a proposta, sabendo da tradição - Li, você trouxe suas maquiagens? – a maior afirmou com a cabeça, arqueando as sobrancelhas desconfiada a pergunta repentina da amiga

- Para? – a dona das maquiagens quis saber

- Você pode maquiar a Sá pra mim?

Mesmo que as duas soubessem que algo não estava certo naquela história, elas concordaram.

XX XX

XX XX

Todos os alunos se levantaram e saíram de suas salas ao ouvirem o toque para o intervalo, correndo como loucos para chegar primeiro a cantina.

Antes que pudesse se juntar a eles, Winry sentiu o celular vibrar em seu bolso, olhou para a tela e leu a mensagem:

Ed: Venha até a minha sala com o Al. Traz o arroz, Winry.

E, mesmo sem entender nada, fez o que seu namorado havia instruído. Chegando lá, junto de Alphonse, Winry encontrou Edward e Ling Yao, que estava de pé atrás da mesa do professor. O Elric mais velho pediu para que seu irmão ficasse um passo a frente do de olhos e puxados e aguardasse, enquanto instruiu a loira a ficar ao seu lado, segurando o saco de arroz. Entenderam? De maneira alguma, mas fazer o quê? Tudo o que lhes restava era esperar.

Após alguns minutos, a porta se abriu, mostrando Lumi, Li e uma Sá muito bem maquiada. Mesmo a própria não ligasse muito para essas coisas, ela estava linda e não dava para negar.

Todos da sala se olhavam, mas ninguém dizia o que estava realmente estava acontecendo. De repente, todos os olhares se voltaram para Lumi, forçando-a a revelar o motivo de todos estarem ali.

- Estamos casando a Sá e o Al! – anunciou empolgadamente – Surpresa!