Marinette dormia calmamente em sua cama, quando escuta suas criadas a chamarem.
- Marinette, a senhorita tem um evento muito importante. – Disse Mirela, ajeitando um vestido cinza, a saia era bem simples, não tinha muito tecido, fazendo assim a saia ter menos volume.
- Que evento? – Perguntou ela, se sentando na cama.
- Não sabemos, mas o rei pediu para você usar esse vestido. – Disse Leonor, colocando o vestido cinza em cima da cama de Marinette.
- O rei pediu? Isso não está certo, porque diabos ele se interessaria no que eu vou vestir? Isso é por acaso para mostrar que camponeses são menos frescos que o pessoal da coroa real? – Marinette perguntou, se levantando e erguendo o vestido à altura dos olhos.
- Não sei, senhorita. Mas vi muitas pessoas com cores cinza e preto, principalmente as criadas. – Disse Mirela, colocando uma de suas mãos no queixo.
- Então ele quer me comparar com as criadas? Não sou uma empregada dele. Sinto muito se isso as ofendeu, mas não consigo acreditar como ele é ignorante. – Disse Marinette, largando o vestido na cama.
- Não, senhorita. A rainha também está de cinza, ouvi as criadas dela falando. Só que o vestido dela é mais chique. – Disse Leonor.
- Tudo bem, eu vou me vestir. O que eu estou fazendo? Desde quando me importo com esse tipo de coisa? Ficar nesse castelo não faz bem para mim. – Ela pegou o vestido e o colocou. Com a ajuda das criadas, ela colocou o espartilho, e o vestido. Amarrou seu cabelo alto, colocou sapatilhas com meias, e estava pronta. Quando as criadas foram pegar algumas coisas na mesa, Marinette pegou uma faca, que estava ali para cortar alguns tecidos, e colocou escondido na meia.
- Vá até o salão principal. Lá tem muita gente, muita mesmo. Anne deve te ajudar quando chegar. – Disse Mirela, dispensando a garota do quarto. Marinette estava andando pelo corredor, para chegar no grande salão, ela estava quase se acostumando com os caminhos do castelo. Ela virou o corredor e viu um garoto, ele era loiro de olhos verdes, ele estava com muitos livros na mão. Tinham várias prostitutas se esfregando nele, e ele tentando sair dali.
- Deixem esse garoto em paz, pelo amor de Deus. – Disse Marinette, empurrando as mulheres para fora, elas foram embora, ela olhou para o garoto e ele estava boquiaberto e com os olhos brilhando.
- O-Oi. – Disse ele, meio tímido.
- Oi, quem é você? – Perguntou ela.
- M-Meu nome é-é Jean, prazer. E você?
- Eu me chamo Marinette, o prazer é todo meu. Ah, por acaso sabe o que está acontecendo aqui?
- Acho que é um comunicado, não sei. Mas parece mais um velório. – Disse o garoto.
- Não estou nem um pouco ansiosa para nenhum dos dois. – Disse ela, ajeitando o anel de noivado no dedo.
- Que anel maravilhoso, quem te deu?
- Adrian. – Disse ela, olhando para a pedra de diamante que havia nele.
- Adrian? Por que ele te deu esse anel? – Perguntou ele, segurando a mão de Marinette, para ver o anel.
- Não sabe? Ele me pediu em casamento, esse é meu anel de noivado. – Disse ela, suspirando. Quando disse isso, o garoto murchou. – Bom, é melhor eu ir, não posso me atrasar.
- Tudo bem, eu vou também.
Os dois foram para o salão principal, quando chegaram todos os nobres estavam com cinza ou preto. Eles foram para o lado de fora do castelo, junto com todos os outros nobres. Deixaram um caminho, largo e comprido, aberto. O rei havia chegado, junto com Adrian, Chloe, e Lílian. Marinette foi conduzida até o lugar onde todos da coroa real ficavam, ela ficou ao lado de Adrian, que estava com a expressão neutra.
- Adrian, o que está acontecendo aqui? – Perguntou Marinette.
- Não sei. – Ele respondeu. Depois de alguns minutos guardas chegaram, com armas. Uma garota estava sendo arrastada à força até o meio do espaço aberto. Ela chorava e lutava para se soltar dos guardas, porém, não obteve sucesso. Marinette reconheceu a garota na hora, essa garota era sua melhor amiga de infância, Sharon. Marinette ficou tão espantada que não sabia o que fazer, a garota estava com as mãos amarradas, e foi jogada de joelhos no chão.
- Essa garota, Sharon Lafaiete, ameaçou a coroa real! – Disse um homem, pegando uma das armas. Marinette não acreditou no que ouviu. Sharon não teria a maior estupidez de ameaçar a coroa real. – Por nome do rei, será executada! – Ele apontou a arma para a cabeça dela.
- SHARON! – Marinette berrou, se levantando. Todos ouviram a voz do rei.
- Esperem. – Disse ele, voltando toda a atenção da audiência para ele. Marinette parou de se debater e olhou para o rei. Ele se levantou, passou por Marinette, foi até o homem que executaria Sharon, pegou a arma e disse: - Eu mesmo farei o serviço! – Disse ele, aumentando o tom de voz.
- PAI! – Adrian gritou, se levantando também.
- NÃO! – Gabriel apontou a arma para Sharon, rindo. Marinette pegou a faca em sua meia e atirou na mão do rei, que segurava a arma. Fazendo assim, o rei atirar involuntariamente em Sharon, que caiu no chão, morta. Os guardas ficaram tão espantados que nem lembraram de atirar nela enquanto ela corria em direção ao rei.
- MARINETTE! – Adrian gritou, novamente.
Ela pulou a cerca, tomou a arma da mão do rei e a apontou para a cabeça dele. Todos os guardas apontaram suas armas para Marinette. Ela olhava para o rei, ofegante. Em seus olhos, lágrimas e raiva.
- Sua vadia! – O rei disse, segurando a mão em que ela arremessou a faca. – Vamos, atire em mim. Você não consegue, não é? É fraca demais para isso. – Disse ele, a desafiando. Ela não conseguia atirar, por mais que quisesse, ela não tinha tanta frieza e facilidade para matar quanto ele.
- Marinette. – Disse Adrian, se aproximando dela. – Por favor, largue isso. – Ela chorava sem olhar para Adrian. – Por favor. Abaixem suas armas! – Adrian gritou para os guardas, que obedeceram. Ele colocou uma de suas mãos por cima da mão de Marinette, que segurava a arma. Ela foi ficando mole, ela não conseguia. Adrian tirou a arma da mão dela, e a puxou para perto, para a abraçar. Ela chorava em seu ombro, sem querer olhar para a amiga, morta no chão. Gus havia ido em direção ao rei, e enfaixou sua mão. Gabriel foi até Marinette, que estava abraçada com Adrian, a puxou com brutalidade e disse:
- Quem acha que é para jogar uma faca em mim?! – Gritou ele, no rosto dela.
- Pai, solte-a. Agora! – Disse Adrian. Tentando afastar seu pai, de Marinette. Gabriel jogou Marinette para cima de dois guardas. Ela já se debatia, o máximo que podia. – PAI! PARE COM ISSO! – Adrian gritou, indo em direção ao seu pai. Que se virou e deu um soco no rosto de Adrian, o fazendo parar no chão.
- Gabriel! Ele é nosso filho! Bata nessa desgraçada, não nele! – Disse Lílian, indo na direção de Adrian.
- Segurem-no! Eu e essa vadia vamos resolver algumas coisas. – Disse Gabriel, falando para alguns guardas. Marinette foi sendo arrastada para dentro do castelo, e Adrian se debatia tentando ajudar Marinette. O rei a levou para seu escritório, e a jogou no chão. – Amarrem-na! Já! – Disse ele, para os guardas, que a amarraram numa pilastra da sala, de costas para Gabriel. Ele pegou um chicote e a chicoteou nas costas, a fazendo chorar e gritar mais ainda. Seu sangue escorria pelo vestido, e sua pele estava exposta, por causa do machucado. Ele a chicoteou mais uma vez, em outro lugar, e de novo, e de novo. Ele a chicoteou cinco vezes, ela não aguentava mais sentir a dor, estava quase desmaiando. A dor que ela sentia era que alguém estava pegando facas e rasgando suas costas, jogando álcool por cima. Até que ele parou com as chicoteadas, e começou a beber vinho. Com ela ainda ali, toda machucada, sangrando, chorando. – Chamem um médico e a tirem da minha frente, AGORA! – As criadas tiraram Marinette da pilastra e chamaram Gus.
- Marinette, vou te levar para o seu quarto para cuidar disso. – Disse Gus, a pegando no colo. Ele tentou ao máximo não encostar em seus machucados, mas no modo que ele a segurava fazia sua pele das costas esticarem, fazendo assim que Marinette sentisse dor. Ela estava gemendo de chorando de dor. – Marinette, sei que dói, mas você não pode gemer muito alto, senão vão desconfiar e virão ver o que está acontecendo e ninguém pode descobrir isso, senão o rei te mata. – Ele a deitou na cama, de costas para cima, esperou (do lado de fora do quarto) as criadas tirarem todas as suas roupas e a deixarem nua, com apenas um lençol tampando as partes íntimas. Ele entrou novamente no quarto, e começou a tratar de seus machucados. Ele deu a ela um remédio para dormir e anestesia. Quando Gus terminou de dar os pontos ele disse:
- Marinette, nunca quis que sentisse essa dor. Principalmente, por que eu sei como é. Eu também já passei por isso. – Disse ele, quase sussurrando. Ele se levantou, pegou suas coisas e se retirou do quarto. Marinette ficou dormindo por meia-hora, até que Adrian conseguiu se livrar dos guardas que o seguravam e chegou no quarto dela. Ele abriu a porta, e viu Marinette deitada na cama, com as costas para cima, cheia de cortes nas costas.
- Marinette? – Disse ele, quase chorando. Ele não sabia que seu pai era capaz de fazer isso com uma pessoa que Adrian gostava tanto. – Eu sinto muito. – Ele começou a chorar. – Sinto muito, mesmo. Pai, você vai se ver comigo!
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