História O Casamento Real - A Filha Bastarda...

- Me leve ao castelo. – Disse o ruivo.

- E por que eu faria isso? – Perguntou Thomas, entregando o dinheiro.

- Se você me der um mês para ficar lá, pode comprar quantas armas quiser com desconto. – Disse ele, encarando fixamente nos olhos de Thomas.

- Não é só por minha conta. Teria que ver com meu pai e...

- Com o que seu pai trabalha? – Perguntou Nathaniel, interrompendo Thomas.

- Arquitetura, ele trabalha com a arquitetura do castelo.

- Posso ser o assistente dele, sei lá. Estamos de acordo?

- Humm

            Enquanto isso, no quarto de Marinette...

Marinette dormia em sua cama, o efeito da anestesia já havia passado, e suas costas ardiam muito.

- Leonor... Mirela? Alguém? – Perguntou ela, sem abrir os olhos. Como já estava de noite, seu quarto estava tão escuro que nem ela enxergava nada. Marinette começou a escutar uma conversa que vinha do corredor, era a voz de Adrian e outra que ele não conhecia.

- Deixa disso, Adrian!

- Eu que te digo isso! Desencana dela, Jean. Ela é minha noiva. – Disse Adrian, enfatizando a palavra “minha”.

- Mas você nem gosta dela! – Então era o Jean, a outra voz.

- Gosto sim! Agora vá! O papai está te esperando no escritório. – Disse Adrian. “Papai”? Será que Adrian tinha outro irmão que Marinette não conhecia? Ela ouviu passos se distanciando, e logo depois a maçaneta se abrindo.  Ela fingiu que estava dormindo, a porta se fechou novamente, e mais passos, só que vindo em sua direção.

- Mari? – A voz doce e calma de Adrian se pronunciou. Marinette até relaxou, ela estava com um pouco de medo de quem poderia estar vindo. Ela não quis se mexer, então ele presumiu que estava dormindo. – Não vai gostar disso, mas espero que não se importe se dormirmos juntos essa noite. – Disse ele, sussurrando. Ele tirou o cinto, a calça e por fim a blusa. Ele se deitou apenas de cueca, e se cobriu. Marinette voltou a ficar com o coração acelerado. O primeiro homem que já havia deitado ao lado dela com somente cueca, foi Nathaniel.

- Adrian? – Disse ela, baixinho. Mas Adrian já havia dormido, ele estava cansado. Ele colocou, involuntariamente, o lençol em cima de suas costas. E só o peso, já fez ela sentir muita dor. – Adrian. Adrian! Tira isso. Tira. – Ela estava tentando o acordar, mas ela não podia mexer o braço. – Adrian! Está doendo! Adrian! – Seus olhos lacrimejavam, ela fez força para mexer o seu braço e balançou Adrian com força, fazendo ele finalmente acordar.

- Ah, Mari... deixa eu dormir! – Ele virou para o outro lado.

- Adrian! O lençol! Tira das minhas costas! – Ela disse, dando um tapa no braço de Adrian, fazendo ele perceber o que tinha feito. – Marinette, me desculpe eu não vi. – Ele tirou imediatamente o lençol de suas costas, arrancando um suspiro de alívio de Marinette. – Marinette, me desculpe. Eu acho que não deveria ter dormido aqui. – Ele começou a se levantar, para se vestir.

- Adrian, pode ficar. – Disse ela, olhando para aquele lindo peitoral.

- Não, eu não posso. Olha só o que eu... – Ele foi interrompido.

- Acidentes acontecem, vai me deixar sozinha quando preciso de ajuda? – Perguntou ela, agora olhando em seus olhos.

- Tudo bem, eu fico. Precisa de alguma coisa?

- Eu preciso de mais anestesia, minhas costas ardem toda hora. – Disse ela, encostando a cabeça de volta no travesseiro.

- Ok, vou atrás de algum médico, e já volto. – Adrian vestiu a blusa e a calça, e logo saiu do quarto.

- Calma, Marinette. Essa dor vai passar, você vai se recuperar e mostrar para aquele filho da puta que ninguém pode me chicotear. – Disse Marinette, para si mesma. Marinette não aguentava mais o pesadelo, ela tinha sonhos em que o rei torturava todos que ela amava, sua mãe, seu pai, Nathaniel, até mesmo Adrian. Estava a ponto de chorar, mas ela não deixaria o rei ver esse seu lado. Ela ficaria firme, porque o rei não conseguirá a derrubar tão cedo.

            Enquanto isso, com Thomas...

- Vamos. – Respondeu Thomas. Pegando o arco, as flechas e a tipoia.

- Por acaso sabe se empregados podem fazer visitas aos príncipes e princesas? – Perguntou Nathaniel. Ele estava escrevendo um bilhete para seus pais, avisando que ficaria fora por alguns dias.

- Sei, empregados não podem visitar. Então está interessado na dona Marinette?

- Não, claro que não. – Disse Nathaniel.

- Está interessado sim.

- Como soube? – Perguntou o ruivo, se sentando no cavalo.

- Você não é o único.

            Enquanto isso, com Gabriel...

- Por que gosta de torturar a Marinette? – Perguntou Lílian, bebendo um gole de vinho.

- Porque ela é minha marionete, preciso dela no castelo para controlar os pobres. Mas ela precisa me obedecer, o que não está funcionando. Então vou continuar fazendo isso até ela aprender.

- Gabriel, preciso te dizer uma coisa. É muito importante e deve ter consciência do responderá.

- O que foi? Está me deixando preocupado. – Perguntou ele, sem paciência.

- Gabriel, eu estou grávida.

             Enquanto isso, com Marinette...

Ela já havia pegado no sono novamente, quando Adrian e Gus chegaram ao quarto.

- Aqui. – Disse Adrian. Ele levou Gus até ela, que deu anestesia para Marinette. Ele foi embora e Adrian ficou, ele ajeitou uma poltrona no seu lado, se sentou, e começou a fazer carinho em sua cabeça.

- Mari, Mari. – Ele suspirou. – Me desculpa não ter conseguido te proteger, não consigo proteger ninguém. – Ele deu um beijo longo na cabeça dela. E então se ajeitou na poltrona e dormiu.

            Enquanto isso, com Thomas e Nathaniel...

- Então, porque disse que eu não era o único? – Disse Nathaniel, assumindo que gosta dela.

- Tem muitos rapazes de olho nela lá. O Jean me disse que foi “amor à primeira vista” para ele.

- Jean? Quem é esse? – Perguntou Nathaniel.

- O irmão bastardo de Adrian. É o filho do Gabriel com sua amante. Imagina só quantos irmãos bastardos ele deve ter. – Disse Thomas, bebendo água num cantil.

- Irmão bastardo? A rainha por acaso gosta dele? – Perguntou Nathaniel.

- Bom, ela não odiava. Ela sabia que Gabriel transa com muitas garotas, mas nunca tinha chegado a odiar. Ela começou a não gostar dele depois que sua filha foi sequestrada e sumiu.

- Como é? – Perguntou o Nathaniel. Filha? Que filha? Não tinha só a Chloe, não?

- É. Lílian tinha ficado grávida do pai de Nathaniel, antes de Adrian nascer, ela se chamava Rochelle. Quando completou doze anos, ela foi sequestrada e ficou quatro anos presa, logo depois, acharam “seu corpo” e desde então está morta. – Explicou Thomas, guardando seu cantil.

- Por que fez aspas em “seu corpo”?

- Por que ela fingiu a morte dela. Ela não está morta.