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História O Ceifador - Festa na praia


Escrita por: amargo1918

Capítulo 6 - Festa na praia


Fanfic / Fanfiction O Ceifador - Festa na praia

Estava com shorts de cintura alta e uma blusa por dentro dele, coloquei um kimomô preto e calcei sandálias rasteiras. Estava bem apresentável. Caprichei na maquiagem. Sentei-me em uma das cadeiras da varanda e esperei Taylor, sem saber se ele brotaria na entrada de casa ou se tinha um carro. Ou com um táxi.

Nenhuma das respostas.

Um mercedes guardiãn preto, lustroso e com personalidade parou na entrada de casa. Taylor Clark saiu de lá com uma calça de moletom, uma camiseta bem justa branca que sinceramente, realçava os restringidos músculos, uma chinela de dedos completava o look.

— Você está linda.

— Esse carro é seu? Não é roubado, é?

— Eu considero empréstimo, mas se te apetecer pode chamar assim.

— Depende — eu sorri, entrando na brincadeira dele. — Tem intenção de devolver ao dono no fim da noite?

— Ainda estou cogitando essa idéia.

— O que vale é a intenção — acenei pra ele.

— Vamos? Preparada para curtir a melhor festa da sua vida?

— Aposto que as festas de Nova Iorque era muito melhores do que as daqui.

— Aposto que você nunca foi em nenhum para afirmar com certeza — ele debochou caminhando até o carro.

E ele estava certo, as poucas festas que fui eram motivadas por promoção. Se eu tivesse vez ou voz, eu iria. Não podia me dá ao luxo de ir em toda festa badalada de NY. O dinheiro era escasso, e eu precisava me ocupar todo o tempo em que não estivesse fotogrando, em estudar. A bolsa não seria mantida com notas baixas.

Entrei no carro do lado do passageiro, o carro cheirava a novo. Couro e produtos para carro. E se me esforçasse, conseguia sentir o cheiro de Taylor. Eucalipto e grama cortada. Ele dirigia controladamente, até a parte litorânea da cidade.

Saint Luce não era uma cidade de litoral, mas alguém tinha tido a brilhante idéia de uma praia artificial. Que era bem semelhante a uma praia, mas só que artificial. Taylor dirigia com uma mão no volante e a outra na marcha, seu olhar estava concentrado, mas em seus lábios brincava um sorrisinho malandro.

— Aquela história do namorado é verdadeira?

— Pode apostar — afirmei sem muitas emoções.

— Ele devia se preucupar... — ele soltou pensativo.

— Francamente, Taylor. Acha que eu ficaria com você? Não é tão desejável assim, querido.

— E eu não estou falando de mim — ele me olhou esquisito. — Estou me referindo a metade da escola. Todos querem conhecer você, falar com você, beijar você e não por ser gêmea da Ariana. Mas por ser você, Alison. Deveria parar de achar que as pessoas só se aproximam por pena.

— Quando decidimos que o assunto ia ser chato assim? — revirei os olhos.

Ele estacionou perto de outros carro e eu sai de lá assim que ele parou, ele me acompanhou e até me esperou para que eu chegasse perto dele. Andamos lado a lado até a praia e assim como na escola, todos mantiveram seus olhares em mim. Que ótimo. Me permiti dá uma olhada e eu fiquei bem surpresa, ao perceber que eles eram bem arrumadinhos para um monte de gente do interior. Nem eu sabia que tinha virado tão xenofóbica.

Taylor parou instintivamente perto de umas barraquinhas com comida, alguns gritos altos vinha da montanha russa mais a direita. As luzes do parque deixavam a praia iluminada como o dia. Ele ficou de braços cruzados como se analissase as opções, fiquei meio perdida, sem saber o que fazer com as mãos, então as coloquei nos bolsos.

— Porque mudou de idéia em relação a festa? — ele perguntou interessado, desenhando os lábios com o dedo indicador.

— Não tinha nada melhor para fazer — fui sincera.

— Aceitável.

— Porque não me fala de você? — ele era meu único amigo, não custava nada conhece-lo melhor e me mostrar interessada em levar a amizade pra frente.

— O que quer saber?

— Aquele carro? Ele deve ser bem caro — falei sondando.

— Eu não o roubei, Aria — ele deu uma risadinha, levemente ofendido. — Ganhei em uma aposta.

— Aposta? — eu debochei. — Quem aposta carros?

— Apostaram, não é culpa minha — ele ergueu as mãos em defesa.

— Onde você mora?

— Em todo canto e em lugar nenhum — ele mordeu o lábio inferior e meus olhos se demoraram naquele gesto.

— Namorada?

— Tô contigo, pegando ela, apaixonado naquela — chegou perto do meu ouvido e sussurou safado —, mas não paro de pensar naquilo.

Eu ri alto pela idiotice dele. Algumas pessoas próximas nos olhavam curiosas. Eu senti meu rosto corar.

— Você é previsivel, Butler.

— Previsível? — debochei sem entender.

— É, você trabalha como modelo, mas odeia atenção. Seu rosto fica vermelho e você cerra os punhos — não tinha prestado atenção naquilo até que ele tivesse falado.

— Você é algum tipo de analista pessoal? — perguntei irritada.

— Foi só um comentário, não me odei por isso. — ele sorriu. — Quer tomar banho de mar?

— Claro que não — revirei os olhos.

— Boa noite — um rapaz de cabelo enrolados, castanhos e olhos que se assemelhavam ao cabelo dele. Ele parecia falar com Taylor, mas não deixou de me olhar um instante sequer. — Oi, Taylor.

— E ai, Yulle? — de repente me veio na minha mente onde eu já tinha visto ele. Ele tinha falado com Taylor no refeitório, no dia em que nos conhecemos.

— Festival legal, né? — ele tentou de novo.

— Acabei de chegar — ele sorriu torto. Seu olhar encontrou o meu e não precisou de mais nada para que eu soubesse que ele iria aprontar alguma. — Yulle, essa é Alison. Alison? — meu olhar repreendedor, podia tê-lo reduzido as cinzas naquele momento. — Esse é Yulle, um grande amigo. — Ele segurou uma gargalhada.

— Oi, linda. Tudo bem? — ele despejou beijinhos no meu rosto e eu devolvi sem muita vontade. Eu iria matar Taylor.

— Oi — retornei sem vontade.

— Então, gente eu vou dá uma volta até a... a algum canto, mas sintam-se a vontade, tá? — eu olhava incrédula para ele. Ele não podia ter feito aquilo comigo. Respirei e olhei para o menino do meu lado.

Seu olhar era devorador, ele encarou Tyler se afastando com uma devoção quase doentia. Eu me encolhi mais e abracei meu braços. Evitei direcionar meu campo de visão para ele, mas eu podia sentir seus olhos me analisando impassíveis.

— Você tem belos olhos — o conquistado implacável deu inicio a brincadeira. Para não da muito cabimento, apenas sorri falsa e afastei meus olhos para a multidão. Como se qualquer coisa fosse mais interessante do que ele. — Eu tenho realmente tentado me aproximar de você na última semana. Você me atrai, Alison. Te acho encantadora, meu anjo.

— Você me conhece? — eu quase ri na cara dele. — Me acha encantadora mas só sabe meu nome e que eu supostamente, tinha uma irmã adorável.

— Me desculpe, não quis ofendê-la. Talvez, seja erro meu querer te julgar apenas pela aparência. — Eu quase me senti mal pelo tratamento que dei a ele. Quase. — Eu tenho te visto com Taylor quase sempre recentemente... Vocês tem saido juntos?

— Não — respondi enojada. — Taylor só tem sido simpático comigo.

— Ele é um bom garoto.

— Você é um péssimo galanteador — soltei antes que pudesse segurar as palavras dentro da boca.

— M-me desculpe — ele gaguejou meio cético. — Eu só quis ser agradável, não acho que você seja uma moça que prefira métodos arcaicos... Que eu chegue em você e lhe roube um beijo. Não combina comigo.

— Escuta, — tomei ar para ver se conseguia lidar com aquele rapazinho —, você não vai chegar a lugar nenhum comigo. Mas se continuar conversando comigo sobre a simpatia de Taylor que é um rapaz arrogante que eu sinceramente, não sei como me envolvi com ele... Você não vai andar três centimetos do lugar que está agora. Vou reconsiderar até mesmo, ser sua amiga.

— Eu sinceramente, não sei o que falar — ele parecia perdido. — Aceita uma coca-cola? Um sanduíche? Uma água? Qualquer coisa que quiser, fala comigo que eu descolo. — Alguém que usa a palavra arcaica em uma frase e momento depois usa descolo, não é alguém confiável. Definitivamente.

— Que tal você descolar de mim? — sorri sugestiva e carregada de ironia. Ele me olhou cético. Com certeza não esperava aquele tratamento.

E eu não fiquei esperando para ver se seus olhos se encheriam de água, eu sai trêmula sem saber bem para onde. Não sei porque fiquei tão abalada. Em outras épocas, eu adoraria bajulação, adoraria que outros rapazes se interesassem por mim e não poupasse-me de elogios e galanteios. Mas naquele momento, eu só queria ficar longe de Yulle. Não pensei em um lugar, só sai andando pelo calçadão que pavimentava a divisão entre asfalto e praia.

— Ei, Alison — a voz insuportável (no momento) de Taylor chegou risonha, antes que ele desse uma corridinha para chegar perto de mim.

— O que você quer? O número do espetáculo não te agradou? — falei irritada e sem fazer esforço para mudar isso da minha voz.

— Eu pensei em fazer uma brincadeira com você, mas não tinha intenção nenhuma de te ofender. Quer dizer, com tudo você se ofende...

— Não fale como se me conhecesse.

— Esse é o seu problema — ele bufou erguendo os braços para o alto e depois deixando-os cair. — Você acha que eu não te conheço, mas eu conheço sim.

— Você não sab...

— Quem não sabe de algo aqui, é você. Vai por mim, querida — nunca vi tanto sarcasmo pingar de suas palavras. — Você... você é ingênua demais, Alison.

— Escuta, Taylor... Só me deixa em paz.

— Você não quer isso — ele afundou. — Eu sei que você gosta da minha companhia tanto quanto eu gosto da sua, para de querer se privar para poder bancar de forte.

— Eu não gostei de você ter me deixado ali, sozinha com ele — não sei de onde eu tinha tirado essa confissão, mas Taylor pareceu amolecer.

— Quer um abraço? — ele tentou fazer graça, e ao julgar pelo sorriso que eu dei. Ele conseguiu.

— Vai para o inferno.

— Certamente — ele tinha divertimento na voz, quase como se curtisse uma piada particular.

— Você pensa que é melhor, por isso que me deixou lá sozinha, por isso estava rindo de mim.

— Eu estava rindo porque declarações de amor me divertem, especialmente quando não são correspondidas.



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