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História O Charme da Raposa - Presentes


Escrita por: Koura

Capítulo 14 - Presentes


Ahri e sua mãe permaneceram na sala a espera do purificador e da senhora. A raposa cuidava da sua filha em seu colo enquanto sua mãe a observava.

"Madura..." a sua mãe comentou.

"Me desculpa?"

"Foi um elogio." a mãe explicou.

"Você acha?" a raposa perguntou surpresa.

"Você parece uma mãe quando esta com ela." a mulher explicou apontando para a criança que dormia  no colo da raposa.

"Sério?" ela reagiu envergonhada e alegre com o comentário, "Algumas coisas aconteceram..." a raposa tentou explicar.

"Ele aconteceu?" sua mãe comentou.

A raposa ficou vermelha no mesmo instante, só de lembrar do purificador seu coração começava a acelerar, sua mãe apenas observou alegre a reação dela.

"Eu me lembro desse sentimento..." ela comentou, "Foi da mesma maneira com o seu pai."

"Meu pai? Como ele era?"

A mãe apenas parou para se lembrar do seu antigo amor, enquanto se lembrava não resistiu a dar uma pequena risada.

"Seu pai... ele era um bom homem, trabalhador, honesto e leal..."

"E a aparência dele?" a  raposa perguntou.

"Não tinha nada de especial, era como outro ioniano qualquer. Mas ele tinha um belo par de olhos que me deixava..." a mãe sorriu enquanto se lembrava.

"Eram bonitos?"

"Eram fortes, todas vez que ele me olhava sério, quase tinha orgasmos!" a mãe falou com uma expressão ousada.

"E você? O que gosta no seu homem?" perguntou em seguida.

Ahri parou para pensar mas não demorou muito para encontrar motivos.

"As mãos?"

"Mãos? Porque?" a mãe perguntou curiosa.

"Eu gosto quando ele me toca..."

"Ohhh! Que filhote ousado que eu tenho aqui." a mãe brincou.

Demorou alguns segundos para a ficha da raposa cair.

"N-N-Não é esse tipo de toque!" ela explicou envergonhada.

"Mas ele já te tocou, não é?" sua mãe questionou.

"Mãe!" a raposa protestou.

"Não vai me dizer que você nunca desejou que ele te tocasse dessa maneira?" a mãe questionou novamente.

"Mãe!" a raposa protestou novamente.

"E o dote dele? Achou bom?" a mãe comentou, ao mesmo tempo lembranças da noite passada voltaram a sua cabeça.

"D-Dote!? Mãe!" a raposa gaguejou.

A raposa parou por alguns instantes para se recompor antes de dar a resposta.

"Acho que sim... ele é o meu primeiro..." a raposa comentou.

"Fofa..." sua mãe comentou novamente.

A brincadeira entre as duas estava divertida, principalmente para a mãe que estava adorando pegar no pé do seu filhote, porém ela parou um pouco para pegar um dos salgados que estava na mesa, sua filha aproveitou para comentar algo.

"Mãe..."

"Diga filhote?"

"Obrigada por ter vindo e obrigada pelo presente." a raposa agradeceu.

Sua mãe sorriu e aproximou para dar um pequeno beijo na testa dela.

O silencio tomou conta do local, a raposa cuidava da sua criança enquanto sua mãe apenas observava. Segundos depois o som de passos chamou a atenção das duas.

"Desculpe a demora."

Momentos depois a senhora apareceu na sala.

"Espero que gostem."

As duas raposas voltaram a sua atenção em seguida para o purificador que apareceu.

"Oi..." ele saudou um pouco nervoso.

Ele usava um keiko-gi branco, um tipo de camisa usada por praticantes de artes marciais, seu tecido era grosso e firme. Como parte de baixo usava um hakama preto, mais conhecido como a calça larga, usada principalmente por samurais, nos pés um par de sandálias de madeira.

"O que acharam?" a senhora perguntou enquanto dava os toques finais, as raposas por alguns instantes permaneceram caladas apenas admirando.

A senhora deu uma rápida observada no homem e percebeu que ainda faltava uma peça.

"Com licença, faltou algo."

Ela rapidamente saiu em direção para o quarto para pegar a peça que faltava.

"Raposas?" o purificador chamou a atenção das duas mulheres que o observava de cima a baixo.

Momentos depois a senhora voltou com outra peça.

"Faltou o Jittoku para dar um charme." ela comentou.

Essa peça e tipo uma camisa masculina fina de mangas largas, geralmente usada por cima dos quimonos.

"Ficou perfeito!" a senhora comentou orgulhosa de si mesma por sua criação.

"Ficou lindo..." a mãe de ahri comentou.

Sua filha por outro lado permaneceu em silencio, ainda surpresa com o que estava vendo.

"Ficou ótimo..." a raposa elogiou.

"Obrigado." ele agradeceu.

Calmamente o purificador começou a se mover para o seu antigo lugar a mesa, sentiu-se estranho usando a roupa apesar de ter gostado delas.

"Você parece um chefe de família." a mãe da raposa comentou.

"Hmmm... verdade?" o purificador se sentiu orgulho com o comentário dela.

"O que você acha?" a mãe perguntou a sua filha que estava sentada  no outro lado do purificador.

A raposa observou um pouco antes de responder.

"Ficou bem em você..." ela respondeu envergonhada.

"Fofa..." o purificador e sua mãe comentaram ao mesmo tempo.

"Não me chame de fofa!" a raposa protestou ainda mais envergonhada.

"Se não for incomodar os dois, mas a comida esta esfriando." a senhora comentou e em seguida todos voltaram a sua atenção para a refeição.

O clima estava tão agradável entre eles que nem perceberam o passar do dia, o purificador foi o primeiro a comentar sobre isso quando olhou pela janela da casa e percebeu que já era de noite.

"Que horas são?" ele comentou.

"Já é de noite pelo visto." a senhora comentou enquanto bebia um pouco de café que havia preparado.

Nesse momento somente os dois estavam na sala, as raposas haviam se retirado para tomar um banho.

"Gostou do dia?" a senhora perguntou.

O purificador observou a pergunta dela por alguns instantes, em resposta um sorriso de satisfação tomou conta do seu rosto.

"Amei..." ele respondeu.

"Você é bem vindo." a senhora comentou e momentos depois começou a se levantar.

"Por sinal? De quem é essa roupa?" o purificador perguntou.

A senhora permaneceu calada por algum tempo até responder.

"Foi do meu irmão."

O purificador ficou surpreso com a informação.

"Akari, certeza?" perguntou para ver se ela tinha certeza da sua escolha.

"Não se preocupe Lucian, essas peças de roupas estavam guardadas sem ninguém usar." ela comentou,

"Mas..." o purificador tentou fazer algum comentário, mas ela o interrompeu.

"Eu fico feliz em poder passar elas adiante, principalmente para alguém como você."

"Alguém como eu?" ele questionou, curioso para saber o que ela pensava dele.

"Você é um bom homem." ela comentou.

"Um bom homem...."

O purificador não tinha essa impressão de si mesmo, ao contrário, desde de o seu encontro com o guardião das correntes ele começou a se questionar e a duvidar de si mesmo, chegou a tentar desistir de empunhar as armas relíquias.

"Eu não acho que eu seja um 'bom' homem..." ele comentou com a senhora, "mas agradeço o elogio.'

A senhora o observou por alguns instantes, tentando procurar algum sinal de humildade por parte dele, entretanto o que ele falou soava como verdade.

"Desculpe Lucian, mas você tem que ter um pouco de fé em você mesmo." ela começou a comentar.

"Fé..."

"Se você começar a duvidar de si mesmo agora, no futuro vai acabar tomando decisões equivocadas por causa disso." ela aconselhou.

"Entendo." o purificador agradeceu o conselho com um gesto de cabeça.

Para pensar um pouco o homem resolveu abaixar a cabeça e fechar os olhos por alguns instantes, aproveitar a calma do local para refletir um pouco.

"Bem, vou indo." a senhora comentou.

"Já vai dormir?"

"Sim, preciso acordar cedo amanha." ela explicou.

"Tudo bem, boa noite." ele se despediu, a senhora se levantou e seguiu para o quarto.

No final das contas o purificador ficou sozinho na sala, seus olhos observavam a mesa, estava toda bagunçada com pratos sujos e garrafas de bebida.

"Que belo dia..." pensou enquanto se lembrava dos acontecimentos.

Calmamente ele se levantou e começou a juntar as louças sujas, chegou na cozinha e colocou todas elas na pia e começou a se preparar para limpa-las. Mas antes disso ele tirou algumas algumas partes das roupas que estava usando para não suja-las. Enquanto lava as louças pensava sobre algumas coisas e começou a esclarecer outras. Ele estava tão focado nos seus pensamentos que não percebeu a aproximação de alguém, só sentiu um pequeno empurrão e agarrão na sua cintura.

"Pequena!'

Em resposta a criança apenas sorriu e abraçou ainda mais forte, o purificador enxugou as mãos e voltou a sua atenção para a criança.

"Que cheiro gostoso!" ele comentou enquanto se agachava para pegar a criança no colo, aproveitou e brincou um pouco com ela esfregando seu nariz contra a bochecha dela, a criança começou a rir em resposta ao gesto dele.

"Papa!" ela jogou os seus braços ao redor do pescoço do purificador e o abraçou bem forte.

"E essa toalha?" o purificador comentou quando percebeu o tamanho da toalha que ela usava, era gigante, até ficou surpreso para saber como ela não havia tropeçado.

"E esse cabelão molhado?" o cabelo dela estava solto por causa do banho, ficou impressionado com o tamanho dele.

A criança provavelmente não entendia nada, porém sempre que ele dizia algo ela sempre sorria alegre.

Momentos depois Ahri apareceu, ainda usando toalhas do banho.

"Imaginei." ela comentou quando viu os dois, "Sempre que ela sai em disparada desse jeito, o destino é o mesmo." ela riu.

"O banho foi bom?" ele perguntou.

"Foi ótimo." ela respondeu.

"E cadê a sua mãe?" o purificador perguntou quando sentiu a ausência dela.

"Ela saiu para fazer algumas coisas." a raposa comentou.

A raposa se aproximou e pegou a criança do colo dele.

"Você também está cheirosa." o purificador comentou para a raposa.

"E-ei!" ela protestou envergonhada.

O purificador aproveitou para brincar, se aproximou e deu um pequeno beijo na boca da raposa. Com a criança ele levou a mão na cabeça dela para um cafuné e beijou a sua testa.

"Tem amor para as duas." ele comentou.

"Por falar em amor..." a raposa soou um pouco desconfortável, "Minha mãe me disse o que aconteceu entre vocês dois..."

O purificador sentiu imediatamente um calafrio subindo pela sua coluna, olhou para a expressão no rosto da raposa para ver como ela estava, mas para sua surpresa estava até calma em relação a isso.

"Ahri... eu..." ele tentou comentar algo, mas não conseguiu pensar em algo.

"Não precisa se preocupar, ela me disse os motivos dela." a raposa comentou.

O homem era para se sentir um pouco aliviado depois disso, mas a sensação de culpa ainda o incomodava.

"Me descu..." ele tentou falar mas a raposa levou o dedo a sua boca o calando.

"Não tem necessidade para se desculpar." ela comentou, "Mas eu tenho que te dizer uma coisa."

O purificador apenas observou.

"Aceite o pedido dela." a raposa comentou.

Mentalmente o purificador estava gritando em surpresa.

"Quando terminar de lavar as louças, por favor, vá encontra-la na praça." ela comentou.

"Ahri..."

"Não se preocupe." ela comentou.

" Mas..."

"Nesse momento quem mais precisa de você é ela." a raposa comentou.

"Ahri..." o purificador apenas conseguiu pronunciar o nome dela.

A raposa se aproximou e deu um pouco forte no purificador.

"Boa noite." ela se retirou com a criança para o quarto deixando o purificador sem reação na cozinha.



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