História O Charme da Raposa - Insegurança

Com os olhos cansados a raposa se sentou na cama enquanto procurava pelo purificador e a criança.

"Eles já levantaram?" se questionou.

Se levantou um pouco cansada graças a noite passada, com calma começou a se arrumar para sair do quarto. Minutos depois estava na sala procurando por alguém, mas a casa estava vazia.

"Cadê todo mundo?" ela começou a ficar preocupada.

Decidiu sair da casa para procurar, não demorou muito para encontrar Akari, a senhora estava voltando com um monte de sacolas de papel nas mãos.

"Vó!" ela chamou a senhora enquanto se aproximava, "Deixa eu ajudar." a raposa pegou algumas sacolas da mão dela.

"Obrigada." a senhora respondeu ao gesto da raposa.

"De nada." a raposa respondeu.

As duas começaram a fazer o caminho de volta para casa, a raposa aproveitou para perguntar.

"Vó, aonde estão o Lucian e a pequena?"

"Lucian saiu cedo para resolver algumas coisas, depois de um tempo a criança saiu atrás dele." a senhora respondeu.

"Ah, certo." a raposa comentou.

As duas continuaram a caminhada até que chegaram em casa, quando colocava as sacolas na mesa da cozinha a raposa percebeu algo.

"Saiu atrás dele..." a raposa comentou, "Ela saiu sozinha?" questionou em seguida.

"Sim." a senhora respondeu, "Algum problema?" perguntou.

A expressão de preocupação no rosto da raposa era visível.

"Não se preocupe." a senhora comentou.

"Porque?" a raposa questionou.

"Ela é uma raposa, sabe como se virar." a senhora respondeu, "Lembra de quando você era pequena?" a senhora comentou.

"Lembro..." a raposa respondeu um pouco envergonhada.

Quando criança, costumava sair para brincar na floresta que rodeava a vila, desaparecia por horas até voltar para casa, no inicio a senhora ficava muito estressada e preocupada. Apesar de receber bronca todas as vezes, a raposa nunca mudava, com o tempo a senhora

"Não se preocupe." a senhora comentou despreocupada.

"Certo..." a raposa concordou, um pouco incomodada mas concordou.

"Poderia me ajudar a esvaziar as sacolas?" a senhora pediu.

"Sim." a raposa aceitou o pedido.

As duas começaram a esvaziar as sacolas com compras, durante a tarefa a raposa não deixou de pensar onde a criança estaria e se estava tudo bem com ela, a senhora percebeu mas não fez nada, apenas observou curiosa para ver a reação dela.

"Pronto." a raposa avisou ao final da tarefa.

"Obrigada." a senhora agradeceu.

A senhora guardava algumas coisas que estava na mão, em seguida se virou para a raposa e perguntou.

"Nervosa?"

A raposa parou de pensar sobre a criança e focou a sua atenção para a senhora, "Como não estar..." respondeu e pausou antes de continuar.

"Assustada, apesar de gostar da ideia de me tornar uma mãe, ainda não me sinto preparada..."

"Como assim?" a senhora questionou.

"Eu ainda mal me formei, não trabalho, nem sei preparar um café..." a raposa respondeu.

"E qual o problema?" a senhora questionou.

"Como assim 'qual o problema?' " a raposa observou visivelmente frustrada, "Eu sou uma inútil..." a raposa explicou.

A senhora parou para observar a raposa, seus braços tremiam e seus olhos começavam a lacrimejar.

"Você não é uma inútil..." a senhora comentou enquanto se aproximava da raposa.

"Todos nós começamos do zero, com o tempo você vai ganhar experiência, não se preocupe." a senhora comentou pegando um pequeno lenço de pano do bolso e levando ao rosto da raposa.

"Tudo o que você precisa é começar, no começo vai ser difícil, mas com o tempo as coisas vão se encaixando." a senhora aconselhou enxugando as lágrimas da raposa.

"Eu sei disso, mas..." a raposa comentou.

"Mas?"

"É medo em falhar..." a raposa explicou.

A senhora observou um pouco o estado da raposa, entendia como ela se sentia, mas não tinha muito o que fazer além de aconselhar ela por enquanto.

"Não tenha medo, caso tenha duvidas não tenha medo em pedir ajuda, principalmente a de Lucian." a senhora comentou.

"Lucian..." a raposa repetiu o nome do purificador enquanto pensava no que a senhora havia acabado de falar.

"Não se preocupe." a senhora comentou.

"Tudo bem..." a raposa respondeu nervosa.

A senhora abraçou a raposa até ela se acalmar.

"Ahri, me ajuda com o almoço?" a senhora perguntou.

"Sim." a raposa aceitou o pedido.

Em seguidas as duas começaram a separar os ingredientes para o preparar o almoço, a manhã passou rápido para as duas, estavam tão entretidas na preparação que não perceberam o tempo passar, quando terminaram de preparar a comida já era inicio da tarde.

"Já quer almoçar?" a senhora perguntou.

"Não, não." a raposa recusou, estava preocupada com a demora do purificador e da criança. Se sentou na mesa da sala para esperar, não demorou muito para ouvir som de passos que vinha do lado de fora da casa.

"Boa tarde." o purificador saudou enquanto abria a porta.

"Bem vindo." a raposa saudou enquanto se levantava.

Para o seu alivio o purificador carregava a criança no colo, a pequena dormia apoiada no pescoço do purificador.

"Precisou resolver alguma coisa?" a raposa questionou enquanto se aproximava do purificador.

"Sim." ele respondeu, "Desculpe sair sem avisar."

"Não precisa se desculpar, provavelmente deve ter sido algo importante." a raposa respondeu.

Enquanto os dois conversavam a senhora apareceu na sala e comentou, "O almoço está pronto."

"Obrigado." o purificador agradeceu pelo aviso, "Estou morrendo de fome."

A senhora sorriu e voltou para a cozinha, deixando a pequena família sozinha. O purificador calmamente se sentou na mesa, com todo o cuidado para não acordar a criança que dormia em seus braços, a raposa sorriu com o esforço do purificador e em seguida se juntou a eles.

"Então, o que precisou resolver?" a raposa perguntou.

"Fui conversar com Shen para ver se podemos usar a plataforma da capital." o purificador respondeu.

"Já está pensando em voltar para Demacia?" a raposa questionou.

"Sim."

"Quando?" a raposa questionou um pouco triste.

"Amanhã pela manhã."

A raposa ficou um pouco chateada com a noticia, gostaria de passar mais algum tempo em Ionia com sua vó e sua mãe que havia acabado de conhecer.

"Você não me parece muito contente com a novidade." o purificador comentou.

"Eu gostaria de passar mais algum tempo."

"Entendo." o purificador comentou, "Mas você precisa terminar os seus estudos."

A raposa apenas balançou a cabeça em derrota, mas pelo menos era o ultimo ano e já estava no ultimo semestre.

"Nós feriados ou datas especiais nós voltamos para visitar." o purificador comentou para animar a raposa, "Tudo bem?" perguntou.

"Tudo..."

"Não se preocupe." ele comentou e depois beijou a teta da raposa, em resposta recebeu um sorriso dela.

"Almoço está servido." a senhora apareceu na sala colocando uma bandeja com a comida.

"Precisa de ajuda?" a raposa perguntou.

"Não precisa, já me ajudou o bastante." a senhora respondeu.

Depois que a senhora terminou de servir a mesa, todos começaram a comer. Durante a refeição a mãe de Ahri apareceu e se juntou a mesa. Enquanto todos se alimentavam o purificador aproveitou para contar as noticia sobre a partida, a senhora e a mãe da raposa não pareceram surpresas. Aproveitando o pouco tempo que tinham a mãe de Ahri começou a dar pequenos conselhos sobre a criança, Ahri e Lucian ouviram todos os detalhes com bastante atenção, logo após a senhora fez o mesmo, dando pequenos conselhos, o casal ouviu com a mesma atenção. Ao final do almoço o grupo continuou na sala conversando, estavam tão entretidos conversando que não perceberam o tempo passar.

"De novo." a senhora comentou.

"Com licença." o purificador avisou.

A esse altura a criança havia acordado e estava no colo de Ahri comendo.

"Fique a vontade." a senhora comentou.

O purificador se levantou e se dirigiu para o banheiro, enquanto se aliviava de tudo que havia bebido durante o almoço, pensou sobre as mudanças que deveria fazer na sua vida a partir daquele dia, principalmente relacionadas a criança.

"Uma filha raposa..."

O purificador não se importava com essa questão, para ele não importava a cor ou raça dela, ou se ela era filha biológica ou não. O motivo pelo o qual estava preocupado era o mesmo que Ahri, se ele iria ser um bom pai para ela. Quando terminou de se aliviar se dirigiu para a pia para se limpar, deu uma boa olhada no espelho enquanto pensava mais sobre o assunto.

"Não se preocupe..." ele comentou para si mesmo.

Lavou suas mãos e jogou um pouco de agua na cara, em seguida se retirou para a sala.

"Cadê a sua mãe?" o purificador perguntou quando não viu a mulher na mesa.

"Foi ver alguma coisa lá fora." a raposa perguntou.

A senhora não estava mais na mesa, o purificador olhou para a cozinha que ficava ao lado da sala e viu a senhora arrumando algumas coisas.

"Vou ver uma coisa com a sua mãe." o purificador comentou.

"Tudo bem." a raposa respondeu enquanto observava o purificador se dirigia para porta de entrada da casa.

Ao sair da casa o purificador não encontrou a mulher, andou um pouco até encontrar ela um pouco afastada, porém algo lhe chamou a atenção. A raposa estava conversando com uma outra mulher, a aparência dela chamou a atenção do purificador, uma ruiva de cabelo curto e orelhas de coberta de plumas, usava o que parecia uma capa de plumas nas costas e suas pernas eram grandes patas com garras afiadas.

"Um pássaro?"

O purificador pensou enquanto observava a distancia, além disso algo lhe chamou a sua atenção, a conversa entre as duas mulheres pareciam um pouco esquentada, principalmente por parte do pássaro. Ele pensou em tentar intervir porém mudou de ideia, decidiu apenas observar a distancia. Após alguns generosos minutos o pássaro se retirou, mas antes olhou diretamente ao purificador, ela carregava uma expressão de desgosto, depois de alguns minutos ela se retirou deixando a raposa sozinha.

"Lucian..." a raposa chamou enquanto observa o pássaro se retirar.

"Tudo bem?" ele questionou enquanto se aproximava.

"É... sim..." a raposa respondeu, com uma expressão pensativa no rosto.

"Gostaria de falar sobre o assunto?" o purificador perguntou.

"Não, não é necessário." ela comentou enquanto começava a voltar para casa, "Vamos voltar e aproveitar o resto do dia..."

A raposa passou do lado do purificador, ele apenas observou ela passar, depois que ela entrou na casa ele continuou pensando sobre o que havia presenciado por algum tempo.

"Um pássaro, outra criatura mágica..." ele pensou, "E o que foi aquele olhar..." se questionou.

O purificador preferiu continuar sem saber o que havia acontecido, optou por passar o resto do dia na curiosidade e aproveitar o que restava de tempo em Ionia.