"Finalmente voltou ao trabalho..." a caçadora comentou com um tom sério na voz.
"Também é bom te ver, Shauna..." o purificador respondeu.
Ele se aproximou da mulher que observava as ruas da borda do prédio.
"Resolveu o que tinha que resolver?" ela questionou sem tirar os olhos da rua.
"Felizmente, sim." o purificador respondeu.
A mulher se afastou do local onde estava e começou a checar o seu equipamento.
"Vamos começar com o trabalho, tem muito trabalho para fazer." avisou ao purificador.
"Eu imagino." o purificador observou se preparando para a noite, "Teve muito trabalho na minha ausência?" questionou.
"Trabalho é o que nunca falta..." a caçadora respondeu, em seguida saltou do telhado, caindo nas sombras de uma viela.
"Ainda está brava..." o purificador pensou, depois seguiu a caçadora nas sombras.
A noite foi bem calma, o purificador esperava que as coisas estivesse um pouco mais movimentadas devido a sua ausência nos últimos dias, mas a sua dupla, a caçadora, conseguiu tomar conta da situação, eles só tiveram que lhe dar com alguns casos isolados. Depois de horas de trabalho, o sol já estava começando a nascer, ao ver esse sinal, a caçadora comentou.
"Fim da caçada..." avisou ao seu parceiro.
"Foi uma noite bem calma..." o purificador comentou enquanto se aproximava dela, "Você se esforçou bastante nos últimos dias..." tentou elogiar.
"Nada além do meu trabalho." a caçadora respondeu.
Apesar da noite de trabalho bastante calma, o clima estava bastante pesado em relação aos dois. O purificador sabia que ainda estava brava com o dia do refeitório e se lembrou que os dois não conversavam a bastante tempo.
"Shauna..."
"O que foi Lucian...?" a caçadora virou a atenção a ele.
"Shauna..."
"Tem mais nada para dizer? Se não eu vou adiantar o meu caminho." a caçadora ameaçou.
"Com certeza está brava..." o purificador comentou.
Para fazer as pazes, se aproximou e a abraçou apertado.
"O que você está fazendo..." ela questionou mas o purificador não respondeu, "O que você está fazendo..." questionou novamente.
Lucian e Vayne eram como irmãos, se um estava mal o outro sempre corria para ajudar, isso durante o tempo no exército e depois de se formarem. Até mesmo quando os dois foram chamados para se tornarem campeões na Liga, quando tinham que lutar um contra o outro, sempre existia um clima saudável de competição entre os dois.
"Desculpa..." o purificador comentou
"Sei..." a caçadora respondeu enquanto dava uma pequena pancada na barriga dele.
"Ai..." o purificador reagiu ao sentir a pancada.
"Já faz uma semana..." ela comentou enquanto dava uma pancada mais suave, para liberar um pouco da frustração que sentia, "Vai me dizer o que aconteceu?"
"Se você tiver tempo e paciência para ouvir..." o purificador avisou.
"Sem problemas." a caçadora comentou.
O purificador se desfez do abraço, em seguida os dois procuraram um bom lugar para se sentar e conversar. O purificador teve bastante atenção e carinho para explicar os acontecimentos que levou a sua ausência e durante ela. Depois de uma longa e detalhada explicação, o clima entre os dois começou a ficar mais relaxado, o purificador percebeu a mudança na expressão da caçadora, para ele isso era um bom sinal.
"Isso explica bastante coisa..." a caçadora comentou ao final, com uma expressão de alívio, "Então isso quer dizer que é verdade o que dizem?" questionou em seguida.
"O que quer dizer?" o purificador questionou curioso.
"Boatos começaram a surgir entre os invocadores, depois que você desapareceu com a raposa." a caçadora passou.
"Que tipo de boatos?"
"Apenas especulações sobre um possível relacionamento entre você e ela." a caçadora comentou, "Disseram que até ter viram juntos e de mão dadas..." acrescentou em seguida.
"Ah, se for apenas isso, não vejo mal..." o purificador aliviado, esperava que os boatos fossem piores. Conhecia um grupo de invocadores que provavelmente faria um alvoroço, mas para a sua sorte isso não aconteceu.
"Então os boatos são verdadeiros." a caçadora comentou pensativa, "Mas isso deixa outra questão em aberto..."
"Que questão?" o purificador questionou.
"Pelo o que entendi, vocês dois já estão juntos a um tempo." a caçadora começou.
"Sim..." o purificador começou a se preparar para a pergunta que viria.
"Vocês adotaram uma criança raposa como filha..." a caçadora acrescentou.
"Sim..."
"O que isso significa para você? O que elas são para você?" a caçadora questionou séria e ao mesmo tempo curiosa.
"Bem..." o purificador pausou para procurar palavras, "Elas são a minha família a partir de agora."
"Bom saber..." a caçadora observou, "Felicidades!" desejou a ele.
"Obrigado."
Um silencio rápido tomou conta dos dois e o clima saudável voltou.
"Que bela família a sua, não é?" brincou em seguida.
"Eu que o diga." o purificador brincou com um pequeno sorriso no rosto.
"Você parece contente com elas." a caçadora comentou.
"É, elas me ajudaram bastante, até mesmo a pequena, apesar com o pouco tempo de convivência." o purificador comentou, "Ali tem uma energia! Adora brincar!" acrescentou em seguida.
Para a caçadora, essa tinha sido uma bela mudança na vida o purificador. Eram raras as ocasiões que ela conseguia presenciar o homem tão relaxado. Momentos como esse a faziam lembrar de como o purificador costumava ser antes da morte de Senna.
"Quando vou ter a oportunidade de conhece-la?" a caçadora perguntou em relação a criança.
"Quando quiser." o purificador respondeu.
A conversa e o clima entre os dois estavam ótimos, mas o dia estava amanhecendo, o que os lembrava que ambos ainda tinham coisas para fazer.
"A conversa está boa, mas é hora de ir..." a caçadora avisou.
"Verdade, preciso chegar cedo para acordar as raposas." o purificador comentou enquanto se preparava para partir, "Novamente daqui duas noites?" questionou sobre a data da próxima noite que teriam que trabalhar.
"Sim, duas noites. Mas qualquer coisa eu entro em contato." a caçadora confirmou enquanto se espreguiçava
"Descanse bem." o purificador desejou enquanto observava a mulher se retirar.
"Obrigada, para você também." ela comentou de longe antes de seguir seu caminho.
A noite de trabalho terminou em uma pequena praça, onde os dois passaram os últimos minutos conversando. O local era simples e quieto, qualidades que lembravam da pequena vila em Ionia.
"Saudades daquele lugar..." comentou enquanto relembrava da vila, "Mas agora não é hora de ficar sonhando..." em seguida se forçou a acordar para a realidade, "Tenho que acorda-la para que não chegue atrasada." em seguida se levantou do banco em que estava e partiu em direção a sua casa.
A viagem de volta levou alguns minutos, apesar de ser rápido o purificador estava apressado, queria evitar que a raposa chegasse atrasada. Ele abria a porta de casa enquanto começava a se programar para o dia, porém o perdeu a sua linha de planejamento quando encontrou na frente da porta a criança.
"Pequena?" observou surpreso.
A criança estava em pé de frente para a porta, seu pijama e cabelo estavam bagunçados, provavelmente por que havia acabado de levantar.
"O que faz acordada tão cedo?"
Em resposta a criança apenas esticou os braços, pedindo para que a pegasse no colo. Quando estava nos braços do purificador, ela imediatamente abraçou o pescoço dele e apoiou a cabeça no ombro dele, segundos depois fechou os olhos e caiu no sono.
"Estava me esperando?" observou surpreso e ao mesmo tempo encantado com a criança, em retribuição ao gesto dela, deu um pequeno beijo na testa da criança.
Com a criança no colo, começou a arrumar as coisas para o café da manha da raposa, depois que os ingredientes estavam a prontidão na cozinha, ele foi em direção ao quarto do casal para acordar a raposa. Porém algo aconteceu, enquanto seguia pelo corredor, notou que a porta do quarto estava aberta, segundo depois a raposa apareceu no corredor. Sua expressão era sonolenta e estava toda bagunçada.
"Bom dia..." o purificador saudou.
"Bo--." a raposa bocejou.
"Já estava indo te acordar." o purificador avisou, "Mas já que você esta de pé, vou voltar para preparar o seu café da manhã." comentou em seguida.
"Tudo bem..." a raposa respondeu ainda mais sonolenta.
Em seguida a raposa voltou a sua atenção para o caminho que estava seguindo, provavelmente o banheiro que ficava na frente do quarto. O purificador então se virou para voltar a cozinha, mas momentos depois o som de uma pancada chamou a sua atenção, quando se virou para ver o que era, percebeu a raposa segurando a testa.
"Ai! Ai! Ai!" a raposa protestava em dor.
"Você sabe que precisa abrir a porta para poder passar, não é?" o purificador brincou quando percebeu o que aconteceu.
A raposa estava tão sonolenta que tentou entrar no banheiro com a porta fechada.
"Nhee..." a raposa protestou com a brincadeira, "É o sono..." comentou.
"Sono? Não dormiu cedo?" o purificador questionou curioso.
"Dormi..." ela respondeu um pouco nervosa.
O purificador sabia que ela não estava dizendo a verdade, mas não se preocupou em questiona-la. A pancada na porta já tinha sido a punição dela.
"Vai tomar o seu banho e se preparar enquanto o seu café não está pronto." ele comentou.
"Tudo bem..." a raposa comentou e em seguida entrou no banheiro, dessa vez se certificando de abrir a porta.
Ao mesmo tempo que a raposa se arrumava no banheiro, o purificador começava a preparar o café da manha com os ingredientes que havia organizado mais cedo. Com apenas um dos braços disponíveis o purificador começou a prepara a comida dela. Algum tempo depois, a raposa apareceu no corredor, estava terminando de arrumar o seu cabelo e blusa.
"Ei, está pronta." o purificador comentou, "Está quase pronto." avisou sobre a refeição.
A raposa se aproximou para observar o que estava sendo preparado, o cheiro da comida chamou a sua atenção, estava muito bom. No caso do purificador, quando ela se aproximou o cheiro do perfume dela chamou a sua atenção.
"O cheiro está ótimo!" a raposa elogiou, depois percebeu percebeu que o purificador a observava, "Lucian? Está tu--" antes que pudesse terminar a frase, o purificador se inclinou e a beijou.
"O seu está melhor..." o purificador elogiou após o rápido beijo, "Perfume?"
"Não..." a raposa respondeu enquanto corava, "E eu não sou comida!" protestou em seguida.
O purificador sorriu com a reação dela e decidiu brincar um pouco mais, se inclinou perto da orelha dela e comentou com um tom ousado, "Eu posso ter você como o meu café da manhã?"
O rosto da raposa que já estava corado ficou extremamente vermelho, envergonhada escondeu o rosto do olhar o purificador.
"Você não se cansa não é..." a raposa protestou em voz baixa.
Uma das coisas que o purificador gostava nela, eram as suas reações, o jeito que suas orelhas dela ficavam caídas, seus lábios tremiam e desviava o olhar quando muito envergonhada. Em contraste o resto do seu corpo que tentava se mostrar, abraçando os seios, ficando de costas para se mostrar, além as caudas que balançavam de um lado para o outro como se estivesse dançando para ele.
"Não!" o purificador respondeu em seguida, a raposa reagiu com uma cara emburrada, "Já está pronto." o purificador comentou em seguida enquanto desligava o fogão.
Com cuidado preparou o prato e serviu o café da raposa.
"Obrigada." ela agradeceu enquanto se sentava no sofá para comer.
Algum tempo depois, a raposa terminou a sua refeição, entregou o prato para o purificador na cozinha e seguiu para o quarto, onde estava a sua mochila.
"Já vou!" a raposa avisou.
O purificador fez companhia para ela até a porta e para se despedir dela.
"Boa aula." o purificador desejou.
"Obrigada!" a raposa agradeceu com um sorriso e se retirou apressada.
Em seguida o purificador fechou a porta da casa e começou a planejar o seu dia, entretanto para sua sorte, o dia estava livre, talvez se tivesse que fazer algo, era cuidar da criança, mas isso para ele era como um hobby, adorava passar o dia junto a criança.
"Ainda está dormindo..." comentou enquanto observava a criança apagada no seu colo, do mesmo jeito que ele a pegou nos braços, ela permaneceu durante todo esse tempo.
"Você gosta de dor--" tentou brincar, mas bocejou, "Acho que vou me juntar a ela..." comentou se sentindo cansado.
Com cuidado se deitou no sofá da sala, colocando a criança deitada sobre ele.
"Boa no--" bocejou novamente.
O apartamento estava bastante silencioso e com um clima agradável, tudo o que precisava para ter uma boa soneca, porém minutos depois que fechou os olhos para descansar, o celular que estava em seu bolso chamou a sua atenção e assustou a criança.
"Desculpa." comentou com a criança que o olhava sonolenta.
Quando puxou o celular do bolso e olhou de quem era a ligação ficou surpreso, "Shauna?"
"Bom dia Lucian!" a caçadora saudou, "Desculpa ligar tão cedo."
"Não se preocupe. Precisa de algo?" o purificador respondeu.
"Queria fazer aquela visita, algum problema?" a caçadora comentou.
"Não, nenhum."
"Ah que bom!" a caçadora soou alegre, "Daqui a pouco eu chego." comentou e desligou a chamada.
Com um suspiro o purificador guardou o celular no bolso e observou o teto por alguns instantes.
"Tão cedo..." protestou mas não achou ruim a visita dela apesar do horário, estava até contente sobre a visita, "Vou fechar um pouco os olhos até ela chegar..." em seguida aproveitou o tempo que tinha e para descansar até a chegada da sua amiga.
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