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História O Charme da Raposa - Parentescos


Escrita por: Koura

Capítulo 7 - Parentescos


"Tão bela..."

Foi a primeira coisa que veio a cabeça ao ver ela dormindo ao seu lado, calmamente levou a sua mão ao rosto dela e fez uma caricia na bochecha, a sensação da pele dela contra a sua mão era muito boa.

"Bom dia..." ela saudou enquanto acordava.

"Dormiu bem?" ele perguntou.

"Sim..." ela respondeu com um belo sorriso.

O purificador aproximou o rosto e deu um beijo de bom dia.

"Já vai se levantar?" ela perguntou.

"Sim." ele comentou enquanto se levantava.

"Mas ainda é cedo..." ela questionou.

"Tenho que resolver algumas coisas." ele explicou.

Ele se levantou da cama e foi ao guarda-roupas.

"Seu primeiro dia das férias, o que pretende fazer?"

Ele perguntou enquanto procurava alguma coisa para vestir.

"Hmm..." a raposa murmurou.

Algo chamou a atenção do purificador, a voz dela estava bem próxima, ele virou a cabeça para checar e avistou a raposa atrás dele.

"Ahri?"

Ela ainda estava nua por causa da noite passada.

"Podemos?"

Ela pediu enquanto encostava o seu pequeno corpo contra o purificador.

"Você realmente quer?" ele perguntou.

"Sim..."

A raposa respondeu desviando o olhar em vergonha, o purificador a pegou nos braços e a levou para cama. O tempo passou rapido enquanto os dois se divertiam, quando a garota finalmente se sentiu satisfeita já era praticamente a hora do almoço.

"Que tal sairmos para almoçar?"

O purificador sugeriu enquanto acariciava a raposa estava com a cabeça deitada em sua perna.

"Não é uma má ideia..." ela respondeu sonolenta.

"Cansada?"

"Um pouco..." ela respondeu envergonhada.

O purificador calmamente se levantou e deu uma boa espreguiçada.

"Vamos antes que fique tarde."

Alguns minutos depois os dois já estavam arrumados e saindo do apartamento, haviam acabado de entrar no elevador quando o purificador notou a raposa incomodada.

"Tudo bem?"

A expressão no rosto dela era de preocupação e por alguns instantes ela  hesitou em responder a pergunta dele.

"Como se sente depois do que aconteceu essa noite?" ela questionou.

O purificador ficou surpreso por essa pergunta.

"Eu tenho medo de descobrir se o que nos fizemos é errado..."

"E porque seria algo errado?" ele questionou.

A raposa hesitou em dizer o motivo, mas o purificador já sabia qual era.

"Pelo fato de você ser uma kumiho..."

Ele comentou visivelmente frustrado com a atitude da raposa em continuar usando a desculpa de ser uma kumiho.

"Você parece chateado." ela comentou.

"Até quando você vai usar isso como um limitador do que você pode ou não fazer."

"Mas..."

"Mas o que?"

Lucian olhou pra raposa ao seu lado, ela estava extremamente insegura.

"Alguma coisa aconteceu contigo para te fazer ser tão insegura só pelo fato e ser uma kumiho?"

A raposa não respondeu, mas o comportamento dela dava sinal que ele havia acertado na possibilidade, ainda tentou falar algo sobre a atitude dela mas o apito do elevador chegando ao térreo o interrompeu, os dois continuaram andando em silencio até a calçada do prédio.

"Por favor, não use isso como desculpa ou algo do tipo..." ele cortou o silencio.

"Mas é verdade..."

"Isso é o que te faz especial e única..." ele deu uma pequena pausa enquanto pegava a mão dela.

"Além disso essa é uma das qualidades que eu amo em você." ele declarou.

A raposa olhou extremamente surpresa pelo comentário dele, fazia um bom tempo que não se sentia tão bem, ainda mais pelo fato de ser uma kumiho.

"Tem certeza disso?" ela questionou uma ultima vez.

"Absoluta."

O purificador liderou a caminha a guiando pela mão, o toque da mão dele segurando a sua com firmeza era uma sensação interessante.

"Então... aonde vamos?" ela questionou.

"Dar uma caminhada pela cidade e encontrar um bom lugar para comer."

Os dois andaram até um pequeno centro comercial ali perto, o local era repleto de lojas e restaurante. A raposa a todo momento parava nas vitrines das lojas para olhar enquanto o purificador esperava pacientemente.

"Posso?" a raposa perguntou apontando para a vitrine cheia de vestidos.

"Vá em frente."

Para ocupar o seu tempo o purificador ficava observando os arredores, momentos como esse trazia lembranças de quando Senna ainda era viva, mas pela primeira vez não se sentiu triste pela falta dela, e o motivo disso estava a sua frente.

"Talvez ela seja a chave que eu estou procurando..." pensou.

O homem começou a se distrair em seus pensamentos, mas foi interrompido quando uma voz familiar chamou a sua atenção.

"Lucian?"

Quando o purificador se virou para a direção da voz deu de cara com um antigo conhecido.

"Henno..." ele respondeu em frustração.

"Ei! Porque parece tão desapontado em me ver..." questionou revoltado.

"O que está fazendo por aqui?" o guerreiro perguntou curioso.

"Andar um pouco."

O guerreiro observou surpreso, ficou ainda mais quando viu a raposa ocupada com a vitrine.

"Ahri?"

"Professor?" ela se virou surpresa.

"O que faz por aqui?"

"Aproveitando o primeiro dia de férias."

"Entendo..." a raposa comentou.

"E como vão as coisas entre vocês dois?" o guerreiro perguntou.

A raposa foi pega de surpresa pela pergunta, olhou para o purificador, mas ele parecia bastante calmo.

"Vão bem." o purificador respondeu.

"Os dois estão juntos?"

O purificador deu uma rápida olhada na raposa, ela visivelmente curiosa pela resposta que ele iria dar.

"Sim."

"Então somos dois!" o guerreiro comentou.

"Como assim?" a raposa perguntou.

Em resposta a duelista saiu de uma das lojas e se aproximou dele.

"Yo!" ela saudou.

"Fiora?!" a raposa parecia surpresa.

"O que vocês dois estão fazendo?"

"Ué? Estamos saindo juntos." a duelista explicou.

"Algum problema?"

"Não nenhum..."

"Yo! Lucian!" a duelista saudou.

"Yo..." o purificador respondeu.

"Que tal nós juntarmos?" o guerreiro perguntou bem energético pela ideia.

"Parece interessante." a duelista comentou.

"Seria uma boa." o purificador comentou.

"Tudo bem para você?" o purificador perguntou enquanto voltava sua atenção para a raposa.

"Nenhum..."

"Vamos então." o guerreiro comentou quando viu que todos haviam concordado com a ideia.

Momentos depois o grupo começou a passear pelo centro comercial, enquanto as duas mulheres seguiam na frente observando as lojas, os dois homens iam atrás pacientemente. Inicialmente Ahri ficou preocupada se algo fosse acontecer entre Lucian e Henno, por sorte os dois pareciam nem se importar com o que aconteceu um dia atrás, eles estavam conversando e se divertindo como velhos amigos.

"Não precisa se preocupar." a duelista comentou.

"Eles não vão começar uma luta no meio da rua, pelo menos sem nenhum motivo."

"Entendo..."  a raposa questionou.

"E por sinal, você não precisa se segurar." a duelista avisou.

"Como assim?"

"Pode agir naturalmente, como se estivesse somente entre vocês dois." a duelista explicou.

"Porque?"

"Você está entre amigos." a duelista finalizou.

"Vou tentar..." a raposa respondeu.

O grupo andou bastante até a fome ser um problema, Henno deu uma sugestão de um restaurante não muito longe de onde estavam.

"Faz muito tempo que eu não dou uma passada por lá." o purificador comentou.

"Só de lembrar me da água na boca."

"Somos dois!" o guerreiro exclamou.

O grupo prosseguiu até o local, a entrada do restaurante ficava escondida dentro de um pequeno beco, não havia nenhum tipo de placa ou aviso anunciando o local.

"Chegamos!" o guerreiro comentou.

Ele abriu a porta dando passagem para as duas mulheres, quando a raposa entrou ficou impressionada com o local, apesar da aparência bem modesta, o ar de lá era extremamente agradável, além da sua arquitetura interna lembrar os restaurantes típicos de Ionia.

"Parece contente."  o purificador comentou quando viu a expressão de alegria no rosto da raposa.

"Esse local me lembra minha antiga casa em Ionia..." ela comentou.

"Espero que tenha gostado."

"Eu amei."

O grupo logo pegou uma mesa para se sentar, naturalmente cada casal se sentou junto, enquanto a duelista e o guerreiro não pareciam se importar, a raposa ainda hesitou um pouco em se aproximar do purificador, momentos depois uma senhora apareceu para pegar os pedidos deles.

"Minha velha!" o guerreiro exclamou.

"Continua gostosa como sempre!"

O barulho da pancada que levou na cabeça ecoou pelo local.

"Menos..." a duelista comentou corrigindo o seu parceiro.

"Me desculpe, Yanmi."

"Não precisa se desculpar." a senhora pediu.

A raposa ficou encantada pelo jeito e aparência da senhora, ela tinha um cabelo longo e grisalho, além de vestir um belo yukata branco com pétalas azuis e um grande laço azul na sua cintura.

"Lucian, a quanto tempo, até comecei a achar que não gostava da minha comida."

"Faz muito mesmo, estava ocupado com trabalho." ele respondeu.

"Saudades da sua comida!"

"Hmm, muito bom ouvir isso." a senhora comentou.

A senhora observou a raposa sentada ao lado dele, não se recordava se a tinha visto antes.

"Quem é essa bela jovem?"

"Perdão." a raposa levantou nervosa.

"Meu nome é Ahri, prazer em conhece-la."

"Uma kumiho..." a senhora comentou.

Por alguns instantes a raposa ficou preocupada sobre o que a senhora pensava.

"Onde encontrou essa pedra de jade?" a senhora elogiou.

"Eu me pergunto a mesma coisa." o purificador brincou.

"Então o que vão querer?" a senhora perguntou para o grupo.

Cada um pediu o seu prato favorito do cardápio, mas como era a primeira vez dela no local, não sabia o que escolher. O purificador percebeu isso e resolveu o problema dela com uma solução simples.

"Nós vamos dividir a mesma comida."

A raposa olhou surpresa, mas não protestou contra, só ficou impressionada com a atitude dele na frente dos outros. A senhora se retirou e o grupo começou a conversar enquanto esperavam a sua refeição, generosos minutos depois o cheiro da comida chamou a atenção do grupo.

"Saudades desse cheiro!" a duelista comentou.

"Nostalgia..." o guerreiro acrescentou.

Alguns minutos depois a senhora apareceu com uma grande bandeja saindo da cozinha, o purificador viu a cena e foi em direção a ela para ajudar.

"Com licença." ele tratou enquanto pegava a bandeja da mão da senhora.

Enquanto isso de longe o resto do grupo o observava a distancia.

"Sentia falta desse lado dele..." a duelista comentou.

"O que você fez com ele?" o guerreiro brincou com a raposa.

"Eu?!"

"Ué? Quem mais seria?" continuou brincando.

"Sei lá..." a raposa respondeu.

"Você pode até se fazer de sonsa, mas no fundo sabe que mudou esse homem..." a o guerreiro comentou.

"E ele mudou você da mesma maneira." a duelista complementou.

A raposa não conseguiu esconder a rosto corado devido aos elogios.

"Ai vem ele." o guerreiro comentou enquanto se levantava para ajudar o amigo.

Os dois homens colocaram os pratos em cima da mesa e se sentaram novamente para comer, o grupo estava bastante animado e conversador, até mesmo a raposa que não era de muitas palavras entrou na brincadeira. O dia foi passando e a tarde foi caindo, quando perceberam já era de noite.

"Há! Eu te disse!" o guerreiro comentou enquanto abria a porta do restaurante para as duas mulheres.

"Não se fique se achando..." a duelista respondeu.

"Sabia professor, mulheres gostam de homens modestos." a raposa brincou.

"Nahhhh! Aqui o membro é de ouro." ele brincou.

As duas só observaram a falta de noção do guerreiro enquanto ele orgulhava de suas proezas.

"Já volto, vou ver o que ele está fazendo." a duelista comentou enquanto entrava no restaurante a procura do purificador.

Do lado de fora ficaram apenas a raposa e o guerreiro, um silencio tomou conta dos dois.

"Gostou do dia?" o guerreiro cortou o silencio.

"Sim..."

"Sinta-se a vontade para sair conosco mais vezes." ele deixou o convite.

"Obrigada..."

Nesse momento de fraternidade a raposa lembrou de uma duvida que tinha, mas sentia que talvez não fosse e melhor hora.

"Quer alguma coisa?" o guerreiro perguntou.

"Parece ansiosa por algo."

A raposa olhou para ele pro alguns instantes.

"Professor..."

"Diga?"

"Posso te fazer uma pergunta?" a voz dela estava carregada de incerteza.

"Vá em frente."

A pequena garota respirou fundo.

"Ontem, o que você quis dizer com 'eles'?"

A expressão no rosto do homem mudou drasticamente, nem parecia o professor brincalhão e alegre que ela conhecia, isso era um sinal que ela havia tocado em um assunto delicado. O homem olhou para ela a analisando e ao mesmo tempo pensando em como responder a pergunta.

"Não precisa responder se for um assunto delicado." ela comentou.

"Não se preocupe, só me falta mesmo palavras..." ele explicou.

"Eu já superei isso.."

O guerreiro fez o mesmo processo da raposa, respirou fundo antes de responder a pergunta dela.

"Minha irmã estava estava esperando um filho naquela época..."

"Sua irmã?!" a raposa exclamou.

Por alguns instantes a raposa ficou sem ideia do que ele estava falando, mas em pouco tempo a ficha caiu. A raposa levou a mão a boca em resposta, extremamente surpresa e chocada pela informação que havia acabado de receber, ela olhou para o homem com uma expressão de pena e dor, sentiu que devia dizer algo em resposta, mas não encontrava palavras para expressar.

"Não precisa se preocupar; como eu disse, eu já superei isso." ele explicou.

"Não é comigo com quem você deve se preocupar."

A raposa tentou falar algo, mas foi interrompida quando o purificador e a duelista abriram a porta do restaurante.

"Desculpe a demora." o purificador se desculpou.

"Não se preocupe." o guerreiro comentou.

"O que é isso?" o guerreiro comentou ao ver uma caixa na mão dele.

"Fiz alguns pedidos para levar." o purificador explicou.

"Então, vamos?" a duelista sugeriu.

Momentos depois o grupo chegou ao local onde haviam se encontraram mais cedo.

"Boa noite para vocês dois." a duelista se despediu.

"Boa noite, Fiora. Boa noite, Henno." o purificador se despediu.

"Noite..." a raposa se despediu em seguida.

Depois da despedida os casais seguiram os seus respectivos caminhos, enquanto fazia o caminho de volta com o purificador, a raposa sentiu um aperto muito forte no coração, ela olhou para o homem ao seu lado, a expressão no rosto dele era de satisfação e alegria.

"Se divertiu?" o purificador comentou.

"S-Sim..." ela gaguejou.

"Tudo bem?"

"Só um pouco cansada..."

"O dia foi bastante movimentado hoje." ela explicou enquanto se forçava a esquecer o que havia ouvido mais cedo.

"Fico feliz em ouvir isso." o purificador comentou.

"Quando chegar em casa, vou esquentar o seu jantar e depois você vai descansar para amanha."

"Tudo bem..."

A raposa estava ainda muito surpresa por causa do guerreiro, mas tentou não demonstrar para o purificador, parte dela gostaria de perguntar mais, mas sentia que essa não era a hora certa, ela não queria correr o risco de trazer um assunto tão delicado em um momento como esses, odiaria ver o purificador mal por causa disso, fazer ele revisitar aquele momento que o machucou, mas infelizmente, sua curiosidade era forte, ou seja, guardar esse segredo seria uma tortura para ela.



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