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História O Cheiro da Lua - Violeta e Nozes


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Desculpem a demora.
O próximo saí mais rápido.. eu acho..

Boa leitura.

Capítulo 11 - Violeta e Nozes



Tentei ligar para Triton para alertá-lo sobre Felipe, mas só dava na caixa postal, trinquei os dentes e entrei na floresta, ainda bem que eu estava de tênis. 

Corri seguindo os rastros de Felipe, como era um novato, ele ainda não sabia ser discreto, porém ele estava como lobo e eu como humana, seria impossível acompanhar o seu ritmo.

Quase tropecei em uma grossa raiz de árvore, pulei-a e acabei sentindo de volta a dor no ombro quando tive o impacto com o chão, minha respiração estava irregular e meu coração disparado, não estou muito acostumada a correr desesperadamente para tentar salvar alguém. 

Eu já devia estar na metade do caminho até a minha casa quando ouvi um grito de menina, e o pior me veio a cabeça... Felipe que está descontrolado encontrou uma menina na floresta e a atacou. Isso seria um desastre!

Não sei de onde tirei mais energia, mas forcei-me a correr mais rápido até que vi uma garotinha de nove ou dez anos ajoelhada chorando, sentei ao seu lado e olhei em volta, nada de lobo. 

- Você está bem? - perguntei tocando-a. - Está machucada?

Ela apenas negou com a cabeça, estava muito assustada... 

- E-Eu vi... Um cachorro muito grande, c-com dentes assustadores. - choramingou.

- Não se preocupe, vai ficar tudo bem agora... Eu estou aqui. - sorri para confortá-la.

- O-Obrigada. 

Ela se encostou em mim e eu suspirei, eu não poderia abandoná-la, tinha de achar a sua casa ou seus pais. Peguei-a no colo e caminhei pelo menor caminho para sair de Trevarch, logo estávamos bem no meio do centro e como eu temia, as ruas estavam cheias.

- Qual seu nome? - perguntei enquanto ela se aconchegava em mim.

- Joana. - respondeu olhando bem nos meus olhos. - E você, moça dos olhos azuis?

- Kristine. - sorri. - Você estava andando sozinha ou com seus pais, Joana?

- Com o papai. - fez um biquinho. - Ele estava na banca de jornal, tava chato... Então eu saí para dar uma volta.

- Faz tempo que você saiu? - perguntei enquanto pensava nos locais que existiam bancas de jornal.

- Não.

- Tudo bem, vamos achar seu pai... Você se lembra do que tinha perto da banca?

Ela não respondeu, achei que estava me ignorando, mas quando a olhei, estava dormindo... Pobrezinha.

*

Demorou mais do que eu esperava para achar o pai de Joana, ele estava desesperado e quando me viu, seu cheiro mudou para um aroma aliviado em instantes, sorri e lhe entreguei a criança, expliquei que estava na floresta e que estava um pouco assustada, mas eu não disse o porquê. 

Assim que me despedi, voltei correndo para casa, no caminho tentei várias vezes ligar para Triton, mas ele não atendeu. Quando cheguei em casa, procurei algo que me revelasse que Triton ou Felipe estiveram aqui, mas não havia nada, respirei fundo e entrei em casa, eram os mesmo cheiros. 

Fui até meu quarto, a porta estava entreaberta e consegui sentir o cheiro de gengibre, respirei com mais calma e andei com muita cautela, espiei pela fresta e vi um lobo deitada do lado da minha cama. 

Ele parecia estar dormindo, mas se não estivesse e eu entrasse, ele poderia me atacar ou fugir, porém eu também não podia ficar esperando Triton chegar e resolver a situação... Eu tinha de pensar e achar uma resposta.

Só me restava entrar e tentar convencê-lo a ficar, se ele estiver acordado, o que é o mais provável. Entrei devagar, logo ele abriu os olhos e ergueu a cabeça, não rosnou e isso já era um bom sinal.

- Felipe... Eu não vou machucar você. - afirmei. - Deixe-me ajudá-lo a voltar a forma humana.

Ele se sentou e me encarou, aproximei-me mais um pouco até ficar de joelhos a sua frente, algo me dizia que ele não me atacaria. Passei a mão nos pelos do seu pescoço, ele estava em alerta, mas foi relaxando ao passo que eu o acariciava. 

Por fim, ele acabou se transformando, bem ali na minha frente, quando voltou, estava exausto por ainda ser inexperiente, além de que há a dor que é mais forte no inicio. 

- Kristine? - esfregou os olhos e me fitou. - Você está bem? O que aconteceu?

- Estou bem. - respondi. - Mas você precisa de roupas e talvez um banho, se quiser.

- Não quero tomar banho. - resmungou. - Mas aceito as roupas.

Ele enrubesceu notando que estava pelado, levantei sem encará-lo e fui em busca das roupas de Bryan que ainda estavam em casa. Encontrei-as rapidamente e depois entreguei-as a Felipe que ainda estava muito sem jeito, ri baixinho para que ele não se enfurecesse. 

Fui até a cozinha e comecei a preparar o jantar, sorri porque Triton havia gostado da minha comida, e era melhor eu fazer um banquete pois ele ficaria muito bravo quando chegasse e se deparasse com Felipe.

Comecei a cantar bem baixinho a música She Wolf do David Guetta feat Sia, essa música me lembra minha tia, eu estava meio que rebolando quando Felipe me abraçou por trás, mas antes que ele grudasse em mim, vire-me e deu-lhe uma colherada na cabeça.

- O que você está fazendo? - rosnei. 

- Que maldade, Kristine. - massageou a cabeça. - Eu só estava te mimando.

Como se eu quisesse ser mimada por você.

- Obrigada, mas não. - bufei. - Agora pode me deixar terminar a comida?

- Vai deixar eu jantar aqui? - afastou-se e se sentou em uma cadeira.

- Claro... Eu já disse que você precisa de ajuda e eu não vou deixar você sair por aí... Você ainda está muito instável.

- Como assim instável? - indagou enquanto me observava.

Voltei a minha tarefa mesmo estando desconfortável por ser observada desse jeito por esse garoto.

- Depois que se é transformado, demora um pouco para você se acostumar com as transformações... Você fica mais sensível a qualquer mudança de humor. - expliquei.

- Aconteceu com você também? Quanto tempo demorou para você se acostumar?

- Eu não fui transformada. - afirmei. - Eu nasci assim.

- Sério?! - ele pulou da cadeira. - Como assim? Mas esse cara.. Eu tenho certeza que ele te mudou.

- Ninguém me mudou! Eu já te disse isso! - segurei minha raiva. - Olha... Eu sempre tive esse dom de virar lobo, mas eu nunca admiti isso para mim mesma... Faz uns dias que eu percebi que eu posso ser feliz desse jeito.

- Ele te manipulou a acreditar nisso!

- Por que você não consegue aceitar que eu estou melhor? Ou que o Triton me fez bem? - gritei.

Ele parecia espantado, logo percebi o porquê... Eu estava com uma faca na mão.

- D-Desculpa... Não quis parecer uma assassina. - abaixei a faca e respirei fundo. - Mas você tem que entender, Felipe, eu estou muito mais feliz agora.

- Feliz? - riu. - Você quase não fala mais com as suas amigas! E o Bryan? Esqueceu sua paixão por ele?

- Eu era apaixonada por ele, mas nunca daria certa... Você não entende? Eu sou uma loba e ele é um humano!

- Viu só?! Quando aquele canalha te transformou, arruinou a sua vida!

- Já chega! Triton não é um canalha e eu nasci assim! - gritei e rosnei.

Ele deu um passo para trás, eu não sabia que podia ser tão assustadora.

Então, meu celular tocou, estendi a mão, porém Felipe estava mais perto e atendeu sem meu consentimento. Pulei em cima dele, mas ele era bem mais alto do que eu.

- Alô?

Consegui ouvir a voz de Triton do outro lado da linha.

- Kristine?

- Não, idiota! - Felipe riu. - É o amigo dele, aquele que vai te encher de porrada por ter mexido com ela!

- Felipe! - gritei. - Devolva!

Então ele desligou e me entregou o celular.

- Aqui está. - sorriu maliciosamente.

- Você acabou de cavar a sua própria sepultura.

- Por quê? - sentou-se relaxada na cadeira.

- Porque o Triton é um lobo bem mais velho, logo ele é bem mais experiente e forte do que você! - suspirei. 

E você acabou de comprar briga com um lobo que não quer me dividir com ninguém.

- Ele não vai me machucar. - afirmou. - Porque ele sabe que sou seu amigo e então ele vai baixar a guarda, e aí ele já era.

- Você é muito ingênuo. - ri. - Mas eu vou tentar fazer você sobreviver.

*

Quando abri a porta para Triton entrar, fiquei assustada com sua cara nervosa e seu cheiro intenso, engoli em seco e o segurei na sala.

- Eu sei que você deve estar muito nervoso, mas eu preciso que você se acalma. - falei suavemente.

- Onde ele está? - trincou os dentes.

- Triton... Me escute! - sacudi-o. - Ele precisa da nossa ajuda, aconteceu um desastre.

Ele piscou duas vezes e seu cheiro foi voltando ao normal, suspirei aliviada e lhe contei tudo.

- Gregory o transformou? E contou a ele sobre a nossa espécie? 

Não sabia se ele estava irritado ou preocupado.

- Mas eu não sei até que ponto ele sabe. - comentei.

Trinto respirou fundo e depois me puxou e me beijou, foi tão inesperado, mas tão bom. 

- Eu senti saudade de você. - afirmou com os lábios bem próximos aos meus.

- Eu também. - sorri. - Mas você não me atende o celular. - mordi seu lábio inferior.

- Desculpa. - beijou minha testa.

- Perdoado. - brinquei.

Ele me soltou e eu o puxei até a cozinha, Felipe estava arrumando a mesa, parece que o trabalho no bar de seu pai teve suas vantagens.

- Obrigada. - agradeci e suspirei. - E por favor, não se matem.

Nenhum dos dois falou nada, eles estavam se encarando e parecia que um concurso de macho dominante estava acontecendo na minha cozinha. 

Sentei-me e esperei que os dois fizessem o mesmo, logo cada um sentou de um lado meu... Pelo menos, assim, eu poderia separá-los caso brigassem.

- Vocês não vão falar nada? - indaguei, já cansada do silêncio.

- Eu não vou falar com esse canalha que te transformou! - Felipe resmungou.

- Eu já disse que ele não me transformou, quantas vezes eu vou ter de repetir?

- Me prove!

Fiquei boquiaberta... Eu não fazia ideia de como provar.

- E-Eu não sei como...

- Não tem como provar algo assim. - Triton interferiu. - Mas você a conhece há muito tempo, por que não pode confiar nela?

Felipe abriu a boca, mas desistiu de falar, talvez agora ele tivesse entendido.

- Kristine... Você está feliz mesmo? - Felipe estava com a voz mais suave.

- Estou. - assenti. 

Mais um grande minuto de silêncio, já estava ficando insuportável.

- Vamos comer e conversamos mais sobre isso depois.

Levantei e comecei a servi-los, o jantar foi silencioso, mas Triton ficava tentando me provocar por debaixo da mesa até que belisquei-lhe a mão, só que foi aí que a situação ficou ruim, pois Felipe percebeu e rosnou para Triton, que como meu namorado, não gostou da atitude de um novato.

Os dois se levantaram e ficaram cara a cara, enfiei-me no meio deles e os separei, forcei os dois com meus braços e quanto eles finalmente cederam, senti uma dor horrível no ombro. 

- Vocês podem parar com isso? - gritei. - Pelo amor de Deus!

Felipe parecia um cachorro com o rabo entre as pernas e Triton apenas ficou cabisbaixo.

- Obrigada. - resmunguei. - Agora vamos conversar sobre você. - apontei para Felipe. - Vamos pra sala que eu preciso de um lugar confortável.

Empurrei Felipe para fora e puxei Triton até a sala, os dois se sentaram em cada canto do sofá e novamente fiquei no meio. A noite iria ser longa.

*

Consegui fazer com que Triton explicasse tudo a Felipe, demorou um pouco para que ele entendesse tudo, mas até que ele foi bem compreensível. Depois, tivemos de convencê-lo a ficar por perto, já que tínhamos de observá-lo até ele ficar estável. 

O bom era que Felipe havia conseguido sobreviver, humanos transformados quase nunca  conseguem aguentar o "gene de lobo". 

Você só poderá transformar alguém se for MUITO necessário, entendeu?

Tenho certeza que Gregory não tinha uma boa tutora como a minha.

Você tem que estar como loba e tem que morder a pessoa em um ponto não vital, depois, você tem que voltar a forma humana e fazer o seu sangue entrar em contato com a ferida do escolhido ou escolhida.

Felipe foi escolhido... coitado. E o pior era que ele teria de morar por um tempo na minha casa, mas terá de dormir no sofá.

Eu estava deitada de barriga para cima na minha cama, repassava todos os acontecimentos de hoje. Respirei fundo e fechei os olhos, senti seu cheiro de nozes antes de ouvi-lo entrar no meu quarto, não contive um sorriso quando Triton se deitou no pequeno espaço que havia ao meu lado.

- Já está com saudade? - brinquei.

- Você não imagina como. - abraçou-me e fungou meu pescoço, causando-me cócegas. - Nós não ficamos sozinhos hoje.

- Vou compensar amanhã. - ri baixinho.

Abri os olhos e fitei seus olhos, um caramelo cheio de paixão, virei-me ficando de frente a ele e beijei-lhe os lábios. Ele me puxou pela cintura e usou sua língua para abrir minha boca, enlacei seu pescoço e aprofundei o beijo.

Senti suas mãos passaram pelas minhas costas, arrepiei-me e arranhei-o no pescoço, ele soltou minha boca para morder meu pescoço, mordi o lábio para conter um gemido. Ele continuou com as mordidas enquanto eu sentia meu corpo esquentar a cada toque das suas mãos em minha pele. 

Gemi baixinho, ele sorriu maliciosamente e começou desabotoar a minha blusa enquanto traçava um caminho de beijos. Minha respiração estava acelerada, meus seios começaram a endurecer e senti minha parte mais intima ficar atenta, mas também senti a ereção de Triton e isso me fez sorrir de empolgação.

- Você tem uma pele tão delicada. - comentou enquanto beijava minha barriga. 

Eu não sabia até quando conseguiria manter o controle, na verdade, nem sabia mais se queria ter auto-controle. Rosnei quando ele parou de me beijar para observar meu corpo, corei e o puxei pela camisa para morder-lhe o lábio. 

Soltou um gemido abafado, como eu adoro quando ele faz isso, sinto-me poderosa, sorri maliciosamente. Viro-nos, ficando por cima, sentei-me em seu colo e ele levantou o dorso, tirei minha blusa enquanto ele tirava a própria camisa. 

Beijei-lhe o peito e depois mordi seu pescoço enquanto arranhava seu tórax, puxou meu cabelo fazendo-me olhar em seus olhos, ele sorriu e me beijou. Era feroz e ardente, enfiei as mãos em seu cabelo enquanto ele massageava minhas costas, logo suas mãos estavam no fecho do meu sutiã, recuei um pouco.

Eu não precisei dizer nada, apenas ficamos parados com os lábios colados e as respirações ofegantes, abri os olhos e ele estava me fitando com carinho, ele também não precisou dizer nada para eu entender que ele teria paciência comigo.

- Eu te amo. - afirmou com uma voz doce. 

Eu não respondi porque ainda não tinha certeza dos meus sentimentos, mas o beijei para que ele pudesse sentir tudo que eu sentia naquele momento por ele. 

E minha intenção foi bem sucedida, pois ele me puxou contra seu corpo enquanto aprofundava o beijo, dessa vez, o beijo foi carinhoso e gentil, eu podia sentir a paixão que se passava entre nós.

- Acho que você vai passar a noite aqui comigo. 

- Ainda bem que nós dois somos pequenos. - brincou. - Se não, não caberíamos na sua cama.

- Eu sempre gostei de ser pequena. - falei suavemente.

Antes de colocar minha blusa de volta, Triton colocou a mão no meu ombro esquerdo e me olhou preocupado.

- Não está doendo. - afirmei antes que ele perguntasse. - Você se preocupa demais.

Ele me ajudou a colocar a blusa e depois colocou sua camisa, deu-me mais um beijo antes de me puxar para deitar com ele na cama. Estávamos frente a frente e ele acariciava minha bochecha e meu cabelo, fechei os olhos aproveitando a sensação de não estar mais sozinha. 

Beijei-o mais uma vez antes de dormir e foi bem fácil adormecer estando tão confortável e segura.

*

Acordei com o meu despertador, desliguei-o e abri os olhos, Triton ainda estava com os olhos fechados e dormia. Ergui a cabeça e passei a mão em seu cabelo, depois desci até seu rosto e parei no contorno de seus lábios. 

Depositei-lhe um beijo na testa e me virei para levantar, então ouvi algo parecido com um grunhido, ele havia acordado. Já estava de pé quando ele abriu os olhos e me viu, sorri.

- Desculpe se te acordei... Mas pode voltar a dormir.

- Que horas são? - perguntou com a voz sonolenta.

- Seis e meia. - respondi e sentei ao seu lado da cama. - Antes de eu sair, eu venho te acordar pra conversar com você.

- Tá bom.

Fechou os olhos e respirou profundamente antes de voltar a dormir. Peguei minha roupa e fui até o banheiro, enquanto me trocava, lembrei de quando ele disse que me ama, olhei no espelho e vi que eu estava corada. 

Coloquei as mãos na bochecha, eu queria entender logo o que eu estava sentindo por ele e também queria estar pronta para viver com ele... Viver fazendo parte de uma alcateia.

Respiro fundo antes de sair pronta do banheiro, dou uma olhada na cama, Triton parece um bebê dormindo, rio baixinho, saio do quarto e encosto a porta. Vou até a sala e vejo que Felipe também está dormindo, todo largado, nem mesmo o travesseiro conseguiu ficar no sofá. 

E como sou muito mole, pego o cobertor que estava no chão e o cubro, porque de manhã ainda está um pouco frio. Saio da sala devagar e entro na cozinha, tomo um leite com Nescau e como uma banana. 

Eu estava gostando de ter pessoas em casa, não me sinto mais sozinha desde que conheci Triton, talvez eu tivesse tido uma atração por ele, porém por ser inexperiente acabei não me dando conta... Agora eu entendo o que ele quis dizer com “a garota ainda não tinha percebido“.

Rio de mim mesma, a minha vida estava se tornando bem divertida e pensar que tudo o que eu fiz foi aceitar quem eu sou de verdade.

*

Conversar com Triton logo pela manhã não foi uma tarefa fácil, ele só acordou de verdade e prestou atenção no que eu estava falando quando eu o mordi, ficou um pouco emburrado, mas logo voltou ao normal. 

Tudo o que eu pedi pra ele fazer foi: cuidar do Felipe - isso incluia alimentá-lo, ajudá-lo na mudança de vida e, o mais importante, mantê-lo vivo. Eu tive que implorar para ele passar a manhã com o novato e depois pedir de joelhos para ele não se irritar com as idiotices do Felipe. 

O sorriso e o beijo que ele me deu como resposta ainda me deixam tonta, mesmo agora enquanto estou na faculdade. Ainda bem que o semestre está acabando e logo começam as férias de inverno, julho é o meu mês favorito. 

Eu devia estar sorrindo como uma boba quando ouvi uma conversa de um grupinho de meninas.

- Acharam o assassino morto? - uma menina loira indagou um pouco espantada.

- Disseram que foi suicídio. - uma menina morena assentiu.

- Mas eu fiquei sabendo que ele estava com o pescoço quebrado... Como ele faria isso consigo mesmo? - uma outra loira só que mais alta comentou.

- Cada louco com a sua mania. - a morena suspirou. 

- E quem foi que achou o corpo? - a loira alta perguntou.

- Foi uma ligação anônima pelo que eu soube. - a outra loira explicou.

Pelo visto, a tal amiga de Triton, Lorena, havia feito um ótimo trabalho. Isso só me deixava com mais ciúmes ainda, sinto que não vou sossegar até conhecê-la. 

Na minha cabeça se forma a imagem de Lorena: uma ruiva alta de olhos verdes, com um sorriso brilhante no rosto e lábios finos. Acho que eu - baixinha de cabelo preto e olhos azuis - possa ter alguma chance com essa modelo... Ainda bem que Triton havia se atraído por mim. 

Eu tenho a impressão de que estou me comportando como uma criança, nem parece que eu tenho vinte e cinco, eu estou agindo como uma menininha ciumenta e insegura. 

Olho para frente, o professor começou a aula, suspiro e começo a escrever mesmo que parte da minha mente não esteja nesta aula, e sim no meu relacionamento com Triton. 

Paro de escrever e repito mentalmente: “eu tenho de confiar em nós dois, além de que eu acredito que sou bonita e que eu o atrai”, assinto e volto a me concentrar na aula e eu posso até ter amenizado o ciúmes, porém eu sei que esse sentimento não vai passar muito cedo.

*

Mais uma vez na semana que eu tive de almoçar fora, mas valeu a pena. Estava saindo do shopping depois de ter entregado meu currículo para a gerente da loja de fantasias, Fantashow, e ela até quis conversar um pouco comigo sobre o serviço, espero que me liguem dizendo que consegui o emprego. 

Já no caminho de casa, pego meu celular e vejo que há uma mensagem de Felipe:

“Cadê você? Por que estou trancado na sua casa com esse marginal?!”

Suspiro e não respondo, estou indo para casa, ele pode esperar até lá... Só espero que Triton não tenha lido essa mensagem, assim posso ter esperanças de que Felipe ainda está vivo. 

A tarde estava ficando fria e isso só me deixava mais alegre, ainda mais porque agora eu tinha quem me esquentar. Inspiro profundamente deixando os cheiros familiares da cidade me atingirem, não são meus favoritos, mas eles me dão uma sensação de nostalgia. 

Você se divertiria mais se saísse mais de casa, não sei porque você não gosta de ir comigo fazer compras no centro.

Não leve a mal tia, mas eu não gosto muito de fazer compras... Rio e olho para o céu, as nuvens passam uma calmaria tão boa e antes que eu perceba estou na frente de casa. 

Abro a porta e farejo, nada de cheiro de sangue... Ótimo, os dois ainda estão vivos. Entro e vejo que Triton está vendo TV sentado no sofá, coloco a mochila no chão e sento ao seu lado, ele sorri e me puxa para o seu colo.

Entretanto, antes que a situação fique mais quente, lembro que Felipe pode aparecer do nada.

- Onde ele está? - pergunto. - Ainda bem que vocês não se mataram.

- Ele está bem. - resmunga. - Deve estar dormindo agora.

- No outro quarto, certo?

- Claro.. Eu nunca deixaria outro homem dormir na sua cama. - riu e me beijou.

Desisti de conversar e deixei que ele aprofundasse o beijo, e se Felipe estava dormindo, não havia mal nenhum em termos um momento só para nós. 

Enlacei seu pescoço enquanto ele nos deitava no sofá, ficando por cima de mim, mordi-lhe o lábio e voltei a lhe beijar, com uma das mãos, ele massageava meu seio por cima da minha blusa, eu estava agradecida por ele ter paciência comigo, mas ao mesmo tempo decepcionada porque queria que ele tocasse minha pele. 

Então, ele começou a beijar o meu pescoço e dava algumas mordidas, arfei pois ele estava fazendo uma tortura deliciosa, arranhei-o nas costas. Ele ergueu a cabeça para me fitar, sua respiração estava tão ofegante quanto a minha, sorri empolgada, ele me beijou de leve na boca.

- É incrível o poder que você tem sobre mim. - comentou com os lábios colados aos meus.

- Digo o mesmo. - afirmo.

Não consigo entender completamente o que seus olhos tentam passar para mim, é uma mistura de amor e desejo, sinto as bochechas esquentarem e passo a mão em sua bochecha. 

Ele enlaça nossas mãos e volta a me beijar, com calma, ele começa a se atrever por de baixo da minha blusa, começando pela minha barriga, arqueio as costas, ansiando por seu toque. 

Logo ele chega aonde nós dois queremos, devagar passa a mão de baixo do meu sutiã e acaricia meu seio, sinto-os endurecer. Mordo o lábio enquanto ele trabalha delicadamente com a mão em um dos meus seios, puxo-o e mordo-lhe o pescoço, ele solta um gemido abafado e rapidamente tira a camiseta.

- Que calor é esse? - ergo a cabeça e mordo seu lábio.

- Você é culpada. - afirma ao se sentar no sofá e me colocar de novo em seu colo.

Antes que ele perceba, tiro minha blusa e a jogo no chão, ele sorri e sinto sua ereção bem embaixo de mim. Abro mais as pernas para poder me aproximar mais ainda de seu corpo, ele me puxa e me beija ferozmente, sinto seu desejo aumentar, gemi baixinho quando ele levantou um dos lados do meu bojo e beijou meu seio, estou ardendo em chamas e o desejo mais que tudo, e mesmo assim estou me segurando para não fazer algo de que me arrependa.

Enquanto uma de suas mãos segura meu seio, a outra está apoiada nas minhas costas causando-me arrepios quando seus dedos se movimentam. Ele está me provocando e eu não vou deixar assim, coloco uma das minhas mãos no cós da sua calça e sinto como ele está excitado, pressiono um pouco e ele geme. 

Sorrio contente e o pressiono um pouco mais, em resposta, ele chupa o bico do meu seio, quase jogo a cabeça para trás. 

- Eu também sei jogar esse jogo, Kristine. - afirma com a respiração ofegante.

- Foi você quem começou. - comento sorrindo.

Eu já estava quase certa de que iríamos fazer algo a mais hoje, porém alguém bateu com força na porta, e isso me fez voltar pro mundo real.
 


Notas Finais


E então.. o que acharam desse?
Quis deixar as coisas um pouquinho mais picantes!

Obrigada, meus leitores lindos.


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