História O Cheiro da Lua - Enfim

April

 

As pessoas costumam dizer que o primeiro ano da faculdade é quando você leva um choque da realidade acadêmica, pois bem, eu discordo. O segundo ano de arquitetura estava sendo definitivamente um inferno bem quente e perigoso.

- April! - primeiro sinto um leve arrepio percorrer a minha barriga e respiro fundo afim de me lembrar que somos apenas melhores amigos e isso é coisa da minha cabeça.

- Oi, Josh! - aceno de volta e vou ao seu encontro. - Chegou cedo hoje. - dou-lhe um beijo na bocheca e quase demoro um pouco mais para sentir seu cheiro de maçã verde.

- É que a faculdade terminou mais cedo hoje. - ele sorri daquele jeito inocente e gentil. - Não vai me dizer que desistiu do nosso jantar? - Joshua faz uma cara de magoado fingido.

- Seu besta. - rio e lhe dou um soquinho no braço. - É claro que não desisti, precisamos provar aquele lugar que inaugurou na semana passada.

Seu sorriso me fez esquecer todas as frases de autocontrole que havia criado. 

- Vamos indo? - sugeri antes que ficassemos muito tempo parados nos olhando.

Joshua me ofereceu seu braço como se fosse um cavalheiro, seu rosto segurava o riso enquanto eu fazia cara de princesinha e aceitava o gesto.  

- Espero que não me decepcione, Joshua Hutchins. - falo com uma expressão séria.

O que foi o suficiente para fazer Joshua perder a compostura de tanto rir, e por um breve instante, esqueci-me para onde estávamos indo.

 

Estava com receio daquele dia, mais especificamente daquela noite naquele evento. Por enquanto não havia ocorrido nenhuma briga ou provocações, Joshua permaneceu em seu canto dando-me atenção sempre que Sven não estava muito perto. E Sven estava tentando mostrar que podia ser um ótimo amigo e namorado.

Ainda bem que minha mãe teve um tempo para me dar algumas dicas. Havia humanos e lupinos na nossa "galera", de repente Skye senta ao meu lado e joga aquele sorriso de você vai ter que beijar um deles hoje.

Coro violentamente e tanto Sven como Joshua percebem, tento esconder as bochechas com o cabelo e a almadiçoou com um olhar.

- O quê? - Skye lambe os lábios e se aproxima para sussurrar em meu ouvido. - Você não pode prolongar isso por muito tempo.

- Você sabe que seu irmão é só um amigo e Sven é o ex. - rosno.

- Como você é anciã. - seus olhos se reviram. - Bom, vou como sempre respeitar a sua escolha, mas espero que escolha com o coração.

- Você é a melhor amiga mais boba, nervosinha e compreensiva do mundo. - brinco e ela me abraça apertado.- E vá esfriar o fogo do seu namorado, por favor. - era a minha vez de revirar os olhos, podia sentir o cheiro forte de Jonny.

Já fazia anos que os dois namoravam, eles formavam um belo casal.

- Nunca vou parar de sentir ciúmes dela. - Joshua murmurou meio sem jeito, depois me fitou e sorriu docemente.

Meu coração deu um pulo e sorri de volta, Joshua entendeu como um convite e se sentou ao meu lado. Infelizmente, Sven notou essa aproximação e se sentou do meu outro lado.

- Essa tensão é impressão minha? - minha voz saiu mais fraca do que pretendia.

- Impressão. - os dois disseram ao mesmo tempo.

OK. Agora a situação estava estranha, não me atrevi a olhar para os lados, uma banda tocava logo a frente, fingi estar totalmente concentrada. Então sinto Sven colocar a mão em cima da minha coxa, meu primeiro reflexo foi relaxar, lembrando da época em que namoravamos.

Estranhamente, quando Joshua me chamou e me fitou como se eu fosse a única que existisse no mundo, eu esqueci que Sven estava ao meu lado. A banda ainda tocava, mas meus ouvidos escutavam o seu coração batendo mais rápido e meus olhos captavam todas as suas emoções.

- April! - Sven me chamou, quebrando todo o encanto.

- Sim? - viro-me e o encaro confusa.

- Acho que você já está pronta para escolher, certo? - ele quase rosna quando Joshua se levanta e dá uma desculpa de querer ir ao banheiro.

Mas como eu sabia que ele estava mentindo? Talvez porque suas bochechas estavam extremamente vermelhas, seu coração parecia uma balada pop e seus olhos estavam receiosos.

- Por que você disse isso? - eu o confrontei.

- Do que está falando? - Sven ergue uma sobrancelha.

- Eu não vou escolher nada, na verdade, não tenho o que escolher. - cruzo os braços. - Vocês dois são meus amigos.

- Sabe que nenhum de nós quer só amizade. - ele afirma e sou forçada a fitá-lo ainda mais confusa.

- Eu não vou discutir isso. - levanto-me aflita. - Eu vim aqui para me divertir e não para decidir essas coisas...

- Essas coisas? - Sven se levanta, seus olhos me indicam que algo está errado. - Na verdade, parece que você já fez a sua escolha, porque amigos não podemos ser mais, April. -  e se virou para ir embora.

Meu braço se moveu instintivamente, porém algo me parou, voltei as mãos ao peito e olhei para a lua. Antigamente, eu teria corrido e implorado pelo seu perdão, mas hoje tudo o que eu queria era poder sentir novamente aquela breve e intensa conexão que tive com Joshua.

- Ah, merda. - resmungo sabendo que acabei de entrar num dilema.

 

Por sorte, o meu devaneio só durou até chegarmos ao restaurante, que devo admitir ser incrivelmente cheiroso e lindo. Nós só conseguimos um lugar porque Joshua reservou uma mesa.

- Como sempre, muito astuto. - brinquei e ele corou. Era quase sempre assim, Joshua continuava tímido em alguns aspectos.

- Sempre bom pensar em tudo antes. - e sorriu sem jeito, e mal sabia ele que eram esses sorrisos que me faziam a cada dia pensar mais sobre o que estávamos fazendo como apenas amigos?

*

No dia seguinte acordei com um sorriso bobo no rosto, Kristine foi a primeira a notar e disfarçadamente me ajudou a acobertar, por enquanto, do meu pai.

- Onde você vai? - Triton ergueu uma sobrancelha.

- Skye pediu que eu a ajudasse a escolher a roupa para o aniversário de namoro dela. - expliquei com um sorriso.

- Hmmmm... - meu pai me puxa e me dá um beijo na testa, depois assente me deixando sair.

Skye não estava em casa quando cheguei.

- Como assim ela saiu? - estava perplexa. - Ela foi comprar mais roupa sendo que tem roupas novas?

- Parece que sim. - Joshua se segurava para não rir.

- Do que você está rindo? - coloca as mãos na cintura fazendo minha postura de brava.

- Porque você está com uma pobre cara de abandono. - e então desatou a rir.

- Ahhhh, é assim? - rosno e o empurro.

Joshua cai em direção ao sofá, mas rapidamente me puxa e consegue reverter a situação me deixando por baixo e cutucando a minha barriga.

- Isso é injusto! - grito de tanto rir. - Para, Josh!

- Jamais! - ele ri e decidi parar quando começo a ficar vermelha.

Desabo no sofá e fecho os olhos, em seguida sinto-o se levantar e sentar em frente ao meu rosto. 

- Peguei pesado? - sua voz parece sinceramente culpada.

- Demais. - faço drama e ele revira os olhos sabendo que estou exagerando.

- Já falei para você parar de me provocar. - o Joshua que era menos tímido e mais sedutor aparece.

- Me obrigue. - sento-me no sofá e nossos rostos ficam muito próximos. 

Posso sentir sua respiração ficar mais instável e seu coração acelerar aos poucos. Ele rosna e um arrepio gostoso percorre a minha barriga, Joshua sabe o que acabou de provocar e se gaba com um sorriso.

- É o máximo que consegue? - eu o desafio com um olhar.

- Você que pediu. - ele sorri daquele jeito nada inocente e me pega olhando para os seus lábios. - Pode provar se quiser. 

- Não sei se valeria a pena. - olho-o do meu jeito sedutor e meu corpo pede por seu toque esperando a minha cabeça ceder.

Mas quando seus dedos tocam o meu lábio inferior nem mesmo a minha mente pode controlar o formigamente que percorre todo o meu corpo. Fechei os olhos ansiosa pelo que estava por vir, mas foi nesse momento que Skye decidiu chegar em casa.

*

Enquanto Skye ficava trocando de modelito a cada minuto, minha mente dava rápidas avaliações enquanto tentava entender o que havia acontecido a horas atrás. Joshua queria me beijar e ele teria se a sua irmã não tivesse chegado, o complicado era que eu também queria isso, mas ao mesmo tempo tinha medo de perder a sua amizade assim como foi com Sven.

Nós ainda nos falavamos, é verdade, mas somos mais como colegas do que amigos atualmente. E eu não aturaria ser só colega do Joshua.

 

Sven decidiu se manter distante por um tempo, sempre conseguindo algumas missões por fora da alcateia e me evitando. Aquilo doía, saber que era tão fácil me esquecer.

- Você não devia se lamentar por ele. - Joshua entra em meu campo de visão.

- Como me achou? - indago mal-humorada.

- Estava indo na cidade quando senti seu cheiro, normalmente eu a deixaria em paz, mas dessa vez a sua castanha de caju parecia machucada quase como murcha. - seus olhos me avaliaram com cautela. - Quer que eu vá embora?

Pisco duas vezes, ligeiramente chocada, desde quando ele me conhecia tão bem.

- Não precisa ir. - decido dizer antes que fique sozinha novamente.

Joshua senta-se ao meu lado e sua cabeça se vira para mim.

- Sabe que pode conversar o que quiser comigo, April. - diz gentilmente sem nenhum traço de segundas intenções.

Será que eu poderia realmente confiar nesse novo Joshua?

- Não pense em mim como outra pessoa, eu ainda sou o Joshua tímido e fofo de antigamente. - ele cora e mesmo que pareça ter lido a minha mente, e isso seja totalmente estranho, decido contar o que me irritava.

Eu lhe disse que ainda tinha sentimentos pelo Sven, mas que ultimamente a sua dominância estava sendo sufocante e que o fato de ser esquecida num piscar de olhos era angustiante.

- É impossível ele ter lhe esquecido, na verdade, acredito que seja o contrário, Sven não deve conseguir te tirar da cabeça por isso tem viajado bastante e te evitado. - seus olhos se voltaram para as flores a nossa frente. - Talvez você não devesse desistir, talvez devesse erguer a cabeça e lutar pelo que acha certo.

Minha boca se abriu, incapacitada de proferir algum som, meus olhos ficaram levemente embaçados.

- Por que está dizendo isso? Por que o está apoiando? - indago sabendo que lá no fundo, Joshua gostava de mim.

- Porque eu me importo com você, e por mais que queira sempre estar por perto e saiba que Sven te afastaria de mim, não posso deixar de notar como você está sofrendo por causa disso, então eu não seria um bom amigo se te fizesse escolher a opção que lhe traria mais infelicidade. - e ele sorriu, um sorriso triste e ao mesmo tempo sincero.

As lágrimas que segurei por dias desataram a cair, tentei controlar o soluço, mas foi em vão. Carinhosamente, Joshua me aninhou em seus braços.

- Obrigada. - recupero o fôlego e forço-me a encará-lo. - Que tal um jantar em casa para conversarmos direito como bons e velhos amigos?

Seus olhos relataram o que imaginava, completa confusão. Joshua achava que eu iria correr me jogar nos braços de Sven, contudo as suas palavras me mostraram que não era isso que meu coração queria. O que minha loba, provavelmente, queria era um lobo gentil, sincero e o mais importante de tudo que nos amasse por mais tola que fossemos.

*

No fim, Skye ficou entre dois vestidos, um azul escuro tomara-que-caia e o outro verde claro com uma alça. 

- Eu acho que o azul é mais a sua cara, o verde vai te deixar com cara de santinha, o que é mentira. - sussurro a última parte.

- Sou lupina assim como você, meu bem. - Skye bufa e eu sorrio fofamente. - Mas concordo contigo, Jonny me ama do jeito que eu sou... Safada.

Nos nós entreolhamos e caímos na gargalhada, mal escutamos alguém bater na porta.

- Meninas? - Destiny abre a porta. - Parece que finalmente conseguiu escolher um vestido.

A mãe da Skye sorri sabendo como a filha é complicada quando o assunto são roupas para eventos especiais.

- Bom, agora a senhorita pode ir comigo ao mercado? - Destiny coloca as mãos na cintura.

- Vamos! - Skye, ao contrário de mim, amava mercado e cozinhar. - Você vem, April?

- Não, obrigada. - dou um risinho de podem se divertir sem mim.

- Ahh, já ía me esquecendo. - Destiny me olha atentamente. - Joshua pediu para que você o ajudasse com umas coisas da faculdade.

- Tudo bem. - respondo escondendo a ansiedade.

Depois dessa breve conversa, Skye e sua mãe saíram em cinco minutos, deixando Joshua e eu sozinhos em casa. Já estava indo chamá-lo em seu quarto quando seu cheiro encheu as minhas narinas, viro-me devagar sabendo que agora era a hora da verdade.

- Sabia que não recusaria me ajudar. - ele sorri de modo fofo e faz sinal para que o siga.

Como imaginei, Joshua espera que eu entre em seu quarto para fechar a porta. Sinto um calafrio delicioso quando suas mãos seguram as minhas e me puxam até sentarmos na cama.

- Então... coisas da faculdade? - sinto as bochechas esquentarem.

- Era o único jeito de ela não me encher de perguntas. - ele coça a cabeça e fica totalmente vermelho. - Mas tem algo que você realmente poderia me ajudar.

- Como o quê? - fito-o curiosa.

- Me ajudar a entender o motivo de que toda vez que estamos sozinhos, meu lobo agir sem o meu consentimento. - seus olhos mudam levemente para um mel mais vivo, como se estivesse pegando fogo.

- Como agora? - minha voz sai estranha, meu corpo está me traindo, fazendo-me perder o controle.

- Exatamente como agora. - sua voz me faz querer pular em seu colo.

E novamente estávamos como a horas atrás, meus olhos em seus lábios, seu dedo acariciando meu lábio inferior, posso ouvir seu coração badalando. Joshua se inclina em minha direção e sela cuidadosamente os nossos lábios, é uma sensação nova, uma fagulha que se acende e desliza pelo meu corpo. 

Não conseguia pensar em mais nada, meu corpo agiu por instinto, minha loba no controle. Senti suas mãos me segurarem pela cintura me puxando para o seu colo, abri as pernas e me encaixei. Nossas bocas continuavam grudadas, mas agora Joshua caprichava no beijo, fazendo-me querer arrancar as roupas.

Minhas unhas arranham o seu pescoço e ouço um rouco gemido dele, Joshua nos separa por um segundo só para recuperarmos um pouco de fôlego, mas as provocações não param. Seus dentes roçam o meu pescoço, arfo em protesto e jogo a cabeça para trás.

Sinto seu membro enrijecer e fico louca sabendo que sou a culpada, rosno e invisto em seus lábios, mordo-os e os chupo sem dó. Joshua rosna diante meu comportamente e nos deita na cama, seu corpo me aperta contra o colchão, atiçando a minha loba.

- Em nenhum dos meus sonhos foi tão bom assim. - ele sorri nos dando um tempo de respirar.

- Que bom que não o decepcionei. - brinco e nossos lábios se juntam novamente.

Dessa vez o beijo é mais calmo e profundo, assim como sempre imaginei que seria. Sinto uma de suas mãos apertar a minha bunda e sorriu entre nossos lábios, Joshua rosna e morde o meu pescoço. Arqueio as costas e puxo o seu cabelo.

Meu corpo se acende, ansiando que ele me toque mais e mais. E como se ouvisse o meu pedido, Joshua ergue o corpo e tira a blusa, faço o mesmo com a minha camiseta e em seguida, sua mão se enfia em baixo do meu sutiã e aperta meu seio com força, mas sem me machucar.

- Josh! - chamo-o baixando soltando um gemido em seguida.

Quem diria que Joshua poderia ser tão ousado. Sua boca volta a se encaixar na minha, sua mão prossegue acariciando o meu seio enquanto seu membro duro me pressiona a barriga. Deixo meus dedos se enrolaram nos fios de seu cabelo, minha outra mão crava as unhas em seu ombro.

Enlaço minhas pernas em sua cintura e ouço seu gemido de lobo atiçado, rio de encontro aos seus lábios e nossos olhos se encontram. Por um instante, o tempo pareceu parar e foi como se fizessémos isso sempre.

- Não sei se consigo me segurar mais. - sua voz está rouca e entendo perfeitamente o que ele quer dizer.

- Mesmo se conseguisse, eu não deixaria. - a frase saiu antes que pensasse melhor sobre a mesma.

Joshua sorriu maliciosamente e nos instantes seguintes nada mais importava a não ser os nossos corpos. Em nenhum momento paramos de nos beijar nem mesmo quando nos despimos complemantente. 

- Não vá se arrepender depois. - sua frase carregava um certo medo.

- Jamais. - eu lhe mordo o lábio inferior e rosno pedindo por ele.

Seu sorriso me aquece antes de sentir seus dedos analisando a minha intimidade, jogo a cabeça para trás ciente dos gemidos que estou soltando, entretanto não sinto vergonha. 

- Minha April. - ele rosna em meu ouvido me enviando mais uma deliciosa onda de choque antes de me penetrar bem fundo.

Eu grito surpresa e recebo um beijo para me calar, então o movimento começa fundo e deliciosamente lento, gemo entre as estocadas dizendo coisas que nunca proferi antes. Eu o chamo pelo nome, peço por mais e mais rápido, rosno e gemo em sua boca. 

Joshua é mais contido, mas ouço-o me elogiando, clamando-me como sua, o que só me deixa mais excitada. De repente, sua boca me solta e seus dentes atacam o meu mamilo, eu pego fogo e não consigo mais segurar o orgasmo. Ele chega rápido como uma explosão repentina, duas estocadas depois Joshua se desmancha dentro de mim.

Nossos corpos estão suados e grudados, mas não sinto nojo, apenas uma vontade insana de lambê-lo todinho e transar mais uma vez.

- Quem diria... - sua voz é suave e me tira da vontade de fazer sexo de novo.

- O quê? - indago assim que recupero o fôlego.

- Eu e você... de melhores amigos para... - seu rosto cora e sei que o Joshua não-selvagem está de volta.

- Amantes. - tasco-lhe um beijo nos lábios. - Acho até que demorou para acontecer. - enrusbeço.

- Você acha? - ele ri e se joga ao meu lado da cama.

Viramos, ficando um de frente para o outro e nos beijamos, depois Joshua nos cobriu com o cobertor e ficamos conversando sobre tudo, desde coisas infantis como nossa infância até o dia de hoje e nosso momento de amor.

*

Joshua veio comigo até em casa, no começo estranhei, mas ele insistiu que eu não deveria andar sozinha de noite e soltou de modo fofo que gostaria de passar mais tempo comigo. 

- Já disse o quanto amo os seus dois lados? - paramos em frente a porta de casa.

- Meus dois lados? - ele ergue uma sobrancelha completamente confuso.

- Sim... - colo nossos corpos e ele sorri. - O Joshua que está aqui agora, aquele que é irresistivelmente carinhoso e tímido, e o Joshua de hoje à tarde que é deliciosamente fogoso.

- Bom saber. - seu beijo é profundo e apaixonante. - Agora só falta comunicar o senhor Cerutti.

Então era por isso que ele queria vir comigo, rio da sua pequena surpresa e lhe convido a entrar. A família inteira estava na sala, até os gêmeos que brincavam aos pés dos meus pais.

- Boa noite. - Joshua sempre educado.

Minha mãe já deu aquela piscadela de vai fundo, norinho. Em seguida, meu pai nos fita atento e sem tirar nenhuma conclusão, mas então seus olhos param em nossas mãos entrelaçadas.

- Ahhh... de novo não. - Triton resmunga mais alguma coisa e se levanta vindo até nós. - Precisa falar comigo, Joshua?

E lá vinha o olhar ameaçador, felizmente surpreendi-me com Joshua o olhando de frente sem fraquejar, não que eu o ache um covarde, só que ele nunca foi muito de confrontar os outros lobos.

- Preciso sim. - diz sério. - Eu vou ser direto para não parecer enrolação, eu quero namorar a sua filha e vim pedir permissão, e não saio daqui sem consegui-la.

Triton abre a boca, mas depois a fecha e ri alto. Joshua havia ganhado o meu pai!

- Garoto corajoso. - ele diz assim que minha mãe se coloca ao seu lado. - Acho que ele merece um voto de confiança, amor?

- Ele já tem o meu há muito tempo. - Kristine sorri.

- Então está decidido. - meu pai faz como se fosse derrotado. - Você pode namorar a minha filha, entretanto se você não a respeitar... Ah, Joshua saiba que nem seu pai conseguirá te salvar.

- Ele não vai precisar me salvar, pois eu nunca faria nenhum mal a April. - afirma com um sorriso sincero.

Meus pais se olham e assentem, então Joshua me puxa para fora onde faria o pedido apropriadamente com a Lua de testemunha.

- Adoro você sendo romântico. - deixo escapar e coro em seguida.

- É mesmo, April? - ele segura o sorriso malicioso.

- Bobo! - rio antes de seus lábios me calarem.

- Eu sei que vai parecer clichê, mas é a verdade... - ele cora e fica completamente sem jeito. - Eu sempre quis ter você ao meu lado, pode parecer absurdo, mas eu viagei tentando te esquecer, só que voltei ainda mais determinado a te conquistar.

- E deu certo. - enlaço seu pescoço prestando atenção em cada movimento fofo dele. - Meu Amaterasu, como pude ser tão cega?

Joshua morde o lábio sem saber como me responder e por fim decide que estava na hora.

- April, você me daria a honra de ser seu namorado? - sempre tão cavalheiro, sua mão segura a minha e seus olhos focam nos meus.

- A honra é toda minha. - murmuro de um jeito sedutor. - Por ter um namorado tão perfeito.

- Não exagere. - ele rosna e fechamos os olhos para aproveitarmos mais alguns beijos.