Ren
Abro os olhos espreguiçando-me, em seguida sinto o cheiro familiar da minha namorada: amora. Sua cabeça repousa em meu peito e sua perna me abraça possessivamente, seguro o riso e lhe dou um demorado beijo na testa.
- Bom dia, flor. - sussurro.
- Hmmm... - ela abre os olhos e um sorriso meigo surge em seus lábios. - Bom dia, meu garanhão.
Dito isso, Lidia acordou instantaneamente como se nem tivesse dormido. Ela pula para o meu colo e me chupa sem aviso prévio, minha voz fica presa na gargante devido a surpresa.
- Não sei como ainda se surpreende. - ela me provoca com os olhos e volta a me colocar na boca.
- Nem eu. - agarro seu cabelo e tombo a cabeça para trás.
Lidia era uma mulher de outro mundo, ela conseguia me deixar louco com uma simples piscadela.
- É tão bom acordar com você ao lado. - ela rosna assim que me faz chegar ao ápice e engatinha para cima de mim.
- O que fazer com você? - brinco com um sorriso malicioso. - Acho que você merece um agrado.
Seus olhos pegam fogo e sua cabeça concorda ansiosamente, então Lidia se posiciona ficando de joelhos em cima da minha cabeça, fico um tempo observando seu corpo nu antes de apertar sua bunda com força e investir na sua intimidade.
Lidia se apoia na parede enquanto rebola com a minha boca, seu gosto já se tornou um vício para mim. Faço do jeito que ela mais gosta, a língua em círculos enquanto meus lábios roçam em seu clitóris, chupo uma última vez bem devagar e Lidia se derrete.
- Ren! - ela grita e se recompõe sentando em meu colo e me beijando. - Chega de brincar. - ela rosna e morde o meu lábio no mesmo instante que senta no meu pênis. - Tão bom!
Ergo o corpo e seguro sua bunda ajudando-a a manter o ritmo forte, gememos juntos até o final, por Amaterasu que estavamos na minha cama e não na dela. Se Patrick nos ouvisse, com certeza teria me matado.
- Você é demais... - ela murmura assim que se joga ao meu lado.
Viro-me puxando-a até o meu peito e ouço-a ronronar, beijo sua testa, depois seu nariz e por fim seus lábios.
- Eu te amo, flor. - lhe faço carinho nas costas.
- Ohhh... eu com certeza amo mais, garanhão. - Lidia sorri e me beija possessivamente. - Você é só meu.
Já estava pensando em fazer uma piada quando o barulho de pessoas entrando em casa e gritando nos alerta. Pulo da cama, visto um shorts largo e vou em direção a sala com Lidia logo atrás de mim, vestindo apenas calcinha e camisola.
Avisto minha irmã no meio de dois machos bem bravos, o namorado e o ex. Lidia me cutuca sabendo que eles não podem brigar, o lobo que perdesse provavelmente ficaria muito machucado ou pior.
- Ei! - grito e os três me encaram. - O que está acontecendo?
Não que eu precise perguntar para saber, estava bem óbvio que Sven não admite que a April namore o Joshua, porém Joshua quer defender o que é seu.
- Não é da sua conta, Ren. - Sven rosna.
- Você está na minha casa, falando com a minha irmã... Acho que isso é muito da minha conta. - rosno de volta.
- Ren, não o provoque, por favor. - April me pede.
Irritava-me o fato de Sven se achar tão dominante quanto seu pai, suspiro e peço para Lidia voltar para o quarto, mas ela se nega.
- É o seguinte, você está incomodando a minha irmã e a minha namorada. - explico tentando parecer calmo.
- Ren, com todo o respeito, vai foder a loirinha do Patrick e deixa os homens discutirem. - Sven revira os olhos e nos ignora.
- Agora eu entendo porque minha irmã não te quer mais. - respondo e ele volta a me encarar. - Virou um saco de merda falante.
Talvez eu tenha exagerado, mas naquela momento não importava. A situação só ficou feia quando o Sven veio para cima de mim, April se colocou a minha frente.
- Sven, deixe o meu irmão em paz. - sua voz é calma, mas eu sei que está com medo. - Ele só está me protegendo, e eu realmente acho que você deve ir embora.
- Tudo bem, April, eu vou. - seus olhos continuam tentando me queimar. - Mas antes eu vou arrebentar esse moleque.
Entretanto não fui eu que recebi um soco e sim Joshua, que caiu no chão com a mão na boca. Joshua se levanta rapidamente e indireita a mandíbula fazendo um barulho arrepiante.
- Eles vão se matar. - Lidia começa a tremer.
- Lidia, chame meus pais. - April pediu.
Lidia era ágil e discreta, conseguindo passar por trás deles e chegando a porta em segurança. Tentei esquecer o fato de que a minha loba estava com uma roupa indecente para sair, e foquei no que estava ocorrendo na sala.
- Você bate que nem um gatinho. - Joshua sorri e lambe o sangue que estava em seus dentes.
- Seu... - Sven avança e os dois começam a trocar socos.
Não faço ideia de quem está "ganhando", mas de repente alguém entra e imoiliza os dois no chão. Vejo Kristine com um olhar irritado mantendo Joshua no chão e Triton com uma cara de poucos amigos prendendo Sven no chão.
- Quantas vezes eu já pedi para vocês não brigarem na minha sala! - minha mãe rosna.
- Vocês conseguiram irritar a minha companheira, ponto para os idiotas. - meu pai revira os olhos.
Então April desaba no chão enquanto chora sem parar, sento ao seu lado e a abraço.
- Eu não posso viver assim... - choraminga.
- Mãe... precisamos por um fim nisso. - explico.
Vejo Lidia entrar na casa e em seus pés vem meus irmãos, na verdade, vem os lobos dos meus irmãos. Eles sempre se transformavam quando o humor da Kristine se alterava muito.
- É o seguinte, a minha filha, April, namora o Joshua. - Kristine rosna. - Sven, se você não gosta disso e acha que a minha filha pertence a você, bom, devia ter pensado nisso antes de ser um grosseiro filho da mãe.
- Joshua, não o culpamos por querer defender o que é seu. - meu pai diz agora mais calmo. - Mas brigar não vai ajudar em nada além de que vai deixar a April triste.
Então os quatro se levantam e enquanto Sven faz cara de bunda e encara Joshua com raiva, o namorado da minha irmã exala um cheiro de culpa enquanto a vê choramingar.
- April? - ele a chama e seus olhos se encontram. - Eu sinto muito, não estava pensando direito.
- Você nunca pensou direito. - Sven rosna e leva um soco da minha mãe.
Triton assim como todos ficou pasmo, Sven bufa sabendo que não pode fazer nada.
- Você quer brigar? - Kristine se coloca a frente dele. - Vamos lá fora.
- Kristine! - Triton lhe encara furioso.
- Não me tente! - ela lhe aponta um dedo e dá as costas saindo da casa. - Vamos logo, pirralho!
Todos saímos, April parou de chorar e está completamente chocada assim como o resto da família, tirando os gêmeos que estão brincando em nossos pés.
- Tem certeza? - Sven ri. - Eu sei que você é forte e dominante, mas não tem chance ou está pensando em pedir ajuda ao seu companheiro?
Eu quero arrancar aquele sorriso estúpido da cara dele, como ele ousa falar assim com a minha mãe?
- Não preciso do meu lobo para te dar uma lição. - Kristine ri. - Venha! - ela faz sinal com a mão.
- Primeiro as damas. - Sven faz uma rápida reverência.
- Burro. - meu pai sorri. - Ele não faz ideia que vai apanhar feio.
- Sério? - Lidia indaga.
- Só assistam.
Minha mãe não é tão forte quanto a maioria dos lobos, mas a força não importa se eles não conseguirem tocá-la. Kristine se esquivava de todos os golpes e acertou bons chutes e socos, mas ela começou a ficar mais lenta e recebeu um chute no estômago.
Meu pai estala os dedos da mão, certamente querendo matar o Sven por encostar na sua amada. E para a surpresa de todos, inclusive de Sven, Kristine gospe um pouco de sangue e depois ri.
- Ah, garoto, fazia anos que não sentia essa adrenalina. - seus olhos estão muito brilhantes como se a loba dela estivesse no controle. - Isso é tudo que tem?
No instante seguinte Sven estava de costas no chão com o joelho de Kristine em seu pescoço.
- Cresça antes de querer reinvidicar uma mulher para você. - e o solta vindo para a nossa família. - Gostou, amor?
Meu pai a puxa e lhe beija profundamente.
- Se fizer isso mais uma vez, eu juro que te amarro em casa para você parar com essas loucuras. - ambos riem.
*
Não sei como Sven se desculpou, apenas decidi voltar para dentro de casa enquanto os três resolviam isso. Curiosamente Lidia e meu pai estavam na cozinha, Kristine estava sentada no sofá ajudando os gêmeos a voltarem a forma humana.
- Mamãe está bem, podem relaxar. - sua voz é doce.
Então seus olhos me fitam e fico um pouco envergonhado por não ter sido útil.
- Que cara é essa, meu lobinho? - estende os braços.
Entrego-me e sento ao seu lado, abraço-a e fecho os olhos, seu cheiro é tão aconchegante.
- Você já se sentiu inútil? - pergunto abrindo os olhos para encará-la.
- Já. - afirma séria. - Mas você nunca foi inútil, meu amor. - ela sorri daquele jeito delicado.
- Hmmmm... - murmuro e ouço meu pai voltando.
Lidia trazia um pano com gelo e meu pai algumas frutas, eles nos oferecem e depois obriga a minha mãe a dizer onde estava doendo.
- Como soube que ela estava com dor? - Lidia pergunta tão curiosa quanto eu.
- Anos de convivência. - Triton responde e sorri agradecido. - E você, Kristine Moore Cerutti, trate de se cuidar... Onde já se viu desafiar o filho do alfa!
- Não importa quem seja quando mexe com a minha família. - ela resmunga em resposta.
Triton respira fundo e se senta ao seu lado antes de puxá-la para o seu colo, Kristine ri e os dois se beijam demoradamente. Vejo Lidia ficar maravilhada com a relação deles, o que não era surpresa já que minha namorada era uma romântica incurável.
- Eles são lindos. - murmura baixinho.
- São mesmo. - sorrio e vejo que meus irmãos voltaram a ser humanos.
Andrew, o mais sapeca, pula no colo da mãe e belisca o braço do meu pai, esqueci de mencionar que ele é ainda mais ciumento do que eu. Já Collin estava de baixo só observando, ele era demasiado tranquilo.
- O que foi, meus amores? - Kristine ri e abraços os dois, colocando-os em seguida em seu colo.
- Estou sentindo uma aura de briga de posse aqui. -Triton sorri e beija-a na bochecha.
- Minha mama! - Andrew faz um barulho parecido com um rosnado.
- Culpa sua por ser tão possessivo. - minha mão revira os olhos e dá atenção ao seu filho ciumento.
- Ren. - ouça a voz fina e doce de Lidia e em seguida sua mão tocar a minha coxa.
- Diga, minha flor. - coloco toda a minha atenção nela.
Sua bochecha cora um pouco e admiro a sua beleza, sorrio e ganho um beijo rápido.
- Preciso ir para casa. - faz um bico. - Meu pai pediu para que eu voltasse, mas ele disse que você pode jantar em casa hoje.
- Tudo bem. - levanto-me com ela e lhe abraço demoradamente. - Prometo aparecer para o jantar.
- Não se atrase. - ela ri e me dá mais alguns beijos antes de se despedir da minha família e sair.
*
Passo o resto da tarde na companhia da Kristine, fazia dias que não tínhamos um tempo só nosso. Os gêmeos estavam dormindo, meu pai tinha ido visitar o alfa e minha irmã havia saído com o Joshua.
- O que será que o Fernando tem para falar com o papai? - pergunto assim que terminamos de preparar a janta.
- Deve ser algo importante para estar demorando tanto. - ela bufa, mas depois me dá um sorriso. - Não se preocupe, devem estar colocando a conversa em dia.
- Talvez. - desvio o olhar e me direciono à sala.
Ligo a televisão e sento no sofá, segundos depois Kristine está ao meu lado com seu melhor sorriso curioso.
- Tudo bem, o que você quer saber? - cruzo os braços
- Como vão as coisas com a Lidia? - ela não esconde o sorriso.
- Muito bem. - começa a rir e ganho um beijo na bochecha.
- Meus bebês cresceram muito rápido. - ela faz um bico como se fosse uma criança mimada. - Espero que os gêmeos cuidem mais da mamãe.
- Mas eu cuido de você ainda! - sei que ela está fazendo drama, mas não consigo evitar. - Não diga essas coisas, mãe!
Porém antes que ela possa continuar com a sua encenação, meu pai chega em casa com uma cara nada feliz. Kristine se levanta, eu a acompanho enquanto Triton nos faz sinal para seguí-lo até a cozinha.
- O que houve, pai? - indago ligeiramente preocupado assim que entro na cozinha.
- Descobri o motivo do Sven estar agindo estranho. - comenta com um suspiro. - Fernando está enfrentando uns problemas com um grupo de lupinos que querem fazer parte da alcateia.
- Não entendi o problema. - murmuro sem jeito.
- Fernando não confia neles, algo no grupo o fez recusar a entrada deles, e quando um alfa desconfia de alguém é melhor seguir o conselho. - meu pai ergue uma sobrancelha.
- Eles não aceitaram muito bem a resposta do alfa, certo? - minha mãe cruza os braços pensativa.
- Exato. - ele rosna. - O grupo está hospedado em algum lugar na cidade, e Fernando teme pela alcateia, pelos membros mais fracos no caso, e meio que isso está sobrecarregando o Sven também.
- Faz sentido. - Kristine assente e depois sorri. - Então só temos que erradicar o problema, simples.
- Nem pense nisso! - Triton a puxa pelo pulso e por algum motivo, sinto que não vou gostar do que está para acontecer. - Você não vai se colocar em risco de novo!
- Eu não sou feita de vidro, Triton Cerutti! - ela rosna em resposta e se solta. - E você sabe muito bem que eu posso ajudar sem ter que lutar diretamente. - ela se vira e sai nervosa em direção à sala.
- Por que ela não consegue entender? - meu pai bufa e depois me encara. - Precisamos da sua irmã, agora!
- Vou ligar pra ela. - afirmo. - Pai, eu entendo que você tenha medo de perder a mamãe, todos nós temos, mas tratá-la como um objetivo frágil e escondê-la dentro de uma caixa só vai piorar as coisas.
- Sei disso. - ele sorri e o cansaço fica evidente em seu rosto. - O grande problema é que ela não ajuda muito.
- É a mamãe. - digo e acabamos rindo.
Então, meu pai passa por mim dando uns tapinhas em meu ombro.
- Bom, eu vou mimar a minha loba antes que tenha que dormir no sofá. - ele brinca. - Enquanto você pede para a sua irmã vir para casa, por favor.
- Pode deixar. - concordo com a cabeça.
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