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História O Cheiro da Lua - Normalizando a vida


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Yop, novo capítulo.

Boe leitura

Capítulo 27 - Normalizando a vida



Giulia estava aos pés da maca e me encarava, parecia que estava procurando briga. 

- Você deu sorte dessa vez, Kristine. - começou com uma voz profissional. - Mas se continuar a fazer o que você bem entender, o conselho terá de te punir.

- Você não faz parte do conselho. - digo enquanto ergo de leve o corpo e consigo ficar um pouco mais ereta. - Porque se o Fernando, que é o alfa, faz parte do conselho, você não pode por causa da regra de não poder ter casais.

Ela ficou quieta por um instante, provando que eu estava certa.

- Isso não significa que eu não posso ajudar o conselho a te punir. - trincou os dentes.

- Me punir? - encarei-a. - Eu não fiz nada de errado.

- Não fez? - riu forçadamente. - Primeiro você fugiu, provocando os caçadores e então eles vieram para cá!

Eu ia me defender, mas ela continuo falando.

- Depois, fugiu da enfermaria e foi para a batalha... você podia ter ferrado com tudo!

Respirei fundo e mantive o tom calmo para não falarem que eu fui mal-educada com a companheira do alfa.

- Primeiro, eu tive que sair sem ninguém saber... a vida de uma amiga minha estava em jogo. 

- A mesma que nos atacou e a mesma que se matou. - revirou os olhos. - Grande sacrifício o seu.

Mordi o lábio e me controlei ao máximo para não mandá-la para aquele lugar.

- Segundo, eu não fugi, porque ninguém me disse que eu não podia sair da enfermaria. - debocho. - E outra... eu não atrapalhei ninguém e se duvidar, ajudei mais que você!

Então, ela começou a ficar vermelha e eu achei que ela fosse explodir, mas no último instante, ela respirou fundo.

- Cuide-se, Kristine Moore. - e saiu batendo a porta.

Triton e o outro homem entraram logo em seguida, meu companheiro com uma cara alarmada e o outro se controlando para não rir.

- Eu juro que me controlei ao máximo. - afirmo assim que eles fecham a porta.

- Triton, sua companheira é um arraso! - diz o homem rindo.

Triton suspirou e riu um pouco, depois puxou uma cadeira e sentou ao meu lado.

- Kristine, este é Patrick Estruff, ele é o médico que está de olho em você. - brincou.

- Ah.. prazer. - dou um leve sorriso e estendo a mão.

Ele se aproxima e sorri, sinto de leve o cheiro de milho que ele exala. Percebo que meu olfato está um pouco fraco, porque só consegui sentir seu cheiro quando Patrick se aproximou.

- Kristine? - Patrick me chama. - Ela sempre muda de mundo assim?

- Às vezes, ela é muito pensativa... ou só está desatenta mesmo. - Triton responde enquanto me observa.

- Por quanto tempo eu dormi? - indago.

- Só algumas horas, hoje ainda é quinta. - Patrick responde. - Você tem a noite de hoje e sexta para se recuperar.

Não preciso pensar muito para entender... sábado é o dia da nossa união. Olho para Triton e vejo que ele está pensativo. 

- Vai dar tudo certo. - toco em sua mão e ele sorri.

- Bom.. você já pode ir embora. - Patrick entrega para Triton uma folha. - Aqui estão alguns medicamentes caso ela sinta dor de cabeça ou mal estar ou qualquer tipo de dor.

- Obrigado. - Triton pega a folha, dobra-a e guarda no bolso da jaqueta.

- Ela já pode ir andando se quiser... - Patrick para de falar assim que vê Triton me arrancar da cama e me pegar no colo. - É... eu acho que ele não vai deixar você andar.

- Não mesmo. - Triton revira os olhos.

- Super protetor. - afirmo e rio baixinho.

- Então não tenho que me preocupar de vocês fazerem sexo esses dois dias, certo?

Triton encara Patrick com uma cara de você não perguntou isso.

- Está bem. - Patrick ergue as mãos como se pedisse paz. - Eu já entendi.

- Você está ficando mais esperto, Patrick. - Triton sorri e passa por ele para poder sair do quarto.

Assim que estamos chegando a porta da enfermaria, Patrick nos chama.

- Ah, mais uma coisa. - ele dá uma arrumada no cabelo. - Na lua de mel, vocês podem fazer de tudo... ela já vai estar bem... ela tem uma recuperação muito boa e... acho melhor eu parar de falar, não é?

Eu assenti como se pudesse avisá-lo da íra que Triton estava emanando. Seu cheiro demonstrava que ele estava quase estrangulando o médico.

- Tchau. - Patrick acena e entra em outro quarto.

Suspiro e Triton se acalma de novo, dá meia volta e sai da enfermaria. Lá fora está um pouco frio, na verdade, está uma delícia. E estou louca para voltar pra casa.

*

Como eu suspeitava, Triton não me deixou nem sair da cama, até implorei pra ele me deixar ir na sala.

- Você precisa de um lugar confortável para descansar. - afirmou enquanto me cobria.

- Mas o sofá é um lugar confortável. - faço uma voz manhosa. - Por favor.

- Se eu deixar você ficar no sofá, você promete que não vai levantar e vai descansar de verdade? - ele me encara.

- Prometo. - dou um sorriso.

Ele suspire e ri baixinho, estendo os braços como uma criança que pede colo. 

- Menina dengosa. - ele brinca e me pega no colo.

- Você me escolheu, agora aguenta. - rio enquanto saímos do quarto.

Logo chegamos na sala, Triton me coloca no sofá e depois senta na ponta deixando que eu encoste a cabeça em seu colo.

- Será que tem alguma coisa passando de bom? - pergunto assim que ele liga a TV.

- Eu acho que não... quinta à noite nunca tem algo bom. - resmunga.

Enquanto ele ia mudando os canais, fechei os olhos e me concentrei em relaxar. Minhas pálpebras estavam pesadas e minha respiração profunda, mas eu estava me sentindo muito bem.

Até acredito que estarei cem por cento para o dia da união. Triton começa a me fazer um cafuné na cabeça e eu quase adormeço, mas ainda quero conversar com ele, por isso abro os olhos devagar.

- Sabe... eu achei que fosse perder você. - murmuro.

- Você nunca vai me perder. - afirma. - Eu prometi, lembra?

- É claro que eu lembro. - rio. - Eu fiz o maior escandâlo naquele dia.

Antes que ele responda, lembro-me direitinho do dia.


Felipe havia morrido fazia duas semanas e Triton havia recebido uma missão importante do conselho.

- Eu não acredito que eles querem que você vá investigar isso! - grito.

- Kristine, acalme-se. - tocou em meu ombro.

- Não venha pedir pra eu me acalmar! - tiro sua mão de mim. - Eu não quero que você vá fazer algo tão perigoso!

Triton abre a boca, mas eu continuo falando... é a primeira vez que luto tanto por alguém.

- Eu não quero mais perder ninguém! - abraço-me e mordo o lábio. - Eu já estou cansada das pessoas me abandonarem!

Imagens de meus pais, de Tia Ju e de Felipe aparecem em minha mente. Então antes que eu me controle, eu já estou me ajoelhando no chão e chorando.

- Kristine.. - ele ajoelha na minha frente.

Eu me jogo em seus braços e seguro com força em sua camiseta.

- Não quero que você vá. - murmuro com medo do que ele vá responder.

- Eu tenho que ir. 

Dói tanto. 

- Mas eu prometo que vou voltar pra você. - ele ergue meu queixo.

As lágrimas continuam caindo, não sinto confiança nas palavras dele, porém eu sei que confio nele.

- Você promete de verdade? - tento segurar o choro.

- Eu prometo. - sorri e limpa as minhas lágrimas. - Vou voltar e te fazer a mulher mais feliz do mundo.



Triton sempre achou que aquela promessa foi o suficiente para me acalmar, entretanto, ele nem imagina que chorarei durante todos os dias. E que cheguei a me desesperar na solidão de casa.

- Kristine? - seus olhos caramelos me observam.

- Oi. - dou uma risada. - Desculpe, estava no mundo da lua. 

- O pensativo ou o brisado? - ele ri e beija minha testa.

Dou um grande sorriso, pois tenho a vista mais linda do mundo: o rosto do meu companheiro logo acima de mim, com a barba para fazer e o cabelo bem desarrumado. 

- Você é muito lindo, sabia? - levanto o braço e toco seu queixo.

- Você faz ideia do quanto você é linda? - segura a minha mão e a beija. 

- Eu te amo. 

É tão gostoso dizer isso quando temos certeza do nosso sentimento.

- Eu te amo muito, minha garota desobediente. - dá mais um beijo na minha mão e depois a solta devagar.

- Não sou desobediente. - resmungo.

- Não. - revira os olhos. - Quer que eu relate suas rebeldias? 

Fito-o e noto que ele está brincando.

- Relate. - provoco-o.

- Primeiro, você saiu de casa sem avisar ninguém. - comenta. - Depois, você foge da enfermaria e quase se mata.

- Por que quase me mato? - indago. - Eu não tive nenhum arranhão na floresta.

- Ainda bem, porque se tivesse tido estaria morta. - sua voz saiu um pouco séria agora. 

Pisco duas vezes um pouco atordoada.

- Kristine, eu vi como você estava. - afirmou. - Seu corpo estava no limite, mas a sua mente estava a mil.

Ficamos em silêncio por pouco tempo, mas pareceu uma eternidade.

- Eu sinto muito. - murmuro. - Eu não queria preocupar ninguém.

- Eu sei que não queria, mas você age muito com o coração... na maioria das vezes.

- Isso é muito ruim? 

- Na verdade, não. - responde. - Mas tudo em excesso é ruim.

- Eu vou me controlar melhor na próxima, prometo. - sorrio de leve.

- E você acha que eu vou deixar você participar de outra batalha de novo? 

Olho-o pasma, como ele pode ser tão mandão?!

- Como é?

- Você entendeu. - afirmou secamente. - Você só irá participar de outra luta se for extremamente necessário, caso contrário, não!

Eu ia começar uma discussão, mas me segurei porque achei que ele estava, ainda, muito extressado por causa de tudo o que aconteceu.

Respirei fundo e fechei os olhos, Triton não disse mais nada e eu decidi que seria melhor deixar o sono me tirar um pouco dessa tensão.

*

Eu acorder na cama, deduzi que Triton deva ter me trazido para cá. Espreguiço-me e vejo que meu celular está em cima do meu criado-mudo, pego-o para ver as horas: dez e meia.

Ergo o corpo e reparo que há uma voz feminina dentro de casa, tento reconhecê-la, porém não parece ser de nenhuma das lobas que eu conheço.

Peguei-me em um conflito interno, será que eu deveria sentir ciúmes? Ou até mesmo desconfiar dele? Contudo, não tenho tempo de pensar na resposra, porque escuto a porta da frente sendo fechada e a voz havia sumido.

Segundos depois, Triton entra de fininho no quarto, eu rio e ele sorri quando percebe que eu estou acordada.

- Achei que você fosse dormir até amanhã. - sentou-se ao meu lado. - Está se sentindo bem?

- Me sinto bem sim. - sorrio e beijo a sua bochecha. - E você? Já está mais calminho?

- Calminho? - ele ergue uma sobrancelha. - Por que diz isso?

- Oras, você estava meio extressado. - murmuro.

- Não estava. - afirma.

- Se você está dizendo. - concordo com ele para não iniciarmos uma discussão.

Triton não fala mais nada e se levanta, entra no closet e começa a trocar de roupa. Suspiro e saio da cama, meu corpo ainda está um pouco pesado, porém minha cabeça parece estar bem mais irritante neste momento.

Reviro os olhos quando ouço-o me chamar e saio do quarto, vou até a sala e penso em sentar no sofá, mas paro-me quando sinto o cheiro de uma loba.

Um ciúmes forte me toma, respiro fundo.

- É só uma amiga dele, só isso. - murmuro para mim mesma.

Passo pela sala e entro na cozinha, dou uma olhada e vejo como ela está impecavelmente limpa. Dou um sorriso e esqueço um pouco o ciúmes, até que entro mais na cozinha e sinto - mais uma vez - o cheiro da loba.

Sinto como se ele estivesse impregnado na minha casa, agora estou enciumada e com raiva. Mordo o lábio e caminho até a geladeira, abro-a e pego suco de maracujá.

- Espero que isso me acalme. - resmungo.

- Acalmar para quê? - Triton aparece na entrada na cozinha.

- Nada. - respondo rapidamente.

- Nada? - observa-me e vem até mim. - Você não sabe mentir.

Não estou mentindo, estou omitindo fatos, apenas penso.

- Não é nada... é sério. - afirmo enquanto tomo o meu suco.

- Kristine. 

Ele segura uma das minhas mãos e sorri, quase esqueço da minha raiva, porém noto que o cheiro da loba está até nele.

- Ah não! - empurro-o não com muita força. - Já chega!

Triton me olha espantado e estende a mão para me tocar.

- Não toque em mim até me explicar direitinho o que ELA estava fazendo aqui! - quase rosno.
Agora que eu havia começado, eu não pretendia sair dessa conversa sem saber de tudo.
 


Notas Finais


Mo-chan terminou em drama de novo, é que eu não resisti shauhuahs

E uma pergunta... acham que vai dar rolo por causa dessa nova loba? Ou a Giulia será um obstáculo ainda maior?


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