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História O Cheiro da Lua - Pimenta


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 28 - Pimenta



Triton estava com uma cara muito confusa e ao mesmo tempo receosa, ele devia estar com medo da minha íra, porque eu sentia que ía explodir.

- Ela? - ele indaga com cuidado. 

- A mulher que estava aqui antes de você ir pro quarto. - quase cuspo as palavras de tanto nojo.

- Ah... era a Melissa.

Eu bufo de raiva e Triton, finalmente, parece entender aonde eu quero chegar.

- Eiei! - ele ergue as mãos em sinal de inocência. - Não é nada do que você está pensando.

- Não? - rio falsamente. - Então me conte, o que é?

- Ela é um amiga minha, eu a conheço há muito tempo. - começa. - Ela veio até aqui ver você, ela queria te conhecer.

As vacas roubadores de homens alheios adoram conhecer suas rivais, esse pensamento martela na minha cabeça e está faltando pouco para eu o dizer em voz alta.

- Ela queria me conhecer, que amor. - digo sarcasticamente. - E ela aproveitou e impregnou com o cheiro dela a sala, a cozinha e, provavelmente, algum outro cômodo que eu ainda não fui.

Triton abre a boca, mas eu não o deixo falar.

- E sabe o que é melhor? - encaro-o. - Você está cheirando a ela!

Eu continuo falando, mas agora coisas que nem eu mesma entendo. Estou magoada, e talvez eu até esteja exagerando em relação aos cômodos, mas o meu companheiro estar cheirando a outra foi o máximo que eu podia aguentar por hoje.

- Eu sou ciumenta? Sou, admito! - começo a gesticular com as mãos. - Não sou perfeita, tenho vários problemas, estou me sentindo uma merda inútil ambulante.

Minhas pernas começam a tremer e meus braços ficam pesados - não sei se por causa da raiva ou do cansaço que começa a voltar para o meu corpo - minha cabeça também não quer cooperar, sinto como se ela fosse explodir.

- E pra ajudar! - as lágrimas querem sair, mas eu não quero deixá-las vencer. - Você deve ter deixado essa mulher se esfregar em você, porque você esta cheirando a ela, NÃO À NOZES!

Paro de falar e ouço a minha respiração pesada, abaixo a cabeça e deixo que as lágrimas caiam.

- Kristine, eu juro pra você que ela só veio aqui pra te ver, mas você estava dormindo então ela ficou conversando comigo. - explicou enquanto se aproximava de mim.

Acho que Triton não havia percebido que eu estava chorando, pois quando eu levantei a cabeça, ele se sentiu muito mal.

- Ah, Kristine, eu sinto muito mesmo. - aproxima-se devagar com medo de que eu vá repeli-lo de novo. - Eu juro que nós só conversamos, e o único momento em que ela ficou mais perto de mim foi na hora de ir embora, que ela me abraçou e me deu um beijo na bochecha, eu juro.

Eu confiava nele, mas agora já não acreditava mais que eu era o suficiente para ele. Então, Triton pareceu ler os meus pensamentos.

- Eu nunca trocaria você por ninguém. - afirmou já bem próximo a mim.

Era um choro silencioso e já estava acabando, mas eu ainda sentia aquele buraco no peito.

- Você diz isso agora porque ainda não se cansou de mim. 

Mesmo me arrependendo de ter falado isso, sinto-me mais leve.

- Não é verdade.

Ele toca com o dedo no meu braço, sinto um arrepio gostoso, mas não quero me entregar.

- Se fosse assim... você também se cansaria de mim. - murmura.

- Por que eu me cansaria de você? - fito-o. - Você é perfeito.

- Perfeito ninguém é... e eu estou longe disso. - sorri de leve. - E você não tem ideia do quanto eu te amo... não só por você ser quem você é, mas também pelo jeito que você consegue conviver comigo.

Agora eu estava confusa e deixei isso bem claro ao erguer uma sobrancelha.

- Você me ama do jeito que eu sou e você sabe lidar comigo. - explica. - Eu sei que eu sou, às vezes, um saco bem grande... daqueles que dá vontade de jogar fora. 

- Eu nunca te jogaria fora. - murmuro ficando cabisbaixa.

- Viu só? - sinto seus dedos levantarem meu queixo. - Você é a única com quem eu quero passar o resto da minha vida.

Começo a considerar tudo que ele me falou e deixo que minha mente decida dessa vez, porque meu coração está muito instável no momento.

- Eu sinto muito. - volto a chorar. - Eu exagerei, eu sei... mas é que eu me sinto intimidade por todas essas mulheres que são bem mais experientes que eu e que saberiam fazer você mais feliz...

- Quem disse isso? - ele enxuga as minhas lágrimas. - Você não ouviu a Lorena falando que você me fez e faz muito feliz?

Concordo com a cabeça, mas isso não é o suficiente para me fazer acreditar.

- Não chore, meu amor. - ele me abraça. - Desculpa, a culpa é minha por andar tão desligado e, também, por não ter te apresentado a todo mundo da alcateia.

É tão gostoso quando ele me abraça e me chama de amor; em instantes, toda a raiva, a culpa e o ciúmes se vão. E eu fico imaginando se todo esse meu drama não foi por falta de carinho.

*

Sexta de manhã, e eu ainda na cama porque estava pensando em várias coisas -  cheiro de mulher, a discussão, o meu drama, o jeito dele, o carinho dele, dormir com ele - e pensar que amanhã iremos nos unir.

Respiro fundo e saio da cama, Triton deve estar na sala ou na cozinha. Vou até o closet e coloco um moletom bem quente, depois vou até o banheiro e faço a minha higiene matinal.

Vejo a porta do banheiro abrir lentamente e sorrio quando ele me abraça por trás. Viro-me e encosto a cabeça em seu peito, ainda bem que o seu cheiro de nozes está de volta.

- Bom dia. - murmuro abafado.

- Bom dia. - beija minha cabeça. - Dormiu bem?

- Sim. - minto, já que passei boa parte da noite acordada repassando cada momento da nossa briga. - E você?

- Também. - ele me abraça mais forte já ciente de que estou completamente curada.

- Então.. você vai ficar em casa hoje? - indago enquanto ergo a cabeça para fitá-lo.

- Infelizmente, não. - suspira. - Tenho que resolver uns assuntos com o Fernando e depois eu vou ter que ir até a cidade com a Elizabeth... 

Eu só não perguntei o que ele ia fazer na cidade com uma mulher, porque essa mulher era a Eliza - em quem eu tenho completa confiança.

- Que pena. - faço um biquinho. 

- Mas você não irá ficar sozinha. - ele sorri e me beija carinhosamente. - Lorena disse que vem te bajular.

Rio só de imaginar o que Lorena estará planejando.

- Você já tem que ir? - mordo de leve seu lábio inferior.

- Bom... eu tenho que ir resolver isso o mais rápido possível, mas... acho que posso me atrasar um poquinho.

Ele me segura pela cintura e me coloca em cima da pia, depois beija meu pescoço enquanto eu apoio as mãos em seu peito. Sorrio à medida que ele faz um caminho de beijos até a minha boca, beijo-o com força.

- Você só pode ser atrasar um poquinho... tem certeza? - pergunto quando noto que suas mãos já estão no meu sutiã.

Triton resmunga alguma coisa e depois me beija com mais desejo, quase me devorando, respondo com a mesma intensidade. Enlaço seu pescoço e o puxo para mim, ele não demonstra resistência e cola seu peito ao meu.

Arranho de leve seu pescoço, Triton geme baixinho e já consigo sentir sua ereção roçar a parte interna da minha coxa. Separo nossos lábios para beijar a sua barba, que ainda não foi feita.

Sinto um arrepio quando suas mãos passeiam pelas minhas costas, ele quase arranca a minha blusa, mas suponho que ele esteja se controlando. Mordo seu queixo e depois roço os dentes em seu pescoço.

De repente, ele segura meu rosto com as duas mãos.

- Nada de sexo até a lua de mel. - ele respira fundo enquanto seus olhos me admiram. - Foi o que o seu médico disse.

- E imagino que você não pretenda desobedecê-lo. - reviro os olhos.

- Nós não iremos desobedecê-lo. - bufa. - Se bem que eu adoraria quebrar essa regra.

- E você não é muito de seguir regras. - afirmo com um sorriso.

- Como sempre você está certa, Kristine Moore. - ele morde meu lábio e depois me beija devagar.

Assim que nos separamos, ele me coloca de volta no chão e me dá um beijo na testa.

- Eu tenho que ir, mas eu volto antes da janta, prometo. - comenta enquanto arruma a própria blusa.

- Tudo bem... vou esperar a Lorena chegar. - afirmo desanimada.

- Ei, meu amor. - ele me abraça e beija o topo da minha cabeça. - Eu te amo tanto... eu odeio ver você triste.

- Eu vou superar. - brinco. - E prometo me comportar.

Triton dá aquele sorriso galanteador, aquele que faz qualquer uma ficar de pernas moles e louca por ele.

- Pode ir, eu deixo. - beijo seus lábios. - Eu te amo muito. 

Segura meu queixo e me dá mais um beijo antes de ir embora, observo-o sair e depois volto a me olhar no espelho do banheiro. Pareço um pouco cansada, mas presumo que seja por causa da minha ótima noite.

Sinto que vou lembrar da nossa briga, porém afasto essas lembranças assim que ouço a campainha tocar.

Lorena, já chegou? Penso comigo e vou até o quarto para ver a hora, nove e quinze.

Acho um pouco estranho Lorena aparecer tão cedo, ela sempre me disse que não gostava de acordar cedo e que demorava um tempo para "pegar no tranco".

Saio do quarto e vou até a porta, e assim que toco na maçaneta sinto aquele cheiro... aquele cheiro que me fez brigar com o meu companheiro.

*

Não sei se o cheiro de pimenta dela é muito forte, ou se sou eu que estou cismada com esse odor. Respiro fundo e noto sua aparência: uma mulher da minha altura de cabelos castanhos claros e olhos castanhos. 

Acho-me muito mais atraente do que ela, meu inconsciente afirma com convicção.

- Bom dia! - Melissa (se me lembro bem é este o nome da criatura) dá um super sorriso, daqueles estilo colgate. - Espero não ter te acordado.

- Bom dia. - respondo educadamente com um sorriso mais simples. - Não acordou. 

E também não pegou o meu lobo em casa, ou você já o viu pela manhã? Sinto-me sendo corroída por dentro.

- Quer entrar? - minha parte educada pergunta com gentileza.

- Eu adoraria, mas tenho um compromisso com o Charlie. - comenta. - E se eu não sair com ele, o pobrezinho fica magoado.

Ela fala como se ele fosse apaixonado por ela, não consigo imaginar o Charlie - um homem alto de cabelo preto longo e de olhos verdes -  com a Melissa. 

Não pela aparência, mas sim pela personalidade... Charlie é uma pessoa muito gentil e merece uma mulher mais gentil e menos metida.

- Pobrezinha, você deve estar muito cansada, não é? - faz uma voz doce. - Me diga, você consegue satisfazer o Triton na cama com essa sua falta de experiência

- Oi? - balanço a cabeça.

Ela não perguntou isso, perguntou? Eu aqui, controlando-me para ser educada enquanto essa loba indecente fala assim comigo!

- É que sabe, o Triton já tem 220 e eu, com 207, não consegui satisfazê-lo. - suspira. - Mas se ele vai se unir a você, eu imagino que você tenha conseguido.

Sinto que ela falou o você em tom pejorativo, porém ignoro.

- Olha, eu só tenho 30 e realmente não sou experiente como vocês dois, mas a minha relação com ele não se resume só ao sexo, se bem que na cama a gente também se dá muito bem. - dou um largo sorriso.

Melissa me olha com um pouco de raiva, mas logo volta a sua expressão calorosa.

- Ai que bom! - joga o cabelo cacheado para trás. - Assim ele sai um pouco do meu pé, sabe.. ele sempre pedia mais no sexo.

Quero rir da cara dela.

- Nossa, jura? Acho que não conheço esse lado dele. - falo inocentemente. - Mas eu tenho certeza que continuaremos nos dando bem.

Isso foi um golpe para ela, noto na sua expressão de derrotada. Contudo, Melissa retoma a compostura e joga a sua última bomba.

- Eu espero que vocês durem mais do que ele dura com todas as outras. - então ela acena. - Tchau, Kristine, vou indo... tenho um encontro com o Charlie.

- Tchau. - aceno de leve e espero ela se virar.

Enquanto fecho a porta, posso jurar que escutei Melissa dar uma risada de bruxa-velha.

*

Onze e meia foi o horário que Lorena chegou em casa, e estamos agora no sofá falando sobre a sua gravidez. Ela está muito empolgada e já disse que eu devo ajudá-la a arrumar tudo para o bebê.

- Eu queria que você e a Eliza fossem as madrinhas, mas só pode uma. - ela faz um bico. - E eu escolhi a Eliza porque eu a conheço há mais tempo, mas eu queria tanto você e o Triton como padrinhos.

Acho tão fofo o jeito sincero da Lorena, lembra-me a Vivian.

- Ah, mas nós vamos participar de tudo. - sorrio. 

- Você tem razão. - respira fundo.

- Lorena, sabe o que eu queria te perguntar. - aproveito que estamos nesse assunto. - Como você desconfiou que estava grávida?

Ela para e me encara com uma cara um pouco engraçada.

- Você não acha que está grávida, não é? - pergunta preocupada.

- Não. - dou risada. - Eu só estava curiosa mesmo, afinal sou bem inexperiente em muitas coisas.

Lembro de como Melissa me tratou hoje pela manhã.

- Ufa, eu quase tive um filho. - ri dá própria piada e eu acompanho para ela não ficar sem graça. - Mas então... eu senti umas tonturas e depois me senti enjoada, aí eu estranhei e fui fazer o teste... e bingo!

- Que lindo! - imagino a cara que ela deve ter feito na hora em que descobriu. - O Eric é muito paizão ou você ainda não sabe?

- O quê? O Eric? Ele está pior do que o Triton com você quando te conheceu. - faz uma cara de coitada.

Lembro de como Triton era ciumento e muito pegajoso naquela época, ele chegou até ser um pouco carente e dramático algumas vezes.

- Realmente, você deve estar tendo que aguentar muita coisa. - rio baixinho.

- Você nem imagina. - ela brinca. - Mas você ainda não me contou, está se adaptando bem a tudo isso?

Assinto meio devagar e Lorena, rapidamente, percebe que algo me incomoda.

- O que foi? - ela se aproxima de mim e segura as minhas mãos. - Foi a Giulia que te intimidou? Ou eu faltei com alguma coisa? Ou o Triton acabou ficando bravo com você por causa de extresse?

- O que foi? - eu dou uma risadinha. - Nada.

- Você não me engana, Kristine... eu conheço essa cara. - revira os olhos. - Eu sou uma péssima amiga, eu devia ter percebido que você estava estranha desde a hora em que eu entrei.

- Não é nada, sério...

Lorena coloca um pouquinho mais de pressão nas minhas mãos e me olha com mais intensidade.

- Tá bom... eu falo. - bufo.

- Eu sabia! - ela dá um pulinho e se aproxima mais de mim.

Então eu conto a ela, apenas, sobre a visita da Melissa.

- Eu não acredito que ela teve a coragem de vir aqui! - Lorena rangeu os dentes. - Olha, Kristine, pode ficar sossegada... o Triton nunca te trairia, muito menos com essa daí.

De um certo modo, isso me deixa um pouco aliviada, porém ainda sinto-me estranha.

- Não faça essa cara de quem está dividida. - solta as minhas mãos e começa a gesticular com as mesmas. - Essa Melissa está tentando ter vingança do Triton.

- Vingança? - quase engasgo. - Mas ela não o quer?

- Querer, ela quer... mas ele deu um ultimato nela depois de uma noite que eles fizeram sexo, na verdade, os dois estavam muito bêbados. - ela me confessa com um pouco de medo.

- Não se preocupe, não vou contar pra ele. - sorrio. - Mas me conte mais sobre essa história desses dois.

- Vira essa boca pra lá! - abana as mãos como se espantasse algo. - Eles nunca tiveram nada e nunca vão ter... 

- Nem amizade? - indago.

- Não. - nega. - Triton não suporta o jeito dela.

Eu podia jurar que ouvi Triton dizendo que a Melissa era só uma amiga dele... ou eu estava muito mal por causa do ciúmes, ou ele estava mentindo, ou a Lorena está por fora de algumas coisas.

Prefiro ficar com a opção número um, meu ser a aceita com facilidade.

- Entendi. - assinto.

- Então, não se preocupe, está bem? - coloca a mão no meu ombro. - Mas se precisar desabafar, ou chutar a bunda de uma certa biscate, eu ajudo... e tenho certeza que a Eliza não se importa de ajudar.

Rimos. Fazia um tempo que eu não ria assim. 

- Ah, lembrei de uma coisa que ela me disse. - continuo rindo. - O Charlie gosta dela?

- O Charlie?! - Lorena começa a rir descaradamente. - Nunca! 

- Então por que ela disse que ia se encontrar com ele e tals? - consigo parar de rir.

- Porque ela quer dar uma de todo mundo me quer. - mostra a língua demonstrando nojo. - Ela não se enxerga!

- Sinto uma íra obscura. - murmuro.

- Eu tenho mesmo. - cruza os braços. - Um dia eu a peguei dando em cima do meu companheiro!

- Não acredito! - fico boquiaberta. - Então ela é mesmo uma bisca!

Rimos mais um pouco, e só quando conseguimos parar é que eu lembro de ver que horas são, quase duas horas da tarde.

- Nossa! Eu não fiz o almoço ainda. - levanto do sofá. - Você vai comer aqui, não é?

- Se isso for um convite, sim... mas se eu for incomodar...

- Para de bixisse e vem comigo até a cozinha. - brinco.

Ela se levanta toda animada e me segue até a cozinha, então se senta enquanto eu preparo a comida. O prato de hoje será strogonoff.

*

Lorena havia repetido duas vezes e não parava de elogiar a minha comida, não preciso dizer que a minha comida é boa e que a Melissa é só uma bisca são notícias que animaram o meu dia.

- Mas agora.. é hora dos assuntos mais, digamos, importantes. - Lorena murmura enquanto voltamos para a sala.

- Como assim?

Nos sentamos e ela começa a contar sobre as consequências da guerra.

- Bom... tivemos sete mortes e agora estamos com apenas dezesseis membros na alcateia. - comenta. - Eliza me disse que não há muitos feridos, e os que estão lá na enfermaria já estão melhorando.

- Ainda bem. - consigo dizer.

É estranho pensar que sete pessoas, que eu nem tive a chance de conhecer, morreram.

- E os caçadores? - sinto medo dessa pergunta.

- Pelo que eu sabia, não houve nenhum sobrevivente. - afirmou. - E eu me sinto má.

- Por quê? - indago rapidamente.

- Porque eu estou feliz que grande parte dos caçadores de Lerbit morreram. - murmura.

Lerbit era o centro dos caçadores, um lugar um pouco temido por nós.

- Não fique assim. - abraço-a. - Não é culpa sua... você está pensando na alcateia, nas pessoas que você ama.

- Obrigada. - sorri e me abraça forte. - Agora estou pronta para mais fofoca!

Ela se recupera rápido!

- Mais fofocas? De quem? - sinto aquela pontada de curiosidade.

- Eu acho que a Alice está apaixonada pelo Patrick. - ela faz um biquinho enquanto fala.

O Patrick, eu conheço; já essa Alice, eu não tenho certeza.

- Como ela é? - pergunto ansiosa.

- Ela é da sua altura, cabelo preto e olhos verdes... pra mim, ela é linda! - sorri.

Imagino a tal de Alice e Patrick juntos, ele não é tão mais alto do que eu e seus cachos loiros e olhos azuis fazem com que os dois formem uma boa combinação.

- Pela sua cara, você também acha que eles combinam. - Lorena parece que ganhou na loteria.

- Eu acho que sim. - sorrio. - Desde quando você acha que ela gosta dele? E por que ainda não estão juntos?

Pergunta, talvez, estúpida para os humanos; mas na nossa espécie é um pouco difícil você guardar para si o amor.

- Assim que você chegou, eu desconfiei... então, ela teve que ir pra frente de batalha e ele foi muito fofo com ela, e eu achei que a Alice ficou muito, mas muito contente com a preocupação dele.

- É.. sinto que você está certa. - concordo com a cabeça.

Lorena parecia querer falar mais alguma fofoca, porém seu celular tocou e ela fez uma cara assustada.

- Preciso ir! - levanta com tudo. - A Eliza acabou de me avisar que a Giula está tendo um ataque, e que é provável que ela esteja na TPM.

Isso explicaria o porquê de ela ter sido tão mesquinha comigo ontem.

- A gente se fala! - ela vai saindo e eu a acompanho. - E não esqueça, amanhã às cinco horas eu quero você na minha casa!

Olho-a assustada.

- Não faça essa cara! - coloca as mãos na cintura. - Amanhã é o grande dia, você vai se unir e eu quero você muito bem cuidado antes da lua cheia.

- Ah... - dou um sorriso bobo.

- Ai, que fofa! - Lorena aperta a minha bochecha. - Cinco horas, não se esqueça. E eu vou dizer ao Triton que ele só vai poder ver você às nove.

- Boa sorte ao dizer isso a ele. - rio.

- Ah, ele vai me ouvir. - ela pisca e depois acena. - Tchau, cuide-se e se precisar, é só ligar!

Aceno e fecho a porta assim que ela sai, vou até a cozinha e começo a arrumar tudo... veremos se assim eu ocupo a minha cabeça com alguma coisa.

Eu não queria ficar sozinha hoje.
 


Notas Finais


Então, vou demorar pra postar o próximo, por isso não teve drama no final.

Hmm... uma dúvida cruel... Giulia ou Melissa, quem matar primeiro? MUAAHAHAHAHA

Nyah, e obrigada, Minna, pelo apoio!


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