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História O Cheiro da Lua - Dominância


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Chegou capítulo novo!

Boa leitura

Capítulo 35 - Dominância



A lua já não era mais cheia, porém eu não conseguia parar de olhá-la através da janela. Sinto uma leve vontade de chorar, mas o barulho do livro pesado caindo no chão, despertou-me.

Cheguei a me sentir culpada por ter tratado tão mal o meu companheiro, contudo ainda penso que ele está longe de estar certo. Como ele pôde ser tão rude e rigoroso?

E tudo que a minha mente conseguia acreditar era que a nossa união o havia "transformado", deixado-o mais dominante. E que desse jeito, não duraríamos por muito tempo.

- Por que será que eu sabia que você estaria aqui? - ouço a voz do Charlie antes mesmo de ele sentar a minha frente.

- Veio se desculpar pelo seu colega? - reviro os olhos.

- Ele não me contou, na verdade, ninguém me contou e ninguém sabe de nada... ainda. - comenta enquanto se espreguiça na cadeira. - O pessoal ainda nem sabe que vocês dois chegaram.

- Então... como você soube e como me achou? - resmungo.

Não estou com paciência para conversa, e ter o "camarada" do meu companheiro em uma biblioteca - quando você quer distância de todos e o máximo de silêncio - é o que eu menos precisava neste momento.

- Eu estava indo na estação ver uns horários para uma viagem a pedido do conselho, então vi você sair correndo e ele te chamando, depois ele fez aquela cara. - explica. - E foi fácil te achar porque Triton já me disse que você é batalhadora e sonhadora, e adora livros e chocolate.

- O que seria "aquela cara"? - ignoro a explicação de como ele me achou.

- Uma cara de que ele fez merda. - dá um sorrisinho. - E algo me diz que você concorda com isso.

- Concordo plenamente! - cruzo os braços e me jogo para trás na cadeira.

Ficamos em silêncio e aproveito para pegar o livro que eu havia derrubado no chão.

- Não tem como você dar um desconto pra ele? - pergunta com muita cautela.

Antes de responder, obrigo-me a acalmar.

- Acho que...

- Olha, eu tenho quase certeza que vocês brigaram por causa de alguma atitude egoísta dele. - afirma.

Pisco duas vezes, incrédula... até que ponto Charlie conhecia o Triton, ou melhor, até que ponto Charlie conseguia conhecer os outros? 

Mas logo retomo a postura e o ignoro.

- Acertei, não é? - suspira. - Kristine, sei que ele deve ter feito uma cagada das grandes, mas pensa assim... ele quase perdeu você, não faz muito tempo, e ainda foram pelo menos duas vezes. - comenta. - E agora que vocês, finalmente, se uniram... ele vai fazer de tudo para não colocar você em perigo.

- Mas ele não precisa decidir tudo sozinho! - argumento. - Eu não sou uma cadela que senta e obedece quieta... mas também não quero que tudo seja do meu jeito, que é como ele está agindo comigo!

- Estou vendo que a situação é bem mais séria do que eu imaginava. - murmura.

- Não pense que vou simplesmente me desculpar e...

- Nunca pensei que seria tão simples assim. - já me interrompeu. - Eu só queria dar uma palavrinha com cada um de vocês, e pensei que começar por você seria melhor. - dá um sorriso.

- Por que começar comigo seria melhor?

- Porque você é a fêmea, e queira os lobos velhotes e sem noção ou não... vocês podem comandar tanto quanto nós. - explica. - E no caso da união de vocês, às vezes, parece que você é a cabeça.. digamos assim... e o Triton seja mais movido, pelo menos nesse começo, pelas emoções.

Então, do nada, começo a rir e quando paro, vejo Charlie espantado. Acho que ele não percebe como é um bom conselheiro.

- O que houve? - indaga.

- Nada, eu só percebi que você arrasa. - sorrio e me levanto. - Melhor você ir conversar com ele enquanto eu vou esperá-lo lá em casa.

Ele se levanta e ri.

- Ah... e não fique sempre entrando escondida na biblioteca, nunca se sabe quando pode aparecer um amigo maníaco por palavrinhas.

Reviro os olhos e o mando embora, e depois de alguns minutos eu saio e caminho até a floresta.

Dou passos pequenos e devagares, Triton já chegou a me dizer que tinha medo de me sufocar, eu só não sabia que era algo tão sério.

- Só o tempo para nos ajudar. - digo enquanto a lua me observa.

Quando entro em Madoch, sinto a brisa fresca levantando meu cabelo, respiro fundo e me apresso para chegar em casa. No caminho, reflito sobre toda a nossa lua de mel - antes e depois - e então noto que fui um pouco impaciente, porém não vou voltar atrás com o que eu disse.

Paro e fecho os olhos, deixo a natureza mexer comigo antes de voltar ao meu caminho. Ao abrir os olhos, sinto-me mais "forte" e quero muito lutar pela minha relação com o Triton, porém não aceitarei ser uma submissa, e ao mesmo tempo, sempre ouvirei suas decisões... só gostaria que ele me incluísse nelas.

Estou tão entretida em meus pensamentos que esqueço de ver se alguém me viu chegando na alcateia, dou de ombros e me dirijo a parte residencial. Logo estou em casa, jogada na cama e esperando, ansiosamente, pela sua volta. É tão complicado estar amando.

*

Não desarrumei as malas nem tomei banho, fiquei o esperando no sofá da sala, e admito que foram os trinta minutos mais demorados da minha vida. Então, senti seu cheiro de nozes e respirei fundo, ouvi o barulho da porta se abrindo e depois se fechando; esperei que ele viesse até a sala.

Assim que me levantei, ele apareceu... sua expressão era de alívio, provavelmente ele achava que eu não estaria aqui.

- Precisamos conversar. - afirma agora mais sério.

Assinto e volto a me sentar, Triton se aproxima e senta ao meu lado, respira fundo antes de começar a falar.

- Eu sei que fui precipitado, porém você não deixou que conversássemos sobre o assunto. 

- Eu não deixei? - ergui uma sobrancelha. - Foi você quem disse "e ponto final".

Ele morde o lábio, demosntrando um pouco de receio e nervosismo.

- Tá... eu exagerei, mas se você tivesse ficado e não fugido. - comentou. - Além de que fugir anda se tornando uma ação muito comum sua. - murmura.

- Agora nós vamos discutir o meu comportamento? - começo a ficar brava. - Porque a gente pode falar de todos os meus defeitos se você quiser!

Triton me olha um pouco espantado, suspiro e começo a encarar a televisão desligada, consigo ver o reflexo de uma Kristine prestes a explodir.

- Eu não quis dizer isso. - explica. - E você não tem tantos defeitos.

- Já chega! - encaro-o. - O nosso problema é o seguinte... nós brigamos e continuamos brigando, e se não conversarmos direito nunca consertaremos esse problema! - quase rosno. - E sabe o que eu acho... acho que você anda muito machista.

Fui sincera, agora espero que ele tenha algo a me dizer.

- Realmente, nós nunca brigamos tão feio antes. - comenta. - Mas eu não acho que eu esteja sendo muito machista... acho que estamos discutindo por dois motivos... um deles é você ainda não ter aceitado como as coisas na alcateia são e o outro é que você anda explodindo com qualquer coisa...

- Como você quer que eu não exploda quando você parece dizer que, seria comum em uma alcateia, eu obedecer sem opinar a sua decisão? - bufo.

- Não é bem isso.

- Então me explique o que você quis dizer, por favor. - tento me manter calma.

- Kristine, você está exagerando... mas sobre aquilo que eu disse, fiz aquilo porque sei da punição que você receberia por omitir essa informação do alfa. - diz.

- Se você tivesse me dito isso antes ao invés de ordenar as coisas, nós não teríamos brigado. - resmungo.

- Se você não tivesse fugido, eu teria falado sobre isso antes. - encara-me.

- Tá... eu não devia ter fugido, mas você não devia ter feito as coisas como fez. - cruzo os braços.

- Eu entendo que você ficou magoada e que eu, realmente, pisei na bola... - comenta. - Mas, Kristine, você precisa entender que não podemos deixar passar em branco o fato da Vivian saber sobre nós.

- Eu entendi... - murmuro.

Algo em mim ainda não se aquietou, mas estou farta de brigas. Estávamos em silêncio quando ele se levantou e me estendeu a mão.

- Estamos bem? - indaga com um pequeno sorriso.

- Estamos. - dou um pequeno sorriso e minto para nós dois.

Levanto-me com a sua ajuda e me jogo em seus braços, enterro a cabeça em seu peito e inspiro seu aroma inebriante. Sinto meu corpo aliviar um pouco quando ele me abraça com cuidado e beija o topo da minha cabeça.

*

No dia seguinte, a primeira pessoa que veio nos visitar foi a Lorena, estava animada e notou, logo de cara, que nós estávamos diferentes, porém ela não tocou no assunto. Acho que percebeu que precisávamos resolver isso sozinhos.

- Então, como foi a lua de mel? - senta-se na cadeira da cozinha.

De repente fico muito feliz ao me lembrar de nossos momentos juntos, e isso acaba me dando mais esperanças quanto a melhora da nossa união.

- Foi a melhor viagem de toda a minha vida! - sorrio e me sento ao seu lado. - A gente fez de tudo e mais um pouco.

- Hm... Triton, seu safado, então você fez todas as posições sexuais com ela? - ri muito alto.

Fico bem vermelha enquanto Trinto dá sua risada alta.

- Acho que a gravidez te deixou muito impura, Lorena. - ele comenta ao seu apoiar na pia, ficando de frente para nós.

- Não mintam! - sorri. - Tudo bem, vocês podem não ter feito o Kama Sutra inteiro, mas fizeram muito sexo... se já faziam aqui e nem unidos eram, imagino lá!

Apenas sorrio e ouço Lorena rir descaradamente, Triton suspira e olha pra mim com aquela cara de me desculpe por ter uma amiga tão louca e safada.

Ela só voltou a se controlar quando a campainha tocou.

- Pode me dizer, Triton Cerutti, o que a Pimenta está fazendo na porta? - indaga furiosa.

Fico assustada de ver como as emoções dela estavam oscilando, e surpresa com o seu olfato... a gravidez a mudou bastante.

Mas então, noto que há algo mais grave com o que me preocupar... Melissa estava na porta de casa. Arregalo os olhos e sinto meu coração apertar, porque de algum modo, sei que ela pode acabar com todas as minhas esperanças de melhorar a minha relação com Triton. 
 


Notas Finais


E o drama volta com tudo shuahsuahs

Melissa pimenta ataca


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