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História O Cheiro da Lua - Um pouco do Passado


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Minna, tenho uma notícia ruim

Agora que começou as aulas da faculdade, só postarei capítulos aos domingos

Boa Leitura

Capítulo 41 - Um pouco do Passado



Abro os olhos, o cheiro do mar irrita minhas narinas, sou a única que ficou sentada na areia. Todas as meninas estão de biquini e já nadam livremente pelo mar.

Estávamos em uma viagem da escola, fui a única que havia votado em um acampamento. Mas parece que as meninas preferem o sal das praias, enquanto os meninos só querem vê-las de biquini.

Bufo e jogo a cabeça para trás... Talvez tenha sido melhor eu ter vindo para esta "excursão". Primeiro ano do médio, e ainda não havia aprendido a me controlar totalmente.

Se tivessemos ido a um acampamento, nunca saberia o limite das minhas ações. 

- Por que está aqui sozinha? - a voz daquele garoto que cheira a gengibre me pertuba.

- Descansando. - murmuro.

- Mas você não fez nada e nós chegamos hoje. - afirma.

Judely sempre me diz para manter a calma.

- Não gosto do mar. - sinceridade sempre.

- Hmmm... Eu também não.

Silêncio. Aprendi que as pessoas costumam ir embora quando não se há mais assunto.

- Você é a garota da floresta, não é? - indaga enquanto me observa.

Fito-o. Nunca havia reparado nele... Felipe Letrosk, filho do dono do Bar do Jerry - lugar da melhor feijoada. 

- Trevarch não é uma floresta comum. - respondo e volto a olhar o mar.

Meninos jogam água nas meninas, que gritam fingindo serem vítimas. Patéticas.

- Eu já me perdi lá. - ele senta ao meu lado e começa a olhar para o céu.

Quão estranho este garoto pode ser?

- Como você me conhece? - pergunto sem enrolação.

Ele cora e começa a olhar para as mãos.

- Você subiu em uma árvore para pegar a minha pipa. - comenta.

Ah... O garoto da pipa... Então está conversando comigo por pena ou por dívida?

- Você não precisa me fazer companhia para agradecer pelo que eu fiz. - digo rapidamente.

Odeio quando as pessoas fazem isso.

- Mas eu quero ficar perto de você... Você é diferente delas. - murmura.

Sim... Sou muito diferente delas e você nem imagina o quanto.

- Você tem uma aura boa, eu sinto que você é uma pessoa muito boa... E minha mãe me disse, uma vez, que devemos nos aproximar daqueles que nos fazem sentir bem.

Eu o encaro e estou, realmente, surpresa. O que um garoto de quinze anos ganharia ao me falar isso?

Antes que eu faça essa pergunta, ele sorri e uma pergunta surge em minha mente... Será que não estou sendo rude demais com todos a minha volta?Jugando-os apenas pelo cheiro... Acho que minha parte lupina deve mesmo dar uma desligada.



Meu olho abre devagar, lembrando-me que estou com o outro enfaixado. Percebo que, novamente, estou na enfermaria... Triton deve estar uma fera ou muito preocupado. 

Uso meu olfato e sinto nozes, chocolate, milho, laranja e alpiste. Ergo o corpo e vejo se tudo está em ordem, estou com as mesmas dores musculares... Acho que isso é um bom sinal., nada de novas dores.

Levanto da maca e caminho até a porta, até que não estou tão mal assim. Quando abro a porta, todos aqueles cheiram ficam bem forte, mas só consigo me concentrar no rosto dele.

Esse garoto... Eu vejo o Felipe nele. Pisco várias vezes e consigo me controlar dessa vez. Balanço a cabeça.

- Olha, Kristine, eu estou desconfiando que você me ama... Porque você vive aqui. - Patrick brinca e vem até mim.

- Desculpe pelo trabalho. - sorrio.

Dou uma olhada nos dois "novos" e vejo como eles parecem assustados.

- Ah... Desculpe se assustei vocês. - coço a cabeça e ouço um suspiro pesado do Triton. - O que foi?

- Você prometeu que não ia exagerar. - resmunga.

Até penso em contar o que realmente me aconteceu, porém não quero compartilhar essa história com muitas pessoas e decido contar a ele mais tarde. 

- Sinto muito. - respondo e suspiro. - Foi mal mesmo.

Triton cruza os braços, mas sua expressão já está mais branda. 

- Bom... Kristine, os avisos são os mesmos... - Patrick começa a falar. - Descanso total, sem transformação, e só pode tirar o tapa olha daqui dois dias e sua mão estará melhor pela manhã.

Sinto-me observada, e não preciso olhar para saber que é aquela garota.

- Hmm... Qual o nome de vocês? - indago gentilmente.

- Ah... - o garoto coça a cabeça. - Eu sou Max, e essa é a Amanda. - aponta para a garota que está ao seu lado.

- Eles estavam procurando pela alcateia, mas não faziam ideia de onde ela ficava. - Triton explica. 

- O Fernando já os viu? - estou surpresa pela minha preocupação em informar o alfa.

- Ele está fora, mas volta amanhã... E por isso, esses dois vão ficar em casa. - ele comenta. - Já que fomos nós que os achamos.

- Sério? Essa mulher nunca vai acordar? - uma garota loira e bem alta entra na sala. - Estou com fome! 

Então é ela que cheira a alpiste, eu sabia que meu nariz não estava me enganando.

- Não se preocupe, eu ressuscitei. - bufo. - E desculpe ter feito vocês esperarem.

Se estou contando bem, já pedi desculpas quatro vezes só nesses poucos minutos.

- Então podemos ir? - ela pisca aqueles longos cílios.

- Podemos. - respondo, tentando ficar bem calma.

Não entendo como essa garota conseguiu me irritar tão fácil.

- Kristine, essa é a Courtney. - Triton afirma. - Ela estava com eles, mas acabou se perdendo na floresta.

Uma loba que se perde na floresta? E eu achando que eu era uma loba problemática.

- Correção, esses dois se perderam de mim. - resmunga e cruza os braços.

Orgulhosa... Por que será que ela me lembra a Giulia?

*

Max e Amanda ficaram maravilhados com a casa, do mesmo jeito que eu fiquei quando cheguei na alcateia. Já Courtney, apenas deu uma olhada, não disse nada.

- Eu vou fazer algo pra vocês comerem... Tem alguma coisa que vocês não gostam? - Triton dá um pequeno sorriso. 

Os três negam, então ele se vira e vai para a cozinha, deixando eu e três pessoas na sala. Respiro fundo e me sento no sofá, logo os três se sentam. Amanda de um lado e Max do meu outro lado, e Courtney sentou-se em uma poltrona.

Ligo a TV e deixo em um canal de filme, está passando Bolt. Tenho que me controlar para não começar a narrar o filme, já que sei as falas de cor.

- É o meu filme favorito. - Max comenta com um sorriso.

- Quantos anos vocês têm? - estou muito curiosa, e ainda não entendo porque.

- Eu tenho vinte e sete. - Courtney empina os seios ao dizer isso.

- Eu tenho dezesseis. - Amanda fala bem baixo, só a escuto porque ela está do meu lado.

- Vinto e cinco. - Max afirma com uma voz animada.

Balanço a cabeça quando começo a visualizar o Felipe nele.

- Seu nome é Kristine, certo? - Courtney me observa, sinto que estou sendo avaliada.

- Sou. - será que eu tinha como responder mais bobamente?

- Hmm... - ela volta sua atenção para a televisão.

Dou de ombros e sinto Amanda se encostar em mim, olha-a, a pequena parece estar cansada.

- Você quer um cobertor? - pergunto.

Ela nega e continua grudada em mim, sorrio e olho para a TV. Está em uma das minhas partes favoritas.

- Bolt, pode falar. - Max fala junto com a Penny.

Viro-me para observá-lo e vejo que ele tem um sorriso lindo, tão parecidos....

- Moça, você está bem? - a voz dele me faz voltar ao real.

- Estou... - sorrio e começa a fazer um cafuné na pequena que começou a dormir ao meu lado. - É só que você me lembra alguém.

- Ah... o Triton falou alguma coisa desse tipo. - Courtney, de repente, volta a conversar. - Ele disse um nome... Acho que era Felipe.

Congelo por um instante, Triton não teria falado muito... ou teria? 

- Mas ele só disse o nome dele, nada mais. - Max comenta. - Ele disse que você não gostaria que falássemos sobre isso. - seu tom é de reprovação.

Courtney fingi não notar e dá de ombros.

- Será que dá pra colocar em um outro canal... Agora que ela dormiu? - indaga enquanto aponta para o controle.

- Pode pegar. - eu o entrego a ela.

Jogo-me devagar contra o sofá, e percebo que Max me observa.

- Quer um cobertor? - é primeira coisa que me vem a mente.

- Não, obrigado. - cora e vira a cara para a televisão.

Suspiro e finjo me concentrar neste menina que dorme calmamente ao meu lado... Fico, mais uma vez, com vontade de ter um bebê.

*

Nem mesmo a Courtney, que estava bancado a durona, conseguiu resistir ao sono que veio depois do lanche que Triton fez. Max foi o primeiro a dormir, ele ficou todo jogado de qualquer jeito no sofá.

Cubro-o já que logo começará a esfriar, Max dorme tranquilo, dou um sorriso e sinto Triton encostar em meu ombro. Fito-o, ele sorri e pedi para que eu o siga.

Antes de sair da sala, cubro Courtney que está enroladinha em cima da poltrona, seguro a risada, ela parece tão doce assim.

Triton me guia até o nosso quarto, abre a porta e quando entro, ele pede que eu faça silêncio. Não entendo até ver uma pequena garota na nossa cama, Amanda dorme sossegadamente e ocupa a cama inteira.

Ela está dormindo na diagonal, mas ainda não sei como uma menina tão pequena conseguiu ocupar tanto espaço. Amanda treme um pouco, Triton já estava pronto com um cobertor em mãos, cobriu-a e deu aquele sorriso caloroso.

Agora foi a minha vez de chamá-lo, dou um toque e faço com que ele me siga, vamos até a cozinha. É o único lugar onde poderemos conversar normalmente.

- Triton... Você gosta mesmo de crianças, não? - indago com uma cara bem sapeca.

- Eu sei aonde você quer chegar. - ele me abraça. - E respondendo a sua pergunta, eu gosto sim.

Então, ele me levanta e me coloca sentada na mesa, beijo seus lábios e mordo-os de leve, Triton rosna baixinho e me beija com força. O beijo não dura muito, mas continuo com os olhos fechados.

Beija meu pescoço e me abraça com mais força, mas nada que me machuque. 

- E sabe, eu até gostaria de fazer um filho neste momento. - ri. - Mas temos menores em casa.

- É mesmo, às vezes, eu esqueço como você é tímido. - abro os olhos e vejo seu sorriso sedutor. 

- Você tem que aprender a se comportar, Kristine. - brinca e me morde de leve. - Se não vamos ter que tirar alguns benefícios seus.

- E quais seriam esses benefícios? - mordo o lábio para provocá-lo.

Sei que funcionou porque ele demora a responder. Nossos corpos estão tão próximos que sinto um calor enorme e quase esqueço que temos visitas em casa.

- Você diz que eu tenho que me comportar, mas é você quem está sendo o indecente aqui. - rio baixinho.

Afasta-se um pouco, apenas para que eu possa ver seu rosto por inteiro, parece que a cada dia eu o amo mais. Mas ainda sinto que não o conheço completamente.

- O que foi? - indaga com um pouco de preocupação.

- Ah.. nada. - dou um leve sorriso.

- Você pede pra eu não te esconder nada, mas está fazendo isso agora. - resmunga.

Reviro os olhos, depois observo que ele está me olhando daquele jeito, que me faz falar tudo que estou pensando.

- Eu só estava pensando que eu não sei muito sobre você... Quando você sabe quase tudo sobre mim. - murmuro.

Triton apenas suspira, mas invés de se afastar ou mudar de assunto, ou até mesmo me ignorar. Ele toca na minha bochecha e beija a minha testa.

Sinto as bochechas queimarem, viro o rosto e desço da mesa. Triton me dá espaço apenas para descer, porque seu corpo impede que eu me mova para outro lugar.

- Então... Kristine Moore Cerutti... O que você quer saber sobre mim? - pergunta com aquele sorriso jovial.

Meu coração bate mais forte, minha parte loba uiva de ansiedade. Tudo indica que agora a nossa relação vai ficar mais forte, e que dessa vez nada vai nos abalar.

- Vai mesmo responder as minhas perguntas? - pergunto cheia de esperança.

- Sim, mas faremos da seguinte maneira. - sorri. - Você faz uma pergunta, depois eu, e assim vai... feito?

- Sim! - dou um grande sorriso.

Triton parece meio surpreso, mas não dou tempo de ele falar alguma coisa, já que o puxo até aquele outro quarto (que seria o quarto de hóspedes) e fecho a porta.

- Privacidade.. Assim poderemos falar tudo mesmo. - rio.

- Quer dizer que você tem segredos obscuros, Kristine? - tenta me provocar.

- Não sei... Vai que você faz uma pergunta que revele algo devasso? - brinco e sento de pernas cruzadas na cama.

- Interessante, veremos até onde eu te conheço...

- Correção, veremos até onde nós nos conhecemos. - beijo de leve sua boca enquanto ele senta a minha frente.

- Justo. - afirma. - Então pode começar.

Ele me observa como se quizesse me avaliar, ou ele está tentando usar aquele dom lupino que consegue "ler mentes" só pelo cheiro.

Mas não vai conseguir dessa vez, treinei bastante para me proteger desses assédios. Aliás, foi ele mesmo quem me ensinou.

Foi aí que minha cabeça começa a dar várias voltas, sinto até meu cérebro começar a sobrecarregar enquanto meus neurônios ficam meio loucos.

Só que a primeira pergunta vem com tudo, e não me retraio a perguntá-la.

- Por que todo mundo fala que quando você entrou na alcateia, você era mais rebelde e, digamos, frio com as pessoas? - indago, fitando-o.

Triton pensa um pouco e até parece que está pensando em matar aquele que me deu tal informação. Por fim, ele suspira e começa a responder.
 


Notas Finais


Bom... assim como eu disse no começo, capítulos só de domingo


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