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História O Cheiro da Lua - Hora da História


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Esse saiu um pouco mais cedo, espero que gostem.

Boa leitura.

Capítulo 43 - Hora da História



Enquanto ele me observa, suspiro e aguardo pela sua resposta, mesmo que eu não saiba se ele irá mesmo me responder. 

- Por que quer saber? - pergunta sem rodeios.

- Hmm.. Porque eu sou curiosa. - sinceridade.

- E se eu te contar, o que você vai pensar? Ou fazer? 

Seus olhos me avaliam, mantenho seu olhar e respondo com firmeza.

- O que você era no passado não vai mudar o que sinto por você hoje. - afirmo. - Mas se não quiser me contar, tudo bem.. Eu sei que tem coisas que a gente prefere não lembrar.

- Você é sempre tão sincera. - sorri. - Bom... Nós combinamos que tínhamos que responder tudo, então eu conto.

Dou aquele meu sorriso bobo e ele se aproxima mais um pouco.

- Como posso começar... Bom, digamos que eu não era um cara muito feliz, não depois de ter visto meus pais morrerem. - comenta e até sinto um arrepio. - Até hoje eu não sei como a Lorena conseguiu me convencer a entrar pra alcateia.

Fico em silêncio e deixo que ele prossiga.

- Ela me deu muitos sermões, mas eu só lembro de um... Ela me disse "Isso que você está fazendo é coisa de criança, e se você acha que seus pais aprovariam isso, você está enganado. E pare de fingir de durão! Somos seres vivos, nós choramos, rimos, gritamos, fazemos merda, ajudamos os outros e sorrimos... Trancar todas essas emoções não é o caminho certo, pode até ser o mais curto e mais fácil, apenas isso."

- Desculpe, mas preciso comentar... Lorena, realmente, sabe quando falar e o que falar. - afirmo.

Triton assente e logo continua a história.

- Depois disso, fiquei uma semana pensando até decidir entrar pra alcateia. - explica. - E eu arrumei briga com o antigo alfa no primeiro dia, só não brigamos de verdade porque o Dylan me convenceu a parar.

- E como ele te convenceu? - não consigo segurar as perguntas.

- Ele disse que a Lorena seria prejudicada se eu arrumasse encrencada no começo... Mas só depois, eu descobri que era mentira. - revira os olhos. - Lobos mais velhos adoram pregar peças nos novatos.

Concordo com a cabeça, e ele logo continua.

- Bom... A Lorena foi a primeira amiga que eu tive, e por causa disso e de tudo que já tinha acontecido, eu morria de ciúmes dela. - comenta. - Mas era um ciúmes de amigo e irmão... E eu acabava afastando todos os homens, só que eu não podia arrumar briga, então, eu era o mais frio possível.

Muita coisa foi explicada agora.

- Tá, mas e a parte de rebeldia? - indago.

- Então.. Eu era, digamos, carente e eu dormia com todas as solteiras da alcateia, e ainda arrumava algumas turistas na cidade. - ele coça a cabeça.

- E por isso eles te consideravam rebelde? - sinto que falta informação.

- É... Acho que sim. - murmura. - Ah, não ser que eles estejam se referindo ao jeito que eu respondia ao alfa, ou como eu ficava seduzindo as novatas que chegavam, ou como eu arrumava encrenca com a maioria dos lobos.

Começo a rir, não consigo me controlar. Ele era uma peste, isso sim!

- Sério, o pessoal da alcateia devia te amar demais por não ter te expulsado naquela época. - respiro fundo e paro de rir.

- Eu sei... Eles são uma família e tanto. - sorri.

- Que fofo. - aperto sua bochecha. - Ah, então quer dizer que você aprendeu a ser ciumento naquela época? - sorrio.

- Sim, e esse aprendizado eu mantenho até hoje. - ri e me abraça. 

- Mas agora eu sei porque você é tão experiente na cama. - rio.

- Realmente, fui muito bem treinado nesse aspecto. - beija minha bochecha. - Se bem que você não pode falar muita coisa. 

- Eu? - finjo inocência. - Não sei do que está falando.

Triton me dá aquele olhar de não me faça mostrar o que estou falando.

- Tá bom, talvez eu não seja a mulher mais santa, só que não sou tão devassa. 

- Vou deixar passar dessa vez. - ele me solta devagar. - Mas só porque é a minha vez de perguntar. 

- Pode mandar. - mostro-lhe a língua.

Ele parece estar pensando bastante, e até fecho os olhos por um instante, apenas para sentir, profundamente, o seu cheiro. 

- Agora fiquei curioso sobre o seu passado... Você sempre foi desse jeito? Perfeita? - brinca.

- Estou longe de ser perfeita, e antigamente era pior ainda. - afirmo. - Eu era muito chata, pelo menos até o primeiro ano do médio, depois eu fui melhorando.

- Conte-me mais. - sorri e fica me observando.

- Hmm.. Vamos dizer que eu julgava as pessoas, simplesmente, pelo cheiro. - comento. - Eu não era de muitas amizades, eu era anti-social, rude, e até briguenta... E ainda tem que adicionar que eu odiava ser uma loba.

Triton parece não entender o motivo disso.

- Também não entendo muito bem porque eu era desse jeito, mas o meu ódio em ser eu mesma era em relação ao abandono dos meus pais. - explico. - Eu pensava que se não estava mais com eles, pra que ser uma loba? Eu não tinha mais dois lobos maiores que eu, que podiam me ensinar, brincar comigo, me proteger.

Lá dentro, eu ainda sinto falta deles.

- Mesmo Judely sendo maravilhosa e uma ótima mãe... Não era a mesma coisa. - afirmo. - E toda vez que eu me transformava, lembrava deles e doía. 

Percebo que estou encarando o lençol da cama e que tenho uma pequena vontade de chorar. Antes que isso ocorra, aproximo-me dele e encosto a cabeça em seu peito.

- Então foi por isso que você quis tanto parar de se transformar... - comenta baixinho. - Isso explica seu ódio dos lobos, mas então por que tratar os humanos daquele jeito?

- Porque eu pensava que eles se achavam superiores, e também achava que a vida deles era mais fácil... Oras, eles vivem até cem anos no máximo, se perderem alguém ou forem abandonados, não vão viver muito tempo para sofrer pra sempre... como nós.

Ele não comenta nada, entendo que devo continuar falando.

- Na verdade, eu meio que tinha raiva deles, e ao mesmo tempo queria ser igual a eles, inveja eu diria. - declaro, e até parece que estou me entendendo. - Pra mim, eles eram seres metidos e sortudos, e eu daria tudo para poder ser humana.

Ficamos em silêncio por um tempo, até que me solto dele e dou um sorriso, para mostrar que estou bem.

- Isso é um sorriso sincero ou só é para me tranquilizar? - pergunta já me observando.

- Sincero. - assinto. - Eu estou bem, de verdade. A antiga Kristine morreu há muito tempo, mas ela fez eu ser quem sou hoje, e não me arrependo de nada...

- E quem fez a antiga Kristine morrer? 

- Minha vez de perguntar. - rio alto.

Tritom suspira e espera pela minha pergunta... Ele se conforma rápido.

- Bom... Você me contou porque era taxado de rebelde, mas ainda não me disse quando e por que você mudou? - fito-o e vejo que ele está pensando no que dizer.

- Vejamos... Eu comecei a mudar logo depois que a Lorena começou a namorar o Eric... Como eu o odiava naquela época. - ri. - Eu só não arrumava briga com ele, porque sabia que a Lorena não me perdoaria.

- Então, você viu que não tinha mais porque você ser tão ciumento e que não tinha só você para protegê-la. - comento.

Ele assente e dá um sorriso bobo.

- Mas não foi muito rápida essa mudança... Eu só mudei de verdade, depois da lua de mel dela. - explica. - E olha que demorou uns cincos anos pra eles se casarem... A Lorena era muito indecisa.

Não consigo imaginar alguém como a Lorena indecisa, ela sempre fala tudo que vem a cabeça e sempre tem uma opinião formada e forte.

- Então, foi isso... Eu mudei porque percebi que estava exagerando e que eu tinha que relaxar mais e aproveitar a vida. - dá um sorriso. - Infelizmente ou felizmente, não sei, eu continuei com o hábito de ir muito para a cama com qualquer uma.

Até com a Melissa, penso, mas logo jogo essa ideia fora.

- Bom.. Ainda bem é que minha vez de perguntar. - ele coça a cabeça.

- Pode perguntar. - dou um sorriso.

- Como e quem matou a antiga Kristine? - pergunta diretamente.

- Você não vai acreditar, mas foi o Felipe. - afirmo.

- Eu não imaginava... Kristine, se você não quiser falar, tudo bem. - ele segura uma das minhas mãos.

- Não tem problema... E se você está preocupado com o que aconteceu hoje, foi só um mal estar mesmo. - minto.

Triton me avalia e depois de um suspiro, ele assente dizendo que acredita em mim.

- Mas então... Ela morreu depois que ele conversou comigo pela primeira vez. - sorrio. - Foi engraçado, ninguém tinha coragem de se aproximar muito de mim. As meninas tinham medo de serem zuadas e as pessoas acharem que elas eram amigas da esquisita da floresta. - rio. - E os meninos tinham medo de que eu os castrasse.

Ouço aquela risada alta e me delicio com esse som, depois continuo a história.

- Foi quando ele conversou comigo que eu percebi o quanto estava sendo precipitada em julgar e tratar os outros mal. - comento. - Depois eu conversei com a Tia Ju, e ela ficou feliz por eu decidir mudar. - dou um pequeno sorriso. - Depois disso, eu comecei a querer mais ainda ser uma humana normal.

- E logo depois que você mudou, Bryan te pediu em namoro. - resmunga.

- Como você sabe disso? - ergo uma sobrancelha.

- A Vivian me contou uma vez. - dá um sorriso.

- Seu safado! E que amiga devassa! - faço biquinho. - E o que mais aquela bocuda te contou?

Já começo a sentir aquela sensação de culpa de novo...

- Nada... Eu juro. - defende-se.

- Só por isso, vou perguntar aquilo! - cruzo os braços.

- Aquilo o quê? - Triton parece receoso.

- Quando você parou de ser galinha? - indago.

- Então.. Sobre esse pequeno detalhe da minha vida... - tenta disfarçar. - Eu parei de ser o cara sem responsabilidade quando eu tinha 180 anos. 

- 40 anos atrás... Seu impuro. - brinco e começa a gargalhar.

- Você quer me matar? - bufa. - Eu achei que você estivesse uma fera.

- E por que eu estaria? Eu disse que isso é passado. - afirmo. - Além de que nenhuma delas conseguiu te fisgar... Só eu.

- Elas nunca chegariam aos seus pés. - comenta e me morde de leve. 

- Sorte a minha, ganhei esse lobo maravilhoso. - beijo-o devagar.

Triton corresponde e começa a nos deitar na cama, puxo-o pelo pescoço e sinto seu corpo quente contra o meu. Morde de leve seu lábio enquanto sua mão passa pela minha cintura. 

Ergo um pouco o quadril e sinto um arrepio gostoso por todo o meu corpo, Triton beija o meu pescoço e o morde. Tento controlar essa queimação que sobe por mim, mas solto um gemido rouco quando sua mão apalpa meu seio esquerdo.

Arranho suas costas por de baixo da sua blusa, ele sorri e me beija devagar, cheio de carinho.

Estamos quase esquecendo que devo ficar de repouso, até que um grito nos faz dar um pulo da cama. Nos entreolhamos assustados, Triton saí correndo enquanto eu vou, só que mais devagar, até a sala, que foi de onde veio o grito.

Ao chegar, deparo-me com Max jogado no chão com uma loba grande e castanha escura em cima de si. Arregalo os olhos e logo o seu cheiro a denúncia.

- Courtney! - exclamo. - O que você está fazendo? - pergunto assim que vejo que Max tem uma mordida gigante no braço direito.

- Max! - Amanda chega ofegante.

- Sério.. Acho que vocês passaram do limite. - Triton comenta, calmo como sempre.

Então, Courtney faz a ação mais cara-de-pau do dia, volta a forma humana... Bem ali na nossa frente. Será que ela se lembra que está do jeito que veio ao mundo?


Notas Finais


Tinha que ter um final mais "eu quero saber o que vai acontecer!"

haushauhsuas, obrigada pessoal, mo-chan causando.


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