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História O Cheiro da Lua - Verão com Neve


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Desculpem a demora, e teremos alguns avisos nas notas finais.

Boa leitura.

Capítulo 51 - Verão com Neve



Triton disse que preferia me contar sobre isso em um lugar mais calmo, então fomos até a floresta e nós sentamos em um tronco que estava caído no chão.

- São três presságios, e muitos lupinos acreditam que quando esses três presságios acontecerem, haverá uma alcateia que se aliará aos caçadores. - explica. - Só que para impedir isso, logo após o segundo presságio, os alfas antigos acham que devem começar uma guerra contra as alcateias mais novas, pois eles acreditam que elas são mais propícias a traírem a nossa espécie.

Faço uma cara confusa.

- E por que começaríamos a brigar entre nós mesmos? - ergo uma sobrancelha.

- É idiota, eu sei. - Triton concorda. - Mas é provável que muitos alfas acreditem nisso, e então os alfas mais antigos começariam a se juntar e confrontar as alcateias mais novas.

- Isso soa muito ruim. - murmuro.

- É péssimo na verdade. - afirma. - Se os presságios, realmente, acontecerem... teremos um problema bem grande.

- Porque mesmo que não queiramos participar da guerra, seremos envolvidos. - penso alto.

- Exatamente. - suspira. - Nunca achei que isso fosse verdade, mas vai saber... não é à toa que o Fernando esteja tão nervoso, nossa alcateia é uma das antigas e seria forçada a atacar as mais novas, ou ser dizimada pelas mais velhas.

- E quais seriam os presságios? - sinto um arrepio ruim.

- O primeiro é nevar no verão. - ele faz uma pausa e olha para cima.

Não havia percebido como essa neve parecia suspeita.

- O segundo é uma chuva de meteoros, e o terceiro é a intensidade da lua que deve acontecer na próxima lua cheia depois do segundo presságio. - comenta.

- Então... Quando houver, se houver, uma chuva de meteores... Significa que a situação vai começar a piorar? - respiro fundo. - Mas se o terceiro não acontecer, então a guerra entre alcateias acabaria?

- Acabaria. - assente pensativo.

- E como saberemos se a lua ficou mais intensa?

Ele se retraí e sinto que não quero saber a resposta, porém a minha curiosidade é muito mais forte.

- Triton? - encorajo-o.

- Na nossa alcateia, saberemos se a lua cheia ficou mais intensa por meio de você e da Elizabeth. - fala com tristeza. - E se isso acontecer mesmo... eu... tenho medo de te perder, Kristine.

- Me perder? Como assim?

- Lembra que eu te disse que a Elizabeth era pior do que você, sobre sua parte lupina? - observa-me atentamente. - Então, com a lua cheia mais intensa, vocês perdem o controle... Vocês vão se transformar e não se sabe quando vocês voltam...

- Só nós duas? - mordo o lábio um pouco nervosa. - Não tem como...

Então, lembro-me daquele pesadelo e começo a tremer.

- Kristine?! - Triton me segura antes que eu caia de cara no chão. - Você está bem? O que foi?

- Eu.. eu estou bem. - balanço a cabeça e me concentro em seus olhos caramelos. - Preciso esfriar a cabeça... Preciso fazer alguma coisa para me distrair.

- Você tem certeza? Não quer voltar pra casa e...

- Não! - minha voz sai mais alta do que queria. - Me desculpe... Eu só quero me distrair... Vamos ver o Max, a Amanda e a Courtney... ver se eles querem fazer um boneco de neve.

Sinto que não sou eu falando, parece que coloquei uma máscara para me proteger... Estou aterrorizada, pois não quero que aquilo se torne realidade.

*

Fazer bonecos de neve me acalmou um pouco, mas ainda me sentia inquieta, Triton estava sempre me observando e eu fazia de tudo para que ele não reparasse no meu nervosismo.

- Você está bem mesmo? - ele se aproxima de mim enquanto Max e Amanda se divertem montando mais um boneco de neve.

- É uma pena que a Courtney não veio conosco. - mudo de assunto. - Olha como eles estão sorrindo.

Triton dá um longo suspiro, sei que não vou conseguir prolongar essa conversa para sempre, mas não quero ter que contar a ele sobre o meu pesadelo, porque ele vai ficar muito mais preocupado do que eu.

- Ah, Hena! Venha se dirvertir conosco! - Max grita e acena para alguém.

Viro-me e vejo aquela garota que o Charlie achou na floresta, ela estava bem mais arrumada agora e tinha um pequeno sorriso no rosto. Hena se aproximou e nos cumprimentou com um rápido aceno, depois correu se juntar aos outros dois.

- Ela parece ser tão delicada... - comento com um sorriso.

- Você também parecia muito delicada quando te vi pela primeira vez. - tira uma mecha da minha cara. - Mas, sinceramente, de uns tempos para cá, venho achando que você é mais delicada do que imagino.

- Não sou tão delicada... sou durona. - faço um muque e uma pose.

- Durona ou delicada... Você é só minha. - beija-me com carinho. - E quero que saiba que estarei com você em todos os momentos.

- Eu sei que vai.. - sinto minha voz falhar e vontade de chorar. - Você acha que vai dar tudo certo?

- Vai sim, meu amor. - ergue meu queixo e sorri. - Vamos fazer dar.

- Vamos.. - digo sem muita fé nas minhas palavras.

- Ei, não quero ver você assim.. - abraça-me com cautela.

De repente, Triton leva uma bolada de neve na cara, e enquanto Max ria descontroladamente, Triton limpou a cara já se preparando para revidar.

- Eu já volto. - disse ao dar um sorriso malicioso.

- Boa sorte, Max. - murmuro e Amanda parece ter feito uma leitura labial em mim.

Não demorou muito para que os quatro começassem uma guerra de neve, e eu apenas os observava. Triton sorria como nunca, ele corria e Max era sempre o seu alvo, dominância latente. Rio e começa a reparar nas meninas, Amanda e Hena parecem estar tramando algum plano.

- Como eles podem estar brincando quando temos uma guerra adiante? - aquela mulher de antes, Lenalee, coloca-se ao meu lado. - Ah... Desculpe... Oi, sou Lenalee Alberon... e você deve ser a companheira do Triton... Lindo casamento! - sorri.

- Ah... Obrigada. - sorrio envergonhada. - Kristine Morre Cerutti. - apresento-me. - E desculpe perguntar, mas mais cedo o Fernando disse que você procura vingança e que acha que os presságios tem algo a ver...

- Eu não acho, tenho certeza! - há convicção em sua voz. - O lobo maldito que matou minha família e me transformou, ele deve ser de uma alcateia ruim, e vai ser ela que se juntará aos caçadores!

Pensei em falar, mas ela estava animada em dizer tudo.

- Falei pro Fernando, temos que aproveitar que somos uma das alcateias mais velhas e acabar com a alcateia dele... mas ele não me deixa falar com os antigos, muito menos procurar por esse cara. - rosna.

Então ele a estava protegendo, não a ignorando ou a maltratando como pensei.

- Você não gosta de ser uma loba? - perguntei sem pensar antes.

- Eu amo! - vejo alegria em sua face. - Mas não posso perdoá-lo por ter feito o que fez com a minha família... 

- Acho que eu faria a mesma coisa que você. - comento sabendo que isso é verdade.

- Não faria não... Você tem alguém para cuidar de você. - ela aponta para o Triton.

De certo modo, sei que ela está certa, porém sei também que ela não sabe como a lua cheia pode mandar em mim.

- Gostei de você... você não me julgou logo de cara, e tentou me compreender. - riu. - Obrigada, Kristine.

Dei meu melhor sorriso e disse um de nada antes de ela sair correndo para tentar, novamente, convencer o Fernando.

*

Triton foi totalmente contra quando disse que eu iria para a enfermaria dar uma ajudada. No fim, eu fui, mesmo com ele dizendo que eu devia descansar em casa.

Pelo menos, ele não havia me seguido, deixou-me sozinha... Só não sei se é solidão que estou querendo. Não tinha fome alguma, notei isso quando olhei o relógio pendurado na parede, marcava três horas da tarde.

- Ah, Kristine, que bom que você veio.. - Patrick me deu um susto. - Combinei de levar a Alice para tomar sorvete hoje, e não posso me atrasar... Aqui está a ficha dos dois pacientes que ainda estão aqui. Boa sorte! - e saiu.

Fiquei boquiaberta e pensativa, minha mente estava embaralhada... Patrick estava saindo com a Alice, então será que ela disse a ele que gostava dele? Depois, pensei quem poderia ser os dois únicos pacientes restantes.

Olhei as fichas, uma delas era a Mayuri que conversei ontem, e o outro era um tal de Mike Haleback. Dei de ombros e fui ver, primeiro, como Mayuri estava. Algo me dizia que eu devia ver uma pessoa que eu conhecia antes de um estranho.

Ao entrar no quarto dela, vi que a mesma estava muito bem acordada, mas parecia com tédio. 

- Boa tarde. - dou um pequeno sorriso e encosto a porta atrás de mim. - Como está?

- Ah... Kristine. - dá um meio sorriso. - Estou bem e você?

- Bem também. - pego uma cadeira e sento ao lado da maca.

- Então.. Como estão as coisas lá fora? - indaga um pouco retraída.

- Ah... vão bem... está tudo sossegado, e tem bastante gente nova chegando... - comento.

- Jura? Gente nova? - ela parecia muito interessada, mas no fim se conteve.

- Sim... - comecei a contar. - Max, Amanda, Courtney, Bruno e a Hena. 

- Nossa... deve estar animado por aí... - comenta. - E, Kristine, é verdade que a Giulia sumiu?

- É. - fito-a. - E você parece saber de algo. 

Mayuri enrola os dedos em seu cabelo preto, demonstrando receio.

- Eu... não sei de nada que possa contar... - virou o rosto e deu de cara com um vaso de flores.

Parecia um daqueles vasos improvisados, e as flores pareciam bem recentes.

- São lindas. - comento ao observar como ela as admira.

- São mesmo... Tyrone tem bons olhos para isso. 

Quando percebe o que acabou de me contar, Mayuri fica muito vermelha e começa a se atrapalhar para falar, tentando criar uma boa desculpa.

- N-Não estamos saindo nem nada... é só que ele... ele... é muito preocupado. - explica.

- Ei, pode ficar tranquila... não vou dizer nada para ninguém, muito menos tirar conclusões precipitadas. - afirmo.

Isso parece tê-la acalmado, Mayuri dá um sorriso meigo enquanto movimenta as mãos de modo constrangido.

- Ele anda bem preocupado ultimamente... vem aqui todos os dias... e ontem ele me trouxe essas flores. - para as mãos e me fita. 

- Ele deve gostar muito de você. - murmuro.

Sinto que estou sendo observada, mas não de modo intimidador.

- Eu sinto que posso confiar em você... você passa a mesma energia que a Eliza me passa. - afirma. - Isso deve ser bom... eu acho.

- Espero que sim... - comento para mim mesma.

Continuamos conversando, e Mayuri se sentiu mais à vontade, ela até me contou sobre o seu passado, e como a Eliza a achou e a ajudou. Não é uma história feliz, na verdade, posso dizer que entendo porque ela é tão "desconfiada", eu diria.

E enquanto andava pelo corredor, depois de ter saído do quarto dela, para deixá-la descansar um pouco. Fiquei a pensar, na verdade, tentei entender o que levaria alguém obrigar uma outra pessoa a se transformar.


- Você está mentindo... Não precisa esconder... Eu sei que ele fez com você o que o Gregory fez comigo.

- G-Gregory, o assassino? - engasguei. - Como assim?

- Ele e esse tal de Triton são lobos, mas você já sabia disso... Porque ele te transformou assim como aquele louco me transformou.



Sinto uma dor de cabeça e forço-me a manter as pernas firmes... Queria entender o que anda acontecendo comigo.

*

Foi estranho quando entrei no quarto do Mike e o vi de pé, ele era alto e seu cabelo me chamou bastante a atenção, pois era castanho escuro com um pequeno topete, que parecia não ser arrumado há dias.

- Err... oi? - dei um pequeno aceno assim que ele se vira e me vê.

De moreno ele passou para vermelho, foi então que notei seus olhos azuis.

- Você... precisa de alguma coisa? - indago meio confusa, já que parece que ele estava tirando as calças.

Mike estava petrificado e comecei a ficar preocupada.

- Mike? - chamo-o.

Ele dá um pulo e tenta enfiar as calças de novo, e quase cai, mas consegue se ajeitar e se trocar.

- Bem... oi... - dá um sorriso sem graça. - Você é?

- Ah, desculpe-me... sou Kristine. - apresento-me.

Então, ele volta a sua maca e se cobre, controlo a risada porque ele parece ser um pouco desajeitado, ou foi o nervosismo que o deixou assim.

- Então... você é a companheira do Triton. - comenta. - Legal!

Não aguento e começo a gargalhar.

- O quê? - ele parece estar em conflito.

- Desculpe... é que você está tão nervoso, que até ficou engraçado... - respiro fundo. - Olha, você não precisa ficar assim só porque estou aqui, está bem?

- Ok. - assente. - Err.. Kristine, você por acaso sabe quando eu vou ter alta?

- Hmm... me disseram que logo você vai sair, que só estão esperando o seu último exame ficar pronto.

- Graças a Amaterasu. - ele sorri. - Estou cansado de ficar aqui...

- Cheguei! - uma voz que eu desconfio que conheço entra com tudo no quarto. - E eu trouxe um lanche pra você, já que você vive reclamando da comida...

Era Annie Fraise - uma das integrantes da gangue das quarentonas, e até hoje não entendo o porquê desse nome.

- K-Kristine? - outra que estava morena e ficou parecendo um pimentão.

Já estava achando que o problema era comigo!

- Não é nada do que você está pensando, eu só vim fazer companhia pra esse bobão, porque ele vive dizendo que sou uma péssima amiga. - ela explica.

- E trouxe o nosso jantar, por quê? - Mike faz uma pergunta provocativa.

Anne estufa o peito, passa por mim e coloca a comida no colo dele.

- Melhor você engulir isso! - e faz um bico enorme.

Observo a cena sem dizer nada, acho que é hora de ir embora.


Notas Finais


Então... Eu não sei de onde tirei esses presságios, hehe, mas se vocês não entenderam algo, podem perguntar a vontade!

E ah, os avisos, bom, pretendo demorar mais tempo a postar os capítulos agora, sinto muito mesmo, é que estou entrando no último bimestre e pretende estudar pra valer, não quero ter de fazer subs de final.

Então, acho que dia 23 eu posto o próximo cap, até lá!


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