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História O Cheiro da Lua - Treino


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Novamente, perdão pela demora, mas já aviso que estou conseguindo escrever mais este mês!!

Boa leitura

Capítulo 56 - Treino



Até que acordei bem disposta, mesmo depois daquele pesadelo, acho que devo isso ao Triton, pois ele cuidou de mim o restante da noite até que finalmente consegui dormir novamente.

E a empresa do Dylan é gigante! Cheia de máquinas, funcionários, mas isso é só a parte de produção... E tinha os laboratórios, cada uma mais magnífico que o outro, e o meu trabalho começaria no controle de qualidade!

Podusk Ltda é uma multinacional de produtos químicos, há vários departamentos e eu fui designada para a área de cosméticos, e admito que me apaixonei pelo laboratório.

E Triton trabalhava em todas as partes já que ele fez engenharia elétrica, todas as áreas da fábrica precisavam dele. Mas como era meu primeiro dia, só comecei a trabalhar mesmo depois que Jennifer me mostrou toda a empresa.

Ela era alta e loira de olhos castanhos claro, parecia ter seus quarenta anos, era bem bonita. Jennifer era a secretária do Dylan, e foi o próprio que pediu para que ela me mostrasse tudo.

- E aqui é onde você vai ficar. - ela sorri, mostrando lindos dentes brancos, mas não tão chamativos quando os de um lupino. 

Ela abre a porta do laboratório da área de cosméticos, entrei com os olhos arregalados, era um grande espaço, cheio de aparelhos e potes com produtos variados.

- Senhor Podusk estava certo. - ela ri baixinho. - Você adorou este lugar!

- Eu amei! - tento controlar a minha voz para que ela não saia muito animada. 

- Então... Deixe-me apresentá-la a sua equipe. - ela acena para dois homens que vem na nossa direção.

Um deles é alto e tem um cheiro forte de loção pós-barba, tem olhos verdes que me intimidam e um cabelo preto bem penteado... Ele se apresentou, seu nome era John.

O outro parecia um pouco menos assustador, era só um pouco mais alto do que eu, cabelo castanho assim como seus olhos, e tinha um cheiro de cana de açúcar... Seu nome era Alan.

Em seguida, Jennifer nós deixou naquele lindo laboratório, acabei descobrindo que Alan tinha a minha idade e trabalhava ali há apenas um ano, já John tinha trinta e cinco e trabalha lá há seis anos, o que o fazia nosso "chefe".

- Então... Você tem a mesma idade que o jovem Alan aqui! - John parecia bem animado. - E você tem um belo nome, Kristine. - dá uma piscada para mim.

Meu cérebro interpreta este sinal como um simples "Bem Vinda". Pelo menos Alan era mais contido, na verdade, ele era bem tímido e não parecia muito habilidoso.

- Ao trabalho, Alan! - Jonh sorria. - E você, Kristine, poderia colocar o avental e as luvas lá fora, por favor? Há um banheiro feminino logo aqui do lado.

- Claro. - sorrio e viro-me para sair.

O banheiro era realmente perto, peguei um avental que estava em um armário - que tinha o meu nome escrito nele - e o vesti, depois peguei umas luvas que estavam em uma caixa, e ao lado havia uma lixeira escrita "Descarte".

Depois de prender o cabelo enquanto me admirava no pequeno espelho do banheiro, lembrei que tinha que começar a trabalhar. Hoje seria rápido, porque o meu turno é das oito da manhã até às duas da tarde, e meu horário de almoço é das onze e meia até ao meio dia e meio. 

É um horário um pouco esquisito, mas muito bom, pelo menos para mim. 

- Já são onze horas? - ouço John exclamar quando entro no laboratório. - Alan, você terminou aquele teste?

- Sim, mas ainda preciso refazer um deles... Algo deu errado. - comenta meio baixo.

Alan parecia com medo de levar uma bronca, o que me surpreendeu, pois John não parecia ser um cara rude, um pouco metido, mas não grosseiro.

- Quer ajuda? - pergunto a ele quando John vai para o outro lado do laboratório.

- Seria ótimo. - Alan dá uma risadinha nervosa. - Não sei o que está saindo errado...

- O que aconteceu? - pergunto.

Alan pega uma amostra de número 37, pega uma pequena parte do produto cremoso e junto com um outro líquido. No mesmo instante, o líquido acaba borbulhando um pouco e aumenta de temperatura.

- Você já checou o pH? - dou um palpite.

Alan me observa com brilho nos olhos.

- Não! - sorri animado. - Obrigada! Eu havia me esquecido e deve ser isso!

Alan me dá um forte abraço e depois me solta quando ouve um grito de John mandando-o terminar logo seu serviço, então, eu o acabo ajudando.

Até perdi a conta de quantas vezes Alan me agradeceu pela dica.

*

O almoço passou tão rápido quanto a uma hora e meia final do meu expediente, e a comida estava boa, não era nada sofisticado, mas era bem caseira e gostosa. Triton teria ficado com inveja da cozinheira, aliás, ele apareceu ao meu lado na hora do almoço.


- Então... Como foi? - Triton indaga ao sentar ao meu lado.

- Foi maravilhoso! - não contenho a empolgação e conto tudo a ele.

Triton sorri no final da minha narração e me dá um beijo rápido.

- Ainda bem que gostou... Eu fico muito feliz. - faz um cafuné na minha cabeça.

- Hoje... Eu já disse que te amo? - sorrio.

Triton não responde, só me beija mais uma vez, depois nos separamos e terminamos de comer. 



Agora, já estava em Madoch, bem perto da alcateia por sinal, só tinha que passar em casa para trocar de roupa, colocar algo mais atlético. Como esperado, Triton não estava em casa, ele devia estar começando com o intensivo para os novatos.

Tão rápido quanto entrei em casa, eu sai, fui em direção a enfermaria, porque era onde estava marcado nosso primeiro treino... Imagino que seja apenas um ponto de encontro.

E assim que cheguei, deparei-me com a mulher misteriosa, Evanie Harvey, tinha descoberto seu nome hoje na hora do almoço. Triton me contou que ela morava há um bom tempo em Luktend, mas que gostava de viver sem um "bando".

No fim, Fernando e Lyra a convenceram a ajudar na alcateia, porque todos estão temendo os presságios. 

- Você deve ser a Kristine. - Evanie dá um sorriso normal. - Então... Você é a mais nova das lobas selvagens...

Seu olhar é avaliador e intimidador, só não fico muito assustada pois vejo uma tatuagem, na verdade, uma parte dela. Sua regata deixa que eu note parte da figura e posso entender que é uma flor... Uma jasmim. Só então noto que a própria loba tem cheiro de jasmim.

- Desculpem pelo atraso! - Eliza com seu jeito todo fofo chegou ofegante. - Eu tive um...

- Elizabeth Herson... O Fernando me disse que terei que ser mais firme contigo. - Evanie ergue uma sobrancelha. - Estou começando a entender o porquê.

Eliza engole em seco e depois me dirigi um olhar de acho que estamos ferradas. Não sei como responder, até tenho medo... Se bem que a Evanie não me parece uma má pessoa.

- Bom... Vamos indo?! - sem esperar nossa resposta, ela se virou e começou a caminhar em direção a floresta.

Eliza e eu trocamos olhares nervosos antes de seguí-la.

*

Não tinha passado nem meio hora e todo o meu corpo queimava, pelo menos, a minha situação parecia bem melhor que a da Eliza, que havia sentado em um tronco e "levantado a bandeira branca".

- Vamos, Elizabeth! - Evanie parecia muito animada. - Confie mais em você mesma!

- Eu confio! - ela choraminga. - É o meu corpo que não acompanha a minha confiança!

Não consigo conter uma risada, Eliza me encara, mas não consegue fazer um olhar matador, porém Evanie decide continuar o treino comigo.

- Você parece bem disposta, Kristine. - dá um sorriso orgulhoso. 

Meu espírito geme de dor, mas meu corpo, mesmo doendo bastante, grita de ansiedade... Uma adrenalina me pegou de jeito.

Evanie pediu que usássemos todo o nosso potencial.

- Quando estiverem totalmente esgotadas, quero que se transformem, e não se preocupem com as roupas... Temos várias roupas simples... Foi o Dylan que as comprou. - Evanie anda de um lado para o outro enquanto fala. - Homem rico e metido, mas parece ser boa pessoa. - dá de ombros.

Eliza já estava no seu máximo, entretando, eu ainda tinha energia e como Evanie sugeriu, comecei a correr por um percurso que ela havia marcado com algumas fitas vermelhas. 

Era um caminho meio que sinuoso, que acabava sendo contínuo, e no meu ritmo demorava cerca de quinze minutos para fazer um trajeto completo. E não era uma corrida fácil, Evanie havia feito, propositalmente, um percurso com direito a pular troncos, subir em uma árvore e pular para outro só para passar por uns dez metros de lama, e também tinha uma passagem por um pequeno rio.

Só aguentei mais três voltas e meu corpo estava em estado de choque, pobre da Eliza que acabou caindo na lama, agora ela parecia um boneco de lama, mas apenas na frente.

Nem mesma Evanie conseguiu segurar a risada, Eliza ficou toda envergonhada, mas não tivemos muito tempo de conversa, porque Evanie nos lembrou que deveríamos nos transformar. 

Não foi fácil, cada célula do meu corpo não estava pronta para mais esforço, doeu muito. Meus ossos se quebraram tão fortemente que gritei, meus dedos se torceram virando garras, minhas costas se ajeitavam a minha outra forma.

Gritei mais uma vez, quase chorei e quando achei que não aguentaria mais, transformei-me por completo. Uma loba preta cansada, tão desgastada que acabou desmaiando.

*

Abri os olhos, uma corrente segurava meu pescoço... Parecia uma coleira totalmente reforçada, e estava presa a uma árvore bem velha. O tronco era tão grosso que era difícil me imaginar livre... Correndo.

Um barulho... Um cheiro de jasmim, rosnei e uma mulher saiu de trás de uma outra árvore. Olhei em volta e vi uma outra loba, ela estava sentada e também presa.

- Kristine! - gritou a mulher.

Voltei minha atenção a ela, porque berrava? Essa humana não sabia que lobos tem uma ótima audição? Estúpida!

- Nem ouse rosnar para mim. - seu tom era sério.

Recuei fazendo minha bunda encostar na árvore, rosnei mais baixo, estava com medo, mas não demonstraria. 

- Kristine! - gritou mais uma vez. - Veja a Eliza! - apontou para a outra loba. - Ela está tentando voltar a ela mesma.

O que essa humana tola estava falando? E por que me chamava de Kristine? E como fiquei presa? Logo anoiteceria, e a lua precisava de mim.

Talvez eu a alcançasse dessa distância... Só atacando para saber, rosnei e usei a árvore para dar impulso, mas por pouco não a peguei. Surpreendi-me, pois a humana não se mexeu, e continuo me encarando com aquele olhar avaliador.

Recuei mais uma vez, e mantive seu olhar firme.

- Podemos ficar nisso a tarde toda... É sua escolha. - deu de ombros e voltou a conversar com a outra loba.

Preocupada em me livrar dessa prisão, acabei por não prestar atenção a conversa das duas. Talvez me arrependesse...

Uivei, chamando pela lua... Ainda era cedo, mas talvez Amaterasu me ajudasse. Foi então que a humana gritou o nome Kristine mais uma vez, rosnei de novo, mas algo no meu corpo estava mudando.

Grunhi, minhas patas tremiam, sentei-me, mas logo tive que deitar. Mesmo assim continuei a rosnar, mesmo sem muitas forças... A humana sorriu vitoriosa e se aproximou, e murmurou num tom que um lobo conseguiria facilmente ouvir.

- Kristine... Você é uma lupina que ama o Triton Cerutti.

Doeu... Nunca sentira nada igual... Grunhi, sentindo cada pedaço do meu ser desaparecer, imagens estranhas inundaram minha mente... Um lobo, não, um homem... Ele tinha cabelo castanho claro e olhos lindos... de um caramelo hipnotizante.

Ah... E havia uma mulher... Tinham quase a mesma altura, cabelo preto e olhos azuis... Vários momentos dos dois juntos... A cena congelou, ele deu a ela um colar... Mas o que está escrito...

"Kristine & Triton unidos em 05.01.13"

Por que eu estava encolhida? E encarava a terra, e meu pescoço... Há essa corrente. 

- Foi mais rápido do que eu imaginava. - a voz de Evanie me faz erguer a cabeça.

Ela segura algumas roupas e as estende para mim.

- Acho que para um primeiro treino.. Está muito bom. - Evanie sorriu. - Você conseguiu o que a Elizabeth ainda não foi capaz.

Olhei para onde ela apontava, a loba estava sentada e rosnava bem baixo, e seu olhar era ameaçador.

- Ela vai ficar bem? - preocupava-me.

- Vai... Mas parece que terei que pegar um pouco mais pesado. - comenta.

Pego as roupas que me foram concedidas e me troco, era uma blusa de frio e uma calça de moletom. Meio brega, mas esquentava.

- Pode me explicar o que houve? - perguntei ao me sentar ao seu lado no tronco.

- É simples... Quando a parte humana fica desgastada demais e vocês se transformam... É como uma abertura para a loba selvagem tomar conta. - explica.

- Foi por isso que doeu tanto? - tremi ao lembrar das dores.

- Sim... Sinto por isso. - afirma com sinceridade. - Mas é só assim que tenho como provocar vocês para poder ajudá-las a voltar.

- E deu certo? 

- Deu. - sorri. - Mas vejo que vocês são ligadas as suas partes humanas de formas diferentes... Aliás, é extremamente importante que você se lembre da última coisa que sentiu ou viu quando voltou.

Fitei-a confusa, eu mal me lembrava do que havia acontecido.

- É algo relacionado ao amor. - corou de leve. - Eu falei sobre o Triton e você mudou completamente.

E veio como uma pancada na cabeça... Tudo de uma vez só. 

- Um calor... E depois uma cena de nós dois. - confessei. - Foi isso...

- Ainda bem que lembrou... Agora é só você aprender a lembrar disso sozinha... Não que seja fácil, mas é por isso que treinarei vocês.

- Obrigada. - sorri e uma lágrima caiu de meu rosto. - Você me deu esperanças.

Evanie afagou minha cabeça num ato carinhoso e sorriu.

- Agora você deve voltar e descansar, o treino de hoje acabou e pode ficar tranquila... que dessa outra loba aqui, eu cuido. - parecia que lia meus pensamentos. - Temos a tarde toda!

A loba, melhor dizendo, Eliza recuou com as orelhas baixas. Levantei e me despedi, precisava descansar... Mas quem eu queria enganar, eu só queria chegar na alcateia e abraçá-lo.

Mais uma vez, ele era o meu salvador sem nem mesmo precisar estar ali.

*

Foi fácil achá-lo, só seguir os choramingos de lupinos inexperientes, dava até pena. Mas não prestei atenção para ver quem sofria mais ou quem estava mais animado, e assim que Triton parou de dar ordens a alguns meninos, pulei em seu pescoço.

- K-Kristine? - segurou-me um pouco acima do solo. - O que...

- Eu te amo muito! - abracei-o mais forte. - Você é tudo pra mim!

Triton me colocou no chão e me beijou, ouvimos alguns cochichos sobre a nossa cena, porém logo foram substituídos por resmungos de dor.

- Você é linda. - beija minha testa. - Te amo hoje e sempre. - sussurra no meu ouvido.

Aquelas palavras me aqueceram, abraço-o mais um pouco sentindo seu cheiro relaxar todo o meu corpo, fecho os olhos e mergulho a cabeça em eu peito.

- Tudo bem com você? - indagou afagando meus cabelos. - Já estou quase terminando aqui... Quer ficar comigo?

- Posso? - ergo a cabeça e o observo. - Não vou atrapalhar?

- Claro que não vai. - ri e me solta um pouco. - É a parte final, então só estamos esperando eles terminarem o último exercício.

Pelas lamentações de todos, sem exceções, resolvi não perguntar qual era a tarefa final. Triton me guiou até um tronco e pediu que eu ficasse ali, observei ele provocar alguns lupinos enquanto Marcos tentava encorajar alguns outros.

Nunca havia reparado bem no companheiro da Eliza, ele era um pouco mais alto do que o Triton, tinha olhos verdes e um cabelo preto charmoso, eu diria. E era difícil distinguir os cheiros ali, muitos lobos e lobas juntos.

- Isso é o máximo que podem dar? - a voz de Helena era inspiradora. - Vamos!

Triton bufou e Marcos coçou a cabeça, ambos se sentiam desconfortáveis com o fato de terem de "dar aulas" junto com uma mulher, e ainda mais, uma bem mais nova do que eles.

Pelo que eu saiba, Helena tinha por volta dos quarenta, já Marcos tinha quase trezentos anos, e Triton tinha seus duzentos e vinte.

Depois de cinco minutos, que passaram bem rápido por sinal, Triton veio ao meu encontro e me puxou para si, beijou-me devagar. Teria agarrado o seu cabelo se ele não tivesse nos separado e me puxada para o caminho de casa.

- O que houve? - estranhei.

- Nada... - continuava andando de mãos dadas comigo. - Só quero chegar logo em casa.

Ergui uma sobrancelha... Se era sexo que ele queria, ficaria muito decepcionado, porque não tinha forças para uma noite de prazer. Agora mesmo, estava sendo levada por ele, não possuía forças para chegar em casa sozinha.

*

O pesadelo desta noite havia sido mil vezes pior do que os anteriores, tanto que acordei aos prantos... Triton me disse que eu gritava enquanto arranhava meus braços.

Ainda sinto-os doloridos, as marcas das minhas unhas estavam bem fundas, só esperava que não fizesse isso com Triton nas nossas noites de luxúria. Mas o estranho foi que não conseguia me lembrar do que sonhara.

- Vai ficar tudo bem... - perdi a conta de quantas vezes ele havia me dito isso durante a noite.

- Eu sei que vai... É que esses pesadelos me assustam. - confessei e já esperava por uma resposta calma e sábia.

Mas ao invés disso, Triton parecia receoso e confuso, tentei olhar em seu olhos, porém ele os desviara. Não quis pressioná-lo, optei por continuar comendo o meu café da manhã.

Ao terminarmos, levantei-me e arrumei a cozinha, ainda era cedo... Apenas seis e meia da manhã, nosso trabalha só começava as oito horas. Em meio ao silêncio, notei como Triton estava exausto, não era por menos, ele não havia dormido nada depois do meu pesadelo.

Aproximei-me dele, que ainda estava sentado na cadeira da cozinha, e sentei-me em seu colo. Estava tão sonolento que tomou um pequeno susto.

- Desculpa. - murmurei e lhe dei um beijo na bochecha. - Certeza que está bem para ir trabalhar?

- Uhum... - balbuciou ao fechar os olhos e tombar a cabeça em meu ombro.

- Acho melhor você ficar em casa hoje. - acariciei seu rosto e plantei um beijo em sua testa. - Não acha, meu amor?

Ele negou com a cabeça, embora estivesse nítido que até mesmo esse simples movimento lhe era desgastante.

- Fique em casa hoje... Tenho certeza que Dylan não ficará bravo... Ele sabe como você está se esforçando em tudo que está ocorrendo. - referia-me a alcateia, não a mim... Mesmo que achasse que treinar alguns lobos era de longe tão trabalhoso quando cuidar de uma loba selvagem com pesadelos.

- Mas e você? - resmungou ainda de olhos fechados.

- Eu vou ficar bem. - afirmei com um simples sorriso. - Prometa que vai ficar em casa hoje, pelo menos pela manhã. - pedi.

Triton continuou resmungando, e só cedeu quando prometi que ligaria sempre que pudesse, e não esquecer de avisá-lo quando chegasse na empresa, quando almoçasse e quando saísse. 

- E quando for começar o seu treino também... - a força, coloquei-o deitado na nossa cama, seus olhos mal abriam.

Estava sentada ao seu lado, vendo-o perder para o sono, senti pena e fiquei enfurecida comigo mesma. Mas adverti-me lembrando que a culpa não era totalmente minha e que ele ficaria bravo se soubesse que eu estava me martirizando.

- Cuide-se, minha linda. - foram suas últimas palavras antes do cansaço tomá-lo por completo.

Beijei-lhe os lábios com carinho e me levantei, peguei minha bolsa e meu celular, depois sai do quarto e logo sai de casa. Fechei a porta sem fazer barulho algum, respirei fundo e peguei meu caminho.

Estava tão animada para ir ao trabalho que não havia notado que estava indo cedo demais, mas agora não voltaria para casa, era só dar uma parada no café ou na padaria.

Era isso que eu imaginava que aconteceria, entretanto fiquei surpresa ao ver Amanda escondida atrás de uma árvore, só entendi a situação quando percebi que Natan estava "treinando". Na verdade, parecia que ele estava tentando aprender a fazer algo, não que eu saiba o que seria.

Só parei de observá-lo quando Amanda deu um pulo quando me viu.

- N-Não é nada d-disso que está p-pensando! - ficando vermelha como um tomate.


Notas Finais


E então, como está sendo o decorrer da história?

Logo mais teremos grandes momentos, suahsuahsuhs


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