1. Spirit Fanfics >
  2. O Cheiro da Lua >
  3. Quietude

História O Cheiro da Lua - Quietude


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Queridos, planejava postar este capítulo ontem, mas o site estava fora do ar, então postei hoje!

Boa leitura

Capítulo 58 - Quietude



Como Evanie havia "prometido", nosso treino da quarta-feira foi observar e analisar os movimentos e táticas dos experientes. Concentrei-me bastante, menos quando Triton ficava exatamente na minha frente, então eu era forçada a olhar para a sua bunda.

Não que isso demorasse muito, porque sempre conseguia recobrar a postura e voltar a atenção as lutas de duplas que ocorriam a minha frente. 

- Como foi o trabalho hoje? - Eliza perguntou, hoje ela já parecia mais disposta.

- Foi bom. - afirmei. - Foi bem calmo, na verdade.

- Que bom! - Eliza sorriu e voltamos nossa atenção ao treino.

Todos treinavam ao mesmo tempo, porém eu só conseguia acompanhar uma dupla de cada vez. Então comecei pela dupla do amigo do alfa, aquele que ajudou o Fernando quando ele estava embrigado no chá de bebê da Lorena.

E como Gabriel tinha um problema no braço, Helena se colocou como sua parceira e queria testá-lo bastante. Ela era rápida e tinha ataques certeiros, mas Gabriel possuía uma ótima defesa. 

Erá difícil dizer qual dos dois se daria melhor em uma luta, já que cada um tinha a sua vantagem. Foi então que num erro de cálculo, Helena acabou deixando que Gabriel a prendesse pelo pé, quando ela tentou chutá-lo.

Ele a girou e fez a mesma cair de costas no chão, em seguida, ele esperou que a mesma levantasse. Helena rosnou baixinho como se não acreditasse no que havia acabado de ocorrer.

Ela estralou os dedos e sorriu, depois correu em direção ao adversário - algo que ela não havia feito até agora - e Gabriel se defendeu do mesmo jeito, o que não resultou no esperado.

Ele acabou se desequilibrando e foi então que Helena lhe passou uma rasteira, fazendo-o cair de bunda no chão. Ela se aproximou com um sorriso vitorioso no rosto e lhe estendeu a mão.

Gabriel riu e aceitou a ajuda de bom grado, e depois os dois se colocaram em postura de luta e começaram mais uma "batalha".

- E a vida de unida? - Eliza me fitava.

- Ah... Está ótima! - não escondo o sorriso. - Depois de tudo que passamos, acho que finalmente estamos nos adaptando a tudo... Sabe?

- Sei... - concordou com a cabeça. - Marcos também demorou a se acostumar a ouvir uma fêmea. 

Vejo que não é só comigo que isso ocorreu.

- Demorou muito?

- Não... Acho que o mesmo tempo que vocês. - diz pensativa. - Mas é uma maravilha quando tudo se acerta, não é?

- Com certeza! - rimos e depois acabamos voltando a atenção a uma luta interessante.

Lenalee e Rae mais discutiam do que lutavam, na verdade, a cada golpe, eles falavam algo para provocar o adversário. Não dava para ouvir muito bem o que eles falavam, porém era algo que irritava o inimigo, pois as coisas estavam começando a ficar mais agressivas.

Entretanto, não foi difícil notar que os dois estavam gostando da provocação, então me lembrei que Rae tinha um interesse na Lenalee. Enquanto pensava nisso, ele veio a cair de cara no chão, ela ria e colocou um pé nas costas do mesmo.

Foi assim que reparei como ela era boa para formular planos, mesmo que estivesse no meio de uma luta. Rae era muito bom lutador, mas Lenalee parecia prever a maioria de seus ataques e ela sempre tinha uma resposta que o "assustava".

Por fim, ele caiu mais uma vez... Então, pareceu que Rae começou a lutar de verdade. Lenalee notou a diferença e começou a ficar mais séria, os dois já não falavam mais, apenas lutavam.

Ao meu ver, ela ainda possuía muita vantagem e parecia levar a luta numa boa, sem precisar se esforçar demais enquanto ele buscava algum ponto fraco e tentava entender como Lenalee o previa tão bem.

- Eles lutam bem. - acabei comentando alto.

- Sim... Quem dera eu fosse tão boa. - Eliza suspirou. - Pensando bem... Sou uma ótima lutadora quando descontrolada. - coça a cabeça. - E você?

- Também. - lembro-me do dia em que participei da guerra entre a alcateia e os caçadores, aquela não poderia ser eu.

- Nossa... Essa será um tanto quanto cordial? - ergueu uma sobrancelha ao apontar para dois homens.

Lupus e Dylan. Era bem provável que Eliza estivesse certa, os dois eram bem confiantes e cavaleiros, e possuíam uma imensa cultura.

Dylan era bem alto, mas Lupus conseguia fazer com que o adversário parecesse pequeno. 

- Ei, Dylan, quando foi que você diminuiu tanto? - Triton gritou.

Dylan apenas revirou os olhos, ignorando a vontade de esganar o meu companheiro. Lupus mantinha sua postura e apenas se colocou em posição de defesa, preparando-se para quando o oponente estivesse pronto.

Para a ocasião, Lupus havia prendido o cabelo - que batia no ombro - num pequeno rabo de cavalo. Dylan estava com uma cara de poucos amigos, porém eu já havia me acostumado a esse mau humor dele.

- Vai começar. - Eliza afirmou quando Dylan avançou rapidamente.

Lupus parecia já saber o que vinha, conseguindo desviar com muita facilidade, Dylan aproveitou a tranquilidade do inimigo e deu um chute para cima, raspando do queixo de Lupus.

Imaginei que eles fossem se afastar, contudo, Lupus firmou os pés no chão para não perder o equilíbrio para trás e voltou com força para frente, dando uma cabeçada na testa de Dylan.

Meu chefe saiu meio tonto e quando melhorou, pude sentir a raiva chegar até nós. Eliza até tremeu e pigarreou só espero que ele não exagere. E temo o que possa ser esse exagero.

Mas Dylan parece se controlar ao respirar fundo e depois aumentar a sua guarda, e com isso, foi a vez de Lupus atacar. Como esperado a luta era com movimentos precisos e uma habilidade admirável, e no fim, nenhum dos dois venceu, apenas o cansaço.

- Vocês são ótimos em lutas, mas precisam melhorar a resistência. - Marcos explicou aos dois.

Lupus consentiu e Dylan concordou com um suspiro, ele era bem, digamos, arrogante, mas uma boa pessoa. Triton uma vez me disse que o Dylan é assim porque teve uma infância muito rigorosa e cheia de desafios.

Foi quando notei que Anne e Angie estavam lutando.

- Uma luta das quarentonas.. - tapei a boca e olhei para Eliza, que ria.

Volteia a atenção a luta que estava sendo bem veloz, era até difícil entender quem estava com a vantagem ou quem estava liderando o ataque, porém se podia tirar uma conclusão daquilo.

Nunca arranjaria briga com nenhuma das duas, porque eu era ágil, mas nada comparado a elas. Fiquei admirada com a forma da batalha, ainda mais que suas alturas eram bem próximas, facilitando um pouco a visualização dos movimentos.

E quando elas, finalmente, afastaram-se um pouco, notei que não estavam muito cansadas, o que só podia ser resultado de um fôlego incrível. Nesse momento, Anne recobrou sua postura e soltou uma frase de tsundere, que era para provocar a Angie, porém acabou sendo um divertimento.

Agravando assim a luta, pois agora, Anne estava irritada por sua amiga ter gargalhado, e Angie aumentou a força de luta proporcionalmente ao aumento de Anne. Parecia que nunca teria fim, então mudei minha atenção para a dupla Mayuri e Patrick.

Foi estranho ver um dos médicos da alcateia lutando, na verdade, ele mais se defendia do que atacava, acho que Patrick não tinha uma boa noção de lutas. E eu o preferia na enfermaria, com total certeza!

Já Mayuri era esperta e sabia onde atacar, deixando-o mais confuso do que já estava. Mas o que me surpreendeu foi quando Patrick desviou e quase nocauteou a pequena Mayuri dando-lhe um ataque no pescoço.

Até mesmo o Triton ficou impressionado, e Mayuri reclamou um pouco dizendo que iria pegar pesado de agora em diante. O que fez a defesa do Patrick melhorar e muito.

- Fazia tempo que eu não via a Lyra lutando. - Eliza apontou para onde estavam a Lyra e o Tyrone.

Não conhecia muito bem nenhum dos dois, mas algo me dizia que a luta seria boa. Lyra era muito habilidosa, nenhum ataque era perdido, todos tinham algum propósito, entretanto, Tyrone não ficava para trás, sua defesa era impecável e quando atacava era com força, fazendo Lyra pensar bem antes de se aproximar novamente.

E a melhor parte foi quando Lyra tentou algo novo, ela saltou como se fosse dar um chute na cara do Tyrone, porém ela mudou o foco e tentou pisar no pé dele, mas ele tirou o pé, perdendo o equilíbrio. Então Lyra deu uma cambalhota passando por de baixo das pernas dele, e sem precisar levantar, chutou-o pelas costas. 

Enquanto Lyra se levantava já armando a próxima investida, Tyrone recuperava o equilíbrio e tão logo a postura, havia sido um ataque forte e seu olhar dizia que suas costas haviam recebido um grande dano. 

Mas foi quando ele sorriu que a situação ficou mais séria, avançou como não havia feito até agora, Lyra arregalou os olhos e tentou se distanciar, tinha esquecido dessa possibilidade, pensou que ele iria continuar defendendo e dando ataques de curto alçance.

Foi uma rasteira rápida e eficaz, Lyra caiu de bunda no chão e soltou um bom grito, foi como se ela tivesse quebrado o cóccix. No fim, Tyrone lhe deu um peteleco na testa e riu, depois a ajudou a levantar e os dois acabaram indo descansar um pouco.

- Essa foi forte! - exclamo admirada.

- Foi mesmo, e para acalmar... Agora teremos Eric e Verona. - sigo o olhar de Eliza.

Ela estava certa, foi uma luta calma e sem muitas surpresas, mas os dois eram muito fortes e com pouco agilidade, o que tornou a batalha bem visível. 

E cada movimento era novo, eles nunca repetiam, incrível a variedade! 

- Essa vai ser engraçada. - falei quando vi Charlie se aproximar do Miguel.

- Concordo. - Eliza sorriu e começou a olhar a luta comigo.

Como imaginei, Charlie mais tentava brincar com o seu adversário do que lutar de verdade, até que Miguel acabou perdendo a paciência e conseguiu fazer Charlie acordar.

Foi um soco muito bem dado que fez Charlie ficar sério, então a luta fluíu, chegando a ficar bem interessante. E no fim, Charlie acabou perdendo ao tropeçar em uma pedra e cair de cara no chão.

Eu e Eliza não conseguíamos segurar a risada. Só quando conseguimos respirar normalmente, foi que percebemos que a última dulpa era  Alice e Jule. As opostas, digamos assim.

Alice era mais gentil e delicada, e Jule era mais independente e raivosa. Assim, Jule começou um ataque, Alice parecia ainda estar se aquecendo já que a mesma apenas desviava. 

Depois, quando Jule se afastou um pouco, Alice investiu em uma série de chutes, Jule estava defendendo bem até que um chute virou um soco, fazendo-a perder um pouco da noção, mas não por muito tempo.

Apenas tempo suficiente para Alice preparar um chute mais forte que conseguiu fazer Jule recuar. Mas logo ela voltou com força máxima e Alice já estava mais preparada, então a luta seguiu equilibrada.

- Acho que já deu por hoje. - Eliza parecia meio cansada. - Muita informação.

- É... Acho que vou em casa, tenho que fazer a janta ainda. - sorrio ao olhar Triton, que estava ajudando Anne e Angie.

- Bom... Então nós vemos amanhã. - suspira. - Que é mais um treino nível difícil. - choraminga.

Apenas aceno enquanto ela saí, quero olhar mais um pouco, então depois posso ir calmamente para casa.

*

Triton já estava deitado na cama, o coitado estava tão exausto que só aguentou comer um mini-lanche e tomar um banho. E como fiquei com dó dele, fiz-lhe um chocolate quente, que conseguiu animá-lo.

- Como eu pude esquecer?! - Triton pulou da cama e correu se trocar.

- Triton? - segui-o. - Está tudo bem?

- Não... Quer dizer, sim! - ele para na minha frente. - Você precisa se trocar, se bem que mesmo de pijama você fica linda e sexy, mas eu não quero que eles a vejam assim.

- Eles quem? - vejo ele rodar o closet à procura de alguma roupa.

- Os novatos... A Helena prometeu um fondue  se todos conseguissem aguentar as três horas de treino. - explica. - E ela disse que eu devia levar você.

- E ela vai levar o Leonardo? 

Triton para e me encara, ergue uma sobrancelha e percebo que ele não faz ideia do que eu estou falando.

- O namorado da Helena. - comento.

- Ah! Sim... Ela comentou algo sobre isso também. - volta a fuçar nas roupas.

- Posso pegar uma roupa para você, se quiser. - suspiro e toco em seu ombro.

Ele se vira e me beija de surpresa.

- Você é tão única... E não faz ideia do quanto te amo. - beija minha bochecha e seus braços vão me soltando aos poucos.

- E você é tudo pra mim. - afirmo lhe dando um beijo no nariz. - Agora descanse um pouco, porque até eu me arrumar... - brinco.

- Hmmm.... - puxa-me para perto de novo. - Você não precisa se arrumar tanto.

Ele estava claramente com ciúmes.

- E sabe que horas são? - perguntou, mudando de assunto.

- São sete horas. - lembro da última vez que consultei o relógio.

- Ótimo! - ele me eleva colocando-me em seu ombro. - Vamos descansar por uma hora e depois nos arrumamos.

- Ei, ciumento. - rio. - Que horas é o jantar e onde é?

- Oito e meia, e será na casa da Helena. - joga-me na cama e deita em cima de mim. - Mas quem se importa com isso agora?

Estava pronta para responder, mas sua boca calou a minha, iniciando um beijo quente e profundo. Nossas pernas estão enlaçadas, seu corpo me pressiona contra a cama, e Triton passa uma mão por de trás do meu pescoço.

Sua língua começa a explorar cada canto da minha boca, mesmo que ela já tenha descoberto todos. Enlaço seu pescoço e nos separo quando fico sem fôlego, Triton sorri e se deita ao meu lado e ao mesmo tempo me virando junto.

- Você não disse que íamos descansar? - encosto a cabeça em seu peito.

- Agora nós iremos descansar. - ele ri bem alto e depois fica em silêncio.

Ergo a cabeça, vejo seus olhos fechados e sua respiração se normalizar, ele acabou dormindo. Estico o braço e pego meu celular, coloco-o para despertar as oito horas, em seguida, volta a minha posição confortável e durmo em cima do meu companheiro.

*

A casa da Helena estava um brilho, toda arrumada e tinha até cheiro de casa nova. Não pude não elogiá-la. Foi então que ela me carregou até a cozinha, detalhando como foi complicado arrumar tudo tão rápido.

Triton ficou na sala conversando com o pessoal - Leonardo, Max e Hena - e quando entrei na cozinha, fui recebido por várias sorrisos. Mike, aquele homem que parecia estar interessado na Anne e que pelo que me falaram, os dois são amigos bem próximo. 

Sophie, a romântica, pelo menos era assim que eu me lembrava dela. Daphny a mais nova integrante da alcateia, na verdade, estou meio indecisa se essa informação é verdadeira. Houve uma grande entrada de novatos esse mês.

Até mesmo Evanie afirmou que os presságios acabaram atraindo-os para as alcateias, mesmo que eles não conheçam sobre essa profecia, as partes lupinas acabaram guiando-os.

- Vocês demoraram, hein? - Mike brinca com um sorriso. - Estava morrendo de fome!

- Estava nada! - Helena revira os olhos. - Você disse que tomou um café da tarde com a Anne.

Ela o entrega descaradamente, Mike perde a fala e a cor natural, ficando vermelho como uma pimenta. 

- Rabugenta. - resmunga, mas tenho certeza que Helena escutou, ela só fingiu não se importar.

- Então... Como estão os aperitivos? E a carne, vocês já cortaram? - Helena indaga ignorando o olhar mortal do Mike.

- Já separamos os molhos e já cortamos os pães. - Daphny afirma sorrindo.

- E já cortei a carne. - Sophie diz.

- Então já podemos colocar tudo na mesa de jantar? - Helena parece surpresa.

- Já! - os três respondem juntos e depois desatam a rir.

Assim ajudo a levar tudo até a sala de jantar, no caminho, chamei as pessoas que estavam na sala. E mesmo que a conversa estivesse parecendo muito boa e interessante, eles se levantaram na hora e vieram comer.


Admito que também estava com muita fome e o cheiro dos molhos estava fazendo meu estômago falar. Triton se sentou ao meu lado e assim como todos os presentes, não demorou a atacar a mesa.

*

Assim que nós nos satisfazemos com o fondue de carne, Helena e eu levantamos para esquentar o de chocolate. 

- O Leo é bem esperto, não? - Helena comenta com orgulho.

- Por que diz isso? - tento compreender.

- Porque ele já conseguiu se ajeitar a alcateia... E ele aprendeu a me mimar. - afirma um pouco corada.

Estava pensando em perguntar algo mais íntimo ou romântico quando ela me cortou, parecia que tinha lido a minha mente.

- E você e o Triton? - sorri. - Ele é bem dominante, não é?

- Muito. - afirmo rindo. - E as meninas me dizeram que você também é. - comento.

- Ahh... Eu sou... Eu acho. - ela ri. - Mas sei me controlar, são os machos que não sabem o limite. - revira os olhos.

Tenho que concordar, tinha épocas em que o Triton abusava da dominância. Estava pensando em como progredimos em nossa relação, então Helena saiu da cozinha com o fondue de chocolate.

- Chame o pessoal lá no jardim de trás, por favor. - foi sua frase de saída.

Dei de ombros e fui fazer o que Helena pediu, saí pela porta da cozinha e dei a volta pela casa, e fui surpreendida pelo que vi. Amanda e Natan estavam de paquera... Pelo menos era isso que meus olhos diziam.

Ela estava enrubescida e mexia no cabelo de modo a tentar amenizar a vergonha, já Natan estava confiante, e seus olhos estavam vidrados no rosto da pequena. Então ele pegou no queixo dela, levantando sua cabeça.

Amanda fechou os olhos quando Natan lhe deu um suave selar de lábios. Na verdade, ele deu várias beijos calmos nela, mas Amanda ainda aparentava estar retraída. Ele deve ter notado, pois lhe deu um carinhoso abraço que logo foi retribuído.

Estava dando um passo para trás quando ouvi uns gemidos baixos, encarei o casal a minha frente. Ou eu estava ficando louca e surda, ou havia outro casal presente neste jardim. Segunda opção.

Bruno e Courtney estavam se agarrando, talvez eu seja um pouco exagerada, porém aquilo com certeza era uma marca de um chupão no pescoço dela. Um pequeno conflito interno me abateu... Seria eu a estragar este momento fofo e selvagem dos casais?

Felizmente, a resposta foi não, porque foi Max que quebrou todo o clima. Ele apareceu atrás de mim e acabou tropeçando em alguma raiz no chão, o barulho da cara dele caindo na lama foi péssimo.

Noto que ele é muito azarado, porque só havia esse pedaço de terra molhada e Max conseguiu cair justamente ali. 

*

Depois do jantar e de ajudar a Helena a lavar a louça suja, Triton me levou até uma parte da alcateia que eu nunca havia ido antes. Ficava para trás do "bairro residencial" e tinha uma árvore bem alta, com uma copa grande e volumosa. 

Triton se sentou embaixo dela e me puxou para o seu colo, encostei a cabeça em seu peito, ouvindo as batidas suaves do seu coração. Depois, aninhei-me um pouco mais e quase ronronei, a noite estava fria, mas o calor de seu corpo me aquecia.

- Poderia ficar aqui a noite toda. - Triton respirou fundo, senti que ele relaxava.

Há quanto tempo não repousávamos dessa maneira? Aquele lugar me passava uma paz, um sentimento de segurança e força. Ergui um pouco a cabeça, Triton tinha seus olhos fechados e uma curva, que parecia um sorriso, nos lábios.

Olhei em volta, havia uma tentativa de um mini-parquinho, tinha uma gangorra em construção e um balanço amarrado em um galho grosso da árvore. 

Estávamos em silêncio até que Triton começou a falar sobre os novos integrantes e os casais que estavam se formando, posso jurar que ele me pareceu com ciúmes da Amanda... Um ciúmes de pai.


Acho que ela ainda é muito nova para namorar.


Nunca esquecerei essa frase. Rio e beijo sua bochecha, Triton me abraça mais apertado e sussurra palavras carinhosas em meu ouvido. Delicio-me com as carícias e fecho os olhos. 

Tudo parece bem, porém lá no fundo a minha loba rosna, alertando-me que tenho muitas dificuldades à frente. E o único favor que lhe peço é que deixe-me pelo menos por hoje.

Quero aproveitar essa parte de mim... Desfrutar do meu companheiro amado e da minha querida família que essa alcateia se tornou. 

- Está preocupada com alguma coisa? - Triton se mexe e beija minha testa.

- Não. - minto. - Só descansando.

Parece desconfiar, mas logo se convence e começa a me contar umas histórias da sua adolescência. Presto atenção, predendo em minha mente todos os detalhes possíveis. Temo o dia em que perderei o controle.

Por isso, olho-o como nunca havia olhado antes... Seus olhos caramelos, sempre intensos e que mostram seus sentimentos; seu sorriso, dentes brancos com lábios carnudos, tudo muito sedutor; seu cabelo castanho claro não é curto nem longo, mas parece ter seu próprio estilo.

E o seu cheiro, delicioso... Nozes, tão suave e viciante! E por último, lembro-me de como ele é quando lobo... Castanho claro e médio, com um ar de dominância e proteção, um uivo longo, um olhar sincero e cuidadoso... Gosta de se divertir e se aventurar.

A dúvida mais impiedosa que ainda tenho é... Como poderia me esquecer desse belo homem e fiel lobo? Ele que me mostrou como era ser um lupino, e que também me ensinou como posso ser eu mesmo sem medo, sem problemas, sendo feliz.

- Eu te amo demais! - agarro-me em seu peito e respiro fundo todo o seu cheiro.

- Eu te amo mais que a lua! - foi a primeira vez que imaginei como seu amor por mim devia ser imenso.


Notas Finais


Notícia boa! Pretendo postar os capítulos mais rápido, já que estou de férias!!

E obrigada por me apoiarem, meus leitores queridos!!!

A Amanda é muito fofa, realmente, e o Max é um azarado de primeira, hahah


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...