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História O Cheiro da Lua - Família Moore


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Capítulo novo e cheio de emoções!

Capítulo 71 - Família Moore



Felizmente, Triton já estava em casa e parecia tranquilo, sua confiança me animava muito, porém assim que tomei um banho, Triton me lembrou que tínhamos de ir ao mercado se não, nada de janta.

- Mas hoje vamos jantar fora. - ele afirmou assim que entramos no mercado.

Nunca fui muito amigável com mercados, além de ficar muito enjoada com o cheiro de muitas pessoas em um só lugar, ainda tinha a fila do caixa... Ou melhor dizendo, a quilomêtrica fila do caixa.

- O que houve? - ele caminhava ao meu lado, não deixava que parasse de segurar a minha mão. - Não me diga que seus pais fizeram algo com você no mercado também?

- Não! - tive que rir. - Aliás, nós vamos jantar fora hoje. - havia acabado de lembrar do jantar com os meus pais.

Ainda bem que havíamos nos vestido bem.

- Sim... Era desse jantar que falava quando disse que iríamos jantar fora.

- Ah... Ando um pouco esquecida. - tentei dizer de modo que Triton não ficasse preocupado, o que foi inútil pois seu olhar já mostrava como ele achava isso suspeito. - Juro que estou bem.

Ele me observou e pensou bastante, bufou e voltou a caminhar, ainda de mãos dadas fomos pegando o que precisávamos. O tempo parecia nunca passar e quase achei que estava de TPM, se bem que não sei ao certo se lupinos possuem isso.

- Só falta as bebidas e já podemos ir. - Triton parecia tão cansado quanto eu.

Sem demora, empurramos o carrinho até a sessão das bebidas, tão logo havíamos acabado, e ir para a fila do caixa nunca fora tão gostoso.

- Vocês acreditam que uma mulher comum havia piscado para o meu companheiro? - essa voz era familiar.

Entrei em conflito por não conseguir identificá-la, até que Trito resmungou.

- Essa gangue não tem parada mesmo. 

Então elas nos viram, as três vieram correndo em nossa direção, ainda bem que nenhum humano entrou na frente delas.

- Kristine! - Anne gritou para o mercado inteiro ouvir, essa falta de vergonha delas era algo bom e ruim algumas vezes. - Nós estávamos te procurando!

- Aí Amanda nos disse que vocês viriam fazer compras esta noite. - Angie complementou.

- E vocês vieram me ver num mercado? - a pergunta saiu tão rápido que não notei como soava algo cruel. - Ahhh... Desculpa, não pensei antes de falar.

- Sincera como sempre. - Triton sussurrou em meu ouvido.

- Relaxa. - Helena estava mais forte? Como isso era possível?! - Ah, deve estar se perguntando como mudamos tanto, certo?

As três riram juntas e Angie tomou a frente.

- Bom... A Helena deciciu que nunca mais verá alguém se machucar quando estiver com ela. - explicou. - A Anne foi pega pelo cúpido...

- Ei! N-Não fui pega nada! - ficou vermelha de vergonha. - Foi o Mike que foi flechado, ele é apaixonado por mim.

- Você quer dizer que o sentimento é mútuo! - Angie declarou.

Angie e Helena gargalharam e foi tão alto que quase estourou os meus tímpanos, Triton manteve a calma - como sempre - e as acalmou.

- Estamos em um mercado. - resmungou esperando que elas se contivessem.

- E daí? - Helena ergueu uma sobrancelha.

- Quero saber como o companheiro de vocês as aguenta. - Triton as ignorou e foi até a fila, e claro, deixou-me com elas.

Vou lembrar de planejar um bom castigo para ele. 

- Mas nos conte, Kristine! - Anne voltou a cor normal. - Como você está?

- Estou bem. - sorri, era bom saber que elas iriam fazer perguntas e não só falarem.

Gosto muito delas, mas hoje não estava com muita cabeça para conversa de lobas.

- O Triton está tratando você direito? - Angie parecia a mais preocupada.

- Ele não assediou você ou te seduziu para já fazerem sexo, certo? - Helena sempre direta e sem drama.

- Não. - neguei e as imagens de nossa noite de ontem voltam nítidas em minha mente. - Não exatamente.

- Eu sabia! - Angie se revoltou. - Deixe-me falar com ele!

- Não! - parei-a. - De verdade, estamos ótimos e ele é um lobo muito gentil e amável, e por favor, não vão provocá-lo.

Elas se entreolharam e decidiram me ouvir.

- Mas se precisar dar alguma lição nele... - Angie começou.

- Ou em qualquer um por aí. - Anne rosnou.

- Nós te ajudaremos com prazer. - Helena terminou com uma piscada.

- Obrigada. - sorri depois dessa declaração de amizade, elas eram pessoas maravilhosas, só um pouco exageradas, mas sem maldade alguma.

- Ahhhh.... Eu esqueci!!! - Anne pulava no mesmo lugar.

- O que foi? - indaguei assustada.

- Eu marquei de sair com o Mike e... - ela parou de falar assim que os olhares maliciosos de suas amigas a cercaram. - É só um jantar!

- Jantar normal ou aqueles com extras? - Helena sorria.

- O que seria o extra? - minha mente tentava entender a complexidade desta conversa.

- Sexo. - Angie respondeu. - Não importa se for antes, durante ou depois.

Parei para refletir, já havia tido os três tipos de extras, realmente, como ainda não engravidei? E se eu não puder engravidar?

- Kristine? - Anne me chamou. 

- Oi. - respondi um pouco atordoada. - Ah, tenho que ir, tchau, se cuidem!

E saí, elas gritaram um tchau tchau Kristine, de verdade, eu amava a animação e a amizade daquelas três, mas agora não era uma boa hora.

*

Como tudo era muito perto, conseguimos ir até em casa guardar as compras e, rapidamente, voltar a cidade e esperar meus pais em uma mesa já dentro do restaurante - que se chamava Douff Mestre de Sopas.

Um restaurante escolhido pelo Triton, com total certeza seria bom. Meus pais nunca foram pontuais, embora dessa vez até tenham chegado em um tempo bom, apenas quinze minutos atrasados.

- Desculpem a demora, mas é que eu estava controlando o seu pai aqui. - minha mãe disse logo após nos cumprimentar.

- Sempre coloca a culpa no papai. - brinquei, mesmo que fosse a verdade.

- Essa é a minha pequena. - meu pai sorriu depois de nos cumprimentar.

Claro que Jefferson não esqueceu de dar um olhar de ameaça para o meu lobo, ainda bem que Triton já esperava por isso e apenas sorriu em resposta.

- Bom... Como estão os preparativos? - minha mãe se sentou.

- Querida, acho que ainda é cedo para perguntar sobre isso... - meu pai queria mudar de assunto, isso era nítido.

Ele se sentou devagar, com os olhos atentos a minha mãe, mas quando ela sorriu, ele soube que havia perdido.

- Preparações para o bebê... Oras... Kristine, já olhou como está o seu período? E já aumentaram a carga horária sexual da semana? - ela perguntou calmamente.

Triton segurou sua risada enquanto eu ficava cada vez mais vermelha, essa era mesmo a minha mãe - Stefany Moore.

- Já estamos arrumando algumas coisas. - Triton respondeu, salvando-me dessa parte. - Mas não queremos apressar nada.

- Sim, claro... Sem apressar! - meu pai rosnou para a minha mãe.

Ela o ignorou e apenas sorriu, contente pela resposta que ouvira. Tão logo, meu pai nos lembrou de pedir a comida, esse assunto de filhos o deixava atordoado, acho que pensar que a filha está mais do que crescida o atingia em cheio.

Pedimos diferentes tipos de sopas, e continuamos nossa conversa, com meu pai a todo momento atento as palavras da minha mãe.

- Pare de me encarar, Jeff! - Stefany resmungou. - Eu não vou dizer mais nada sobre aquele assunto. - parecia chateada.

Ele não respondeu, mas seu suspiro mostrava seu alívio. Triton me fitou e piscou, como se nossa surpresa fosse abalar bastante os dois. E iria, mas havíamos combinado de não contar nada a nínguem ainda, não até termos certeza do que queremos ou termos a certeza de que engravidei.

O que já deveria ter acontecido... Não, você pode sim ter filhos, tire essa ideia da cabeça de ter problemas para engravidar.

- Mundo da lua? - Triton sussurrou no meu ouvido enquanto meus pais discutiam sobre alguma coisa.

- Não... Estou preocupada... Com um pouco de medo. - a sinceridade havia saído um pouco rápida demais, até mesmo eu fiquei assustada.

- Como assim? - ele parecia bem preocupado.

- Conversamos sobre isso em casa, está bem? - sorri de leve meio que pedindo por paciência.

Ele suspirou e concordou, em seguida minha mãe lembrou de algo da minha infância.

- Triton, a Kristine te contou quando ela teve sua primeira briga na escola? - Stefany parecia radiar de nostalgia.

- Errr... Não que eu me lembre. - e me lançou um olhar de curiosidade.

Infelizmente, não me lembrava do ocorrido, então esperei que minha mãe contasse, e claro que meu pai a ajudava algumas vezes, sempre colocando um pouco mais de drama ou a corrigindo quando era ação demais para uma criança fazer.

- Bom... A Kristine sempre foi meio invocada, ainda mais nos primeiros anos da escola. - meu pai comentou. - E bem, tinha uma "colega" dela que era um tanto quando chata...

- E fedia! - minha mãe revirou os olhos. - E quando a Kristine me contou que tinha feito um gol na barriga da menina de propósito, eu fiquei orgulhosa!

- Orgulhosa? - arregalei os olhos assim que comecei a me lembrar de como tiveram que socorrer a coitada. - Eu chutei a bola com todas as forças possíveis de uma lupina, podia tê-la matado!

- Bicho ruim demora a morrer. - Stefany debochou. - Além de que ela mereceu, ninguém mandou tentar acertar a bola no rosto lindo e angelical da minha filhota. - ela cruzou os braços, parecendo uma criança mimada.

Lancei um olhar de me ajude ao meu pai enquanto Triton morria de rir. Assim que Jefferson começou a conter a Stefany, rosnei para Triton que não se sentiu ameaçado e me mostrou a língua.

- Vai ter castigo esta noite. - cruzei os braços, encarando-o.

- Por que eu acho que esse castigo sera pior para você do que para mim? - sussurrou em meu ouvido.

Fiquei toda arrepiada, mas não me renderia com tanta facilidade, então apenas joguei um charme:

- Veremos. - e voltei minha atenção aos meus pais.

O que parece ter surtido efeito, pois Triton parecia mais atento a mim e seu cheiro estava excitante.

- Desculpe, é que ela está numa fase bem emocional. - meu pai explicou.

- Entendo. - assenti fitando-a.

Stefany estava tendo várias emoções no mesmo dia, ela não poderia estar grávida, certo? Ai meu Deus, eles não estão preparados para terem mais um filho! E iriam deixar com quem dessa vez?

- Vamos voltar do mundo da Lua, por favor. - minha mãe me chamou.

- Ah... Desculpe. - fiquei sem jeito. 

Ainda bem que a sopa chegou, porque não queria que me perguntassem o que eu estava pensando... Seria vergonhoso e os magoaria dizer aquilo em voz alta.

*

Depois de comer tanto a sopa quanto a sobremesa, saímos do restaurante e ficamos um tempo conversando na porta. Minha mãe já estava um pouco bêbada, não me lembrava que ela era tão fraca com a bebiba. E meu pai estava completamente sóbrio, era provável que eu tivesse puxado mais a ele do que a ela.

- Vão fazer um bebê hoje? - minha mãe perguntou sem rodeios.

- Mãe, vamos conversar sobre outra coisa. - pedi com cuidado, nunca se pode contrariar bêbados, ainda mais uma bêbada lupina.

- Ela tem razão, querida. - meu pai sorria gentilmente.

Milagrosamente, Stefany parou de falar e apenas ficou olhando para o céu.

- Acho melhor levar sua mãe pro hotel. - ele afirmou.

Não queria que eles fossem, porque parecia que nunca mais os veria de novo.

- Vocês vão ficar mais por aqui? - Triton pareceu ler a minha mente.

- Sobre isso... - Jefferson começou. - Eu e a Ste estávamos planejando contar a vocês que amanhã vamos embora.

- Pra onde? - perguntei sem pensar, mas logo tapei a boca... Não era da minha conta.

- Não sabemos... Nunca sabemos... Sempre estamos por aí. - meu pai se aproximou de mim e colocou uma mão na minha cabeça. - E sua mãe disse que precisa resolver um assunto aí...

Queria gritar que assunto é mais importante do que a filha de vocês? E novamente, minha mãe pareceu ter lido a minha mente.

- Tudo culpa daquela bruxa ruiva! - Stefany falou ao nosso lado.

Meu pai arregalou os olhos e fez algo que eu nunca havia imaginado, lançou um olhar de suplícia para o meu companheiro. Demorei a entender o porquê, mas assim que compreendi, comecei a falar.

- Eu posso ajudar. - segurei a mão da minha mãe. - Deixe-me ir com você.

- Claro que não! - meu pai se colocou no meio. - Sua mãe está delirando, nunca que eu a deixaria ir atrás de uma bruxa.

Jefferson parecia estar falando a verdade, mas seu cheiro demonstrava muito nervosismo, foi fácil decifrar o que estava ocorrendo: os dois já haviam discutido sobre isso e ele não conseguiu convencer a Stefany a desistir dessa busca pela bruxa.

- Kristine, escute o seu pai. - Triton tocou em meu ombro, o que foi suficiente para me fazer lembrar da minha nova família.

- Me desculpe. - abaixei a cabeça. - Não estava pensando direito.

Meu pai suspirou aliviado e minha mãe, de repente, pulou em mim dando-me um abraço. Segurei para não chorar, mesmo que Jefferson tenha feito um rio de lágrimas ali mesmo, Triton mantinha sua postura e sempre estava perto de mim para me dar apoio.

Nunca fui boa com despedidas, ainda mais agora que finalmente os havia reencontrado. Conseguiria dormir esta noite sabendo que os deixei partir mais uma vez?

- Vai ficar tudo bem. - Triton sussurrou em meu ouvido assim que meus pais sumiram da minha vista.

- Espero que sim. - murmurei e o abracei.

Enterrei minha cabeça em seu peito, forçando as lágrimas a cessarem, demorou, mas Triton se manteve gentil e carinhoso, afagando meus cabelos enquanto eu chorava sem parar.

*

A casa estava quente, o que me ajudou a relaxar, meus olhos estavam um pouco doloridos, deixando-me com mais sono ainda. Triton me forçou a ir dormir, não que eu quisesse, porém ele disse que faria de tudo para me fazer feliz.

- Tenho certeza que você os verá de novo. - sua voz era firme. - Eles prometeram que viriam ver nossos filhos.

Era tão gostoso ouví-lo falar da nossa futura família. E ao mesmo tempo tão doloroso pensar que ver meus pais de novo não era muito provável.

- Sinto muito por hoje. - comentei. - Aquele momento, eu não estava pensando direito.

Triton me fitou, sua cara revelava que estava confuso.

- Quando me ofereci a ajudá-la... Não estava pensando na gente. - doeu dizer aquilo em voz alta. - Eu sinto muito mesmo... Não sei o que...

- Ei, você já se desculpou e eu te desculpo. - ele sorriu e afagou meu cabelo. - Além de que entendo o que você devia estar sentindo.

Suspirei aliviada, porque esse era o jeito mais perfeito dele, compreender-me mesmo quando nem mesmo eu me entendia. 

- Obrigada. - foi tudo que disse antes de fechar os olhos e me deitar na cama.

Triton pareceu satisfeito e se deitou ao meu lado, puxando-me para seu conforto, o frio nunca me alcançava durante a noite, pois meu lobo sempre estava me aquecendo.

E assim que notei que Triton havia adormecido, abri os olhos e observei seu semblante, tão sereno e feliz - um pequeno sorriso permanecia em seu rosto - quase o beijei, mas tinha medo de despertá-lo.

Pena que meus piores pesadelos sejam os que acontecem quando estou acordada, aqueles que inundam a minha mente e me forçam a acreditar em algo ruim, ou a duvidar de mim.

O de hoje não foi muito diferente dos demais... Era uma dúvida que já me irritava a algumas horas, pensar na possibilidade de nunca poder engravidar estava me matando de dentro para fora.

E como sempre, guardava tudo para mim... Nunca contava nem para o Triton, como ele iria reagir? Sei que ele continuaria me amando, mas ainda assim seríamos felizes? 

Ou melhor... Eu aguentaria viver sem poder ter a nossa família? Sem perceber, meu coração se acelerou e eu entrei em pânico. Sentei na cama tomando o cuidado de não acordá-lo, fechei os olhos tentando afastar esses fantasmas.

Mas era inútil... Eu precisava de ajuda, e mesmo não sabendo de quem nem para o quê, eu me levantei. Fui até a sala e sentei no sofá, o silêncio até parecia confortável nesta situação.

Meus olhos de fecharam por um instante e tudo voltou a tona, o passado de dias atrás veio como uma bomba jogada por meus inimigos. Pulei assustada, por que agora tinha que me lembrar daqueles meses?

Eu não era eu mesma! Repetia isso todos os dias para ver se talvez me perdoasse. Abracei-me, segurando com tanta força que acabei me machucando, o bom era que a dor disfarçava a angústia interna.

Respirei fundo e quando achei que havia ganhado uma trégua, eu ouvi... Aquela voz tão doce e convidativa, aquela voz que me usou por dois meses. 

- Me deixe em paz. - sussurrei para algo, alguém... Já não sabia mais.

Eu estava ficando louca? Era isso o fim? Surtar todas as noites enquanto sorria falsamente durante o dia?


Seu destino é voltar para mim... Você, sua amiga e sua mãe... Precisamos de vocês, precisamos de todas!


Queria que fosse um pesadelo, porque neles ainda posso desacreditar e ter fé de que nunca irá ocorrer, mas quando estou de olhos abertos e bem acordada, fica difícil de acreditar no contrário.

Pensei em gritar, porém isso causaria um transtorno enorme... E eu só queria uma vida lupina normal, só isso!

*

Foram horas ouvindo frases daquela voz, que agora sabia muito bem quem era... Maldita bruxa! Eu estava em conflito, queria sair e acabar com ela, mas ao mesmo tempo não podia abandoná-lo e muito menos levá-lo nessa luta.

Por Amaterasu, o sono acabou chegando, e acabei por dormir no sofá... Tinha um travesseiro e um cobertor, e embora sentisse falta do cheiro de nozes, meu corpo se negava a levantar e minha mente a despertar.


- Não desista, Kristine! - era uma voz firme de mulher. - Você sabe quem você é! 

- Desistir? - minha voz estava fraca e mole.

- Isso! Você precisa lutar, não a deixe te manipular! 

Abri os olhos e a vi, depois de tantos meses, ela estava ali na minha frente, Giulia Netrock Baloire, seu cabelo loiro estava maior e assim que me viu levantar, seu sorriso ganhou vida.

Talvez Gabriel estivesse certo, só eu poderia achá-la e logo seria meu dever o fazer.

- Vamos? - ela me estendeu uma mão.

- Pra onde? - minha pergunta continha medo.

- Para a luta! Temos umas bundas para chutar e uma bruxa vadia tem de aprender que não se mexe com lupinas. - Giulia parecia mais viva.

Olhei para os lados, estávamos em alguma floresta, as árvores me mandavam prosseguir, o vento me empurrava para frente enquanto a grama não me deixava escorregar. 

- Estou pronta. - sorri e nós corremos.



Triton estava me chacoalhando, acordei num susto e pulei para fora do sofá, por sorte minha bunda diminuiu a dor da queda.

- Desculpa! - Triton logo me ajudou a levantar. - É que você não acordava e eu fiquei preocupado.

- Estou bem... Foi só um sono pesado.

Não era hora de falar sobre o sonho, mesmo que ele fosse bom - até onde eu vi - primeiro, precisava entendê-lo e depois comentar com cuidado. Pois parecia que eu devia ir atrás da Giulia e posteriormente da bruxa.

- Por que veio dormir aqui? - ele indagou desconfiado.

Ele já suspeitava de algum sonho ruim, tinha que pensar rápido para driblá-lo.

- Eu não estava conseguindo dormir... Então para não te acordar, eu decidi vir pra cá. - respondi com um meio sorriso.

- E não conseguia dormir, por quê? - seu tom era bem sério.

- Eu fiquei pensando nos meus pais... E não queria te aborrecer com isso. - afirmei, não era de todo uma mentira.

Triton se convenceu e me abraçou, e realmente, eu precisava disso e não pretendia soltá-lo tão cedo.

- Queria que você pudesse ficar comigo... - murmurei.

Ele me soltou devagar e me deu um beijo demorado na testa, de certo modo, era o mínimo que eu precisava, porém passar a manhã e parte da tarde sozinha, seria um terror.

Cada vez que ficava solitária, minha mente me pregava peças e aquela voz me enlouquecia. 

- Você vai ficar bem sozinha? Se quiser posso faltar hoje. - segurou meu rosto, observando-me.

- Vou ficar bem. - menti, preocupá-lo não era algo que gostava de fazer. - Eu te amo.

- Você é a minha vida, e se precisar quero que me ligue, está bem? - sua expressão era firme.

- Está bem. - assenti, mesmo que não ligaria, porque eu vou precisar de algo a todo momento, só esperava não endoidar.

- Então estamos combinados... E sabe que te amo mais que tudo, certo? - beijou meu lábios bem devagar.

Aproveitei cada segundo, cada movimento e cada suspiro, ansiei pelo seu toque, mas me contive. E quando ele foi embora, o som da porta fechando foi como um tiro de largada.

Era o começo da "corrida" em busca de respostas, mas o pior era saber que todas as respostas dependiam de mim, da minha compreensão desses sonhos. Tinha que ter algo com a vida real, mesmo que fosse péssimo e assustador.

- Eu vou descobrir! - respirei fundo. - E vou continuar sendo eu mesma.


Notas Finais


Gente, eu amo o pai da Kristine, haha, ele é muito divo!

E vocês, gostam deles?


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