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História O Cheiro da Lua - Os três pontos da bruxa


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Perdão pela demora.

Boa leitura.

Capítulo 74 - Os três pontos da bruxa



Eu até pretendia contar tudo ao Triton, mas acabei desmaiando e só acordei quando já era o dia seguinte, ou seja, já era o dia em que a bruxa ficaria mais poderosa.

- Triton? - chamei-o enquanto me sentava na cama.

Tão logo ele surgiu com um bandeja de café-da-manhã.

- Achei que você estaria cansada para comer lá em baixo, então... - ele se sentou ao meu lado e beijou a minha testa. - Como está?

- Bem melhor... E aliviada. - confessei, saber que eles haviam voltado em segurança era uma maravilha.

- Aliás, Leonardo me contou o que houve... - comentou. - Só espero que não encontremos mais com aqueles dois.

Seu tom era de desprezo, o que não era novidade, Triton sempre era assim quando acabava de conhecer outros lobos.

- Então, você não está bravo? - indaguei com receio.

- E por que ficaria? - seu sorriso conseguia me acalmar.

- Sei lá... Ciúmes ou revolta. - dei de ombros. 

Triton negou e continuou de bom humor, parecia que só eu estava lembrando de que dia era hoje, ou a missão de ontem havia sido melhor do que o esperado.

- E então... Quando vai me contar o que houve ontem à noite? - perguntei sutilmente.

- Bom... Não houve nada na verdade. - ele contou. - Só fizemos um reconhecimento mesmo e conseguimos salvar algumas lobas que estavam isoladas, provavelmente, ela já estavam escapando do controle da bruxa.

- Que ótima notícia. - fiquei contente. - Mas e onde elas estão?

- Evanie está cuidando de duas delas, as outras sumiram assim que entramos na cidade. - ele fez como quem não entendia o porquê.

Assenti já que também não compreendia o motivo da fulga, ou talvez, elas quisessem ficar o mais longe possível do controle da bruxa, fazia bastante sentido agora.

- E bem, conseguimos entender como a bruxa pretende atacar e sabemos onde os caçadores estão nesta cidade. - explicou.

- E desculpe perguntar, mas por que vocês estavam dizendo de fazer um ataque surpresa se não pensavam nisso desde o início? - murmurei.

- Na verdade, era sim a ideia de ataque surpresa, porém assim que entramos na floresta, nós percebemos que o exército dela é muito maior do que imaginávamos... E foi quando nossa estrategista teve uma ideia bem melhor e menos arriscada.

- E qual seria? - a minha curiosidade falava bem mais alto.

Triton riu, claramente, adorando me ver com cara de criança quando espera por presentes.

- Como eu disse, conseguimos descobrir muitas coisas, e uma delas foi que um minuto antes da bruxa ter seu poder total, que seria na hora em que a lua aparecer no céu, também é o momento em que ela está totalmente sem defesas. - disse com um sorriso. - E é aí que nós entramos.

- Eu estou no nós? - tinha muito medo da resposta.

- Prometemos que faríamos juntos, lembra? - foi tudo que ele precisou dizer.

- Você é o melhor e mais fiel companheiro, sabia disso? - murmurei de encontro aos seus lábios.

- Tenho que ser o melhor para poder te fazer feliz. - beijou-me levemente. - Mas temos um pequeno problema... Parece que as ondas de controle daquela bruxa ficam bem mais fortes na floresta, por isso, Evanie disse que você deveria ir ao quarto dela hoje assim que acordasse.

- Tipo, agora? - ergui a sobrancelha.

- Sim, tipo, se troque e vá. - ele parecia meio triste por eu ter de deixá-lo sozinho.

- Prometo que voltarei logo. - disse assim que me levantei para me trocar.

- Faça no tempo que for preciso. - seu olhar era bem compreensível. - E pode me ligar quando quiser, está bem?

- Cuidado com essa frase. - brinquei. - Vou acabar ligando o tempo inteiro.

- Pode ligar. - ele brincou, pegando-me no colo. - Linda, como eu te amo!

- Ahhh, que lobo mais fofo. - mordi de leve seu nariz. - E apenas meu amado.

Ele sorriu e me colocou de volta no chão, deixou que eu me trocasse e assim que terminei, agarrou-me para um longo beijo e só depois de me fazer prometer que não correria perigo ou faria algo sem consultá-lo, foi então que me deixou sair e ir à procura de Evanie.

*

Foi bem interessante ir ao quarto da Evanie, primeiro, ela me apresentou as duas lupinas que Triton havia mencionado.  Uma delas se chamava Destiny e tinha um jeito bem extravagante, ela me lembrava a Lorena, a única diferença era que Destiny era mais alta do que eu, seu cabelo era loiro escuro e tinha um olho da cor de mel e outro azul.

Ela tinha uma beleza bem diferente, era algo meio natural e com um toque de, não sabia como explicar, rebeldia seria? De qualquer modo, o seu cheiro forte de hortelã e o seu modo de falar já me fizeram gostar dela.

Mas também adorei conhecer a Kaya, que era a outra lupina, ela também era bem extravagante, e tinha um corte masculino e loiro com olhos da cor verde-mar e um cheiro gostoso de uvas récem-esmagadas.

Elas eram tão simpáticas que Evanie só precisou nos apresentar e depois ela disse que precisava ir a algum lugar, não perguntamos para onde pois a nossa conversa começaca a ser sobre os nossos parceiros.

- Então, espera... O Travis e o Oleif são seus lobos? - lembrei de como os havia conhecido ontem.

- Sim! - Destiny sorria. - Você os conhece?

- Eu os vi ontem. - segurei o riso. - Mas eles me viram num momento de crise então nem conversamos.

- Nossa, crise por causa da bruxa? - Kaya se arrepiou.

- É. - assenti.

- Mas Evanie já sabe como acabar com isso, certo? - Kaya parecia esperançosa.

- O nosso plano é atacar um minuto antes da lua aparecer no céu. - Destiny explicou. - O problema é que não temos um plano B.

- Acho que não adiantaria de nada um plano B, se a bruxa ficar mais poderosa será quase que impossível derrotá-la. - Kaya mencionou algo bem real.

- Mas acho que se fizermos uma boa estratégia, não sera difícil ganhar essa luta. - tentei ser otimista.

As duas meio que concordaram, mas lá dentro, todas sabíamos que um único erro custaria as nossas vidas e, provavelmente, as vidas das pessoas que amávamos.

- Mas vamos falar sobre outra coisa. - Destiny mudou de assunto. - Eu acho justo cada uma falar um pouco do seu companheiro, aliás, todas aqui são unidas ou não?

Eu e Kaya concordamos com a cabeça e esperamos que ela continuasse, tão logo Destiny sorriu e prosseguiu.

- Bom... Eu conheci o Travis numa floresta, ele ainda era humano e eu estava na minha forma normal. - contava. - Ele me contou que estava fugindo, e de repente eu notei que estava me importando demais com ele.

- Sua parte lupina estava sendo fisgada por um humano? - Kaya se assustou, eu achei interessante.

- Sim, muito estranho, não? - Destiny riu. - E aí eu acabei contando tudo para ele, e ele disse que tudo bem em transformá-lo.

- Nossa... Quantos anos vocês têm? - perguntei intrigada.

- Eu tenho cento e vinto, e o Travis tem cento e vinte e dois. - ela parecia bem feliz.

- Meu Amaterasu, me sinto uma novata assim. - Kaya riu. - Eu tenho por volta dos vinte e Oleif tem trinta.

Logo notamos a recusa em dizer a idade de Kaya, porém não insistimos.

- Eu me sinto bem nova também, mas não posso dizer o mesmo do Triton. - brinquei. - Eu tenho trinta e ele tem duzentos e vinte.

As duas ficaram boquiabertas. Não havia dúvidas que achavam algo bem diferente, era bem radical um lupino bem mais experiente escolher uma novata para ser companheira.

- Mas como vocês se conheceram? E ele que te transformou? - Destiny parecia bem curiosa.

- Não, eu nasci lupina. - expliquei. - Nós nos conhecemos na minha cidade natal, e bem, aconteceu. 

Dei risada, porque havia sido bem assim mesmo, Triton tem seu jeito de demonstrar amor e outras coisas.

- Hmmmm... - Destiny parecia estar usando a imaginação. - E você, Kaya?

- Ah, eu? - ela coçou a cabeça. - Err... Foi algo bem comum, nos encontramos em uma cidade e acabamos conversando, e quando notamos que éramos dois lupinos, então a coisa começou a ficar mais romântica. - pude jurar que ela iria dizer mais quente ou selvagem.

Já estávamos prontas para começar a falar mal deles, oras, sempre era bom poder falar das cagadas dos nossos lobos, ainda mais com as lobas que sofreram por meses como eu.

Entretando, Evanie cortou nossa conversa ao abrir a porta e soltar a seguinte frase:

- Lenalee, Lyra e eu tivemos um plano. - anunciou. - Chamem os seus companheiros que eu chamo o Bruno e o Leonardo, nossa reunião será aqui neste quarto daqui a cinco minutos!

*

De acordo com Lyra, faltava alguns minutos para escurecer, por isso todos já estavam em seus postos, cada um com sua tarefa em mente com o único objetivo de "acabar com o mal pela raiz".

Não seria nada fácil, um segundo de atraso ou de adiantamente resultaria na nossa derrota, a pressão era bem grande, mas de certo modo sabia que conseguiríamos.

O plano era bem simples, primeiro Bruno e Lenalee iriam distrair as lobas, já que fazê-las cooperar seria inútil, além de dizer nosso plano à bruxa. Depois, líderados pela Evanie, eu, Triton, Kaya, Oleif, Destiny e Travis vamos nos posicionar para deter a bruxa em seu momento mais frágil.

Já Lyra e Leonardo ficaram a espreita dos caçadores, portanto não esperamos sermos incomodados de jeito nenhum. E assim que chegamos ao ponto onde deveríamos nos separar, Evanie nos alertou novamente sobre a cautela que devíamos ter.

Destiny e Travis foram para o lado leste de onde seria o "ritual", Oleif e Kaya foram acompanhados pela Evanie - como eles eram o casal mais jovem, ela deciciu que seria mais seguro fazer isso - os três seguiram para a parte norte, enquanto eu e Triton fomos pela parte sul.

O camino era bem simples, só o clima que começava a esfriar bastante, ainda bem que estavamos muito bem agasalhados. Podia sentir a tensão em meu companheiro, e sabia que não era pelo que enfrentaríamos, mas sim pelo que aconteceria se falhássemos.

- Ei, vai dar certo. - toquei em seu ombro passando o máximo da minha confiança. - Eu prometo.

Ele apenas sorriu de leve, deixando-me mais preocupada, a verdade era que nunca poderei saber o quanto ele sofreu naqueles dois meses, e mesmo que diga que está tudo bem agora, nada vai deixá-lo tranquilo até toda a ameaça ser erradicada.

- Vamos fazer uma promessa. - instiguei-o a pensar em outra coisa.

Triton me encarou como se eu estivesse ficando louca, e talvez até já esteja, porém não deixaria que ele enlouquecesse com essas memórias dolorosas.

- Assim que acabarmos com tudo isso, eu vou fazer qualquer coisa que você quiser... - pronunciei o que veio a mente. - Como um desejo, por exemplo.

Corei levemente enquanto ele me avaliava, tentando entender se eu estava falando a verdade ou se era só uma distração fajuta.

- Juro que é verdade. - afirmei.

- Eu preciso dizer o que eu quero agora? - ele parecia bem mais suave.

- Não. - aproximei-me. - Pode dizer só depois, vai que você pensa em algo bem gostoso. - brinco, tentando acalmá-lo.

- Tudo bem. - ele sorri de verdade e beija a minha testa. - Agora vamos, não podemos nos atrasar.

- Vamos. - contive um grito para não sermos descobertos.

De mãos dadas continuamos o caminho, que não era longo, mas continha algumas armadilhas, por sorte, Triton tinha sua experiência e eu, o meu "sexto sentido lupino".

*

Eu nunca achei que queimaduras doessem tanto, contudo, nunca imaginei que salvar a pessoa que você mais ama fosse tão gratificante. O problema era que havíamos sido surpreendidos e agora a bruxa quase completava o seu ritual. 

Triton estava fora de si, mesmo que eu continuasse gritando para que ele me deixasse ali, porque não morreria, só estava com uma dor muito forte e o braço esquerdo inteiramente queimado, mas quem se importa com isso quando uma bruxa louca pretende acabar com a liberdade de inúmeras lobas?

Infelizmente, Triton se importava e até demais, então tive de lhe dar um forte tapa e lembra-lo da promessa que havia acabado de fazer a ele. Foi como uma injeção da realidade, em instantes, ele se levantou e começou a agir.

Evanie não conseguia se aproximar da bruxa, e ela era a única que entendia exatemente onde era o ponto vital para ser atacado. Não parecíamos em desvantagem, embora a barreira da bruxa estava muito bem colocada e o nosso tempo estava acabando.

Foi quando eu vi uma luz estranha saindo de um dos pontos da barreira, e logo em seguida uma mulher muito veloz pular e acertar uma faca no local, incrivelmente, a faca atravessou a barreira, quebrando-a inteira.

Quando a mulher voltou ao chão, reconheci-a como nada mais nada menos do que a minha mãe, e com essa ajuda, Evanie deu um pulo para cima da bruxa. Surpreendida, ela tentou golpear Evanie do mesmo modo que tentou machucar o Triton - com assustadoras e gigantes bolas de fogo - entretanto, sua velocidade não era nada comparada a agilidade de Evanie - que em instantes proferiu um golpe de faca no pescoço da bruxa, logo abaixo de sua orelha.

Ela caiu no chão como uma pedra e ficou imóvel, senti-me estranha e não pude entender o porquê até que Evanie caiu no chão, ela gritava de dor com as mãos na cabeça.

- Impossível. - era a voz de Stefany, o que não podia significar boa coisa.

O som de sua risada ecoava em minha mente e tão logo ela se levantou, seu machucado agora era apenas uma horrorosa cicatriz.

- Olhem só o que fizeram com o meu perfeito ser. - ela parecia nervosa. - Mas logo pagarão!

Um vento forte jogou todas para trás, apenas eu e Evanie permacemos no chão, a bruxa se virou para mim e começou a caminhar em minha direção. O medo me petrificou, mas assim que me lembrei do que ela havia feito com o meu companheiro, eu levantei.

Surpresa, ela parou e me observou, sua expressão era a de quem achava que eu havia levantado a bandeira branca, tolice! Desistir não era muito a minha cara, o único problema era não saber onde ferir esta criatura nojenta que estava a minha frente.

- Deixe-a em paz. - ver Evanie se contorcendo estava me matando! - Agora!

- Essa loba inútil? - ela aumentou a dor de Evanie.

Não sei como aconteceu direito, mas eu voei em cima dando-lhe um chute que a jogou longe e a fez perder o controle da tortura. Contudo, só foi então que notei que apenas eu estava consciente, todos os outros estavam desmaiados. 

E mesmo que não fosse o momento de me distrair, acabou acontecendo, todo a minha cabeça estava focada nos sinais vitais de todos a minha volta, por isso não senti a sua presença se aproximar e me acertar um doloroso soco no estômago.

Teria ficado indignada se não soubesse que ela era uma bruxa, porque seu ataque havia sido forte demais para uma humana. Mas se eu conseguisse desviar dos ataques, já seria uma enorme vantagem. 

Não foi bem isso que acabou ocorrendo, já que cada solavanco errado do coração de qualquer um deles, conseguia me tirar a concentração. E isso teria me custado caro se uma mulher não tivesse "aterrizado" logo a minha frente, quebrando - sem dó nem piedade - o braço direito da bruxa.

Ela urrou de raiva, mas arregalou os olhos quando notou quem era, claro que não ficou mais surpresa do que eu. Giulia Netrock estava de costas a minha frente, estava um pouco magra e via-se sutilmente a sua barriga de grávida.

- Não fique surpresa para sempre. - ela me disse. - Temos contas a acertar aqui e agora!

- Giulia, o que você...

- Conto tudo depois, agora preciso que você me ajude! - ela gritou. - Você precisa se transformar, sua loba poderá ver o terceiro ponto fraco dela.

- Mas eu não vou conseguir controlar. - era a verdade nua e crua.

- Você tem que conseguir, Kristine. - então ela se virou e pude ver seu rosto, um sorriso que nunca havia visto antes. - Você sabe que pode, assim como eu sei que posso ensinar umas boas lições ao Fernando assim que voltarmos.

Não encontrei palavras, e foi o olhar de Giulia que me explicou tudo.

- Enquanto eu me controlo, você vai pegar o segundo ponto fraco, certo? - perguntei já sabendo a resposta.

Maldita bruxa com tantos pontos fracos!

- Nos deseje sorte! - ela gritou e atacou.

*

Não foi difícil me transformar, o doloroso foi me auto-controlar, cada pequena parte de mim queria correr dali, sair daquele tumulto, e assim que a minha loba recuou, trombou em uma mão.

A mão dele que cheirava a nozes, tremi ciente de que ele era meu "calcanhar de Aquiles", e foi a sua voz que me retomou o controle.

- Eu confio... em você. - sua respiração estava devagar como se tivesse sido dopado.

E eu voltei, era ainda uma loba, mas agora pensávamos juntos e sentimos juntas a queimação na pata dianteira da direita, e sentimos com muito mais intensidade a confiança de todos que estavam ali.

Num pulo aproximei-me da luta, era rápida e complexa, logo meus olhos se acostumaram a velocidade e ficou fácil de achar uma abertura, em seguida, forcei meu instinto a me dizer onde ficava o maldito ponto fraco.

Então eu o vi, uma marca verde bem pequena em seu ombro esquerdo e havia uma outra marca em seu pé direito. Só precisava esperar para saber em qual ponto atacar.

Giulia parecia cansada, isso me alertou e com minha audição consegui ouvir as batidas de dois corações. A situação estava ficando crítica, piorando quando Giulia levou um golpe na cabeça.

Já estava posicionada a protegê-la quando uma loba média preta, Destiny, atacou em seu pé direito, acertando diretamente em uma das marcas. Era a minha vez, pegando impulso nas patas traseiras, aproveitei o desequilíbrio da bruxa e gadanhei em seu ombro esquerdo, rasgando boa parte da carne.

Felizmente, a bruxa finalmente morreu... Infelizmente, uma explosão nos acertou em cheio.

*

Podia ter sido pior, muito pior. Felizmente, completamos a missão e acabamos com tudo, mesmo os caçadores fugiram depois da perda de sua bruxa.

Entretanto, houve muitos feridos... Eu estava com o braço esquerdo praticamente queimado e minha cabeça estava com um galo gigante; Triton ganhou um corte que ia do seu lábio inferior até o seu queixo e dois dedos da mão direita quebrados - que se curariam bem rápido.

Evanie ainda não havia acordado, tinhamos receio de que a bruxa possa ter proporcionado algum dano ao cérebro dela. Bruno e Lenalee não se machucaram, e agora ambos estavam ajudando as lobas prisioneiras a acharem seu rumo de casa.

Lyra e Leonardo saíram ilesos, contudo, eles não estavam no hotel, queria ter a certeza de que os caçadores haviam desistido e que não estavam bolando um ataque surpresa. Giulia estava cheia de machucados, provavelmente, ossos quebrados e alguns sangramenos internos.

Isso era muito preocupante, já que a mesma estava grávida! Nunca que ela deixaria ser levada a um hospital, porém Kaya tinha um grande talento em quase tudo e isso incluía enfermagem, resolvendo grande parte dos nossos problemas.

Oleif apenas tinha um leve corte na perna e um olho roxo, nada muito grave; Travis havia quebrado o nariz, mas algo que seria curado sozinho; e Destiny havia ganhado um pé quebrado e todos os dedos na mão direita estava, roxos e tortos.

Levando em conta tudo e todos, parece que fizemos um bom progresso, agora só tínhamos que voltar para casa. O que me incomodava era o sumiço de Stefany, estava certa de que ela havia lutado conosco, mas não sabia quando ela havia ido embora, muito menos se estava bem.

- Que cara é essa? - Destiny riu. - Nós acabamos com a bruxa, estava esperando um sorriso de todos!

- Ah... Desculpa. - senti-me mal, Destiny estava certa, devia mostrar um pouco mais de respeito pela coragem e determinação de todos.

- Não precisava ser tão selvagem. - Travis a provocou.

Destiny, provavelmente, teria-o socado, porém sua mão já estava deformada demais.

Um vento com cheiro de comida italiana chegou em todos nós, ele veio assim que Oleif abriu uma janela do quarto da Evanie.

- Vocês vão ficar aqui? - Kaya se referia aos homens.

- Mas é claro! - Triton revirou os olhos. 

- Como se fôssemos deixar vocês a sós. - Oleif bufou.

- O que vocês acham que vamos fazer? - Destiny parecia brava.

- Tentar suicídio? Fugir de vocês? Matar a Evanie? - foram as únicas opções em que pensei.

Diante do absurdo, eles concordaram em nos deixar naquele quarto, pois queríamos agradecer e cuidar da nossa salvadora, Evanie Harvey.

- Espero que ela fique bem. - Kaya suspirou. - Vou pegar algo para comermos, já volto.

Ela saiu em direção a pequena cozinha que havia no quarto, Destiny se jogou um pouco mais no sofá enquanto eu me limitava a encostar a bunda na poltrona.

Minha mãe não saia da minha cabeça, assim como a imagem do meu pai se destruindo por tê-la perdido. Eu ficaria louca se não recebesse notícias.

- Kristine, vocês são de uma alcateia, certo? - Destiny perguntou baixinho.

- Sim, e Kaya e Oleif também serão da nossa alcateia. - lembrei de como eles haviam ficado animados com a ideia.

- Hmmm... - sua expressão era de curiosidade.

Quando abri a boca para começar a falar sobre a alcateia, meu celular vibrou no bolso da minha calça. Achei estranho, mas logo o peguei, havia uma mensagem do meu pai.

Havia duas opções: Stefany estava viva e Jefferson só estava me avisando, como um ótimo e amável pai faria; ou ela havia morrido ou sumido e ele estava pedindo pela minha ajuda.

 


Notas Finais


espero que tenha tido ação suficiente xD

Obrigada pelo apoio Minna!


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