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História O Cheiro da Lua - Sobreviver e viver


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Perdão novamente pelo demora.

Boa leitura.

Capítulo 75 - Sobreviver e viver



A notícia foi maravilhosa, minha mãe estava viva e bem, apenas com machucados leves, já meu pai estava muito animado com esse nosso novo começo de vida, até confessou que está ansioso para ter netinhos.

E a manhã do dia dois de agosto não podia ter sido melhor! Evanie acordou recuperada, até melhor do que esperávamos.

- Estou com fome! - ela murmurou. - Onde vamos almoçar?

- Ainda não decidimos isso. - cocei a cabeça bem surpreendida.

- Mas vamos embora depois do almoço, pelo menos. - Destiny avisou-a.

- Hã? - Evanie me encarou. - Calma, perdi muita coisa! Elas duas vão pra nossa alcateia também?

Evanie tinha um sorriso malicioso no rosto, corei e assenti, pois Destiny havia se entregado e relatado sua vontade em ter uma grande família. Ela comentou que Travis não se importaria, ele podia ser brigão e teimoso, mas sabia socializar.

- Melhor você descansar, não acha? - Kaya perguntou de um jeito preocupado.

- O quê? Eu? - Evanie riu gostoso.

- Ela não vai descansar, Kaya. - suspirei, porque já conhecia o jeito da Evanie.

- Kristine, já sei o que você pode fazer por mim. - ela sorriu.

- E o que seria? - arrisquei.

- Avisar ao povo que temos uma loba que acabou de se recuperar e que está morrendo de fome! - ela rosnou.

- Já estou indo! - sai do quarto num pulo, o que eu menos queria era enfrentar a íra de uma loba récem-machucada e faminta.

*

Não foi difícil achar um restaurante decente, além de que todos cheiravam maravilhosamente bem, e reunir o pessoal foi bem fácil, na verdade. Foi assim que ocupamos uma mesa com onze pessoas.

Ainda bem que todos estavam se comportando bem, pois não estava em condições de explicar algo a algum cliente, chefe ou funcionário, e muito menos capaz de fugir.

Agora que havia sentado e começado a comer, todo o meu corpo pediu uma pausa, tão logo notei que Destiny e Kaya estavam iguais a mim. Seus olhos evidenciavam o cansaço, e seu silêncio só reafirmava o mesmo.

Triton tocou em minha coxa e quase dei um pulo, apenas não ocorreu por falta de força.

- Quer me matar? - murmurei para que apenas ele escutasse.

- Jamais. - seu sorriso mostrava como ele havia voltado ao normal, o que para mim, era a melhor coisa que eu poderia ganhar.

- Verdade? - brinquei, sentindo meu corpo mais disposto.

- Nunca mentiria. - ele beijou meus lábios levemente. - E como você está se sentindo?

- Hmm... Bem, um pouco dolorida, mas bem. - afirmei.

- Eu ainda não consegui te agradecer apropriadamente. - ele tocou levemente em meu braço esquerdo.

- Não quero que agradeça. - expliquei. - O que eu fiz não é algo que você deva ficar mantendo em mente, está bem?

Ele fez aquela cara de você pode fazer melhor do que isso para me convencer, mas não estava querendo convencê-lo, apenas relatar como eu via o que havia acontecido.

A verdade era que eu estava feliz em o ter salvado, porque durante aqueles dois meses, eu apenas o machuquei.

- Mas e você? Seu lábio ainda está um pouco inchado... - toquei levemente a sua bochecha. - E dessa vez não fui eu a culpada.

Ele riu e segurou gentilmente em minha mão.

- Estou cem por cento. - declarou. - E ansioso para que você cumpra a sua promessa.

Comecei a rir, era óbvio que ele lembraria disso.

- Então, já sabe o que você quer? - provoquei-o.

- Não faça isso, Kristine, estamos em um lugar público e com pessoas conhecidas. - seu sorriso mostrava seu lado mais sedutor.

- Tudo bem. - pisco. - Quando chegarmos em casa, conversaremos melhor.

Ele assentiu e voltamos a nossa atenção ao todo, por sorte os outros não pareceram se importar com a conversa particular que tivemos.

*

Novamente havíamos ido parar dentro do avião, e desse vez parecia que ficaria acordada o voo inteiro, já que ainda era de tarde e provavelmente chegaríamos em Luktend durante a noite.

Pelo menos, Triton também não dormiu e ficou conversando comigo o tempo todo, sempre preocupado e atento as minhas mudanças de expressão. 

- Tem certeza que não quer dormir? - ele me perguntou pela segunda vez.

- Não consigo dormir... - confessei.

- Quer que eu te faça um afago para ver se consegue dormir? - ele perguntou notando como eu estava nervosa.

- Não precisa... Só não solte a minha mão, está bem? - segurei com firmeza em sua mão.

- Pode ficar tranquila, meu anjo. - ele sorriu e me deu um beijo na testa. - Vou sempre cuidar de você.

- Obrigada. - corei de leve fitando-o. - Sem você eu não seria nada.

Triton fechou os olhos enquanto eu encostava a cabeça em seu ombro, infelizmente, meu braço direito continuava me incomodando, não doía como antes, porém ele estava longe de estar curado.

- E sobre a nossa promessa? - ele brincou, tentando me distrair.

- Só estou esperando você me falar o que quer. - respondi com um pequeno sorriso.

- Qualquer coisa, tem certeza? - seu sorriso era puramente malicioso, foi quando notei que seu lábio já estava totalmente curado e que uma minúscula cicatriz havia sido deixada.

- Qualquer coisa. - toquei em sua mais nova cicatriz, sentindo a culpa mais uma vez.

- Não faça essa cara, eu já disse que a culpa não foi sua... Pare de se torturar! - agora havia sido uma ordem.

Até tentei obedecê-la, mas era algo difícil demais para a minha pessoa, por hora, apenas não falaria sobre o assunto.

- E como está o seu braço? - ele suspirou, claramente, irritado.

- Não fique bravo comigo, por favor. - dentro desta máquina voadora eu ficava vulverável demais, o que me sufocava e irritava.

- Não estou bravo... Só insatisfeito. - ele me encarou. - Você não respondeu a minha pergunta.

Tentei ignorar o tom sério em sua voz e respondi, exatamente o que estava sentindo, uma leve e desconfortável queimação quando o mexia.

- Mas já está bem melhor. - afirmei para não alarmá-lo.

- Verdade? - sua voz já estava mais mansa.

Concordei com a cabeça do jeito mais fofo possível, e com sucesso, ele parou de ficar bravo e sério - ou insatisfeito - e me beijou mais uma vez na testa.

- Me prometa que não vai se culpar por aquilo e não ficarei mais bravo. - comentou.

- Prometo. - balbuciei, não muito certa do que dizia.

- Você é teimosa pra caramba, não? - pensei que ele fosse brigar comigo, ao invés disso, Triton afagou gentilmente o meu cabelo, fazendo meu olhos fecharem e eu me entregar ao seu calor e cheiro de nozes.

- Talvez eu consiga dormir agora. - murmurei.

Mas sei que ele ouviu, pois seu braço me aconchegou com cautela e sua mão mantinha o delicioso carinho, tão logo, acabei entrando no reino dos sonhos.

*

Talvez esse tenha sido o melhor voo que já estive até hoje, Triton não falou nada sobre isso, não que eu quisesse comentar, mas pensei que ele diria que foi o seu toque quente que havia me tranquilizado, nada mais do que a verdade.

- Prontos para conhecerem a nossa família? - Lenalee perguntou ao dois casais, seu sorriso ia de orelha a orelha.

Kaya e Destiny estavam bem animadas com a ideia, Oleif parecia um pouco mais contido já Travis tinha aquele ar de dominância, e parecia que o mesmo que Triton fizera quando entrou na alcateia, ele também faria.

Quando entramos em Madoch, já estava bem escuro, mas a lua iluminava o nosso caminho e notei como o céu estava limpo e repleto de estrelas. Devo ter parado para olhar para cima, pois Triton me puxou pela mão.

- Não vá ficar para trás agora. - ele brincou.

- Ah... Desculpa. - sorri sem jeito.

Olhei para frente e todos os outros já estavam bem longe, e bateu uma vontade enorme de me transformar e dar uma corrida e depois uivar para a lua. Como sempre, Triton notou o meu desejo.

- Que tal fazermos essa aventura depois que avisarmos que chegamos bem? - seu olhar dizia que isso não era bem uma pergunta.

- Tudo bem. - murmurei. - Aliás, preciso de uma ajudinha do Patrick.

Patrick era considerado o meu médico, por assim dizer, e ele era uma das únicas pessoas em que eu confiava para cuidar da minha saúde. Então, parecia mais do que justo informá-lo sobre a situação do meu braço esquerdo.

Agora andavamos em direção a entrada da alcateia, tudo estava como sempre e isso era maravilhoso, para que mudar? Já havia ocorrido mudanças demais em minha vida.

Então eu me lembrei, Fernando iria rever a Giulia e eu precisava ver isso.

- Vamos! - não dei muita explicação, apenas o puxei seguindo o cheiro do pessoal que estava com a gente.

Logo chegamos a um aglomerado de lupinos, todos estavam lá, apenas Fernando e Gabriel ainda não haviam chegado. Fiquei maravilhada ao ver que Elizabeth estava bem, ela tinha emagrecido mais ainda, porém seu sorriso dizia que havia se recuperado totalmente.

Lógico que a abracei, mas não sem chorar bastante, em seguida, Lorena pulou em nós duas, e a única frase que minha mente conseguiu pensar foi:

- Onde está o Jonny? Sua mãe desnaturada! - brinquei, mas ainda assim à procura do pequeno.

- Ele está ali com o Eric. - ela apontou, nada feliz pelo meu "cumprimento".

Observei e comecei a sorrir e muito quando vi Triton ao lado do Eric, e não era só por causa da amizade deles que ele estava ali, mas sim por um pequeno ser vivo que dormia no colo do outro.

- Ei, mantenha o seu lobo longe do meu filho. - Lorena brincou quando nós chegamos perto dos dois. - Porque ele quer roubar o meu filho.

- Querida... - Eric parecia querer rir, mas sentiu como Triton ficou envergonhado.

- Não pegue pesado, Lorena. - pedi e ela logo fez um bico.

- Você deve me amar muito. - Triton a encarou. - Sua miniatura de mulher lobo.

- Segura a bolsa do bebê! - ela entregou a bolsa para mim. - Vou te dar uma lição, Cerutti!

Mas ela parou, assim como eu parei de olhá-los, pois um cheiro muito conhecido havia acabado de entrar na aglomeração, na verdade, todas as pessoas abriram espaço para que o alfa pudesse ver a surpresa que o aguardava.

Fernando estava estático, Giulia se mantinha parada com um leve curvar de seus lábios, ciente de que ele não falaria nada, ela deu apenas um passo para frente.

Apenas isso, um único passo, e Fernando pareceu ter notado que aquilo era mesmo a realidade. Então ele a abraçou com cuidado, mas com muita urgência, e pude jurar que uma lágrima rolou pelo seu rosto.

Ninguém pareceu ter notado, mas todos ali sabiam que a situação era delicada, até mesmo quem havia acabado de chegar podia sentir o cheiro de tensão no ar.

- Melhor irmos para casa conversar. - Giulia sugeriu vendo como ele estava destruído.

- Não precisa. - ele finalmente havia falado. - Eu quero que você saiba aqui e agora na frente de toda a alcateia, eu não ligo para o que vão pensar... Se acharem que o alfa é fraco ou que não pode ter esses tipos de sentimentos, então que outra pessoa se torne alfa.

Suas palavras eram sinceras e pesadas demais, não seria todos os membros que conseguiriam assimilar isso tão bem. E foi quando alguns deram passos amedrontados para trás que eu soube que tinha de fazer algo.

Mas o que uma loba que só tinha dado problemas na alcateia desde que chegara, falaria? Triton segurou em minha mão, dando-me apoio, eu não precisava olhá-lo para saber que ele me pedia paciência.

Giulia ficou, primeiramente, surpresa com a mudança de Fernando - ele nunca, antes, havia colocado-a antes da alcateia - e depois, ela queria abraçá-lo, contudo, suspirou tentando parecer forte.

Era o momento em que ela mostraria que não era só uma loba, que ela era a loba que se uniu, amou e ainda ama o alfa, já Fernando precisava provar que estava arrependido.

- Eu sinto muito, desde o começo eu achava que ter uma companheira era apenas para não ficarmos loucos, não perdermos o controle... Tudo isso pode ser verdade, mas tem muito mais! - Fernando não parecia que pararia muito cedo. - Eu não tinha notado, mas assim que você entrou na minha vida... Tudo mudou, tudo melhorou!

Giulia pretendia começar a falar, de certa modo, ela não queria que ele perdesse o posto na alcateia, sabia que era muito importante para ele ser um alfa... Pelo menos foi o que ela me disse uma vez.

- Fernando, você não precisa...

Ele a cortou, sem medo de que ela ficasse brava ou que alguém o julgasse depois.

- Sem você, não tinha mais sentido, todos os dias eu pensava nas merdas que fiz e nas besteiras que te falei. - Fernando estava com os punhos cerrados, como que com raiva de si mesmo. - E eu só queria que você me perdoasse, eu sinto tanto por ter feito aquilo no dia em que você disse que estava grávida... Eu fiquei confuso e com medo...

Ninguém ali sabia o que fazer ou o que dizer, Triton deu um aperto mais forte na minha mão, era como se ele soubesse o quanto Fernando estava arrependido.

- Mas eu prometo te ouvir de agora em diante, e se eu for um idiota você pode me bater, me chutar, me xingar, pode até me dar uma voadora! - ele gritou. - Eu faço qualquer coisa pra você voltar pra mim, pra podermos ter a nossa família... Por favor.

Com muito cuidado, ele se aproximou dela mais uma vez, e sem tirar os olhos dos dela, sua mão tocou em seu ventre, Giulia se surpreendeu mais uma vez.

- Deixe-me cuidar de vocês, amar vocês. - ele pediu com receio em seus olhos. - Eu te amo mais do que você possa imaginar, mais do que eu podia entender... 

O cheiro dela mostrava, claramente, que estava confusa, porém muito feliz. 

- Você é mesmo um grande idiota, mas é o único idiota que consegue me fazer amá-lo tanto. - então ela o abraçou e o beijou.

Todos os lupinos pareceram surpresos, o problema era que os lobos mais velhos não haviam gostado muito disso, e quando Dylan deu um passo a frente para dizer alguma coisa, Triton também deu um passo a frente.

- Podem me explicar o que foi essa demonstração de fraqueza do alfa? - Dylan realmente disse aquilo.

Fernando e Giulia permaneciam juntos, e ele já abriu a boca para falar quando Triton perdeu a cabeça.

- Quer calar a porra da sua boca, Dylan? - ele gritou.

Até mesmo eu fiquei assustada com aquele tom de voz, mas nem mesmo assim eu o deixei avançar a multidão sozinho.

- Como disse, Cerutti? - Dylan não pareceu abalado e ergueu uma sobrancelha.

- Eu mandei você calar a boca! - Triton revirou os olhos, muito irritado.

Segurei em sua mão tentando acalmá-lo, não queria vê-lo brigar aqui.

- Vai mesmo desafiar um lobo mais dominante e mais velho do que você? - Dylan se colocou a frente do meu lobo.

- Pode apostar que vou. - Triton rosnou.

Fernando se separou de Giulia, pois mesmo sem ter o direito de ser o alfa, não deixaria que eles brigassem por causa do que ele havia feito.

- Dylan, Triton, não façam o que estão pensando em fazer. - Fernando se aproximou dos dois, seu tom era como uma advertência.

- Não ache que vou ouvir você agora! - Dylan rosnou para o Fernando.

- Dylan, não faça isso, por favor. - Marcos interveio. - Mesmo que também concorde que o Fernando extrapolou, mostrando fraqueza demais em frente a uma alcateia inteira.

- Fraqueza? - Triton parecia perplexo. - Porque ele teve coragem de dizer o que realmente sentia a sua companheira?

Dylan e Marcos concordaram com a cabeça.

- O cérebro de vocês deve estar com mal funcionamento devido a idade de vocês! - Triton estava com os caninos a mostra. - Vocês não fariam isso pela loba de vocês? É isso que estão me dizendo?

- Não. - Marcos respondeu. - Eu faria qualquer coisa pela Eliza... Não na frente de tantas pessoas, eu acho.

Marcos estava bem confuso.

- Então você a perderia por orgulho? - Triton tentava se acalmar.

Ele arregalou os olhos e rapidamente seu olhar pousou em Elizabeth, ela estava magoada mesmo que tentasse não demonstrar, e quando ele viu como a havia machucado, sua dominância quase desapareceu e o que ninguém esperava aconteceu.

- Dylan, ele tem razão... - Marcos afirmou. - Somos mais velhos, mais dominantes, mas nada disso importa se elas não estiverem com a gente, porque eu só mostro minha dominância para protege-la. - ele se virou para onde a Elizabeth estava. - Desculpe te magoar, você sabe que eu demoro a entender as coisas... Mas a única coisa que tenho certeza é que eu amo você mais do que a minha vida!

Eliza começou a ficar vermelha e se encolheu, Marcos sorriu para mim como se agradecesse o que eu havia feito com o meu companheiro, e depois, foi de encontro com a sua loba.

- Ele nunca foi muito forte, mas você, Fernando... - Dylan bravejou. - Esses novatos vão se inspirar no alfa deles. - ele colocou o dedo no peito do Fernando. - Você percebe a merda que acabou de fazer?

- Dylan, não seja irracional... A nossa era já se foi... - Fernando tentou explicar.

- E vai me dizer que agora é a era das mulheres? - Dylan parecia fora de si.

Verona não se manifestou, parecia que ela queria que o Dylan escutasse essas coisas de alguém como o Fernando.

- Não, não é a era de ninguém... E sim de todos nós. - Fernando comentou. - Nós ainda podemos ser os machos, os dominantes da relação, não importa! Precisamos delas, mais do que elas precisam da gente...

Triton estava com os ombros tensos, prestando atenção aos movimentos do Dylan.

- Elas são frágeis. - Dylan revirou os olhos. - Você sabe que uma loba não sobrevive muito tempo sozinha, precisa de uma alcateia ou de um companheiro.

- Sobreviver e viver são coisas diferentes. - Fernando já estava perdendo a paciência. - Elas podem ter dificuldade em sobreviver sem sua espécie por perto, mas elas sabem viver desde que nasceram, já nós sabemos sobreviver desde que nascemos, mas só começamos a viver quando elas entram na nossa vida.

- Não brinque comigo! - Dylan rosnou e empurrou o Fernando. - Você acabou de dizer que a sua companheira manda em você.

- E se ela mandar, qual o problema? - Fernando rosnou. - Ela nunca faria nada para me machucar.

- Elas não são as chefes, elas se apoiam na gente e ficam felizes com isso. - Dylan rosnou de volta. - Era assim que era, e é assim que vai continuar sendo!

Então, Triton rosnou soltando a minha mão e ficando de frente para o Dylan.

- Eu ainda quero entender como a Verona suporta você! - Triton exclamou. - E como você ainda continua ligado ao passado, acorde! Você tem quase quatrocentos anos e simplesmente ainda não notou como ela faz a diferença na sua vida?

- Triton, as lobas de hoje não são de longe tão boas como as de antigamente. - Dylan parecia mais calmo. - Olhe a sua companheira por exemplo, rebelde, descontrolada, cheia de costumes humanos, sempre se machuca... - ele encarou meu braço sentindo o leve cheiro de carne queimada. - E ela deve ser infértil, porque você vive falando que quer um filho e até agora nada.

Doeu ouvir aquilo dele, de algum modo, eu o via como meu segundo pai, uma pessoa em quem eu podia confiar, e agora nesse momento de raiva, ele descontava tudo em mim?

Mas o pior foi a reação do Triton, ele ficou raivoso e pulou em cima do Dylan, em segundos, os dois se transformaram e começaram a brigar. Eu entrei em pânico, Triton era forte, mas Dylan tinha anos mais de experiência.

Fernando gritou com eles, mas só se ouvia os rosnados, as garras e o barulho dos corpos dos lobos se batendo. Dylan, um lobo castanho escuro, era maior que o Triton, que era castanho claro; mas a agilidade do meu lobo estava causando um grande problema ao mais velho.

- Você precisa pará-los! - Charlie apareceu ao lado do Fernando.

- Eu sei disso! - Fernando exclamou e pediu com os olhos que Giulia tirasse as pessoas dali.

Tão logo as pessoas saíram, ficaram apenas, eu, Fernando, Charlie, Verona, Gabriel e os lobos que estavam brigando. Eu gritei, mas eles não me escutavam, o cheiro de sangue começava a ficar mais forte.

Pensei que surtaria, mas Verona surtou antes, transformando-se numa grande loba castanha clara. Tentei entender a cena, os dois estavam cheios de machucados, mas Triton tinha um sério corte no ombro direito e Dylan tinha um furo profundo no pescoço.

Verona pulou em cima dos dois e conseguiu os separar, eles ficaram confusos com a interrupção. E como só conseguia falar com o seu companheiro, Verona pareceu tentar fazê-lo se acalmar, ela fazia movimentos calmos e simples.

Dylan rosnou, pulou por cima dela e aterrizou em cima do meu companheiro, Triton grunhiu pela dor do impacto, mas não desistiu, mordeu a pata dianteira do mais velho, ele caiu no chão e teve dificuldades em se levantar.

Triton já ía atacar mais uma vez, mas eu me coloquei a sua frente, ele parou, seus olhos cheios de fúria e dor, ajoelhei a sua frente e passei a mão em seu pelo, tão logo ele sentou e começou a se acalmar.

- Obrigada por me defender. - sussurrei em seu ouvido e beijei sua cabeça. - Mas agora já chega.

Ele concordou e encostou a cabeça em mim, como se pedisse desculpas, afaguei seu pelo mais uma vez e esperei para ver a bronca que levaríamos.


Notas Finais


Desculpem pessoal, mas espero que tenham gostado desse final de capítulo hahaha


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