Ouvi a água do chuveiro parar assim que deitei na cama, Triton logo se sentou ao meu lado, o cheiro do seu sangue já havia sumido, mas eu ainda estava preocupada.
Sentei na cama e o fitei, seu olhar dizia que sentia por ter perdido o controle, porém eu não o culpava, pois também faria o mesmo por ele.
- Você está bem? - ele perguntou tocando levemente o meu braço.
- Estou, mas e você? - juntei nossas testas e fechei os olhos. - E não digo só fisicamente...
- Estou bem, desculpe ter te envolvido... - ele passou as mãos pela minha cintura. - Eu juro que não ía começar uma briga, mas então ele falou de você...
Lembrar das palavras do Dylan me fizeram encolher. Triton notou e me puxou para si, colocando-me em seu colo.
- Não quero que pense que o que ele disse é verdade. - murmurou.
- Nem mesmo o final? - ouvir alguém dizer que eu era infértil era mais doloroso do que jamais imaginei.
- Não chore, por favor. - constatei que estava chorando quando ele tocou a minha bochecha. - Ele foi a pessoa mais infeliz em te dizer aquilo, Kristine.
E pensar que toda a alcateia ouviu aquilo. Já não controlava mais as lágrimas, chorava por tantas coisas que nem mais sabia sobre o que chorava.
Triton me abraçou, protegendo-me e afagando meu cabelo, tentando me consolar, mas eu podia sentir que ele sofria me vendo assim. Tudo que eu queria era que a dor passasse, que eu pudesse sair de casa sem ter o medo das pessoas e seus olhares preconceituosos.
- Eu não queria prejudicar você. - tentei parar de chorar.
- Me prejudicar? Do que você está falando? - seu olhar encontrou o meu.
- Seu sonho é ter uma família e eu não sei se posso te dar isso. - mais lágrimas vieram.
- Kristine, é verdade que sonho em ter uma família, mas você esquece da parte mais importante, tem que ser com você! - ele afirmou. - Se não, não teria sentido... E não me importo se você por acaso não poder ter um filho, a gente pode adotar, isso não seria um problema.
- Mas somos lu...
Ele calou-me com um suave beijo, e uma tranquilidade passou pelo meu corpo. Inspirei seu cheiro, deixando que ele me acalmasse.
- Vamos conversar sobre isso depois... - sua voz parecia tentar me colocar para dormir. - Você precisa descansar.
Meus olhos começaram a ficar pesados e cederam ao sono, assim como todo o meu corpo se apoiou no de Triton e dormiu.
*
Alguém estava tentando me acordar com leves beijos por todo o meu rosto, remexi-me mas ele não parou, rosnei baixinho, Triton me mordeu em resposta.
- Vamos passear, meu amor. - ele começou a beijar o meu pescoço.
- Passear? Do que você esta falando? - mantinha os olhos fechados. - Que horas são?
- Seis e quinze. - informou.
Da manhã?! Estava indignada por ele ter me acordado a essa hora, porém meu corpo estava cedendo as carícias que sua boca provocava.
- Pare com isso. - pedi manhosa.
- Quer mesmo que eu pare? - podia não ver, mas tinha certeza que ele estava sorrindo.
Mordi o lábio ao invés de responder, Triton mordeu levemente o meu pescoço arrancando um gemido rouco de mim.
- Vamos, meu amor, acorde. - seu pedido estava me mantando junto com seus beijos e suas mordidas pelo meu pescoço.
- Está bem, eu acordo. - murmurei e abri os olhos.
Enquanto me espreguiçava - ainda deitada - Triton sorriu e beijou meus lábios.
- Tenho uma surpresa, arrume-se. - ele saiu de cima de mim e saiu do quarto.
Pelo que pareceu, ele já estava pronto para sair, tão logo eu também teria de estar. Levantei e fui direto ao closet, coloquei um moletom e um gorro na cabeça, também lembrei das luvas. O inverno estava se mostrando bem rigoroso em Madoch.
Depois de pronta, encontrei Triton na sala, ele estava tão bem agasalhado quanto eu, menos quanto ao gorro e à luva.
- Se trocou rápido. - ele parecia surpreso. - Venha, tenho uma surpresa que você vai adorar.
- Vou? - ainda estava sonolenta.
- Tudo bem, eu te levo no colo. - mal havia falado, ele já havia me pegado no colo.
- N-Não precisa. - comecei a corar. - Eu consigo ir sozinha.
- Tem certeza? Você parece meio mole. - provocou-me.
- Eu já acordei, sério! - afirmei com um grande sorriso.
Triton me encarou e deu sua risada alta, gentilmente, colocando-me no chão.
- Mas se quiser ainda posso te carregar. - ele me abraçou por trás e mordeu o lóbulo da minha orelha.
- Triton, você está no cio? - comecei a rir.
- Não, mas eu acho que você deve estar, porque eu não estou conseguindo me controlar. - ele rosnou daquele jeito sexy.
E já estava prestes a me agarrar e nos levar a fazer algo louco no sofá, mas de repente se lembrou da surpresa de que havia falado.
- Melhor irmos logo, se não perderemos. - ele me puxou pela mão direita, nos levando para fora de casa.
Lá fora nevava, nada muito forte, mas o suficiente para me fazer sorrir como uma boba, Triton notou isso e até achei que essa fosse a surpresa.
- Venha. - ele continuou me levando.
Já havíamos feito esse caminho, foi então que notei que estávamos novamente naquele lugar onde prometemos fazer ser o cantinha das crianças.
- O que você quer me mostrar? - minha curiosiade havia acordado.
- Tenha paciência. - ele riu e me puxou de encontro ao seu peito, virou-me delicadamente fazendo seu peito aquecer as minhas costas. - Prometo que você vai gostar.
A neve continuava caindo e o frio mantinha-se suportável, então eu vi alguns raios de sol baterem no flocos de neve e refletirem pelo lugar. Era íncrivel, luzes coloridas, fracas, mas ainda sim conseguia vê-las.
Triton foi me soltando ao passo que eu me enfiava no meio daquele espetáculo, dessa vez, ele tinha se superado.
- Como você? - virei para fitá-lo.
- Isso sempre acontece nessa parte da floresta, os flocos de neve fazem isso quando os primeiros raios do sol batem. - ele explicou vindo ao meu encontro. - Você gostou?
- Eu amei. - continuava sorrindo. - Você sabe mesmo como me mimar.
Pulei em seus braços e enlacei seu pescoço, roubando-lhe um longo beijo, Triton me segurou pela cintura e apalpou a minha bunda, dei um sorriso junto aos seus lábios.
- Você é a minha vida. - ele sussurrou de encontro aos meus lábios.
- Eu te amo muito. - rocei os lábios em sua bochecha.
- Melhor voltarmos para casa antes que... - ele gemeu abafado.
Hoje, Triton estava muito fogoso, havia algo de diferente no modo como ele estava me tocando e como estava agindo.
- Triton, o que você tem? - tentava me controlar, mas ele estava provocando demais, mesmo que não estivessemos em casa. - Me responda! - tentei parecer brava, mas era impossível.
- Meu Amaterasu, precisamos ir logo para casa. - senti a elevação na sua calma me apertar. - E rápido!
Concordei com a cabeça, nunca o havia visto daquele jeito, seria melhor que fossemos rápido para casa, pois ele estava excitado e eu adorando imaginar o que faríamos.
*
Mal fechei a porta e ele me agarrou, colocou minhas costas na parede da cozinha e começou a me morder o pescoço, agarrei em seu cabelo já sentindo todos os arrepios possíveis pelo corpo.
- Kristine do céu! - ele rosnou. - Você precisa tirar essas roupas!
Não que eu fosse negar, porém sua atitude acabou arrancando meu moletom, meu gorro e minhas luvas, tão logo o sutiã saiu voando e calcinha foi rasgada.
Mas claro que não o deixaria com roupas, empurrei-o até o sofá e o despi, Triton sorria malicosamente quando me deitou no sofá.
Seus beijos já estavam no meio das minhas coxas quando me dei conta de que ele estava descontrolado, e de como eu sentia falta desse sexo mais selvagem.
- Você é linda. - ele disse já pressionando seus lábios contra a minha intimidade.
Tentei erguer a cabeça, contudo, fui forçada a arquear as costas quando sua língua começou a me proporcionar um prazer delicioso, com movimentos lentos e fundos ele me excitava.
- Triton! - gemi seu nome como se pedisse por mais.
Minhas mãos agarraram no sofá, mordi o lábio tentando controlar o fogo que subia e que começava a se concentrar no meu sexo, mas já era tarde, foi só preciso uma chupada com mais pressão para gozar.
Triton subiu pelo meu corpo me beijando enquanto eu tentava recuperar o fôlego, e ele continuava cheio de desejo. Então eu quis agradá-lo, sai de baixo dele e o empurrei de costas no sofá.
Seu olhar seguia meus movimentos até que minha mão segurou o seu membro, Triton fechou os olhos visivelmente em transe por causa de um simples toque.
Sem demora eu o coloquei na boca e ouvi um gemido alto, não era muito comum Triton gemer assim, mas era bom saber que ele também tinha seus momentos de "cio".
- Isso... Ahh... Kristine. - ele puxou o meu cabelo quando comecei a chupá-lo com força.
Foi rápida a resposta, Triton gozou assim que terminei meu pequeno agrado, ele parecia esgotado e isso teria estragado a nossa brincadeira, porém assim que vi seus olhos, sabia que isso ainda estava longe de acabar.
Com um movimento rápido ele subiu em cima de mim e me penetrou, eu já havia me esquecido como a sua investida podia ser poderosa, não contive os gemidos e muito menos os arranhões, ele sairia dessa cheio de machucados, era um preço justo a se pagar.
- Como sempre... Você é maravilhosamente apertada. - ele murmurou no meu ouvido, em seguida, beijou-me.
O ritmo era rápido, sem pausa, profundo e variado, minhas mãos se apertavam em seus ombros e suas costas, meu quadril mexia junto a ele, e minha boca era tomada pelos seus lábios carnudos.
Então ele veio, com tudo, cheio de prazer, um orgasmo conjugal fantástico que me derrubou e derrubou o meu companheiro por três horas.
*
Acordei primeiro, seu corpo estava acima do meu, era apenas isso que me cobria, olhei em volta, ainda estávamos na sala, o que me parecia um bom sinal.
Triton era pesado, mas estava confortável ficar ali, mexi apenas o pescoço para me aconchegar melhor em seu ombro, infelizmente, ele despertou.
- Bom dia. - ele brincou e me beijou de leve. - Dormiu bem?
- Bom dia. - sorri e o abracei. - Maravilhosamente bem e vc?
- Não tenho do que reclamar. - ele sorriu e começou a se levantar.
Assim que saiu de cima de mim, Triton se espreguiçou e começou a caminhar em direção a cozinha. Ele iria ficar pelado a manhã inteira? Porque eu adoraria isso.
Aproveitei e observei todo o esplendor que era o seu corpo, pernas fortes com uma bunda dura e grande, costas um pouco largas e um abdomên de tirar o fôlego, um rosto lindo com lábios carnudos e olhos fogosos. Já estava ficando excitada só de pensar nisso.
- Pare de me torturar. - reclamei jogando-me com força de volta ao sofá, peguei uma almofada para cobrir o peito.
Ele voltou rindo e se sentou bem perto do meu rosto.
- Fala, minha delícia, o que você estava reclamando? - podia ver a sua protuberância com clareza.
- Pare de me torturar. - comecei a rir pois era algo cômico, e virei para não observar toda aquela gostosura.
- Vai me ignorar? - ele passou os dedos pelas minhas costas e mordeu meu ombro. - Hein?
- Não estou te ignorando, estou preservando o pouco de sanidade que ainda me resta. - continuei rindo.
- Eu pensei na sua promessa. - ele declarou.
Rapidamente, sentei no sofá usando a almofada para cobrir os seios, e o fitei.
- Diga.
- Quero que você faça as suas contas sobre a sua regulagem agora e na minha frente. - ele pediu, mas de certo modo ele esperava que eu negasse.
- Tudo bem. - assenti. - Só espere eu tomar um banho e colocar uma roupa, pode ser?
Ele assentiu e deixou que eu me levantasse.
- Prometo não demorar. - confessei já que estava tão ansiosa quanto ele.
*
Eu já estava no meu período fértil, era isso que as contas diziam e a lógica também, porque não havia outra explicação pelo comportamento sexual do Triton nesta manhã.
E claro que a notícia só o deixou mais animado, o que era bom - adorava transar com ele quando estava inspirado - e ruim - eu não era uma máquina de sexo, fico cansada e tenho limitações - o que era quase impossível explicar ao tarado do meu lobo.
Estava fazendo o almoço quando não estava mais, e sim transando na frente do fogão, por Amaterasu que eu tive o senso de desligar o fogo... Do fogão, pois o do Triton continuava bem acesso.
- Eu não consigo me controlar. - ele dizia mais uma vez.
- Eu sei que não, mas tente! - tentei parecer brava, sendo que eu estava com um avental de cozinha e uma colher de madeira na mão. - Você não está nem tentando que eu sei!
- Você fica tão sexy assim. - ele lambeu os caninos e se levantou da cadeira.
- Não! - afastei-o com a colher. - Por favor, preciso terminar o almoço e estou cansada também.
Dessa vez, ele se forçou a acalmar e voltou a se sentar. Como ele podia ter tanto esperma?
- Bom garoto. - espremi os olhos deixando bem claro como estava alerta.
- Prometo não fazer nada até o almoço estar pronto. - e riu bem alto.
Pelo visto, eu teria que terminar o almoço e teria duas opções: brincar de pique e pega, ou simplesmente me entregar. A primeira opção pareceu mais emocionante, e foi o que fiz.
Assim que acabei, eu sai correndo, ouvi o barulho da cadeira caindo no chão, mas eu já estava na sala e usava o sofá para escapar do meu predador sexual.
- Você sabe que está piorando as coisas, não? - seu sorriso estava me fazendo perder as forças para lutar.
- Talvez. - mantive a postura. - A gente podia apenas ver TV e esperar o almoço ficar pronto.
- Você quer mesmo fazer isso? - ele me encarou. - Porque se quiser, eu faço... Sem problemas.
Ele se sentou no sofá e pegou o controle remoto na mão, observei a sua reação, a curva que seu lábio estava fazendo, enlouqueceu-me.
- Quer saber? Foda-se! - peguei o controle que estava em sua mão e joguei na poltrona, ao mesmo tempo, sentei com as pernas abertas em seu colo, senti o seu desejo e gemi dentro de sua boca.
- Essa é a minha loba! - ele me pressionou contra si e já sabíamos que o sexo seria bom.
*
Agora era definitivo, eu estava cansada e um pouco dolorida, achei que ele fosse acalmar depois de almoçar, mas isso não ocorreu e eu perdi a conta de quantas vezes nós transamos.
Graças a Amaterasu e a Bruno, Max, Natan, Mike, Leonardo, Miguel, Charlie, Travis e Oleif, hoje haveria um jogo de futebol e eu rezava para que as suas energias e o seu fogo acabassem nessa brincadeira.
Um time era Max, Mike, Charlie, Triton e Oleif como goleiro, e o outro era Bruno, Miguel, Leonardo, Travis e Natan no gol. Na arquibancada estavam todas as lobas de seus lobos, eu, Courtney, Lyra, Amanda, Anne, Helena, Angie, Hena, Destiny e Kaya.
Estávamos em uma quadra esportiva que havia na parte leste da alcateia, mais um espaço que eu desconhecia. Enquanto eles jogavam, Anne, Helena, Angie e Lyra faziam uma torcida e fofocavam ao mesmo tempo; Kaya, Amanda, Hena e Courtney perderam a paciência logo no início e foram embora fazer compras; e Destiny veio se sentar ao meu lado.
- Problemas no paraíso? - Destiny mal me conhecia, mas já podia sentir que eu estava em um conflito interno.
- Não posso dizer que é um problema. - confessei. - Mas é algo que precisa de uns ajustes.
- Posso ajudar? - ela parecia bem receptiva.
- Bom... Vocês estão muitos anos juntos, então ele já deve ter tido aqueles momentos de sex all day. - comentei sem vergonha.
- Nossa, já! - ela revirou os olhos. - É bom e ao mesmo tempo sufocante, não é?
- Exatamente! - parecia que podia contar com ela. - Eu tento me controlar, mas não adianta, eu não consigo porque...
- Ele sabe todas as suas fraquezas e sabe como te enlouquecer. - Destiny suspirou.
- Alguma dica? - arrisquei.
- De verdade?
Assenti vendo uma luz de ajuda.
- Não tem uma solução, mas você pode ser mais durona. - ela explicou. - Mesmo quando você for ceder, não ceda... Fique firme até o final, e se ele fizer algo que não aprove, fique brava de verdade!
- Vou tentar... - sorri de leve. - Obrigada pela ajuda.
- Que isso, lobas, temos que nós ajudar. - ela sorriu.
Foi muito legal o jeito que ela me tratou, mesmo depois da humilhação que Dylan me fez passar ontem.
- Ei, não ligue para o que aquilo estúpido te disse. - ela podia ler mentes, devia ser isso. - Não, não posso ler mentes. - ela riu. - É que eu me identifico com você e meio que entendo o que está sentindo.
- Ah... - tentei não parecer desapontada. - Obrigada. - lembrei de como ela estava tentando me colocar para cima.
- Esse jogo está tão chato. - ela resmungou.
Olhei o que estava acontecendo, estava um empate de dois a dois, a defesa de ambos os times era muito boa, mas o ataque estava tentando melhorar. E tudo estava parecendo um jogo normal, até que Charlie levou uma rasteira do Travis, e isso deixou Triton incomodado.
Então, os dois começaram a levar o jogo para o pessoal e a coisa começou a esquentar, Destiny até se animou e perguntou se eu queria salgadinhos, eu só me perguntava como ela conseguia ter tanta comida dentro de uma bolsa tão pequena?
Tão logo as quatro, que estavam fazendo a torcida, gritavam loucamente enquanto Destiny comia e ria, acabei me divertindo com o seu jeito descontraído. E isso me deixou com sede.
- Eu já volto. - avisei-a assim que me lembrei de ter visto um bebedouro no caminho para cá.
Enquanto andava pensei em como havia passado o tempo em que estive na alcateia, mas eu parei quando senti um cheiro de girassol, porque será que meu chefe se encontrava logo atrás de mim?
- Kristine. - sua voz me fazia lembrar de suas palavras maldosas. - Posso conversar com você?
- E porque deveria? - virei-me para encarar um lobo diferente do de ontem.
Sabia disso pelo seu olhar e seu jeito de me observar, ele estaria arrependido?
- Quero me desculpar sobre ontem. - Dylan parecia sincero. - Eu extrapolei, tanto com você como com Fernando, como com o Triton e também com a Verona...
Fiquei quieta, não tinha nada a dizer.
- Procurei você primeiro, porque eu percebi que machuquei você. - ele coçou a cabeça. - Olha, estar nervoso não justifica o que eu falei, e eu sinto muito... E sei que é difícil você e o Triton me desculparem, mas eu precisava vir lhe dizer isso pessoalmente.
- E não teve a coragem de falar na minha frente também? - Triton estava suado e não parecia nem um pouco amigável.
- Cerutti... - Dylan parecia entender que estava se metendo em problemas e antes que eles brigassem de novo, eu me coloquei no meio.
- Tudo bem, eu entendi e te desculpo, mas eu preferiria que você nos deixasse em paz... - tentei acalmar o meu companheiro que já estava rosnando. - Triton, está tudo bem.
Ele me puxou pela cintura, mostrando sua dominância e claro desprezo pelo mais velho, porém eu não queria que as coisas acabassem assim.
- Ele se arrependeu... Já é o bastante. - murmurei.
Dylan ficou surpreso e esperou a reação do Triton.
- Ele é dos antigos, Kristine, ele nunca vai ver você como você realmente é... - seu olhar estava cravado no outro. - E eu nunca mais vou deixar ele te magoar.
Eu queria acabar com isso, entretanto Dylan havia extrapolado.
- Eu só vim me desculpar só isso. - Dylan suspirou. - Não vim fazer nada além disso.
- Então já pode ir embora. - Triton rosnou.
Dylan se virou e saiu, Triton ainda estava tenso quando apoiei as costas em seu peito, fechei os olhos fingindo que isso havia sido um pesadelo. Ele me abraçou e beijou o topo da minha cabeça.
- Vamos para casa? - ele perguntou gentilmente.
- Mas e o jogo? - abri os olhos e vi como o céu estava bonito, havia nuvens que me faziam lembrar de como era ser criança e achar desenhos nas nuvens.
- Já acabou... - ele bufou. - Aquele Travis é um maldito dum competitivo.
- Você gostou dele. - comecei a rir.
- Não gostei, só achei um rival que seja divertido desafiar. - ele sorriu e começamos a voltar para casa.
No meio do caminho, ele me apertou contra si e me virou para fitá-lo.
- Kristine, quero que delete o que o Dylan te falou ontem e hoje também. - ele comentou bem sério.
- Tudo bem, mas Triton... O que ele disse hoje... Foi sincero, sei que é difícil de confiar nele, então confie em mim... Porque eu não quero que simplesmente as coisas fiquem estranhas na alcateia.
- Não vão ficar. - ele se defendeu. - Só ele ficar longe de você e tudo ficara normal.
- Está vendo? - fiquei brava. - Você entra em modo de destruição! Me escute, poxa!
- Estou te escutando e estou dizendo que não vou mudar de ideia sobre ele, e muito menos esquecer o que ele te fez. - seu olhar dizia que não iria mudar de ideia nunca.
- Tudo bem... Vamos para casa. - respirei fundo e me virei voltando ao nosso caminho inicial.
Triton pareceu mais distante, porém logo sua mão buscou a minha e seu calor me aconchegou.
*
A notícia de que Dylan e Verona estavam indo embora foi um tando quanto inesperada, e o estranho foi que ele deixou a empresa para os cuidados do alfa, que ele ainda achava que seria o Fernando.
Isso foi o que Lorena me contou pelo telefone, Triton não estava em casa, ele tinha saído para fazer compras e pedi para ficar em casa, estava cansada demais.
Mas ele não demorou muito e junto a si, chegou a sua selvageria sexual. E dessa vez colocaria as dicas de Destiny em ação.
- Senti sua falta. - ele deitou em cima de mim, pois não tive tempo de me levantar quando ele chegou. - Seu cheiro está me enlouquecendo.
- Triton, me deixe descansar um pouco, por favor. - tentava assistir a televisão.
Ele ignorou o meu pedido e rosnou na minha orelha, rosnei de volta, mas irritada.
- O que foi? - ele não havia entendido.
- Eu estou cansada.
- Não quer que eu fique perto de você? - agora ele estava magoado.
- Não é isso. - segurei-o onde estava. - Eu quero que você fique aqui comigo, mas não tentando me seduzir, por favor...
- Ah... É isso? - ele pareceu entender rápido demais.
Triton se acomodou atrás de mim e fez com a minha cabeça ficasse encaixado em seu pescoço. Desconfiei da sua aceitação tão rápida, e logo sabia que ele estava fingindo.
- Posso te seduzir agora? - ele indagou com uma voz safada.
- Triton! - gritei com uma vontade imensa de esmurrá-lo.
- Tudo bem, entendi. - ele bufou. - Vou ser paciente...
- Obrigada. - e eu esperava que dessa vez durasse.
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