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História O Cheiro da Lua - Um pequeno susto


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Capítulo novinho!

Boa leitura.

Capítulo 78 - Um pequeno susto



Acordei no hotel, e despertei num pulo ao me lembrar do sangue que escorria do corpo do Bryan. Ele teria conseguido completar a transformação?

Tudo podia ter sido evitado se eu tivesse acabado de vez com a Melissa... Por que eu hesitei? Estava com raiva de mim mesma. Mas deixaria a íra contra mim para depois, usando meu olfato consegui achar Giulia sentada em uma cadeira enquanto Evanie cuidado de seus machucados.

- Onde está o Bryan? Como ele está? - parecia que eu estava gritando.

- Calma! - Evanie se levantou e me segurou. - Ele e o Sven estão bem.

Evanie apontou para o sofá onde Bryan dormia com Sven em cima de si, fiquei tão aliviada que me joguei perto deles e comecei a chorar. Senti a mão delas em meu ombro e comecei a enxugar as lágrimas.

- Mas e agora? - indaguei já sabendo que era provável que ele tivesse completado a transformação.

- E agora ele é um de nós. - Evanie afirmou.

- Ele já sabe? - fiquei receosa.

- Não... Ele ainda não acordou. - Giulia comentou. - Mas só se passaram duas horas, ele deve acordar daqui a pouco.

- O que o Sven está fazendo em cima de mim? - nunca fora tão bom ouvir a sua voz.

- Bryan! - teria me jogado nele se Sven ainda não estivesse em seu peito. - Como está se sentindo?

- Bem... Mas que cheiros são esses? - ele parecia estar tentando se acostumar ao seu novo olfato.

- Bryan Hall, precisamos conversar. - Evanie estava bem séria. - Você é um de nós agora.

Fiquei assustada, como ela podia dizer aquilo assim? Nem mesmo o Bryan que é calmo conseguiu manter essa calma.

- Espera aí! - ele entregou o Sven a sua mãe para poder se levantar. - O que vocês estão dizendo?

Olhei para a Giulia que respirou fundo, ela estava mesmo exausta, e Evanie parecia ser a única capaz de explicar sobre ser um lupino. Por isso fiquei apenas observando enquanto ela tentava ser detalhista e ao mesmo tempo sutil.

No começo, Bryan não parava quieto, porém continuava prestando atenção em tudo o que a Evanie explicava, e ele só começou a se acalmar quando intervi, o estranho foi que Evanie pareceu ter ficado com ciúmes.

Primeiro comentei que a sua transformação não era planejada, mas que faríamos de tudo para ajudá-lo a se acostumar... Isso pareceu tê-lo tranquilizado um pouco. Depois, deixei que Evanie explicasse o resto: alcateia, transformação em lobo, etc...

E também comentamos sobre a parte de não envelhecer mais e as medidas a serem tomadas, como eu já sabia, a mãe de Bryan morreu quando ele nasceu e o pai sumiu quando havíamos começado a namorar. 

- E minha avó morreu esse ano, então... Eu meio que estou livre. - ele parecia bem triste.

- Você vai gostar da alcateia... É como uma família. - comentei, tentando ajudar.

- Mas você não é obrigado a ir... - Giulia tinha de avisar sobre isso.

Bryan fez uma cara e ficou pensando sobre isso.

- Mas eu vou. - ele sorriu. - Pelo menos para aprender a controlar as coisas e depois penso se fico por lá ou se saio.

- Justo. - Giulia assentiu enquanto balançava o pequeno Sven.

Já estava pensando em comermos algo quando a porta do quarto saiu voando pela sala, por Amaterasu que eu e Evanie estávamos ali e conseguimos parar a porta antes que acertasse a Giulia e seu filho.

- Quem... - Evanie estava rosnando.

Não precisei perguntar quem era... O cheiro dos dois impregnou o lugar.

- Kristine! - Triton correu me abraçar. - Você quer me matar do coração?!

- Giulia do céu! - Fernando parecia estar tendo um ataque do coração.

- Não morra, não quero criar um filho sem pai. - ela fingiu não estar preocupada.

- Vocês que queriam matar a gente! - Evanie suspirou e foi até a cozinha.

- Eu estou bem. - murmurei enquanto Triton não me soltava.

- Errr... Acho que vou comer algo, me deu uma fome. - Bryan estava muito sem graça.

Triton e Fernando o encararam e logo perceberam o cheiro de lobo.

- O que aconteceu?! - os dois indagaram com urgência.

Giulia me entregou o Sven e começou a explicar, os dois ficaram espantados com toda a informação e no fim, acabaram sendo legais com o novato.

*

Nós comemos no Bar do Jerry, foi nostálgico e gostoso, a comida estava maravilhosa e Jerry parecia bem, a vida sem o filho estava sendo difícil, mas estava seguindo em frente... Todos nós estavamos.

E claro que voltamos logo para casa, Fernando havia decidido que faríamos uma pequena reunião com toda a alcateia para apresentarmos todos os novos integrantes... Ou seja, desde Amanda, Courtney e Max até Bryan.

Fiquei animada, Triton também gostou da ideia, pelo menos foi isso que pareceu, pois ele ficou falando sobre seus planos maléficos durante todo o caminho até em casa.

Só parou quando ficamos sozinhos dentro da nossa casa, seu abraço dizia que estava morrendo de saudade. 

- Senti tanto a sua falta. - murmurou atrás do meu ouvido.

Teria dado uma resposta mal humarada do tipo foi você que mentiu e ficou fora por semanas! mas eu me controlei, pois também estava morrendo de saudade.

- Eu também... Nem imagina o quanto. - virei de frente para ele e beijei levemente seus lábios, puxando-os para mim.

- Prepare-se pois vou passar o resto da noite grudado em você. - deu sua risada alta e me carregou até a sala.

Deitamos no sofá com ele atrás me espremendo contra si, liguei a tevelisão, não que tenhamos visto muita coisa, Triton não teve paciência e logo me virou para ficar de frente para ele.

Começamos com beijos calmos, mas que logo se tornaram ardentes e fogosos, meus lábios já estavam inchados quando nos separei para tomar um pouco de ar.

- Vai me contar como foram as suas férias? - seu tom era bem maldoso.

- Só tive férias porque o meu companheiro mentiu e viajou por mais tempo do que esperava. - fingi estar brava.

- Você fica linda com essa cara de brava. - brincou mordendo o meu queixo.

- Você vai ver quando eu ficar brava de verdade. - rosnei.

- Você nunca fica brava de verdade comigo. - ele riu. - É impossível!

- Não me desafie, Triton Cerutti! - mordi sua bochecha.

Suas mãos me puxaram para mais perto, nossos lábios ficaram colados e tão logo iniciamos mais um beijo que foi seguido de mais outros beijos. Só paramos quando o celular do Triton tocou pela terceira vez.

- Deve ser importante, melhor atender. - sussurrei soltando-o.

Ele bufou enquanto eu me sentava para ele poder levantar, pegou seu celular que estava na mesinha de centro e atendeu.

- Olá? - sua voz estava bem normal para quem parecia carrancudo.

- Segunda à noite? - ele dizia a alguém. - Tudo bem, eu aviso o pessoal.

Depois disso, ele desligou e se sentou ao meu lado. Estava passando algum filme de comédia.

- Acho que vou tomar um banho. - levantei antes que ele não me deixasse sair do sofá.

- Posso ir junto? - perguntou, mas seu olhar estava tão fofo que não resisti.

- Pode. - sorri e estendi a mão.

Triton se levantou e pegou em minha mão, deixando que o guiasse até o nosso banheiro.

*

Não tinha palavras para descrever o sexo que fizemos no chuveiro, Triton era um expert nessa área. Claro que agora estava derrotada na cama, por sorte, ganhei uma maravilhosa massagem nas costas.

- Ainda bem que você é o meu lobo. - murmurei de cara no travesseiro.

- Já quer dormir? - seus lábios chegaram ao meu ouvido, provocando cócegas.

- O dia foi longo. - o que não era mentira.

- Realmente. - ele beijou meu pescoço.

Senti seu peso sair da cama, em seguida a luz foi apagada - mas a luz da lua que entrava pela janela deixava o quarto um pouco iluminado - e senti o cobertor cobrir todo o meu corpo, Triton se deitou comigo e beijou minha testa daquele jeito carinhoso.

- A cerimônia de entrada dos novatos será segunda à noite. - comentou.

Então era isso que ele estava falando ao telefone.

- Hmmm... Temos que preparar alguma coisa? - virei de frente para ele, com os olhos ainda fechados.

- Não... Mas imagino que você queira apresentar a alcateia ao Bryan amanhã. - seus dedos passaram pela minha bochecha.

- Você não vai ficar bravo? - abri os olhos e o fitei.

- Bravo, não... Mas com cíumes, pode ter certeza. - ele não parecia muito animado com a ideia.

- Então, eu peço pra alguém fazer isso... - Bryan ficaria triste, porém Triton já havia se mostrado ciumento demais.

- Não. - ele deu um meio sorriso. - Melhor você fazer isso...

Observei-o e notei como estava se esforçando.

- Triton, se você acha que vai ficar incomodado, eu...

- Kristine, eu vou ficar com ciúmes, mas ele é uma pessoa muito importante para você... Assim como a Vivian. - ele afirmou. - Então, não posso simplesmente... Ah... Você entendeu. - ele corou.

- Ahhh... Você fica tão lindo envergonhado. - beijei seus lábios e sorri.

Triton continuou vermelho, até fiquei com um pouco de dó, mas alegre em ver como ele estava se esforçando por mim.

- Obrigada. - sorri e notei como ele ficou mais vermelho ainda.

- Não precisa agradecer. - ele disse antes de me puxar e beijar-me com cuidado. - Vamos dormir.

- Vamos. - sussurrei e encostei em seu peito, já esperando para ter um ótimo sonho.

*

Fazia tempo que não tinha um sonho bom, em compensação, esse havia sido bom até demais. Tanto que conseguia lembrar-me perfeitamente de tudo, e enquanto Triton fazia o nosso café, fechei os olhos para poder ver perfeitamente a melhor parte de novo.


Estávamos em algum acampamento, incrivelmente, havia vários membros da alcateia por ali. Era a hora do almoço, nossos companheiros se gabavam da carne que haviam conseguido enquanto os homens humanos tentavam entender como só conseguiram voltar com peixes.

Por dentro eu estava rindo, mas não parava de observá-los, por anos fiquei tentando entender como eles viviam, como seria nunca se transformar... Descobri a resposta quando conheci Triton... A vida deles podia até ser boa, mas nem de longe tão boa quanto a minha.

Triton sentou ao meu lado e beijou a minha bochecha.

- Como vai a minha mãe favorita? - seu cabelo despenteado mostrava que a caça havia sido divertida.

- Muito bem, e com muita fome! - rosnei baixinho, provocando-o.

Tão logo, uma pequena criança pulou no colo dele, e eu soube mesmo sem ver seu pequeno rosto, que éramos uma família de três membros.



- Mundo da lua? - ele colocou um prato com um misto quente a minha frente e um copo com leite e nescau.

- Obrigada. - sorri confirmando a sua suspeita.

- Você parece ter tido uma ótima noite. - ele se sentou e colocou sua mão sobre a minha. - Que bom, fazia tempo que você não acordava tão feliz.

- Você me faz feliz. - afirmei e comecei a comer.

Triton fez o mesmo, minha mente continuava naquela parte do sonho, queria poder ter visto as feições daquela criança, não conseguira nem saber se era menino ou menina.

Alguém bateu na porta, só que um pouco forte de mais, pois ela se partiu no meio. Triton foi alarmado ver quem era, mas eu não precisei, já que o nítido cheiro de mel me dizia quem era.

- Novato! - Triton começou a rir ao ver a cara de desespero do Bryan.

Suspirei e ele começou a se explicar, parecia que ainda não conhecia o poder de sua força e apenas duas batidas na porta foram suficiente para quebrá-la.

- Não se preocupe... Eu já estava pensando em trocá-la. - Triton tentou ser gentil.

Ele estava mesmo se esforçando por mim. Agradeci com o olhar quando ele voltou para dentro, deixando-me convesar com Bryan.

- Você está bem? - perguntei vendo seu estato de alarde.

- Estou... - começou a se acalmar. - Err.... Cedo demais?

- Não sei... Que horas são? - estava mesmo "fora do ar" hoje, por um motivo bom, é claro.

- Dez horas. - consultou seu relógio. - Se quiser posso vir mais tarde, ou a gente pode se encontrar.

- Não. - levantei a mão pedindo que esperasse. - Vou pegar as minhas coisas e já podemos ir.

- Tudo bem. - Bryan sorriu, era bom saber que ele estava bem, de verdade.

*

Mostrei a alcateia inteira, pelo menos, tudo que eu conhecia, até as minhas mais novas descobertas - como a quadra de esportes e o futuro cantinha das crianças.

Bryan se interessou por tudo e amou a ideia sobre o cantinho das crianças, até pediu para ajudar.

- Mas claro, se o Triton deixar. - pelo visto Bryan não era um lobo muito dominante.

- Ele vai deixar e você não precisa temê-lo. - afirmei. - Ele pode ser super protetor, mas é uma pessoa bem confiável.

- Mas eu não o temo. 

Olhei em seus olhos e vi a pura verdade.

- Eu apenas o respeito... - sorriu. - E agradeço por ele deixar você ser minha amiga...

- Melhor amiga! - fingi magoada. 

- Tem razão. - ele riu. - Você é a melhor amiga que eu poderia pedir.

Seus olhos começaram a fitar a floresta, seu cheiro o entregava, seu lobo queria conhecer aquela selva, aventurar-se.

- Mesmo que eu tenha te arrastado para o meu mundo? - queria muito saber a resposta.

- Kristine, a culpa não foi sua, e depois do que aconteceu... Você não me abandonou. - ele parecia pensativo. - E algo dentro de mim, diz que eu vou me acostumar e vou adorar viver no seu mundo.

- Nosso mundo. - corrigi-o.

Comecei a rir vendo sua cara de confusão, não era para menos, toda a sua vida havia mudado em apenas um dia.

- Venha, vamos acalmar o seu espírito selvagem. - caminhei em direção a floresta.

- Como assim? - seu entusiasmo apareceu na voz. - Vamos mesmo... 

- Caninos, garras e pelos. - continuei andando ao ouvir seus passos me seguirem. - Vou lhe mostrar a melhor parte!

- Mas eu nunca... Nem tentei... - ele parecia com medo. - Vai doer?

- Não vou mentir. - assenti. - Dói só um pouco, se você aceitar a transformação.

- Como assim se eu aceitar? - ele correu e parou a minha frente. - Sério, você precisa me explicar.

- É simples, você precisa deixar o lobo tomar controle durante a transformação, é só você pensar em algo que goste muito e quase não vai doer. - expliquei do melhor modo possível.

- Quase não vai doer?! - Bryan arregalou os olhos.

- Melhor mostrar do que falar. - sorri.

Bryan já sabia o que aconteceria, então manteve distância enquanto fechava meus olhos e deixava o corpo tomar a nova forma. Ainda bem que eu estava com essa roupa velha, ou será que a havia escolhido propositalmente para fazer isso? Quem se importava agora?!

Balancei-me deixando meu pelo sentir o vento suave da floresta, Bryan estava me encarando com uma cara de eu sei fazer isso também? Não podia responder a sua pergunta, mas ele já sabia disso, eu mesma havia explicado.

- Kristine... - engoliu em seco. - Ficar com medo é muito ruim?

Sentei e grunhi, esperando para ver sua transformação, Bryan fechou os olhos e começou, não fazia ideia de seus pensamentos, mas deveriam ter sido bons, pois só houveram os gritos das dores iniciais e logo havia um grande lobo branco.

Teria dito um parabéns!, mas ainda éramos lobos, então apenas mordisquei sua orelha e o chamei para correr. Bryan veio atrás de mim, claramente feliz, deixei que ele tomasse a frente e fosse para onde bem entendesse.

Aproveitei a floresta, fazia um bom tempo que minhas patas não tocavam nesta terra, meu focinho e minhas orelhas estavam astutos interagindo com aquele local.

De repente, Bryan parou e rosnou, aproximei-me, havia uma loba castanha escura avermelhada a sua frente, logo ele conseguiu perceber que se tratava de Evanie.

Ela parecia com muito ciúmes, seu olhar e cheiro estavam me alertando, então, deixei Bryan aos seus cuidados, em seguida, eles começaram a correr... Torcia por eles.

Sozinha. Não estava triste, mas sim ansiosa, uivei chamando meu lobo, sabia que ele me ouviria e viria me fazer companhia. Sentei, minha loba estava impaciênte, grunhi e olhei em volta.

Havia alguém comigo e não era o Triton, levantei ficando na defensiva, a minha frente o arbusto se mexeu, vi dois olhos azuis e logo um focinho, era um pequeno lobo preto.

Mas não era da nossa alcateia, seu cheiro era de salsa, rosnei mantendo-o longe, seu olhar me avaliou, mas logo ele notou que eu já tinha companheiro, provavelmente, o cheiro de Triton estava em mim.

O lobo não parecia querer me atacar, mas se aproximou, dei passos para trás, minha loba me atiçava para lhe morder. Contive-me, brigas não eram o meu esporte favorito.

Seu focinho quase me tocou, usei a pata para afastar a sua cabeça da minha, rosnei mais uma vez e ele pareceu entender, virou-se e foi embora. Só podia ser um lupino, e um bem estranho.

Quando minha respiração voltou ao normal, um lobo castanho claro surgiu ao meu lado, ou melhor, o meu lobo.

Achei que não ia vir me ver. Fiz minha voz parecer magoada, era uma distração para o que havia acabado de ocorrer.

Está tudo bem? Ele se aproximou e lambeu o meu focinho.

Está... Não queria mencionar o lobo preto, e rezava para que nunca mais o visse. Preparado?

Para?

Mordi sua orelha e sai correndo, havia começado a nossa brincadeira e a vez de pegar era dele. Triton me seguiu, astuto como sempre, conseguiu me pegar numa emboscada, deixando-me em baixo de si.

Minha barriga estava para cima e suas patas faziam uma barreira para que não me virasse.

E agora? O que faço com você? O lobo rosnou baixinho e mordeu o meu pescoço, até mesmo assim ele queria me provocar.

Caçar comigo? Arrisquei pensando em como me livrar do seu poder dominante.

Acho uma boa ideia. Ele deixou que me levantasse e começamos a correr, dessa vez, Triton era quem liderava, seria ele quem pegaria a nossa comida.

Eu o estava seguindo e meu instinto me alertou de algo errado, foi quando aquele mesmo lobo preto pulou em minha frente, não tive tempo de parar e colidi com ele.

O lobo se deslocou um pouco devido a colisão, logo ouviu-se o rosnado do meu companheiro. O lobo pulou para trás de mim, com muito medo.

Levantei e não deixei que Triton o atacasse, algo me dizia que este lobo era uma vítima, na verdade, parecia mais um novato.

Triton continuou rosnando e só parou de avançar quando pulei a sua frente, encostando meu corpo em seu peito. Seus dentes eram assustadores, o lobo preto não conseguia se mover, seus olhos me pediam por ajuda. 

A vontade de me proteger o estava cegando, como não conseguia ver nem sentir o pavor daquele lobo? Em segundos, ele se transformou em nossa frente, ele tremia e parecia que ía chorar.

O lobo de Triton pareceu congelar, meu corpo se mexeu sem mim, meu instinto de protetora entrou em ação. Sentei ao lado do garoto - que devia ter no máximo oito anos - ele não se afastou e me abraçou com força.

- Kristine, eu finalmente te achei! - sua voz estava amedrontada.

Triton apareceu ao meu lado, tão confuso quanto eu, como esta criança sabia o meu nome?

- Mamãe disse que você saberia o que fazer. - ele começava a soluçar quase chorando.


Mamãe? Ele não poderia ser meu irmão, certo? Eles teriam me contato que... Não, irresponsáveis do jeito que eram, não seria difícil terem esquecido de mencionar que tinham um filho.

Tentei confortá-lo enquanto Triton andava a nossa volta, estava perturbado e com receio.

E se for uma armadilha? Se alguém quiser te pegar?

E se não for? Temos de levá-lo a alcateia.


Ele não estava contente com esta decisão, mas sabia que era o certo.

- O que vocês estão fazendo? - o garoto limpava as lágrimas. - Ah... Papai me falou sobre isso... Algo parecido com telepatia, certo?

Tipo assim?

Deu um pulo assustada, a voz dele havia acabado de surgir na minha cabeça!

Como você fez isso?

Papai me ensinou... Me desculpe.


Não... Tudo bem. Voltei a me aproximar dele e fitei o meu lobo. Só o companheiro e lupinos da mesma família podem conversar entre si, certo?

Sim... Não me diga que ele...

Não precisei confirmar, porém agora sabíamos que eu tinha um irmão mais novo.


Notas Finais


O que acharam do susto da Kristine e do Triton? haha

Espero que tenham sido surpreendidos! E sobre o sonho da Kris?!


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