Acordei com o telefone de casa tocando, Triton se levantou mais rápido e foi atender. Alguns segundos depois, ouvi sua voz bem próxima ao meu ouvido.
- É pra você, minha flor. - deu-me um beijo na bochecha enquanto me virava para pegar o telefone.
- Alô? - sentei na cama, esfreguei os olhos e os abri, Triton estava indo para o closet, fiquei um tempo hipnotizada pela sua bunda.
- Kristine, desculpe ligar a essa hora, mas é que vamos precisar da sua ajuda... - parecia a voz do Fernando.
- Fernando? - arrisquei. - Que horas são?
- Sim sou eu, e são oito horas. - respondeu. - Mas então, você tem como vir até o laboratório de pesquisas da alcateia?
- Nós temos um laboratória de pesquisas? - de repente acordei. - Mas o que houve?
- Prefiro explicar quando você chegar... Triton pode te trazer, ele sabe onde fica. - ele explicou.
- Tudo bem, só vou comer e me trocar e já estou indo. - afirmei enquanto me levantava.
- Obrigado, até mais tarde. - desligou.
- Por que nunca me contou sobre esse laboratório? - rosnei e o abracei por trás. - Hein?
- Faz mais de cem anos que não o utilizamos, então pensei que não havia muita necessidade. - comentou.
- Bom, agora ele tem... E preciso que me leve até lá. - fiquei na ponta dos pés e beijei atrás do seu pescoço.
- Sim, senhora... - ele se encolheu com o beijo. - Mas pare de me provocar.
Virou-se e me ergueu, comecei a rir enquanto ele me mordia.
- Certo, você venceu. - ergui as mãos pedindo paz.
- Que bom que você sabe quem é que manda. - sorriu vitorioso e me colocou no chão. - Enquanto você se troca, vou fazer nosso café.
Puxou-me e esmagou meus lábios contra os seus, um beijo forte e possessivo, Triton realmente estava mais dominante do que antes.
- Vou me trocar então... - balbuciei ainda surpresa pelo beijo.
Ele riu e me deu um tapa na bunda, depois saiu assobiando. Segurei o riso e peguei uma roupa de calor, um sorriso bobo ficou no meu rosto a manhã inteira, até mesmo quando Triton nos serviu um apetitoso café da manhã.
- Venha aqui. - ele pediu batendo em seu colo.
Aproximei-me e sentei em seu colo, seus braços me envolveram e sua cabeça se apoiara em cima do meu ombro.
- Você é tão cheirosa. - fungou meu pescoço, fazendo-me cócegas. - Tão gostosa.
- Ui. - senti April se mexer. - Sentiu isso?
- Senti! - não precisava olhá-lo para saber como estava feliz.
Sua mão começou a massagear a minha barriga, senti cada toque, eu estava muito sensível.
- Já esta ficando durinha. - comentou. - Você vai ficar tão linda com a barriga de grávida...
- Vai ser engraçado, uma pequena e gorda Kristine. - ri e coloquei minhas mãos sobre as suas.
- Você vai estar linda, isso sim. - seu nariz tocou o meu ouvido. - E vai ser a minha grávida.
Senti sua excitação se revelar e tive de sair do seu colo, ele me olhou contrariado, fiz um bico e me sentei na cadeira ao seu lado.
- Preciso ir logo, Fernando disse que era importante. - eu acho que ele havia dito isso, estava com tanto sono na hora que nem me lembro.
- Espere para quando você voltar... - isso foi muito ameaçador ou estou exagerando?
Comemos devagar, saboreando cada pedacinho, até que tivemos de ir. Triton me falou milhões de vezes que ele me levaria e ficaria esperando por perto, e que quando eu saísse, nós iríamos para a cidade comprar o meu vestido.
Quando ele colocava algo na cabeça, não tinha santo que tirava, e dessa vez não foi diferente. No caminho, ele pareceu mais tenso e fogoso, segurei em sua mão e Triton relaxou um pouco.
- Você está bem? - não estava conseguindo prestar atenção no caminho, apenas na oscilação do seu cheiro.
- Estou, só me acostumando com esses instintos mais fortes. - afirmou sinceramente. - Vou ficar bem, meu amor.
- Claro que vai, você é Triton Cerutti, o único homem que me fez amar de verdade e único lobo que conseguiu me domar. - confessei.
- Sinto-me honrado, mas espero que saiba que você, Kristine Moore Cerutti, é minha única e amada mulher. - afirmou sorrindo. - Eu nunca achei que fosse conseguir amar de novo, não depois que perdi meus pais... Mas você conseguiu, a loba mais especial e incrível que já conheci.
Corei e senti seus lábios cobrirem os meus, o beijo ainda era possessivo só que com mais calma, enlacei seu pescoço e colei nossos corpos.
- Ela está chutando. - Triton sorriu e beijou o meu pescoço. - Será que ela vai demorar muito a nascer?
- Dois meses... Acha que podemos aguentar até lá? - murmurei e olhei para baixo.
Sua mão estava parada por de baixo da minha blusa, ergui a cabeça e o beijei bem devagar e profundamente. Triton sorriu e continuou com a mão ali, passeando e sentindo April se mexer.
- Acho que consigo aguentar. - ele riu e me abraçou com cuidado. - Vamos, estamos quase lá.
Assenti e voltamos a caminhar de mãos dadas, logo a frente havia um prédio que estava desgastado pelo tempo, mais um lugar novo dessa alcateia. Triton me deixou na porta e me deu um beijo rápido.
- Tome cuidade e qualquer coisa, grite. - avisou-me. - Eu te amo, minha flor.
- Vou tomar e quando eu sair, te ligo. - soltei suas mãos. - Eu amo mais ainda, meu amor.
Então, abri a grande porta e entrei, havia uma sala que parecia um tipo de recepção que mantinha o laboratório protegido de visitantes. As paredes eram de materiais adequados para experimentos.
- Obrigado por vir. - Fernando apareceu em uma porta que ficava a direita. - Venha, temos muito o que lhe contar...
Temos? Quantas pessoas estariam ali? Relaxei os ombros e o segui, lá dentro era ainda mais surpreendente. Era um corredor com algumas salas, e Fernando nos levou até a sala onde havia um laboratório de química, tudo que eu mais amava.
Depois de sair do transe de ver todos aqueles equipamentos e reagentes, notei que havia mais três pessoas na sala, além de eu e Fernando. Gabriel me cumprimentou com uma piscada, Lupus deu um aceno com a cabeça e Kaya veio ao meu encontro.
- Gabriel e Lupus estão fazendo as pesquisas sobre todo tipo de informação referente àquela substância rosa. - Fernando informou. - Precisamos que você descubra mais sobre ela... Composição e tudo de química que você entende.
- Eu? - ergui uma sobrancelha.
- Kaya irá lhe ajudar, mas ela não tem o mesmo conhecimento que você, Kristine. - Gabriel comentou. - Querendo ou não você é a única engenheira química da alcateia e uma das melhoras da fábrica que era do Dylan.
- Bom... Posso ver o que consigo fazer... - afirmei. - Mas hoje não posso ficar muito tempo...
- Não queremos que você trabalha mais de quatro horas. - Lupus disse bem sério. - Você está grávida, não queríamos te envolver nisso, mas parece que essa droga tem de ser investigada urgentemente.
- Eu vou te ajudar em tudo, assim você não se sobrecarrega. - Kaya segurou as minhas mãos. - Nós precisamos fazer isso.
Olhei para cada um, era óbvio que aceitaria o trabalho, quem mais do que eu saberia o que aquela droga era capaz de fazer, eu que tinha sentido na pele a dor de ficar incapaz.
- Eu aceito, mas alguém terá de convencer o Triton. - todos encararam o alfa.
- Tudo bem, eu vou e enquanto isso vocês discutem as suas funções, porque eu não entendo nada disso. - Fernando coçou a cabeça e foi enfrentar o meu lobo.
Deveria tê-lo avisado que Triton estava mais explosivo? Bom, agora dependia do alfa, e que ele tivesse sorte.
- Primeiro, contem-me tudo que descobriram. - pedi a todos.
*
Quando saí do laboratório, Triton já estava do lado de fora e estava com uma cara que me assustou, porém quando me viu, correu ao meu encontro e me abraçou.
- Não fique bravo comigo. - pedi.
- Não estou bravo, ou talvez um pouco, mas ver você bem é muito melhor. - beijou minha testa. - E como foi lá?
- Bom... Eu e a Kaya fizemos alguns testes iniciais e deixamos em repouso, segunda conferimos os resultados.
- Então... Agora você está liberada e podemos ir almoçar e depois comprar seu vestido? - seus olhos brilhavam.
- Podemos. - gargalhei e ele me soltou, pegando em minha mão e nos guiando para fora da alcateia.
- Você acha que essa substância pode representar algum risco? - indagou com uma cara preocupada.
- Sim, mas se conseguirmos um antídoto podemos ter uma vantagem, sabe? - comentei. - Patrick irá nos ajudar na segunda.
- Quanto tempo você acha que vão ficar nesse projeto? - sua voz era seca.
- Não muito tempo, imagino que uma semana. - expliquei. - Não é uma substância complicada... Já estudei coisas mais complicadas. - dei de ombros.
- Tudo bem, mas não exagere! - ordenou.
- Sei os meus limites, não se preocupe. - encarei-o. - E não me trate com toda essa hostilidade. - rosnei.
- Só estou me preocupando por você, já que você não parece muito atenta a isso. - respondeu de volta.
- Quer dizer que eu não estou preocupada? Acha que não penso na nossa filha a cada segundo?! - gritei. - Eu senti aquela droga, Triton, eu sei o mal que ela pode fazer, como pode incapacitar um lupino em segundos, tornando-o uma presa fácil!
Ele piscou alarmado e abriu a boca para falar.
- Eu penso na minha saúde e na vida de nossa filha, e por isso mesmo não posso recusar um trabalho que pode proteger a minha filha! - rosnei e soltei sua mão. - Está feliz, agora?
Encolheu-se e senti seu arrependimento, mas não voltei atrás, estava irada e com voltade de socar alguém.
- Quero te espancar, sabia? - bufei. - Ahhh, como você consegue, de repente, foder com tudo?
Triton arregalou os olhos, até eu estava assustada comigo mesma. Soquei a árvore mais próxima, meus dedos devem ter sofrido um estrago, mas a dor não havia chegada ainda.
- Kristine. - Triton me chamou. - Olha, ambos estamos errados... Mas você precisar se acalmar.
Respirei fundo e senti a dor na mão, olhei o estrago e por sorte só fez alguns arranhões.
- Ótimo. - resmunguei e Triton a segurou.
- Quer voltar? Vamos cuidar disso primeiro... - sugeriu.
- Não, estou bem... Eu precisava fazer isso. - comentei. - E desculpa.
- Você é tão feroz e depois tão gentil. - ele me puxou e beijou minha testa. - Eu também tenho que me desculpar, então sinto muito, muito mesmo... Perdi a razão, a cada dia fica mais difícil controlar o meu lobo.
- Sei como é... - suspiro. - Estamos bem?
- Estamos. - começou a dar beijinhos pela minha cara. - Ah... Como estamos... - deu-me um longo e delicioso beijo.
- Vamos ter que fazer aulas de autocontrole. - gargalhamos juntos e continuamos o resto do caminho de mãos dadas.
Ultimamente, nós dois estávamos com oscilações emocionais, quanto mais perto do dia de April nascer, eu ficava com cheiros mais fortes e Triton acabava correspondendo, por isso o aumento da sua dominância.
- Será que existem aulas para isso? - ele disse assim que paramos de rir.
- Não sei, e não acho que conseguiríamos comparecer em muitas aulas. - afirmei.
- Acho que você tem razão. - seu humor havia voltado e sua calma também.
Finalmente, chegamos a cidade, o calor ficava ainda pior com um monte de pessoas andando daqui para lá, pois estávamos perto do natal, então a correria para comprar um presente era gigante.
- Me sinto sufocada. - murmurei.
- Venha, vamos por essa rua que tem menos gente. - ele me puxou para uma das travessas. - Podemos chegar ao restaurante por aqui.
Andamos mais um pouco e logo chegamos, um cheiro maravilhoso de churrasco encheu as minhas narinas. Hoje, o almoço seria delicioso, mesmo que eu tivesse que comer equilibradamente.
*
- Eu comi demais. - resmunguei enquanto estávamos indo ao centro onde havia mais lojas.
- Comeu nada. - ele riu e me beijou na bochecha. - Você comeu o necessário...
- Seu bobo.
Triton avistou a sua loja favortita de vestidos, chegava a ser cômico pensar que ele tinha uma preferida.
- Está pronto? - mostrei-lhe a língua. - Para ver como a sua mulher engordou?
- Já disse para você parar com essa besteira. - Triton me encarou. - Você continua linda e gostosa, e eu te amaria mesmo se você pesasse cem quilos, claro que eu estaria preocupado com a sua saúde, mas ainda te amaria muito.
- Ohh... Que graça. - puxo seu rosto e o beijo rapidamente.
- Vamos logo fazer você experimentar vários vestidos. - ele me pegou no colo e entrou na loja comigo.
Fiquei vermelha como uma pimenta enquanto todas as mulheres, que estavam ali, suspiravam emocionadas.
- Pode me colocar no chão agora. - murmurei ainda envergonhada.
- Claro, minha flor. - mais suspiros apaixonados.
Ouvi os cochichos, todas estavam falando do meu lobo, mordi o lábio controlando meu ciúmes. Uma moça simpática, mas ainda safada, veio nos atender.
- No que poderia ajudar? - sorria olhando fixamente para o Triton.
- Nós queríamos um vestido azul da mesma cor que os olhos dela. - ele segurou firme em minha mão.
Minha loba rosnou para a atendente, eu vi quando seus olhos avaliaram todo o corpo do meu lobo.
- De calor, certo? - ela se virou e fez sinal para que a seguissemos. - Aqui temos os vestidos azuis.
- Obrigada, vamos dar uma olhada e qualquer coisa te chamamos. - digo secamente.
- Tudo bem, se precisar de algo... Só me chamar, sou Melissa. - ela mexeu bem os lábios provocando o meu companheiro.
Melissa! Esse era o nome da vaca que estava tentando seduzir o meu lobo, e Triton deve ter percebido o que estava prestes a ocorrer e falou primeiro.
- Desculpe, mas acho que vamos preferir ser atendidos por uma das outras atendentes. - ele a encarou bem sério. - Sabe, err... Melisa, eu sou casado com esta linda mulher que carrega a minha filha, então seria ótimo se pudessemos escolher um lindo vestido sem que ela tenha que se estressar, entendeu?
Ela se engasgou e ficou totalmente sem jeito, e assim que ela saiu, comecei a rir.
- O que foi isso? - perguntei surpresa.
- Seu cheiro estava tão forte que achei que você fosse explodir em ciúmes, e antes que você se cansasse demais, resolvi a situação. - explicou com um sorriso. - Gostou?
- Eu amei! - sorri e o beijei de leve. - Mas agora vamos ao que interessa.
Ele assentiu e começamos a olhar todos os vestidos azuis, achamos uns cinco modelos azuis que eu havia gostado. E agora seria a hora de experimentar, Triton amava esse momento.
- Que horas são? - indaguei vendo que o calor abafado havia diminuído.
- Quase seis horas da tarde. - murmurou.
- Já? - arregalei os olhos. - Nossa, melhor eu experimentar sozinha que será mais rápido. - esperei pela sua reação.
- Nem pensar. - ele me seguiu até o vestiário. - Pode colocar cada um deles e me mostrar, mocinha. - brincou.
- Sim, senhor Cerutti. - entrei em um dos vestiários para começar o nosso desfile de moda.
*
Estava terminando de me arrumar quando Triton abriu a porta do quarto e entrou, seu sorriso sedutor me aqueceu por dentro, senti as pernas amolecerem, mas me mantive em pé.
- Você está maravilhosa! - seus olhos acompanharam o desenho do meu corpo e depois pararam nos meus olhos. - Ainda bem que você é apenas minha...
Ele me abraçou e me deu um gostoso beijo, depois se afastou e sentou na cama enquanto observava eu dar os retoques finas. O vestido era lindo, um azul da mesma cor que os meus olhos, as alças eram caídas fazendo meus ombros e pescoço ficarem mais visíveis.
- Olha que perfeição. - Triton não se aguentou e me puxou. - Venha aqui, minha flor.
- O que foi? - comecei a rir enquanto ele me virava fazendo-me ficar em pé a sua frente. - Assustado ao ver como a sua mulher engordou?
- Pare de falar dessas bobagens. - ele me segurou pela cintura. - Você está linda e, sinceramente, é uma das grávidas menos gorda que já vi.
- Acredito em você. - peguei sua mão que estava quase na minha bunda e a coloquei em cima da minha barriga. - Ela sempre se mexe quando escuta a sua voz.
- Jura? - seu rosto se iluminou. - Ei, April, você deve querer sair logo daí para vim com o papai, não é?
Agora toda a sua atenção era para a nossa filha, ele conversava com ela enquanto sua mão a massageava.
- Triton, meu amor, odeio interromper vocês... Mas temos que ir. - comentei tocando o topo da sua cabeça.
- Mamãe está certa. - deu um beijo em meu ventre. - Vamos, minha linda, temos uma união para comparecer. - levantou-se e segurou a minha mão.
Ergui a cabeça e beijei seus lábios, ouvi um baixo rosnado seguido de um puxão, Triton me grudou ao seu corpo e me beijou fogosamente.
- Vamos nos atrasar. - mumurei entre seus lábios.
- Tudo bem, estou me controlando. - ele riu e me soltou devagar. - Pronto.
Fitei-o avaliando se era verdade e peguei a minha bolsa que estava em cima da cama, senti seu olhar quente e corri sair do quarto. Era muito perigoso tentar resistir ao desejo dele sendo que eu mesma não sabia o que queria.
- Ahhh... Não pode fugir para sempre. - ouvi sua risada alta quando estava na porta de casa.
- Acho que você precisa de ajuda para se controlar. - brinquei girando a chave na porta
De repente, ele me abraçou por trás e mordeu o lóbulo da minha orelha, estremeci com aquele simples contato.
- Pelo amor de Amaterasu, Triton. - rosnei. - Você sabe que não podemos fazer sexo!
- Quem disse em fazer sexo, eu só preciso sentir você... Só isso. - sussurrou em meu ouvido.
- Podemos fazer isso quando voltarmos, está bem? - consegui me soltar dele. - Agora prometa que vai se comportar.
- Eu prometo. - assentiu e abriu a porta. - Depois de você, meu amor.
- Obrigada. - consegui sorrir e sai, Triton veio logo atrás e trancou a porta.
A noite estava menos abafada, bem mais gostosa, e a lua... Estava cheia e linda, respirei fundo controlando a minha loba que queria se transformar. Triton pegou em minha mão e sorriu para mim, mandei-lhe um beijo e continuamos nosso caminho.
A união de Charlie e Hena prometia ser algo inesquecível, imaginar o bobão do Charlie sendo um marido. Triton também concordava comigo, o amigo não era um dos homens mais maduros, mas tinha um bom coração.
Quando chegamos ao local da união, foi como se um flashback tivesse me atingido, consegui ver a hora em que entrei e Triton estava me esperando, deixei um sorriso brotar nos lábios e senti um aperto mais firme em minha mão.
- Você estava deslumbrante naquele dia. - ele sorriu olhando para frente. - Na hora em que eu entrei, ficou difícil ficar te esperando... Foi o Charlie que me ajudou a manter a calma.
- Eu também fiquei nervosa. - admiti. - Lorena ficou morta de medo quando nos atrasamos. - comecei a rir e seus braços passaram por cima do meu ombro me puxando para si.
- Daqui umas três semanas fazemos um ano de unidos. - ele sorriu e suspirou. - O tempo passou tão rápido este ano, não acha?
- Foram muito problemas... - comentei. - Com certeza o próximo será melhor, certo April? - apalpei a minha barriga.
- Oh, Charlie chegou... - ouvi alguém murmurar.
- April será a primeira de muitos, mamãe. - Triton me beijou bem devagar e depois me soltou ao ver o seu amigo entrar. - Acha que ele vai precisar de ajuda?
- Tenho quase certeza que sim. - afirmei. - Quer ir lá?
- Mas antes tenho que te deixar com alguém de confiança. - murmurou olhando em volta.
- Quem pediu alguém de confiança? - Lorena surgiu não sei de onde.
Ela estava linda com um vestido rosa que ressaltava seus seios, e Eric estava segurando o pequeno Jonny.
- Preciso de alguém que não fique bêbada durante a união. - Triton revirou os olhos.
- Falou bem, meu querido... Durante a união eu fico sóbria, mas na festa... Aí não me controle. - ela riu e me abraçou. - Vou cuidar da mãe da minha nora, não se preocupe.
- Eu castro seu filho antes que ele tenha tempo de se aproximar da minha filha. - rosnou em aviso.
- Triton, Charlie precisa de você. - sussurrei em seu ouvido. - Eu vou ficar bem, e qualquer coisa... A Eliza está logo ali.
Triton olhou para onde apontei e viu Eliza e Marcos, ele suspirou um pouco mais aliviado e me deu um beijo na testa.
- Cuide-se e não apronte, já volto. - e foi em direção ao amigo.
- Ele sempre te trata como uma criança? - Lorena bufou.
- Não, mas é que ele anda tenso por causa do que aconteceu. - expliquei.
- É compreensível... Também ficaria assim. - Eric assentiu. - Mas você está bem, certo?
- Ótima. - sorri.
- Gente, a Hena chegou! - Lorena pulava tentando ver tudo, dessa vez, Eric não poderia levantá-la porque estava com o bebê no colo.
- Que vestido fabuloso... - ouvi vozes comentando.
E realmente, era um lindo vestido, havia combinado com o jeito da Hena, uma vestimenta sutil e ao mesmo tempo em destaque. Assim que ela chegou onde o companheiro estava, Triton logo apareceu ao meu lado, ele me segurou pela cintura e ficamos vendo aquilo, e nos relembrando de como havia sido o nosso dia.
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