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História O Cheiro da Lua - Inesperado desfecho natalino


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Consegui postar esse durante a semana, ufa!

Boa leitura

Capítulo 89 - Inesperado desfecho natalino



Uma semana se passou, e os pesadelos não pararam, eram iguais ao primeiro, mas a cada noite piores, porque eu sempre fazia de tudo para proteger a minha filha e falhava.

Eu os contei ao Triton, que tentou de todo modo me acalmar, porém ninguém mais sabia desses sonhos ruins. Infelizmente, eu acabei me fechando para todos, não saía mais de casa, Triton dizia para eles que eu estava passando por um momento difícil, Patrick era o único que era permitido me ver.

Esta manhã, ele pediu que eu descançasse mais, que dormisse mais, já não sabia quantas horas conseguia dormir por dia. Apenas assenti e ele foi embora com uma cara preocupada, trocou umas palavras com Triton, dessa vez, não as escutei.

- Ei, você tem que comer... - Triton colocou uma bandeja com lanches e suco em meu colo. - Por favor.

Ele estava acabado e doía saber que era eu a causadora disso tudo.

- Eu sinto muito. - lágrimas escorriam pelas minhas bochechas.

- Não chore, meu amor, a culpa não é sua. - ele me abraçava, aninhando-me em seu colo. - Eu estou aqui...

Agarrava-me a sua camiseta até parar de tremer, então ele me soltava devagar e me ajudava a comer.

- Nós vamos resolver isso... - todos os dias ele tentava me ajudar, mas era sempre em vão, os pesadelos ocorriam até mesmo quando estava em seu colo.

- Não aguento mais... - admiti. - Não quero mais sofrer nem fazer você sofrer por isso.

- Se acalme. - ele me abraçou de novo. - Vamos passar por isso juntos.

- Está bem. - murmurei abafado em seu peito. - Só não me deixe sozinha, por favor.

- Jamais. - disse e beijou o topo da minha cabeça. - Vou fazer o almoço, venha comigo. - levantou-se levando-me em seu colo.

Não protestei, podia ir para qualquer lugar desde que fosse dentro de casa e ao lado dele.

*

Amanhã era dia vinte e quatro de dezembro, e eu não havia comprado o presente do Triton.

- Queria comprar seu presente, mas não tenho coragem de sair daqui. - confessei sentindo os olhos embassarem.

Estava em seu colo lutando para não dormir.

- Não se preocupe com isso. - sua voz era como uma melodia do sono.

Abri os olhos alarmadas e pulei de seu colo.

- Não me faça dormir! Eu não quero! - gritei indo até a cozinha.

- Kristine! - Triton veio atrás de mim.

Enfiei a cara de baixo da torneira, Triton me arrancou de lá, esmagando minha cabeça em seu peito.

- Shhh... Você sabe que não pode ficar sem dormir para sempre... - murmurou.

Empurrei-o e balancei a cabeça.

- Não foi você que viu sua filha sendo tirada de você! - gritei.

- Kristine, você precisa manter a calma, se você perder a cabeça, tudo vai piorar... - aproximou-se de mim devagar.

- Você vai me fazer dormir, e eu não quero! - rosnei. - Não quero!

- Tudo bem, eu não vou fazer você dormir, mas faz três dias que você está acordada... - suas mãos tocaram em meus braços. - Deixe-me ajudá-la.

Neguei com a cabeça e vi seus olhos cheios de dor, por eu não confiar nele. Então, mesmo tremendo e apavorada, deu-lhe a minha mão, Triton suspirou e me guiou até a sala.

- Vamos ficar apenas sentados, tudo bem? - nos sentamos. - Eu vou ficar aqui o tempo inteiro, para que você não faça nenhum esforço.

Realmente, meu corpo estava fraco, havia emagrecido um pouco, deixando mais evidente a minha pequena barriga de grávida. 

- Kristine, preciso conversar sério com você... - ele comentou. - Patrick me disse que você precisa dormir um pouco, seu corpo não vai aguentar os meses finais desse jeito... E a April pode não ter a força necessária para nascer saudável.

Mordi o lábio, segurando os braços para não tremer tanto.

- Se eu dormir, a April vai ficar bem? - indaguei fitando-o.

Ele concordou com a cabeça.

- Então... Qual seria seu plano para eu conseguir dormir?

- Primeiro, vamos tentar apenas uma soneca, algo de uma hora ou duas... - explicou. - Eu vou encher a banheira e te colocar dentro, você vai relaxar e dormir, e eu vou ficar do seu lado segurando a sua mão o tempo que durar, está bem?

- E se eu tiver um pesadelo? - segurei o choro.

- Eu vou te acordar.

- Você nunca consegue me acordar! - entrei em pânico. - Eu estou com medo...

- Eu sei, eu sei, meu amor. - ele me abraçou. - Mas eu juro que vou te acordar caso você apresente um sonho ruim.

Levei um tempo para acalmar meu coração, minha mente apenas me dizia que era o melhor para a April.

- Tudo bem, vamos fazer isso. - concordei segurando o choro e o medo, a vida da minha filha era muito mais importante do que isso.

*

Quando abri os olhos, meu coração não estava acelerado, minha respiração estava regular e eu não estava gritando. Olhei para a minha mão, Triton a estava segurando e, provavelmente, vinha mantendo morna a água da banheira.

- Você parecia um anjo dormindo. - sua voz me guiou até seu rosto.

- Quanto tempo? - murmurei sem querer me mover ainda, rezando para que não fosse algum pesadelo alternativo.

- Cinco horas, meu amor. - seu sorriso era leve. - Quer sair ou ainda quer ficar?

- Acho... que vou sair... - afirmei ainda "acordando". - Isso... É mesmo...

- Real? - ele me fitou gentilmente. - Sim, bem real.

- Confio em você. - assenti e Triton me ajudou a sair da banheira.

Estava só de calcinha e sutiã, e sentia meu corpo mais leve, ainda fraco, porém um pouco revigorado.

- Está com fome? - perguntou. - Posso fazer algo bem gostoso...

No mesmo instante, minha barriga roncou e senti minhas bochechas esquentarem.

- Acho que isso responde a minha pergunta. - ele riu e beijou meus lábios. - Vou te trocar e então vamos para a cozinha, está bem?

- Ahan... - fiquei sem jeito. - Obrigada.

Sem demora, Triton me ajuda a colocar um pijama confortável e depois vamos até a cozinha, sentei-me à mesa enquanto sentia o cheiro da comida sendo feita.

Estava mais calma e mais disposta, Triton terminou a comida antes que eu tivesse tempo de agradecê-lo por tudo.

- Aqui, meu anjo. - colocou a comida na mesa e se sentou ao meu lado. - Quer que eu te sirva?

- Não se preocuope... - sorrio um pouco. - E obrigada de novo. - depois sirvo-me.

- Já falei que não precisa ficar agradecendo. - ele fez um bico e beijou a minha bochecha. - Vou fazer de tudo e muito mais para cuidar de você.

Um silêncio se formou enquanto comia, Triton ficou olhando para a janela da cozinha. Minha loba estava inquieta, sentia que tinha de falar alguma coisa a ele, fazê-lo saber que sem ele, eu já estaria num hospício.

- Você já fez muito, acredite. - segurei sua mão lembrando de como foi bom acordar sentindo a sua proteção.

- Não fiz quase nada, Kristine. - seu olhar era triste. - Faz uma semana, e só agora consegui aliviar um pouco a sua dor.

- Não sou a única sofrendo... E até agora não fiz nada por você. - confessei.

- Nada por mim? - ele ergueu uma sobrancelha. - Kristine, quantas vezes eu tenho de dizer que você mudou a minha vida, que quando você entrou nela, tudo pareceu diferente... Bom demais... Te conhecer envolveu um monte de sentimentos e momentos que jamais imaginei que existiam... - explicou. - Teve dias ruins e bons, mas o que importa é que você continua na minha vida e que vou cuidar de você mesmo que, algum dia, você não me queira mais...

- Jamais passaria pela minha cabeça a ideia de deixar você. - afirmei tocando seu rosto. - Você é tudo pra mim... E eu só não enlouqueci ainda porque todas às vezes eu penso em você... E digo a mim mesma, não posso abandoná-lo, e depois me lembro como você sorria enquanto conversava com a April... E consigo seguir em frente.

Triton beijou a ponta do meu nariz e me puxou até o seu colo, seu abraço era quente e reconfortante, quase tive coragem de dormir mais uma vez.

- Quer ver um filme? - indagou me observando.

- Quero. - assenti e levantei.

Esperei que ele segurasse a minha mão para caminhar até a sala, o sofá estava com muitas almofadas por causa das noites que passávamos aqui, parecia que em nosso quarto os pesadelos eram mais frequentes.

- Vou procurar algum filme para a gente ver. - mencionou e ligou a televisão.

Sentei ao seu lado e continuei segurando sua mão, Triton me dava forças para não desistir.

*

Finalmente, o Natal havia chegado, mas não tínhamos comprado nenhum presente, o que não nos incomodou na verdade. Pelo menos, a situação estava melhorando, noite passada consegui dormir sete horas seguidas... Triton também dormiu, ainda bem.

- Não. - ele me tirou de perto do fogão. - Você não vai cozinhar hoje!

- Ahhhhh... Mas eu amo cozinhar no Natal! - retruquei. - Deixe-me pelo menos ajudá-lo com o jantar...

Triton suspirou e sorriu, era bom ver que a vida estava voltando ao normal.

- Ajudar, entendeu? - encarou-me.

- Entendi. - assenti e ele me deixou começar a cozinhar.

Ainda era cedo, sete horas para ser mais específica, e nossa primeira visita foi Lorena, Eric, Elizabeth e Marcos.

- Lindaaaa!!!! - Lorena me agarrou e começou a falar um monte de coisa, mas não entendi nada.

- Lorena! - Triton me ajudou. - Pelo amor de Amaterasu, você quer matar a minha mulher e a minha filha?

- Claro que não, seu bobo! - ela riu. - April será minha nora...

Triton respirou bem fundo, a brincadeira era velha, mas ainda o deixava furioso.

- Querida, eu acho que o Jonny quer você agora. - Eric comentou vendo o pequeno começar a chorar.

- Ele quer a Kristine, isso sim! - então ela o pegou e entregou a mim.

Sorri sem jeito e chamei as mulheres para irem até a sala, Triton ficou na cozinha fazendo algumas coisas. Curiosamente, notei que Marcos e Eric começaram a ajudá-lo.

- Que bom que você melhorou. - Eliza sorriu. - Ainda está um pouco magra, mas já tem outra expressão no rosto.

Hoje pela manhã, eu havia ligado para as pessoas mais próximas e avisado que estava me sentindo melhor, e que adoraria vê-los neste dia maravilhoso.

- É... Acho que estamos superando aos poucos. - comentei.

- Sem pressa, Kristine. - Lorena também sorriu. - Estaremos sempre prontas para lhe ajudar.

- Obrigada. - sorri levemente.

De repente, a conversa tomou um rumo engraçado.

- Meninas! Eu e o Eric conseguímos fazer um 69 perfeito! - Lorena conseguiu falar um pouco baixo mesmo com toda a empolgação em sua voz.

- Perdoe-me? - Eliza piscou duas vezes.

- Eliza, minha querida, pra vocês duas é fácil fazer o 69, mas pra mim e pro Eric... - suspirou. - A diferença de altura complica bastante, mas ontem... Ahhh... foi muito bom.

- L-Lorena... Acho que você está exagerando um pouco... - tentei não rir.

Lorena começou a gesticular com as mãos e falava sobre como eles haviam conseguido aperfeiçoar o ato, Eliza tentava fazê-la falar baixo enquanto eu as observava.

Como elas conseguiam trazer tanta paz e amor para as nossas vidas?

- Kristine! - Eric me chamou, fui até a cozinha carregando o pequeno Jonny.

- Sim? - observei os homens fazendo a comida.

- O que você quer que a gente faça de sobremesa? - Marcos sorria muito.

- Err... Não sei. - meu olhar encontrou o de Triton que estava secando as mãos.

- Podem fazer um pudim de leite, ela ama. - Triton me entregou. - Eles disseram que estamos proibidos de entrar na cozinha por enquanto, eu e você.

- Como assim? - ergui uma sobrancelha.

- Vão relaxar um pouco, lá na varanda. Vão. - Eric nos expulsou da cozinha, mas deixou o Jonny comigo.

*

Não ficamos nem cinco minutos na varanda que ouvi as vozes de muitas pessoas, a casa devia estar lotada e fiquei muito contente. Triton notou a minha ansiedade, pegou Jonny de meu colo e me deu um longo beijo.

- Vá primeiro. - pediu. - Você quer muito isso...

- Tudo bem, mas depois quando eles forem embora... Vamos ficar mais um pouco aqui fora, por favor. - beijei o canto dos seus lábios.

- Pedido aceito e anotado. - ele riu.

Sem demorar mais, levantei e fui até a sala, Courtney, Amanda, Lyra, Natan, Travis, Kaya, Oleif, Lorena, Elizabeth e Fernando estavam espalhados pelo local.

- Kristine! - Kaya gritou e todos me olharam, senti o carinho que eles tinham por mim.

- Esse vestido é lindo! - Courtney me abraçou admirando o vestido verde escuro que usava hoje, ele disfarçava um pouco a minha perda de peso.

- Sua barriga... - Amanda sorriu e ficou toda vermelha. - Está maior do que da última vez que te vi...

- Você acha? - perguntei olhando para baixo.

- Eu também acho. - Natan passou o braço sobre o ombro da namorada.

Corei e por sorte Triton surgiu atrás de mim, e então os comentários de como ele seria um ótimo pai começaram. Como resultado, ele mudou de cor e tentou parecer severo, mas acabou cedendo e se entregando a conversa.

Lorena pegou Jonny de volta e notei que o pequeno Sven estava no colo de seu pai. Chegava a ser engraçado pensar que um dos lobos mais rigorosos e machistas estava segurando e mimando um bebê.

Até Triton e Travis se uniram para encherem o saco do coitado, Fernando até rosnou mais isso acordou o Sven que começou a chorar, consequência, havia três lobos bobões tentando acalmar um bebê.

- Passem ele para a Kristine, seus idiotas! - Lorena gritou enquanto Sven berrava.

Quando peguei-o nos braços, seus bracinhos gorduxos se mexiam bastante e suas bochechas estavam vermelhas.

- Ei, Sven... Shhhh... Está tudo bem agora... - minha voz saiu baixa e suave.

Logo Sven parou de se debater e ficou me olhando com aqueles lindos olhos azuis. Fernando me cutucou e Sven o fitou curioso.

- Como você? - encarou-me.

- Fernando, é a minha mulher. - Triton riu e me abraçou. - Ela é demais, pode admitir.

- Eu admito. - Fernando parecia abalado.

Comecei a rir, como antigamente, um riso gostoso e verdadeiro, Triton ficou tão feliz que seu sorriso me fazia querer rir só para ele. Foi então que "os cozinheiros" avisaram que o jantar estava pronto.

*

- Foi um dos melhores natais da minha vida. - comentei quando todos já haviam ido embora.

Como prometido, nós estávamo sentados na varanda, Triton mantinha um braço em volta de mim enquanto observávamos as estrelas.

- Foi mesmo. - ele sorriu. - E qual seria o melhor Natal da sua vida?

Seus olhos caramelos me avaliaram com cuidado e paciência.

- Todos os anos meus pais me levavam para ver a decoração de Natal da cidade... Mas em um deles, eu meio que me lembro de um rapaz... - fucei na memória. - Lembro que meus pais haviam sumido e eu sempre fui muito curiosa...

- Você curiosa? - Triton mordeu o lábio me fazendo dar-lhe um leve soco. - Desculpe, prossiga.

- Então... Eu me aproximei, mas não consigo me lembrar de seu rosto ou nada mais... - fechei os olhos. - Só que ele me protegeu de algumas crianças estúpidas e más... Naquela época eu não tinha muitos amigos, as crianças me chamavam de selvagem, eu acho... E ele simplesmente me defendeu... Depois eu lhe dei um bombom de presente de Natal, que coisa mais idiota, não?

Achei que tivesse dito algo de errado ou que ele tivesse ficado bravo, ou não sei.... Entrei em pânico.

- Triton?! - fitei-o. - Desculpa se disse alguma coisa...

- Era eu... - afirmou ainda sem me olhar. - Quantos anos você tinha?

- Não sei... Uns cinco anos... - fiquei confusa. - Como assim era você?

- Houve um ano que passei o Natal na sua cidade e encontrei uma garotinha, meu Amaterasu, como nunca reparei?! - ele me fitou fortemente. - Era você... E agora entendo o motivo de ter ficado tão interessado em cuidar de você...

- Triton... Você está me assustando... - afirmei.

- Não tem que se assustar, Kristine... Você sempre foi a minha alma gêmea! - ele sorria como nunca. - Naquele dia eu senti isso, mas não sabia o que significava... Nem imaginava que você fosse uma loba.

- Espera... Quer dizer que eu lhe dei um bombom de Natal? - senti minhas bochechas ferverem. - Sinto muito pela idiotice!

- Sente muito? - ele riu muito alto. - Foi um dos melhores presentes que já ganhei, crianças são puras, Kristine, aquele bombom tinha o seu carinho nele...

Ficamos em silêncio... Eu o conhecia daquele dia, e por que não conseguia me lembrar do seu rosto? E Triton lembrava de mim, ele havia me defendido mesmo naquele época.

- Eu te amo tanto. - murmurei me segurando para não pular em seu colo.

- Está esperando o quê? - ele estendeu os braços e sinalizou para que me jogasse nele. - Eu amo você cada dia mais.

Então eu pulei e nossas bocas se encontraram, o beijo foi calmo e delicioso, cheio de amor e carinho, seu cabelo era macio, seus lábios gentis, seus braços fortes e sua voz me mantinha segura.

- Agora mais do que nunca, você será para sempre minha. - ele beijou a minha testa e ficou esperando a minha resposta.

- Eu sei, do mesmo modo que você será sempre meu. - sorri e encostei a cabeça em seu peito.

A batida do seu coração era forte e estável, seus dedos afagavam meu cabelo e sua boca mantinha-se no topo da minha cabeça. E depois de tanto tempo, eu finalmente quis dormir apenas ali em seu colo, do jeito que fosse.

*

Era uma tradição fazer o almoço de Natal no salão da alcateia, estavam todos presentes, menos Patrick e o tal de Will, mas Patrick logo chegaria enquanto o outro permaneceria internado.

Triton se manteve comigo o tempo todo, ainda bem pois não conseguia soltar a sua mão. Então Travis apareceu, Destiny estava com uma cara de safada e logo me explicou que eles se atrasaram porque haviam acabando transando no caminho.

Preferi que ela não entrasse em detalhe do local, Destiny entendeu perfeitamente e foi conversar com a Kaya que estava brincando com alguém. Não consegui ver quem era porque Lorena arrancou um pedaço da minha bunda.

- Lorena! - segurei um grito. - Doeu! - choraminguei.

- Sempre quis apertar a sua bundinha. - ela riu e Eric pediu desculpas.

- A bunda dela me pertence. - Triton rosnou e me colocou ao seu lado. - Sua baixinha tarada!

- Do que você me chamou? - Lorena rosnou de volta.

- Tudo bem, nada de brigas, certo, amor? - Eric a pegou com um só braço, o que não era muito difícil pelo tamanho da loba, e a arrastou para outro lugar. - Volto quando ela estiver mais civilizada.

- O que você disse, Eric? - ela se debatia inutilmente.

- Louca. - Triton bufou. - Ela te machucou?

Seu cheiro intenso de preocupação quase me nocauteou.

- Estou bem. - consegui responder. - Só com fome...

- Posso pegar algo se você quiser. -  beijou minha bochecha e soltou a minha mão.

Quis gritar não me solte! mas seria exagero, então assenti e sentei na mesa mais próxima, por sorte ficava perto de uma das portas de fora, o que aliviava um pouco o calor que fazia.

Em menos de cinco minutos, Triton estava sentado comigo e comíamos mais uma comida deliciosa. Então, Fernando subiu no palco e começou um discurso, depois começaram a brindar, como estava grávida acabei não bebendo o champanhe, mas brindei com um suco de maracujá.

De repente, Lorena subiu no palco, já estava bêbada para caramba, dessa vez, Eric deixou que ela brincasse.

- Um dia eu vi o Fernando mijando numa árvore... O pintinho dele é menor que o do meu filho! - ela riu.

Fernando rosnou, mas Giulia o manteve sentado enquanto ria.

- E eu fiquei sabendo que a Eliza teve de atacar o Marcos para ele se tocar de que a queria... Sabem, tipo, querer possuí-la e tals... - comentou mais séria.

Elizabeth estava parecendo um tomate petrificado, Marcos tentava fazê-la voltar ao normal.

- E o Triton... Ahhh, eu ainda não sei como a Kristine ainda consegue andar com a perna fechada. - declarou rindo.

Onde poderia enfiar a cara? Triton encarou cada um que me olhava, o que aliviou um pouco a situação.

- Obrigada. - murmurei e suspirei. - Ela fica louca quando bêbada.

- Ela é sempre louca, só fica mais retardada. - resmungou ainda descontente com o que havia acabado de acontecer.

- Ei, Triton, já passou... Eles sabem que é brincadeira... - comentei pois era a verdade.

Seus ombros ainda estavam tensos, e só pioraram quando Lorena desmaiou, todos se levantaram, Eric foi correndo socorrê-la, mas assim que conseguiu chegar a ela, seu corpo caiu ao lado da loba.

Ouvi um grito e barulhos de vidro quebrado, mais alguns lobos e lobas haviam caído. Triton me encarou preocupado, em seguida, as luzes se apagaram e ouvi o barulho de mais corpos caindo ao chão.

Tinha medo de abrir a boca, de me mexer, abri os olhos e continuava escuro, depois as luzes piscaram e acenderam. Consegui voltar a respirar, mas caí de joelhos ao lado do meu companheiro.

Triton estava igual aos outros, desmaiado, inconsciente, mas vivo. Tentei acordá-lo, porém nada ocorreu, comecei a chorar, ficar desesperada. E para piorar senti os piores cheiros de toda a minha vida... Um tipo sujo e nojento cheiro de luxúria com violência.

Eu tremia e me deitei ao lado do Triton quando as portas foram abertas, deviam ser uns dez lobos, todos mal intencionados. 

- Foi fácil apagá-los. - um deles riu.

- Will fez um ótimo trabalho descobrindo as falhas dessa alcateia mediocre. - uma voz mais grossa rosnou.

- Quem vamos levar? - um outro pigarreou.

- As mais gostosas! - ouvi alguém lamber os lábios.

- Will comentou que há uma grávida... - ainda de olhos fechados, rezei. - Devemos levá-la.

Não! Se eu ficasse parada, eles me levariam... Mas não tinha chance de fugir, talvez, ele não soubessem que eu era a grávida e achassem que fosse uma informação falsa, além de que nem estou com tanta barriga ainda.

- Nós só vamos levar quatro. - o cheiro era de um alfa, um poderoso e assustador alfa. - Contando com a grávida.

- Por que temos de levar a grávida se não podemos fazer sexo com ela? - alguém reclamou e voou longe, o som de algo quebrando explicou.

- Mais alguma pergunta idiota? - o alfa rosnou e todos se mantiveram quietos. - Melhor assim... Vocês três peguem a que quiserem, mas a grávida será minha mulher... Achem o Will.

Ótimo! Agora eu estava completamente ferrada e amedrontada, mas me mantive imóvel e nenhum deles desconfiou que eu era a grávida, até que Will chegou e eles me acharam.

- E ela não adormeceu! - um deles me segurava pelo cabelo. - Como é seu nome, princesa?

- Kristine. - Will respondeu com um sorriso malicioso. - Ela é toda sua, Daniel.

O alfa, aquele que chamaram de Daniel, me pegou pelo braço e me fez encarar seus olhos escuros, pensei que fosse começar a chorar, porém ele me beijou com tanta força que acordei do transe e o mordi.

- Sua cadela! - Daniel urrou de raiva. - Mas gosto de lobas rebeldes, só se comporte por enquanto.

Já ía responder e tentar me soltar quando ele me deu uma cabeçada, primeiro senti a dor e tudo ficou desfigurado, depois perdi os sentidos e o mundo ficou escuro.


Notas Finais


Gente, não me matem!

Mas eu tive que terminar assim para deixar a mente de vocês imaginar o que poderia acontecer em seguida.

Ahhh, e o que acharam do jeito que o Triton percebeu que era ele o moço que a Kristine dera o bombom de natal?


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