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História O Cheiro da Lua - Mais uma para a turma


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Perdoem-me pela imensa demora.

Boa leitura.

Capítulo 96 - Mais uma para a turma



Nevava lá fora. Todo o meu ser queria sair para aproveitar a neve, porém April poderia pegar um resfriado se fosse lá fora, além de que estava ajudando a Lorena a cuidar do Jonny.

- Aqui está o tetê! - anunciou ao chegar na sala.

Lorena entregou uma caneca para April e outra para o seu filho, Jonny já tinha três anos e continuava uma graça. 

- Mãe! - Jonny a chamou. - Por que não posso ir lá fora?

- Porque hoje está muito frio e você já está resfriado. - explicou séria. - Mas podemos brincar aqui dentro.

Se você a olhasse rapidamente, podia jurar que eram três crianças na sala. 

- Do que quer brincar? - April estava sentada ao lado dele.

Ambos estavam enrolados nas cobertas, Jonny sorriu e fez uma cara travessa.

- Até nisso ele se parece com você. - murmurei.

- Não entendi. - resmungou em resposta.

- Nada não. - disfarcei. - Querem brincar de esconde-esconde? - aticei-os.

- Quero! - gritaram junto.

- Está bem, mas antes terminem o tetê! - Lorena riu.

Ouvi meu celular tocar, olhei no identificador, era meu lobo.

- Oi, meu amor. - atendi.

- Oi, meu anjo... Como vocês estão? A Lorena está tratando vocês bem? - indagou rindo.

Por sorte que ela não ouvira isso.

- Tudo certo, April está tomando um delicioso "tetê". - tentei imitar a Lorena falando. - E que horas você sai do trabalho?

Ele mal havia chegado lá, e eu já queria saber quando nos veríamos de novo.

- Eu saio as três, aí eu passo aí para te pegar. ­- afirmou. - Eu aviso quando estiver chegando.

- Combinado. - a voz dele conseguia me aquecer, sentia-me segura falando com Triton. - Se cuida e não exagere.

- Kristine! Avise ao Triton que o Eric vai passar lá na hora do almoço mais ou menos. - Lorena gritou.

- Acho que ele ouviu. - segurei o riso. - Certo?

- Em alto e bom som. - brincou. - Pode deixar que vou me cuidar, o mesmo para vocês duas, hein?

- Sim, senhor. - sorri e Lorena começou a me zoar. - Te amo, viu?

- Também amo demais vocês duas, linda. - pude imaginar o seu sorriso sincero por de trás da linha. - Até mais tarde, meu anjo.

- Até. - desliguei e fiquei um tempo segurando o telefone.

Parecia que a briga de ontem nem havia acontecido, e só de lembrar que foi tudo um gigante mal entendido, tenho vontade de me socar.

- Mãe! Você roubou! - Jonny fez cara de emburrado.

- O que houve? - aproximei-me dos três.

Lorena ria descaradamente enquanto Jonny mantinha a cara brava, já April estava com cara de confusa.

- A mamãe roubou no dois ou um! - Jonny apontou acusando-a.

- Roubou? - April jogou a cabeça para o lado.

- Lorena! - repreendi-a. - Você não pode ensinar isso para eles. - falei mais baixo.

- Ahhhh... Que sem graça você! - agora era ela quem estava emburrada. - Só estava brincando.

- E se um dia o Jonny faz isso e fala que estava brincando? - suspirei.

- É simples, ele não pode nem pensar nisso, porque eu o encheria de porrada. - informou.

Jonny piscou várias vezes e por fim desistiu de brincar com a mãe, escolhendo ensinar a minha pequena como se jogava dois ou um.

- Você está bem? - ergui uma sobrancelha.

Nós sentamos no sofá mais longe das crianças para conversar.

- Estou, por quê? - ela não parecia tão bem assim.

- Não parece. - falei sinceramente. - O que está acontecendo?

- Por que acha que não estou bem? - retrucou, já brava.

- Porque você está se irritando facilmente e parece que algo está te incomodando. - afirmei.

- Você tem como ser menos loba sensitiva, por favor? - respirou fundo. - Eu não estou muito bem, mas está tudo certo.

- Como isso é possível? - deixei soar o mais confuso possível.

- O Eric tem uma viagem de negócios na quinta. - deixou escapar. - Só estou preocupada com isso, mas está tudo certo.

- Tem algo cheirando mal nessa confissão. - cruzei os braços, mostrando que não desistiria até saber toda a verdade.

Lorena me encarou, avaliando quão forte era a minha força de vontade.

- Pode desembuxar. - cortei seus pensamentos. - Agora!

- Tudo bem! - respondeu frustada. - Ele vai com a técnica de num sei que empresa aí!

Ahhh, ciúmes... Tudo está claro como a água agora.

- E você não pode ir junto... - murmurei.

- Eu não acredito que ele vá fazer isso! - rosnou. - Tenho vontade de pegar a cabeça dele e esmagar bem devagar.

- Errr... Lorena, você está me assustando... - engoli em seco. - Mas eu entendo, ciúmes é complicado. - para não falar coisa mais feia. - Só que você tem que pensar no seu filho, já imaginou como isso tudo o está afetando?

Ela parou por alguns segundos e seu olhar se tranquilizou.

- Me ajuda, Kris! - fez uma voz manhosa. - Manda o Triton junto.

- Essa semana? Até parece que ele iria, Triton anda muito nervoso com esse negócio do vampiro e só se acalma quando está junto da gente. - o que era realmente verdade.

Só omiti o fato de que nunca deixaria ele viajar com uma mulher que nem conheço, e era exatamente por isso que eu entendia a Lorena.

- Lo, você já conversou com ele? - sugeri. - Conversar sempre ajudo eu e o Triton a nos acertar.

- Não... Você acha que eu deveria? - incerteza surgiu em sua voz.

Era raro, ou na verdade, era inexistente Lorena estar insegura.

- Acho que você devia ser sincera com ele, mas conversar com calma, entendeu? - expliquei.

- Tudo bem, conversarei com ele hoje à noite e te conto depois. - deu um pequeno sorriso.

- Não se preocupe, vai dar certo. - lhe dei um abraço. - Você e Eric são um casal super lindo.

- Obrigada, e você sabe que você e o Triton são perfeitos um para o outro, certo? - sorriu de verdade.

- Obrigada. - fiquei aliviada em vê-la mais relaxada.

Depois de colocarmos mais um pouco da conversa em dia, notamos como o tempo passou voando, já estava quase na hora do almoço.

*

Triton me ligou quando já estava dentro da alcateia, a malinha da April já estava arrumada, o único problema seria tirar a April do sofá sem acordar as duas crianças.

- Ainda acho que eles deviam ser prometidos um ao outro. - Lorena fez um bico enquanto observávamos os dois dormindo juntinhos.

- Só por cima do meu cadáver! - e chegara o pai coruja.

Contive a risada, mantendo-a baixa, mal havia chegado e já arranjara briga com a Lorena.

- Vocês dois, hein? - revirei os olhos, divertindo-me.

Felizmente, nenhum dos dois acordou e ainda consegui pegar a April e cobrí-la nos meus braços.

- Está bem frio lá fora. - Triton avisou antes de sairmos da casa. - Tchau, Lorena, obrigado por cuidar das minhas preciosas.

- Deixe elas aqui mais vezes. - pediu. - Tchau, fofuras!

- Tchau, Lo. - sorri. - E depois me ligue.

Ela assentiu e saímos, Triton manteve-se segurando a minha cintura, deixando nossos corpos bem próximos o que ajudava nesse frio.

Quando entramos em casa, depositei April em seu berço e depois voltei a sala. Triton estava deitado com a mão na cabeça, não parecia muito bem.

- O que foi, meu amor? - sentei ao lado do seu peito. - Você está bem?

- Só cansaço, anjo. - respondeu com um suspiro.

- Quer comer ou beber alguma coisa? - afaguei-lhe o cabelo.

- Eu só quero duas coisas. - sorriu me fitando. - Um cobertor e você aqui comigo.

- Não quer deitar no quarto? - propus.

- Oferta aceita. - brincou e se levantou me pegando no colo. - Você é linda demais, sabia?

- Eu sei. - comecei a rir.

Triton soltou sua risada alta e nos levou até o quarto, deitamos na cama e nos cobrimos, rapidamente nos esquentamos. Suas mãos acariciavam carinhosamente as minhas costas enquanto seus lábios estavam encostados em minha testa.

Com os olhos fechados, deixei as mãos pousadas em seu peito e a cabeça deitada bem perto do seu pescoço.

- Meu amor, preciso lhe contar uma coisa. - a seriedade em sua voz me fez abrir os olhos e erguer a cabeça.

Fitei-o tentando controlar a ansiedade.

- O que foi? - ouvi-me dizendo.

- É sobre aquele vampiro... Sei que não é uma boa hora, mas...  - ele respira fundo avaliando se continua a contar.

- Me diga logo! - pedi impaciente.

- Tudo bem. 

Sentamos na cama, Triton olha na direção da April para confirmar que ela ainda está dormindo. Depois volta-se para mim e começa a falar.

- A única informação que conseguiram dele foi que há mais recém criados como ele. - fala pausadamente. - Não disse o número, mas Fernando duvida que sejam muitos, pois eles normalmente andam juntos e apenas dois foram vistos na alcateia.

- E o que faremos? - indaguei preocupada. - Não podemos saber quando eles vão decidir aparecer... E o que farão com aquele vampiro? - comecei a entrar em pânico. - Não podem mantê-lo aqui na alcateia para sempre?

- Ei, Kristine, olhe para mim. - senti suas mãos tomarem o meu rosto, erguendo-me para ele. - Não se preocupe, Fernando pretende dar um fim a esse vampiro... Provável que esta semana.

Era lógico que o alfa tomaria essa decisão, pois um intruso havia criado um caos dentro do seu território.

- E se a outra voltar? - trinquei os dentes ainda o fitando. - E se mais vierem para ajudá-lo?

- Nada de mal vai ocorrer a vocês duas. - explicou. - Avisei ao Fernando que ficarei ao lado de vocês em todos os conflitos que puderem ocorrer.

- Mas e a alcateia? - espantei-me. - Você não pode deixá-los assim.

- Não posso deixar vocês indefesas! - seu tom de voz elevou-se, mas ele logo se controlou. - Fernando concorda comigo que a prioridade é proteger as crianças e as mulheres grávidas.

Eu já estava pronta para começar um debate quando meu celular começa a tocar, rapidamente, eu o atendo para não acordar a April.

- Alô? - acabei não vendo o identificador.

- Kris! - Lorena parecia contente. - Conversei com o Eric, e tudo certo.

- Graças à Amaterasu. - suspirei. - Então ele vai mesmo viajar com a técnica?

- Isso mesmo, mas a gente entrou num acordo e de certo modo, eu confio nele. - ela estava sendo sincera. - Eu só liguei mesmo para te contar, não te deixar preocupada.

- Ahhh, obrigada. - assinto. - E cuide-se hein?

- Pode deixar. Tchau. - e desligou.

A conversa com a Lorena tinha sido rápida, mas havia me feito perceber uma coisa: eu confiaria a minha vida ao meu companheiro, então por que motivo discutir sobre se como ele deve agir durante um ataque?

- Eu entendo. - concordei com a cabeça, fitando-o.

- Entende mesmo? - observou-me com cuidado. - Você compreende que vocês não podem ficar sozinhas? Que mesmo sendo forte, você está mais frágil? E que eu não quero que a April sofra mais nenhum trauma?

- Sim. - era a resposta para todas as perguntas. - E me desculpa estar sendo tão idiota.

- Você não estava sendo idiota, Kristine. 

Joguei-me em seus braços, selando nossos lábios, Triton me segurou firmemente enquanto me colocava em seu colo. Ouvi um gemido rouco sair de sua boca, mas logo nos separamos para rirmos.

Era extraordinário como um passava segurança, conforto e amor para o outro.

- Melhor descansarmos. - sugeri. 

- Tem razão, além de que está esfriando mais ainda. - ele beijou minha testa antes de me deitar na cama. - Só vou colocar mais uma coberta na April.

Assenti e apreciei a visão de vê-lo cuidar de nossa filha, Triton sorria como uma criança que acabara de ganhar um doce. Depois de cobrí-la, ele voltou para a cama e me puxou de encontro ao seu peito.

- Agora vou cuidar de você, meu anjo. - recebi mais um beijo na testa e senti o corpo começar a esquentar.

- Você não faz ideia de como estou feliz. - senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha e me afundei em seu peito.

Deixei que o calor do seu corpo me aquecesse, e que as suas mãos me mimassem, e se ele soubesse o quanto é essencial na minha vida... Viveríamos grudados desse jeito.

Estava entrando num sono gostoso, mas ouvi antes de dormir, ele sussurrar em meu ouvido:

- Eu te amo, mamãe. 

*

Três semanas se passaram, agora faltavam cerca de dois meses para o nosso segundo bebê chegar. Já devia ser tarde, pois o sol começava a se por, e April parecia mais ligada do que nunca.

E de uns dias para cá, comecei a perceber que nossa pequena ficava mais animada quando o sol dava lugar a lua. Certamente, eu a compreendia.

- Mamãe! - ela pula na minha cama. - Quando vai chegar o meu maninho?

Sorri e peguei-a no colo, iríamos descobrir hoje o sexo da criança, porém April estava convicta de que teria um irmão mais novo.

- O que vocês duas estão aprontando? - Triton estava na porta do quarto. - Sentiram saudades?

- MUITA!!! - April se jogou até ele e ficou lhe enchendo de beijos. - Te amo, papai!

- Eu também senti saudades de vocês, minhas lindas. - beijou-a na testa e na bochecha, em seguida, fitou-me com carinho. - E eu amo infinitamente as duas.

- Acho bom. - April mordeu a bochecha dele. - Mamãe e eu somos especiais, entendeu?

- Perfeitamente. - deu sua risada alta e veio me beijar. - E como a minha rainha está?

Sua mão livre massagiou o meu ventre enquanto sua boca beijava-me devagar. April aproveitou e beijou a minha bochecha. Então, nós beijamos cada uma de suas bochechas e isso a fez gargalhar alegremente. 

- Já estão prontas? - Triton beijou meu pescoço assim que April pulou no chão.

- Sim! - April respondeu por nós duas. - Vamos logo!

April saiu correndo com os braços abertos, como se fosse começar a voar, Triton e eu nos olhamos e rimos, depois peguei um casaco e pedi que Triton pegasse a bolsa da April.

Felizmente, o caminho não demorou como na primeira vez que engravidei, talvez a risada ou as artimanhas da nossa pequena tenham feito tudo mais relaxante.

E quando chegamos a enfermaria, Patrick estava beijando a sua companheira que carregava a filha deles. Eles decididamente eram um casal lindo, e acabei não percebendo que April grudou na perna do Patrick.

Ele olhou confusa para baixo e quando a viu, mostrou seu melhor sorriso. Às vezes, eu esquecia a paixão que rolava entre esses dois.

- Olha quem chegou? - ele brincou e a pegou no colo. - Como vai a panquequinha Moore?

- Sempre íntimo com as minhas garotas. - Triton resmungou.

- Controle o macho alfa aí, por favor. - cutuquei-o.

- Já entendi. - suspirou e foi pegar a April.

- Adoro a pontualidade de vocês. - Patrick sorriu.

- Boa tarde. - cumprimentei-os. - Ohhh, como vai essa menina linda?

Alice veio até mim e mostrou Lidia dormindo em seu colo, a criança estava num sono profundo. 

- Ela é a sua cara, Patrick. - afirmei, observando-a com cautela.

- Todo mundo anda dizendo isso. - ele riu triunfante.

- E a April cresceu bastante! - Alice arregalou os pequenos olhos. - Deram fermento pra ela? - riu.

- Ah, quem dera se fosse assim tão fácil crescer. - disse por experiência própria.

- Você é perfeita pequena assim, sabia? - Triton me abraçou por trás, fazendo minhas bochechas corarem.

- Bom, vamos logo ver a minha paciente favorita. - Patrick deu um último beijo na companheira.

- Tchau, Kris, Triton. - Alice despeciu-se e mandou um beijo para o seu amado.

- Tchau, fofas. - Patrick deu alguns beijos na sua filha e depois pediu que o seguissemos.

Acenei, despedindo-me da Alice e virei para seguir o meu médico. Triton estava ao meu lado, segurando a pequena no colo. Patrick abriu uma porta para nós, e senti a ansiedade aumentar quando entrei naquela sala.

Aquela sala que várias vezes vi a April antes de nascer, Triton me ajudou a deitar na maca enquanto April se sentava num pouf que ficava perto da janela. 

- Prontos? - Patrick sempre soube como éramos ansiosos.

E assim que assentimos, o ultrassom começou, como de costume, ele explicou tudo que aparecia na tela e por último ele nos mostrou que o nosso bebê era definitivamente um menino.

*

Fiquei mais ansiosa ainda, ficava imaginando como seria ter um filho, e enquanto fazia a janta, ouvi April e Triton conversando animadamente sobre a notícia. 

April estava realizada por saber que teria um irmão, e Triton só conseguia pensar em ter mais um lobo para cuidar da família.

- Hora de comer! - gritei e logo ambos estavam sentados à mesa. - Gosto assim. - brinquei.

- Mamãe fez sopa! - April bateu palmas enquanto Triton a servia. - Amo você, mamãe!

- Também te amo, minha panquequinha! - beijei sua bochecha, aproveitando que ainda estava de pé.

- E eu não recebo mais beijo nessa casa? - Triton fingiu mágua.

- Não fica assim papai. - April fez biquinho. - Mamãe vai te dar um beijão, certo? - e me olhou.

Segurei o riso e fui até o meu lobo, puxei levemente seu rosto e o beijei varagorasamente, depois fui me sentar deixando-o com cara de apaixonado.

- Você é a mãe mais linda do mundo inteiro. - murmurou sorrindo.

- Obrigada, você sabe que é um pai muito cuidadoso, gentil e lindo, certo? - mandei-lhe um beijo.

- Vou comer tudo sozinha! - April estava com uma cara emburrada.

- Ela é ciumenta como você. - mencionei assim que comecei a comer.

- Mas ela é a sua cara. - Triton comia enquanto a observava.

April já havia aprendido a tomar sopa sozinha, e Triton que a havia ensinado, não sei explicar, mas ele tem um jeito todo paciente e carinhoso de cuidar dela.

- Que cara é essa? - Triton me fitou com aqueles olhos caramelos, tão carinhosos.

- Só estava pensando em como você se surpreenderia ao ver como você é um pai maravilhoso. - comentei.

Isso o fez ficar ruborizado e em seguida, um sorriso lindo brotou em seus lábios. Sempre soube como era importante para ele ser um bom pai, Triton tinha esse medo de falhar em algo, e às vezes, esquecia-me de lembrá-lo o quão maravilhoso ele era.

- Papai! Vamos ver filminho? - April se esticava para alcançá-lo.

- Claro, meu anjo. - ele já havia acabado e se levantara para pegá-la. - Que filme a minha mocinha quer ver? - beijou-a na testa.

- E a mamãe? - seu olhar pousou em mim.

- Guarde um lugar pra mim, panquequinha. - pisquei para ela.

- Certo. - ela concordou com a cabeça. - Não vou deixar o papai ocupar o sofá inteiro.

- Essa é a minha garota! - passei por eles e dei um beijo em cada um. - Vá colocando o filme, só vou ajeitar as coisas aqui.

- Deixa que depois eu lavo a louça, entendeu? - isso era certamente uma ordem.

- Sim, senhor Cerutti. - comece a rir. - Prometo só arrumar, juro!

- Acho bom. - ele me beijou levemente nos lábios e depois foi com a nossa pequena até a sala.

Ouvi os dois escolhendo o filme enquanto colocava a louça na pia, e mesmo que quisesse lavar tudo, segurei-me, pois Triton estava entrando na fase protetor ao extremo, e era nessas horas que eu tinha de tentar ajudá-lo a se controlar, ou seja, não podia ser tão mala e contrariá-lo.

*

No dia seguinte, perto da hora do almoço, Giulia e Lorena vieram em casa, April dormia no sofá quando elas chegaram.

- E os meninos? - indaguei ao notar que vieram sozinhas.

- Eles foram com os pais conhecer a escolinha. - Lorena rosnou. - Você não acha que eles são muito novos?

- Uma escolinha? - pensar em dois lobos em uma sala cheia de humanas. - Acho que vai ser um bom começo para eles.

- Aiai. - Giulia se senta na cadeira da cozinha ao meu lado. - Eles começam a "estudar" lá em agosto... semana que vem.

- Sei que vocês vão sentir muita à falta deles, mas é uma dor necessária. - afirmo, mesmo nunca conseguindo imaginar ter de deixar April ir para a escola sozinha. - E pelo menos eles vão juntos.

- Bem pensado... - Giulia assente enquanto Lorena se senta emburrada. - Mas a April vai entrar ano que vem, certo?

- Provável, só não sei como convencer o Triton. - menciono. - Mas um dia conversaremos sobre isso.

- Agora que me dei conta! - Lorena quase grita. - A April, a mulher do meu filho, vai passar mais tempo com aquele Joshua do que com o meu príncipe.

- Inaceitável! - Giula começou a discutir com ele. - Nós já sabemos que April é mais apegada ao meu guerreiro!

Pelo menos, as duas não estavam mais tão preocupadas com a ideia dos filhos estudarem.

- Então, além de termos de lutar pela mão da filha da Kristine, essa safada ainda passa na frente no número de filhos. - Lorena me olha revoltada.

- Ei, espera aí! - erguo as mãos em defesa. - Acho que meu companheiro deveria estar aqui para me ajudar na defesa.

- Justo. - Giulia entrelaça os dedos e me observa. - Dito isso, pensei aqui...

- Lá vem... - Lorena revirou os olhos.

- Fernando é o alfa, ou seja, o mais dominante, o Eric é o mais tranquilo já que casou com a louquinha aqui, Marcos é o mais quieto, Patrick parece ser o mais esperto e que tem mais conhecimentos, Travis tem porte de ser o mais forte e o Triton mais possessivo... E o Travis e o Triton parecem ser os procriadores. - Giulia comenta.

- Muito bem pensado, Netrock. - Lorena concorda.

Minha cabeça estava formulando um argumento forte e lógico quando a campainha tocou, em seguida, April acordou e me chamou.

- Vocês podem ver quem é, por favor? - sorrio já me levantando. - Vou indo para a sala ver o que a pequena quer.

Ambas sorriram e foram atender a porta, quando cheguei a sala, April estava esfregando os olhos, mas logo sentiu meu cheiro.

- Mamãe! - ela jogou os braços para cima, pedindo colo. - Papai já voltou do trabalho?

- Oi, panquequinha. - pego-a no colo. - Papai só volta depois do almoço.

- E vamos almoçar onde? - ela faz um biquinho.

- O que você quer comer? - Triton havia feito as compras do mês semana passada, então deveria ter tudo que a April quisesse. 

- Quero comer na casa do Joshua. - pediu com um olhar fofo.

- Por que na casa do Joshua? - sorri divertimento.

- Porque eu gosto de brincar com o Joshua, e tenho saudades dele. - disse corando levemente.

O que Triton faria se escutasse uma frase dessas? 

Então, ouvi três gritos, pulei no susto e fui até a entrada, Eliza estava sendo abraçada, ou melhor, sufocada pelas outras duas.

- Kris!!! - ambas gritaram. - Eliza veio te contar uma novidade!

- Pra mim? - April continuou grudada em mim.

- Sim. - Eliza se solta das duas e fica a minha frente. - Entrei para a turma.

Turma? Espera, ela poderia estar dizendo sobre ter filhos? Será que...

- Você está...

- Grávida! - ela disse sorrindo e chorando.

- Ai meu Amaterasu! - abracei-a com um braço enquanto April rosnava de leve. - Parabéns!

- Obrigada. - ela continua a chorar e é abraçada pela duas, Giulia e Lorena.

- Quero ir comer no Joshua! - April balbucia.

- Já vamos, meu amor. - beijo sua cabeça. 

Vejo as três chorarem juntas e fico pensando em como irei sair... Seria grosseiro sair assim de repente, felizmente, elas decidem que vão numa casa de bolos, mas digo que tinha combinado de almoçar com a Destiny, e depois de muita teima, elas vão sem mim.
 


Notas Finais


Esse capítulo foi bem tranquilo, já que os anteriores foram bem tempestuosos shaushuahsuas

Espero que estejam gostando, e gente, essa fic vai fazer dois anos !!! Obrigada pelo apoio!


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