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História O Cheiro da Lua - Confiança


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Desculpem pela imensa demora!!

Boa leitura!

Capítulo 97 - Confiança



April andava ao meu lado enquanto caminhávamos até a casa de Destiny, e como Triton havia condicionado, tínhamos um lobo nos acompanhando. 

Vocês podem ir se divertir, mas quero que algum homem vá com vocês, e na volta eu busco as duas.

E por incrível que pareça, foi o próprio dono da casa que veio nos buscar, pelo que entendi, foi o Triton quem ligou e pediu o favor. Quando se trata da segurança das mulheres e crianças, até mesmo esses dois podem se unir.

- Quer que eu carregue a bolsa? - Travis se mostrou bem paciênte e gentil até agora.

- Não se preocupe. - sorrio agradecida. - Está leve.

April solta a minha mão e vai até o Travis, e começa a andar de costas, fitando-o.

- Por que você e o papai sempre brigam? - ela estreita os olhos, fingindo durona.

- Dominância. - simples e direto.

- O que é isso? - April joga o rosto de lado, curiosa.

- Pergunte mais tarde para o seu pai. - Travis a encoraja.

- Vou perguntar! - ela volta a olhar para frente e começa a rir, andando em zigue-zague.

- Acho que vocês brigam por serem muito parecidos. - digo.

- Sem desrespeitar a sua escolha para lobo, Kristine, mas só pelo físico eu já sou bem diferente do Triton. - bufou, mas pude ver seu sorriso.

- Mãe! - April de repente grudou na minha perna. - Tem uma mulher me encarando.

Ergui o olhar e congelei, era a mesma mulher do mercado, mas agora seu cabelo estava penteado e seus olhos permaneceram azuis mesmo depois de me ver.

- Fique aí. - Travis nos alertou, colocando-se em nossa frente.

Seu rosnado fez a mulher se encolher, porém ela parecia tão desnorteada que começou a encarar o lobo.

Peguei April no colo e em seguida, a vampira veio correndo na nossa direção, mas parou alguns metros de nós. Travis tensionou os músculos enquanto ela nos observava.

Um sorriso perverso brotou em seus lábios.

- O chefe disse que posso ficar com os gêmeos. - e riu muito alto.

Meu coração se apertou, o objetivo deles seria os nossos filhos? De repente, Travis se transformou, a loira saiu correndo com um lobo furioso atrás de si.

Consegui voltar a respirar quando April puxou meu cabelo, seu olhar era de um gato assustado, tínhamos de ir logo até a casa da Destiny.

Foi quando um vulto parou bem a nossa frente, era bem alto e magro, e seus olhos eram verdes. Dei um passo para trás e ele sorriu, mostrando as brilhantes presas.

- Mamãe! - April gritou assustada.

- Faça-a parar, se não eu a mato. - sua voz era grossa e fria. - Agora!

- April, meu amor, olha pra mamãe. - eu estava apavorada, mas tinha de passar confiança para ela. - Mamãe está aqui, não vai acontecer nada a você.

Ela parou de soluçar e limpou os olhos, fez uma cara de guerreira e assentiu, mostrando que confiava em mim. 

- Só fique olhando pra mamãe, tudo bem? - esperei que ela concordasse para voltar a olhar o vampiro.

Seu sorriso já havia desaparecido, e não parecia que ele era descontrolado como os outros novatos.

- A minha secretária disse que você foi a última a ver um subordinado meu. - comentou. - Ele tinha quase a minha altura, cabelo preto e olhos verdes, e digamos que aparentava ser um novo nascido.

Fiquei calada, o que ele queria que eu fizesse?

- O que fizeram com ele? - seu olhar podia ter me matado de tão assassino que fora. - Onde ele está?

- Não sei onde ele está. - minto. - Depois que entrou na minha casa, nunca mais soube dele.

- Certo, então, o seu lobo e o alfa não o prenderam. - ele começou a me rodear. - Ah, e que falta de educação minha... Meu nome é Ceazer, Kristine.

Por que todo mundo têm que saber o meu nome?

- Nós nunca ficamos sabendo os planos e as ações dos machos da alcateia. - outra mentira.

- Mas ainda são muito importantes para eles, estou errado? - ele sorriu quando não respondi. - Como imaginei, deste modo quero uma resposta ou você vai ter de escolher se quer apenas a filha ou o outro aí. - apontou para a minha barriga.

- O que você quer saber? - meus joelhos tremiam, tentei mantê-los parados.

- Onde o meu subordinado está? - em segundos, o vampiro estava a minha frente. - Diga agora!

Amassei April em meu peito e respirei fundo, seus olhos eram assustadores e estavam começando a ficar vermelhos.

- Eu soube que estava preso, em algum lugar dessa alcateia tem uma prisão. - comentei. 

- E ele está vivo? - sua mão tocou a minha bochecha.

- Não sei. - menti, segurando as lágrimas.

- Oh, você está sendo tão prestativa. - puxou meu cabelo para trás, deixando meu pescoço a mostra. - Prometo só me saciar e depois ir embora, ou você prefere que eu experimente o da sua puguente filha?

Mordi o lábio e a segurei mais forte em meus braços.

- Ótimo. - sua voz saiu apressada e em seguida senti suas presas picarem o meu pescoço.

A dor inicial foi horrível, parecia que um veneno estava queimando o meu pescoço, mas tudo acabou quando April se transformou e mordeu o ombro do vampiro.

Ele urrou de raiva e se desequilibrou, caindo no chão, entretanto não fiquei parada esperando-o se recuperar, agarrei April e corri. Meu pescoço ardia, mas meu corpo estava em adrenalina, guiado pela minha loba.

O primeiro local que achei foi a antiga casa de Amanda, Courtney e Max. April ainda estava assustada e isso a impossibilitou de voltar a forma humana, coloquei a mão no pescoço dolorido, estranhamente, não estava querendo se curar.

Fui até a cozinha e achei um kit de primeiros socorros, coloquei April na mesa e me fiz um rápido curativo. Depois peguei meu celular e liguei para Triton, e as únicas coisas que consegui dizer foram onde estávamos e que precisávamos dele.

*

Ainda estávamos na cozinha, April mantinha sua forma lupina, a ardência em meu pescoço continuava, mas minha respiração parecia mais controlada. Então ela rosnou quando alguém bateu forte na porta, amassei-a contra o meu peito e me levantei, pronta para protegê-la.

- Kristine! Sou eu, pode abrir a porta! - a voz de Triton vez meu coração parar por um instante.

April conseguiu se soltar e correr até a porta, logo eu a estava abrindo, Triton arregalou os olhos e era nítido a sua preocupação, a pequena loba pulou em seus pernas pedindo por atenção.

Ele a pegou com um braço e com o outro me puxou de encontro ao seu peito, deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto enquanto me afogava no cheiro do meu companheiro.

- Está tudo bem agora. - Triton nos confortou e logo April parou de tremer, dando início a sua transformação.

Rapidamente, Triton tirou sua blusa e cobria a nossa filha, que sorria de leve e voltou a se grudar em mim.

- Vamos para casa. - sua voz era calma, mas eu sabia que todo o seu ser queria matar alguém. - Patrick disse que vai estar nos esperando na porta.

Apenas assenti enquanto seus dedos limpavam as minhas lágrimas.

- Vocês estão seguras agora. - afirmou mais uma vez.

Devagar e com cautela, ele nos manteve perto de si enquanto voltávamos para casa. April continuava em meus braços e isso me fazia relaxar, pois queria sentí-la comigo, mesmo que provavelmente ela estivesse mais segura com o pai.

Era egoísta da minha parte, porém eu necessitava sentir o seu pequeno corpo grudado ao meu peito, sabendo que April estava quente e confortável, além de que ela havia salvado as nossas vidas.

*

Estava sentada na beirada da cama, olhando April dormir em seu berço, a transformação e o medo a desgastaram demais, e só foram precisos um banho e dois lanches para ajudá-la a dormir.

Senti um peso a mais na cama e assustei-me de leve, Triton me puxou um pouco mais para dentro da cama e começou a secar o meu cabelo com uma toalha.

- O que Patrick disse? - indaguei mesmo temendo a resposta.

- Vai ficar tudo bem com a April, você e o bebê. - beijou o topo da minha cabeça. - Sinto muito pelo que ocorreu hoje.

- Não se desculpe. - respondi. - Você não faz ideia do alívio que foi você chegar lá. - meus olhos ficaram marejados de novo.

- Não chore, meu anjo. - Triton sabia que estava prestes a chorar sem nem mesmo precisar me olhar. - Venha cá.

Puxou-me gentilmente para o seu colo enquanto eu me encolhia como uma criança indefesa.

- Eu não consegui protegê-la. - tentei reprimir as lágrimas. - Foi ela quem nos salvou.

- Como pode dizer isso, meu amor? - seus olhos tranquilos me ajudaram a manter a calma. - Você deixou que uma coisa daquelas te mordesse para defendê-la, por Amaterasu que o instinto da April conseguiu achar uma falha e salvar as duas.

- Eu entrei em pânico quando ele a ameaçou. - meu choro começou descontroladamente e não parecia que pararia tão cedo.

Triton me apertou forte contra si, agarrei em sua camisa enquanto meus olhos começavam a arder de tanto chorar, senti seu lobo grunhir de frustação e raiva, o que indicava que eu precisava me manter forte.

- E-Eu quero ficar mais forte. - afirmei ao enxugar as lágrimas. - Pela nossa família.

- Kristine, você é uma das lobas mais fortes da alcateia... tanto de físico como psicológico, mas você está numa época frágil, você está gravida! - alerto-me.

- Mas eu não posso continuar sendo um peso! - argumentei.

- Meu Amaterasu do céu! - ele segurou meus ombros com força, mas nada que me machucasse. - De onde você tirou a ideia de que é um peso?

- Mas...

- Quieta! - seu tom era bravo e sério. - Não estou bravo com você pelo que aconteceu hoje, mas você tem que entender que a culpa não foi sua, e eu tenho certeza que se você não estivesse sensível pela gravidez, teríamos mais um vampiro morto. 

- Mesmo assim, Triton... 

Seu dedo segurou os meus lábios.

- Eu amo vocês duas, e sei que você nos ama na mesma proporção... E entendo perfeitamente o medo que você está sentindo. - comenta pacientemente. - Kristine, eu não vou mais trabalhar enquanto esse caso não se resolver, e se houver alguma urgência levarei vocês comigo, tudo bem?

Assinto devagar, fitando-o, seu meio sorriso indica como está cansado e sinto que o sobrecarreguei mais ainda ao mostrar meu lado mais fraco. Meu rosto deveria estar como o de uma fracassada, senti vergonha de ser tão egoísta, sem levar em conta como deve estar o psicológico do meu lobo.

- De agora em diante, nós dois vamos cuidar da nossa pequena e ao mesmo tempo cuidaremos um do outro. - explicou. - E se você pensa que não pode ajudar, está enganada.

- E como posso ajudar? - perguntei em seguida.

- É óbvio que não sei ligar muito bem com alguns sentimentos... como raiva, ciúmes, possessividade... - suas bochechas coraram. - Mas você me faz querer controlá-los, quando estou ao seu lado, eu consigo ser eu mesmo e ainda manter o meu lobo, o meu lado mais dominante, domado o suficiente para não cometer erros absurdos.

- Eu cuida da mente e você do corpo. - comentei num sussurro.

Seu sorriso confirmou que estava certa, sorri de volta e o abracei, sentindo seus músculos relaxarem. 

- Você tem um poder sobre mim muito maior do que qualquer um possa imaginar. - murmurou.

- Obrigada. - disse por fim antes de fechar os olhos e deixar o calor e cheiro do meu lobo, tranquilizarem-me ao ponto de me fazerem dormir em seu colo.

*

Acordei sentindo o pescoço dolorido, além de mal conseguir abrir os olhos, murmurei seu nome e logo senti sua mão tocar o meu rosto.

- Oi, meu anjo. - suz voz me relaxou de novo. - April, mamãe acordou.

Ouvi os passos apressados e depois senti alguém pular na cama, logo April beijou a minha bochecha.

- Oi, mamãe! - ela começou a rir. 

- Oi, minha panquequinha. - era tão bom ouví-la rir. - Que horas são?

- Dez horas da noite. - Triton riu e me beijou levemente. - Quer levantar?

Abri de leve os olhos e, com cuidado, ele me ajudou a sentar na cama.

- Dói muito o pescoço? - sua mão tocou o lugar da mordida e acabei estremecendo. - Desculpe.

- Vou pegar a pomada!. - April saiu correndo e logo voltou com uma caixa de remédio.

- Patrick deixou isso aqui e disse que se você sentir muita dor, pode passá-la. - disse. - Ela não fará nenhum mal à gravidez.

Então, tirei o cabelo do pescoço deixando que Triton aplicasse a pomada ao local, doeu, mas seguiu-se uma sensação de alívio que me deixou mais relaxada.

- Quer ficar no quarto ou ir para a sala? - sua pergunta era gentil, cheia de carinho.

- Posso ficar aqui? - minha voz saiu manhosa.

- Posso ficar com você? - ele riu sem esperar a minha resposta para se sentar ao meu lado.

April pulou no colo do pai e ficou brincando com o seu bicho de pelúcia favorito, o castor. Devagar apoiei minha cabeça em seu ombro, respirando fundo o seu caloroso cheiro de nozes.

- Pai... - a voz dela me vez erguer a cabeça novamente. - O que é dominância?

- Por que quer saber, meu anjo? - ele lhe fez um cafune na cabeça.

- Tio Travis disse que era para eu te perguntar isso. - tudo nela era pura inocência.

Todos os músculos do Triton se tensionaram, e antes que ele pudesse dizer algo, toquei em seu braço e desatei a falar.

- Mamãe te explica isso amanhã, tudo bem, meu amor? - sorri de leve e April não insistiu, voltando toda a sua atenção para o castor.

Em seguida, puxei o rosto de Triton para mim e pedi que se acalmasse.

- April, meu anjo, você não quer ir na sala brincar um pouco? - Triton sugeriu e April não notou o cheiro distorcido do pai.

E assim que ela saiu, deixei que ele falasse.

- Eu não consigo me acalmar! - rosnou e se levantou da cama. - Aquele cara foi um traidor, eu confiei nele e ele abandonou vocês! - Triton estava vermelho de raiva. - Eu podia ter perdido as duas! - jurei que ele fosse começar a chorar.

- Não discordo de você, não acho que ele agiu certo... Mas eu sei que se fosse a Destiny no meu lugar e você no dele, aconteceria a mesma coisa. - comentei.

- O que te faz pensar isso? - sua voz foi dura.

- A vampira ameaçou os filhos dele. - por um instante, Triton mudou sua expressão, pelo visto ele não sabia disso.

- Mesmo assim, nunca mais confiarei nele. - sentou-se novamente na cama.

- Você não precisa confiar, só não arranjar briga, por favor. - pedi sinceramente.

- Vou me controlar, prometo. - seu sorriso me aquietou. - Vou buscar a pequena, coitada, fui muito grosso com ela, não?

- Acho que ela não notou. - sugeri. - Mas vá você buscá-la para ela saber que não está bravo.

Dito isso, recebi um beijo na testa e os fiquei esperando voltar para a cama, tão logo voltaram, começamos a brincar de adivinhações, um dos jogos preferidos da April.

*

Meu pescoço já estava bem melhor, a pomada teve um efeito curativo muito eficaz. Já estava até mais disposta a sair da cama e andar pela casa.

- Kristine, você sabe que deveria estar descansando. - Triton me repreende. - Fique com a gente na sala, por favor.

- Eu só estou dando uma arrumada na cozinha, só isso. - resmungo ao cruzar os braços para encará-lo.

- Como você é teimosa! - ele rosna e vem até mim.

Estufo o peito mostrando que não me vencerá, Triton respira fundo e me abraça, levantando-me do chão.

- Você vai ficar com a gente na sala. - afirmou.

- Mas eu já estava terminando, por favor, me deixe terminar! - rosnei. 

Ele me coloca de novo no chão e me observa cautelosamente.

- Volto em três minutos, e mesmo se não tiver acabado, eu vou te levar à força, entendeu? - estava bem sério.

- Sim, senhor Cerutti. - fiz uma reverência e segurei o riso.

- Kristine do céu! - ele me puxa para si e amassa nossos lábios. - Pare de me provocar. - seu rosnado é um aviso de que seu lobo está tomando o controle.

- Triton. - sussurro seu nome e o beijo devagar. - Três minutos.

Sorrio maliciosamente enquanto ele me solta e vira-se voltando para a sala, ouço seu suspiro impaciente e volto ao meu serviço. Só faltava terminar de guardar a louça e limpar a mesa, então meu celular tocou.

Sem demora, atendi-o e logo reconheci a voz dramática do meu pai:

- Oi, minha pequena linda princesinha! - Jefferson devia estar muito feliz.

- Oi, pai! - respondo animada. - Como vocês estão?

- Estamos ótimos, filha. - imagino-o sorrindo. - Sua mãe mandou um beijo e o Steve disse que te ama, espere um pouco... Steve, papai ama a Kristine mais do que você... Prontinho.

- Você acabou de comparar o seu amor com o do meu irmão? - ergui uma sobrancelha, mesmo que ele não pudesse ver. - Esquece. - mudo de assunto. - E quando vem nos visitar?

- Também liguei para falar sobre isso. - sua voz estava manhosa. - Sua mãe e eu não poderemos ir essa semana, digamos que alguns velhos amigos vieram cobrar favores.

- E o Steve? 

- Ele vai conosco, não é nenhum favor perigoso, mas demorado. - ouço o choramingar. - Eu não sei se consigo passar tanto tempo longe das minhas princesas!!!

Reviro os olhos, eles passaram tanto tempo sem me ver e agora ficam de drama, porém eu os perdoou por serem tão importantes para mim. 

- Desculpe o seu pai, minha filha. - minha mãe pega a linha. - Mas como ele disse, o pedido não é perigoso, mas deve demorar umas semanas.

- Mas assim que acabar vocês vem? - pareço uma criança carente. - E cuidem bem do Steve, não o esqueçam em lugar  nenhum!

­- Iremos sim e vou cuidar dele e do seu pai, prometo. - sinto a responsabilidade em sua voz. ­- E como estão as coisas com o pai super protetor?

- Estão bem, eu o estou ajudando a se controlar. - omito alguns fatos. - Posso falar com o meu irmão?

- Kris! Te amo mais que o papai! - ele ri e ouço meu pai se queixar, indignado. 

- Steve, também te amo, querido. - sorrio, gosto de ouvir as vozes das pessoas que eu amo e saber que eles estão seguras. - E preciso que você preste bastante atenção ao que eu vou dizer, está bem?

- Tudo bem.

- Se algo acontecer com a mamãe ou o papai, ou você se perder deles, quero que me ligue na hora, entendeu? - digo do modo mais suave possível para não assustá-lo.

- Pode deixar. - responde sinceramente.

Vejo Triton parado na porta, seu olhar avaliando se me arrasta ou se espera eu terminar a ligação.

- Nós vamos indo, Kris. - sua voz é triste. - Tchau, papai e mamãe mandarem beijos e abraços.

- Se cuidem e se lembre do que falei. - mando um beijo para todos e falo uma última vez com o meu pai antes de desligar o telefone.

- Seu pai parecia mais dramático. - Triton observou.

- E ele estava. - ri baixinho. - É que eles tiveram imprevistos e não sabem quando conseguem vir nos ver, mas assim que puderem, vão avisar.

Deixo que minha voz carregue mais tristeza do que pretendia, eu ainda tinha medo de que eles desaparecessem de novo.

- Eles vão voltar. - Triton me abraça. - Eles amam você e não querem mais perder você, do mesmo modo que você não os quer longe.

- Eu preciso confiar neles, certo? - fito-o erguendo a cabeça.

Ele apenas assente, aproveito para beijar-lhe levemente, depois sinto meu corpo ser levantado e começo a rir, Triton me leva até a sala e coloca-me deitada no sofá.

April corre me mostrar o desenho que está fazendo, é uma floresta com vários tipos de animais, alguns que duvido que existam, mas quem pode deter a imaginação infantil?

- Que lindos! - deixo meus olhos absorverem toda a informação. - Você que fez, minha panqueca? 

- Foi. - sua bochecha cora. - Papai disse que gostou muito.

- Mas ficou lindo mesmo. - era tão colorido e tão cheio de vida. - Pode fazer um desenho pra mamãe?

- Eu? - seu sorriso vai de orelha a orelha. - Posso!

Então ela volta a se apoiar no chão e começa uma aventura no papel, Triton que estava abaixo de mim, sentado ao chão com a cabeça encostada do meu lado do sofá, solta uma leve risada e se vira para me observar.

- O que foi? - coro bastante.

- Você fica extremamente linda com vergonha. - ele sorri, provocando-me. - E ela me lembra você em tudo.

- Não em tudo. - sinto as bochechas ainda quentes. - Mas concordo que ela me lembra eu pequena.

- Vocês duas roubaram todo o meu coração. - afirma sem vergonha. - Muita responsabilidade, não acha?

- Não se preocupe, esse é um cargo que consigo gerenciar e quando ela crescer, tenho certeza que vai ser uma melhor chefe do que eu. - sorrio. - E você também tem o meu coração... - murmuro.

- Chega, vou me deitar aí com você. - ele se levanta e lhe dou espaço para deitar atrás de mim. - Muito melhor. 

Seus braços me envolvem enquanto April continua freneticamente desenhando, sinto sua boca beijar o meu pescoço, mas não sinto dor, apenas um leve arrepio.


Notas Finais


Gente, hoje é meu aniversário uhuuu 2.0 saushauhsuahs

E depois do dia 22 vai ficar mais fácil postar capítulos ^^''

Obrigada pelo apoio!


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