1. Spirit Fanfics >
  2. O Cheiro da Lua >
  3. Ren

História O Cheiro da Lua - Ren


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Mais um capítulo para vocês e devo dizer que esse foi extremamente fofo haha

Boa leitura.

Capítulo 98 - Ren



Dois meses haviam se passado e não houveram mais ataques a alcateia, porém Triton continuaria sem trabalhar enquanto eu estivesse grávida, e dessa vez, pude sentir efeitos mais fortes nesta gravidez.

Não sei se foi pelos extresses daqueles meses ou se porque é um menino que vem dessa vez.

- Você está tão linda. - ouço sua voz e em seguida, vejo-o no reflexo do espelho. - Você sempre fica divina quando grávida.

- Eu estou bem mais gorda dessa vez. - começo a rir. - Não compreendo seu senso de beleza. - brinco.

- Você sabe do que estou falando, Kristine. - sua mão pousa na minha barriga. - Ele anda bem agitado, hein?

- Demais. - sinto uma alegria intensa, quase começo a chorar. - Deve estar perto...

- Patrick disse que seria no começo de outubro, certo? - ele pensa um pouco e diz. - Estamos no dia trinta de setembro, e se ele nascesse amanhã?

Começo a gargalhar, Triton sempre tão ansioso.

- Estou falando sério, poxa. - ele fingi chateado.

- Seria maravilhoso. - beijo sua bochecha. - Onde está a April?

- Com seus pais... - ele rosna baixinho. - Insistiram em levá-la um pouco na cidade.

- É bom para ela sair um pouco. - afirmo. - Sou eu que estou grávida, não ela.

- Pelo Amaterasu! - ele me olha assustado. - Nem quero imaginar a minha filha tendo um relacionamento quanto menos tendo filhos!

- Verdade, isso seria muito para você. - mordo seu pescoço. - Mas você sabe que existe a possibilidade, certo?

- Infelizmente, eu sei. - suspira. - E também sei que não quero vê-la sozinha pra sempre e que ela será muito feliz quando MAIS VELHA ter uma família.

- Mais velha uns trinta, como eu? - provoco-o.

- JAMAIS! - ele nega fortemente. - O nosso caso é diferente, Kristine, não ouse usar isso quando for me contar que a nossa filha está namorando.

- E o Ren? - é tão gostoso dizer o nome do nosso segundo filho que deixo a palavra se demorar em meus lábios.

- Ele é macho e vai ser dominante. - Triton ergue uma sobrancelha. - Não entendi a pergunta.

- Machista. - bufo e me viro de costas. - Não vou deixar ele ter a mesma antiga vida que a sua.

- E ele não terá. - abraça-me por trás. - Porque desde que te conheci, sou um lobo mudado, de uma loba só.

- Acho bom. - finjo ainda estar brava. 

Suas mãos me viram fazendo meus seios grudaram no seu peito, Triton sorri e me beija, no começo é como se ele fosse me engolir, um beijo possessivo e dominante, depois ele começa a suavizar, mas ainda tendo total controle do beijo.

Agarro seus braços e rosno de encontro aos seus lábios, enrosco os dedos em seu cabelo, que ele recentemente cortou. Sua mão me segura firmemente pelas costas enquanto a outra segura meu rosto, e mesmo quando nossas bocas se separaram, seu toque continua quente.

- Seus pais só voltam depois do pôr do sol. - comenta. - O que acha de irmos fazer um pique-nique na floresta?

- Jura? - fico surpresa.

- Sabia que você ía gostar. - ele me solta devagar.

- Vou arrumar...

- Já arrumei tudo. - ele morde meu lábio e me levanta com cuidado. - Vamos indo?

- Você é perfeito, sério. - lhe dou um beijo amassado e depois sou colocada de volta no chão.

Uns minutos depois, já estamos saindo de casa, caminhando em direção a floresta, meus pulmões se enchem com o cheiro da natureza, minha loba vibra ansiosa pelo passeio.

*

Escolhemos um dos meus lugares favoritos para colocar a toalha alaranjada, era um terreno razoavelmente plano e com lindas flores roxas e azuis. Triton estava sentado ao meu lado com o corpo levemente para trás.

Fecho os olhos e sinto a floresta se comunicar com a minha loba, sinto um beijo em minha bochecha e sorrio. Meu lobo está me olhando com seus intensos olhos caramelos, mando-lhe um beijo e ganho um sorriso avassalador.

- Assim você me mata, amor. - brinco.

- Nunca, meu anjo. - ele ri e beija minha bochecha outra vez. - O que acha de falarmos sobre o garotão?

Sua mão passeia pelo meu ventre, sigo seus movimentos com os olhos e depois fito seu rosto, Triton tem uma expressão de felicidade, ansiedade e curiosidade.

- Você acha que ele vai ser como? - pergunto.

- Gosto de deixar para a surpresa. - ele ri e me observa. - E você?

- Concordo com a surpresa. - rio um pouco. - E tenho certeza que você vai ensiná-lo a cuidar da irmã.

- Não só da irmã. - seus olhos me aquecem por dentro. - Ele terá uma mãe absurdamente linda para cuidar.

- Nem sou tão difícil de vigiar. - defendo-me. 

- É mais fácil controlar a April do que você. - revira os olhos.

- Espere até ela crescer. - balbucio.

- Eu ouvi e já estou me preparando para isso. - morde o lóbulo da minha orelha. - E vou ter o garotão para me ajudar.

- Você é tão coruja. - toco em seu rosto. - Mas amo o seu jeito dominante. - confesso.

- O que a gravidez pode fazer com uma loba. - ele sorri maliciosamente. - Está mesmo admitindo que gosta do meu jeito possessivo?

- Estou. - falo bem devagar.

Triton se arrepia e fecha os olhos enquanto respira bem fundo, seguro em sua mão e a coloco em minha barriga.

- Sua vez de confessar. - digo.

Ele avalia se estou mesmo falando sério e depois se vira de frente para mim, seus olhos estão fixos nos meus quando fala:

- Não sei como dizer ou explicar, mas em algumas situação eu acho a sua teimosia bem sexy.

- Gosto quando somos bem sinceros. - começo a rir e ele me acompanha. 

Ele funga o meu pescoço e me beija com cuidado, como se eu pudesse quebrar a qualquer instante. E talvez pudesse acontecer, já que estou tão sensível que todos os seus toques me deixam feliz e quente.

- Eu vou ser mais ciumenta que você... Eu acho. - afirmo quando nossas testas estão coladas, fazendo nossos narizes se tocarem.

- Por quê? - seu tom de voz é bem surpreso.

- Porque eu tenho muito ciúmes de você, e bem, Ren será nosso primeiro filho homem e... - fico sem saber explicar.

- Já peguei a ideia. - ele assente. - Sei bem como se sente.

- Às vezes, esqueço que você é técnico em ciúmes. - comento com um sorriso bobo.

- Sou ciumento mesmo, e você e os meus filhos são meus. - afirma me mostrando a língua. - Alguma objeção?

- Com certeza que não. - nego.

Triton me abraça e nos deita na toalha, beijo seu pescoço em seguida seus lábios, um sorriso se forma em sua boca. E enquanto estou ao seu lado, observando-o, sinto que preciso agradecê-lo.

- Obrigada por sempre estar ao meu lado. - digo de repente. - Se não fosse você, eu estaria sozinha e infeliz, e eu sei que não sou fácil de lidar, mas eu realmente tento ser mais forte e menos teimosa, só que às vezes tenho tantas sentimentos dentro de mim que fico confusa e só consigo pensar em estar junta das pessoas que eu amo e que eu faria de tudo para protegê-las, daria a minha vida para isso.

Só percebo que estou chorando quando sinto seu dedo secar algumas lágrimas de meu rosto.

- Sou uma idiota chorona, não é? - limpo as lágrimas.

- Longe disso. - sua voz é reconfortante assim como o carinho que me faz no rosto. - Você é sincera, Kristine, e isso é uma das suas melhores qualidades.

- Você acha mesmo? - pisco duas vezes, afastando as lágrimas seguintes. - Porque parece que eu sempre falo demais... e te deixo bravo.

- Você é sincera e sempre pensa nos outros antes de si mesma. - nós dois nos sentamos. - Não que seja ruim, mas às vezes você se coloca em perigo e isso sim me enfurece, e não o fato de você falar toda a verdade na minha cara.

Seus braços me oferecem um apoio enquanto me encaixo em seu colo.

- E você sabe que está sendo uma manteiga derretida por causa da gravidez. - ele sorri e beija a minha testa. - Mas não importa pra mim, porque eu vou te amar de todos os jeitos possíveis.

- Obrigada. - respiro fundo. - Mas pare de tentar me fazer chorar, só porque eu te amo muito.

Ele dá sua risada alta e me abraça com força, mas com cuidado para não me espremer. Deixo minha cabeça encostada em seu peito e fecho os olhos por alguns minutos, Triton mantém os lábios no topo da minha cabeça sem me pressionar para que fale algo ou faça algo.

- Também agradeço pela sua paciência. - dessa vez eu rio.

- Ah, se eu fosse agradecer tudo de bom que você me fez. - ele faz com que meus olhos o fitem. - Ficaria o ano inteiro listando os seus milagres.

- Nunca fiz milagres. - ergo uma sobrancelha.

- Nunca? - ele beijo o meu nariz. - Então você não me salvou? Porque eu era um lobo infeliz, dominante ao extremo, sem esperança e agressivo.

Observo-o por um longo instante, realmente, lembro-me que Triton tinha um cheiro bem forte de lobo dominante e que era muito triste e inseguro, isso ainda no começo do nosso relacionamento.

- Você me deu coragem de seguir em frente, Kristine. - afirmou. - Quando eu perdi meus pais, a minha vida perdeu todo o sentido, as pessoas perderam a utilidade pra mim. - explica. - Eu só queria esquecer que tudo aquilo tinha acontecido, só isso... Então eu baseei a minha vida em sexo e brigas.

Suas palavras me fizeram sentir dor, porém não por mim, e sim por ele. Quando perdi a minha tia, senti como se o mundo fosse acabar, e eu já era grande e tinha meus amigos, enquanto Triton era uma criança sem familiares ou amigos.

- Mas aí eu te encontrei e passei a entender que eu podia ser feliz, eu só precisava confiar em você. - comenta. - E foi o que fiz, e essa foi sem dúvida a melhor decisão de toda a minha vida.

- Eu vou chorar de novo. - sinto os olhos marejados.

- Não chore, meu amor. - sua voz manhosa me faz abraçá-lo com força.

- A culpa é sua por ser tão romântico. - resmungo. - E me fazer te amar tanto assim!

- Se fosse desse jeito, Kristine, você seria presa por roubar o meu coração, mas ainda seria libertada por me dar tanta felicidade em troca. - beija a minha testa e massageia o meu ventre.

E não consigo segurar, desato a chorar em seu peito, molhando toda a sua camiseta, mas ele não se importa, apenas me fala palavras doces enquanto vou levemente me acalmando.

*

Pensei que eles fossem brigar, depois daquele incidente, Travis e Triton nunca mais haviam se visto. Destiny pareceu dividir a minha preocupação e por sorte, nenhum de nós estava com os filhos.

Um minuto de silêncio se passou, Travis mantinha a pose de dominante, mas seu cheiro era de quem estava indeciso, já Triton estava tenso e seu cheiro parecia estar cada vez mais forte.

- Sei que pedir desculpas não vai fazer você confiar em mim de novo. - Travis diz com uma voz firme. - Mas você poderia pelo menos entender o que aconteceu...

- Kristine já me contou. - Triton o corta de modo rápido. - É fato que posso até aceitar as suas desculpas, mas não acho que confiarei em você de novo. - suas palavras são duras. - Entendo que seu instinto foi proteger a sua família, então espero que compreenda que o meu também é manter a minha segura...

Sua mão segura a minha com força, sei o quanto ele está se esforçando para não socar Travis aqui e agora. 

- Certo. - Travis diz por fim. - Sinto muito por ter te desapontado, Cerutti. - depois vira-se para mim. - E sinto de verdade por ter te deixado numa situação perigosa, Kristine.

Não consigo falar, apenas faço um simples aceno com a cabeça. 

- Cuidem-se. - Destiny sorri para mim e me manda um beijo, depois vira-se para ir embora com o seu lobo.

- Vocês também. - ficamos um tempo parados até que eles sumam.

Triton fecha os olhos e morde os lábios ao mesmo tempo que cerra o punho, fecho um de seus punhos em minhas mãos e espero que ele se controle, sei que isso acontece quando me olha nos olhos e vejo seu lindo e claro olhar caramelo.

- Estou orgulhosa de você. - beijo sua bochecha.

- Eu estou orgulhoso de mim mesmo. - admite. - Juro que faltou um milésimo para que eu voasse em cima dele.

- Mas você se manteve controlado e agora vai poder ganhar a recompensa. - brinco já rindo.

- Você está engraçada hoje, meu amor. - ele dá uma risada falsa. - Sorte a sua por ainda não podermos fazer sexo, porque eu iria fazer você implorar por mim.

Mostro-lhe a língua e puxo-o para frente, guiando-o de volta para a nossa casa.

- April já deve estar em casa. - ele comenta com um sorriso. - Já estou com saudade da nossa pequena.

- Nem me fale! - reclamo. - Mas é fácil pra você, ela sempre te dá o primeiro beijo.

- Ciúmes? - provoca-me ao me mordiscar o ombro.

- Um pouco... - coro violentamente. - Mas tudo bem, porque o Ren vai ser grudado em mim, tenho certeza.

- Concordo plenamente, fiz uma pesquisa que os Cerutti são fascinados e apaixonados por você. - afirma.

- Mas só por mim, certo? - sinto-me uma criança.

- Só por você, Kristine. - ele surge a minha frente e me beija longamente, afogando-me com todo o seu amor.

- Quero muito que ele nasça no dia primeiro. - lembro da sugestão de Triton. - Estou mais ansiosa que você, se isso for possível.

- Ahhh... Você não faz ideia de como eu quero que ele nasça e que você tenha a mesma rápida recuperação que teve da April. - seu olhar é fogoso e cheio de malícia.

- E como faremos com dois filhos? Não poderemos ser tão explícitos. - explico.

- Se eu tiver apenas três noite de amor com você por semana, eu fico satisfeito. - ergue as mãos como quem é inocente. 

- Eu fico imaginando o que essa sua cabeça está planejando para nós. - sorrio, apreciando a ideia.

- Meu amor, melhor guardar a surpresa até a sua hora. - ele ri alto novamente e continuamos o nosso caminho de volta.

*

Como esperávamos, April já estava em casa junto de meus pais.

- Papai e mamãe! - ela correu e agarrou uma perna de cada.

- Sentimos sua falta, panquequinha. - peguei-a no colo e a enchi de beijos.

Triton me puxou para mais perto e demorou seus lábios na bochecha de April.

- Minha pequena! - meu pai veio correndo me abraçar.

Eu e April começamos a rir, Jefferson era muito bobo, mas uma pessoa maravilhosa. Em seguida, senti algo entre as minhas pernas, meu irmão estava agarrado a mim e olhando para cima.

Entreguei April para o pai e peguei meu carente irmão no colo. April fez um bico, claramente com ciúmes, porém Triton a mordiscou, fazendo-a só se importar em obter a atenção do pai.

- Você está bem? - meu pai parecia estar avaliando se estava ferida.

- Estou bem. - respondi com um sorriso. - E vocês? E o meu lindo irmão?

-Estou feliz, Kris. - Steve sorriu e me abraçou com força. - E mamãe e papai também!

- Que bom que vocês chegaram! - minha mãe sorri, ela estava disfarçando, mas também estava extremamente preocupada.

Olhei para Triton pedindo por explicações, não havia contado nada a eles que pudessem tê-los preocupados, já que fazia tempo que nenhum acidente ocorrera.

- Eu tive de contar a eles sobre os ataques dos vampiros. - confessou sem desviar o olhar do meu.

O cheiro do meu pai e da minha mãe estavam me sufocante, era um nervosismos excessivo misturado com uma sede por mais informação.

- Parem com isso! - alertei-os. - Estão me sufocando. - falei com mais calma. - Eu estou ótimo, os ataques foram há semanas, e meu companheiro me protegeu.

Ouvi Triton grunhir, ele ainda achava que tinha falhado como nosso protetor. Dei-lhe um olhar intimidador, não gostava quando ele se rebaixava na frente dos outros.

- Nos desculpe, filha. - minha mãe dificilmente me chamava de filha, e isso foi o suficiente para me acalmar.

- Eu que peço desculpas, extrapolei. - sorri levemente. - Mas então o que teremos para o jantar?

- Sopa com macarrão dentro! - April gritou alegremente.

Triton voltou a sorrir e colocou-a gentilmente no chão, depois me ofereceu um olhar de desculpas, deixei Steve no chão e esperei que todos estivessem distraídos para aproximar-me dele.

- Não fique se castigando por essas coisas, por favor. - pedi com um sorriso sincero no rosto. - Você é o meu lobo, e eu sou a sua loba, doí ver você sofrendo.

Cautelosamente, minha mão tocou em seu rosto, Triton fechou os olhos e se aproximou, deixando nossos narizes se tocarem, então eu o beijei. 

- Você tem razão, eu sou seu e você é apenas minha, e agora que temos a nossa família... Tenho de começar a pensar no presente e futuro. - seus olhos se abriram, mostrando um brilho de compreensão e ansiedade. - Ele poderia muito bem nascer amanhã.

- Fico feliz que tenha compreendido, Triton Cerutti. - era gostoso deixar o seu nome completo sair de minha boca.

- Eu também. - murmurou e me beijou, dessa vez foi um beijo demorado.

*

Meus pais nunca dormiam em casa, eles se hospedavam num hotel que ficava relativamente perto de Madoch. De certo modo, era mais seguro que eles dormissem num hotel, já que Triton era um lobo mais dominante que meu pai.

- Hora do banho! - April me puxava até a banheira. 

- É raro crianças lupinas gostarem de banho. - Triton comentou em meu ouvido. - Eu vou limpar a cozinha enquanto vocês se divertem. - disse mais alto para que April escutasse. - Obedeça a mamãe, hein?

April estufou o pequeno peito e fez que sim, ferozmente, com a cabeça.

- Essa é a minha garota. - ele lhe afagou os cabelos, e depois saiu.

- Vou fica cheirosa? - April jogou a cabeça para o lado e me olhou fazendo cara de pidona.

- Tão cheirosa que papai vai ficar louco por você. - brinquei e isso a fez rir animada.

Depois de tirar a roupa, verifiquei que a água da banheira já estava adequada, coloquei April dentro da banheira. A pequena ficava toda coberta, exceto pela cabeça.

- O que acha de cheiro de morango? - sugeri, mostrando-lhe o shampoo e condicionador.

- Morango! - ela bateu na água, espirrando um pouco de água em mim e no chão do banheiro. - Ops. - e colocou a mão na boca.

- Eu vou lhe fazer cócegas. - sorri.

Dito e feito, April ria enquanto minha mão lhe cutucava a barriga, depois de um tempo, eu parei, mas continuávamos rindo.

- Hora de lavar esse cabelo. - afirmei.

April ficou brincando com um porquinho de borracha enquanto eu lavava o seu cabelo, terminado, ela se levantou e deixou que eu ensaboasse todo o seu pequeno corpo, e por fim, ela quis ficar uns minutos brincando na água.

Apenas com os braços na água, fiquei a observando e às vezes fazia uma voz de brincadeira, como se fosse o porco de brinquedo. 

- Sabia que não podia deixá-las sozinhas. - Triton estava encostado na porta.

Como ele a havia aberto e fechado sem notarmos?

- Papai! Eu tô cheirosa? - ela se levantou com um enorme sorriso no rosto e o porco em uma mãe.

Triton deu aquele sorriso, que o deixa irresistível, e se aproximou de nós.

- April, minha linda, você é a loba que está deliciosamente cheirando a morango? - piscou para mim.

- Sou eu! - ela ergueu a mão e começou a pular na banheira, deixando-me inteiramente molhada.

- Cuidado, April. - Triton rapidamente a tirara da banheira. - Você pode cair e se machucar, meu amor. - sua voz não estava brava.

Levantei-me e coloquei a toalha em cima da pequena, depois deu um beijo rápido em meu lobo e comecei a tirar a roupa molhada.

- Você pode secá-la, por favor? - pedi, pois tinha de me trocar antes que pudesse pegar algum resfriado.

- Claro. - ele sorriu e colocou April em pé num banquinho. - Você quer que eu pegue seu pijama?

- Não se preocupe, eu pego. - assenti e passei por eles, apertei com cuidado a bochecha de April. - Mamãe vai estar esperando vocês na cama.

- Tá! - ela sorriu e me mandou um beijo. - Já vou, mamãe.

- E eu não ganho nada? - Triton fez um barulho rouco com a garganta.

- Ganha um beijo meu! - April se jogou nele e deu um beijo em seus lábios. - É assim que a mamãe faz!

- Então foi a mamãe quem te ensinou? - a voz dele parecia mais assassina do que calma agora.

- Não. - ela respondeu. - Eu vi você e a mamãe se beijando assim, e o papai é meu, e mamãe também é minha, então também posso! - ela estava se enrolando toda com as palavras.

- Claro, meu anjo, desde que prometa pro papai que só vai fazer isso com a mamãe e o papai. - seu sorriso era de um pai coruja com ciúmes avançado.

- Ninguém vai segurá-la no futuro. - meio que assobiei enquanto saia do banheiro.

- Eu ouvi. - Triton rosna, em seguida liga o secador.

Olhei em cima da cama e encontrei meu pijama e meias, Triton estava sendo o lobo dominante mais gentil que eu conhecera. Visto-o colocando as meias em sequência, quando terminei, April saiu correndo do banheiro.

Seu cabelo estava no ombro e tinha a mesma coloração do cabelo do pai, seus pequenos olhos azuis me lembravam a mim mesma quando criança. Com agilidade, April pulou na cama e sentou no meu colo.

- Ei, Ren. - ela encostou o ouvido na minha barriga. - Quando você vai vir brincar comigo?

Triton saiu do banheiro e a observou com carinho, nós três estávamos muitos ansiosos pela chegada do novo membro.

- Mamãe, ele vai demorar muito? - seu beicinho era uma provocação.

- Não, minha pequena. - acariciei seu cabelo sentindo como era liso e sedoso.

Quando olhei-o novamente, Triton já estava de pijama, ele sorriu para mim e se sentou ao meu lado. Deu um beijo em minha bochecha e nos puxou para o seu colo.

April continuou com o ouvido em minha barriga, tentando se comunicar com o seu irmão.

- Papai, todos os bebês ficam na mamãe? - sua pergunta o pegou de surpresa.

- Todos os nossos bebês ficam. - respondeu enquanto suas mãos corriam até o meu ventre.

- Então eu também deixei a mamãe fofinha? - ela sorriu orgulhosa de si mesma. - Mamãe é forte!

Não sabíamos de onde ela tinha tirado essa conclusão, porém estávamos de acordo.

- Mas mamãe... Como eu saí? - April fez uma cara confusa e ficou me encarando.

- Existe uma passagem secreta que só os bebês sabem. - pisquei para ela.

- Ohhhhhh! - ela bateu palmas. 

Triton me apertou mais contra si, senti seu lobo ansiar pelo nosso contato, na gravidez da April, seu lobo ía ficando cada vez mais ansioso e mais desesperado por me ter por perto.

- Papai. - ela o chamou e quando ele a fitou, continuou. - Mas como eu entrei na mamãe?

Ainda bem que ela havia perguntado isso ao pai, que ficou extremamente vermelho sem saber como explicar.

- Bom... Digamos que a natureza nos ajudou a ter você, pequena. - ele sorriu, tentando disfarçar o nervosismo.

- Tá. - ela aceitou e voltou a se concentrar em seu irmão.

- Muito bem, papai. - provoquei-o mordendo o lábio.

- Linda. - ele sussurrou e me beijou. - E minha. - sua voz me aqueceu deixando todo o meu corpo mais sensível aos seus toques.

- Safado. - beijei seu pescoço. - Meu lobo safado.

Triton riu fazendo April nos observar, suas pequenas mãos estavam colocadas em minha barriga, seus olhinhos piscavam várias vezes até que ela decidiu falar.

- É que o Steve disse que o vovô contou a ele que os bebês podem aparecer quando um lobo e uma loba passam uma noite de prazer. - April comentou como se não fosse nada. - Então a natureza ajuda que eles tenham essa noite?

Triton teve de respirar muito fundo para não deixar seu lobo tomar o controle e ir até o hotel dos meus pais.

- Isso mesmo, querida. - sorri do melhor jeito possível. - Vovô sabe de muita coisa, não é?

Forcei-me a não trincar os dentes, Jefferson continuava sendo um bobo e tagarela. De repente, April bocejou e esfregou os olhos.

- Quero mimi. - falou mole.

Nos entreolhamos, sai do colo de Triton e fui colocá-la em seu berço, demorou menos de cinco segundos para que ela dormisse.


Notas Finais


E ai pessoal, o que acharam da fofura do casal?

E quem acha que o Ren nasce ainda dia 30 ou dia primeiro?

Obrigada pelo apoio.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...