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História O começo de tudo - Viviane na Diagon Alley


Escrita por: Kitty-Batsky

Notas do Autor


Diagon Alley, imagem do Pottermore

Capítulo 3 - Viviane na Diagon Alley


Fanfic / Fanfiction O começo de tudo - Viviane na Diagon Alley

Inclinada sobre o parapeito da janela do meu quarto, esperava ansiosamente a vinda de Dumbledore. Quando finalmente o vi aparecer do nada, com um estalido que assustou a minha mãe e a fez deixar cair a roupa lavada no meio da lama, eu precipitei-me pelas escadas e corri para fora, onde Dumbledore tentava ajudar a minha mãe com o desastre que causara enquanto que a minha mãe ajuntava à pressa a roupa às ar recuas e ia dizendo: - Nada de magia, nada de magia!

Quando me viu, Dumbledore disse com um sorriso.

- Aqui está a futura aluna de Hogwarts! Desculpem o atraso, tive uma reunião com o ministro da magia e quando Cornelios Fudge começa a pavonear-se não há quem consiga despachá-lo a tempo. Até parece que o regresso do Harry Potter ao mundo dos feiticeiros é mérito dele.

- Quem? – Perguntei.

- Ah, claro, esqueci-me de que não sabes quase nada. Eu vou explicando-te pelo caminho.

- A Diagon-Al fica aonde?

- Em Londres! Acho melhor irmos de metro para darmos menos nas vistas.

Eu fiquei um pouco desapontada por não podermos ir a voar ou por qualquer outras artes mágicas e estive para acrescentar que a maneira como Dumbledore estava vestido (manto púrpura até aos pés) iria chamar muito mais a atenção do que desaparecermos dum lugar para aparecermos no outro.

- Que história era aquela de Harry Potter? – Perguntei a Dumbledore mal chegámos à estação.

- É uma longa história! Existiu há muitos anos um feiticeiro muito cruel que fez feitos horríveis e matou muitas pessoas, feiticeiros e também Muggles. E, apesar de muitos feiticeiros experientes terem tentado travá-lo quem o conseguiu foi um bebé de nome Harry Potter. Consta que Voldemort tentou matá-lo mas o feitiço acabou por virar-se contra o feiticeiro.

- Não percebi muito bem…

- Ninguém percebe! O que aconteceu naquela noite é um mistério.

- Esse tal Voldemort, ele andou em Hogwarts?

- Sim, eu conheci-o quando ele ainda era pequeno. Ah, e tem em mente que muitos feiticeiros não gostam de chamá-lo de Voldemort, ainda têm muito medo, mas tratam-no por Quem-nós-sabemos ou Aquele-cujo-nome-não-deve-ser-pronunciado.

Ao chegarmos a Londres, Dumbledore dirigiu-se a um pequeno bar de aspecto miserável de nome «caldeirão escoante». Era frequentado por feiticeiros pois todos cumprimentaram Dumbledore vivamente.

Dumbledore e eu fomos até às traseiras do Caldeirão escoante, e eu fiquei a observar enquanto Dumbledore batia três vezes com a varinha no muro que encerrava o beco. Esfreguei os olhos para verificar se aquilo que eu via estava mesmo a acontecer. O muro estava a mover-se. Abriu-se completamente até formar um arco.

De repente, Dumbledore pareceu lembrar-se de algo importante, verificou as horas e disse-me:

- Tenho que estar em Hogwarts daqui a dez minutos para receber algo muito importante.

- O quê?

- É segredo! Não posso contar!

Ele parecia divertido com a minha cara de curiosidade e frustração.

Ao vê-lo dar meia volta, tentei retê-lo já com o pânico a invadir-me.

- Mas Dumbledore… eu não sei como é que…

- Basta perguntares! Aqui tens algum dinheiro, mas pede sempre que possível materiais em segunda mão. A varinha precisarás de uma nova. E aqui tens a tua lista. – Apressou-se a entregar-me a carta que dera à minha mãe e que continha a lista dos materiais.

- Boa sorte! – Disse antes de desaparecer com um estalido.

E eu fiquei sozinha e imóvel até começar a ouvir o arco do muro a fechar-se e obriguei-me a entrar na Diagon-Al enquanto podia. Afinal, do que diferia a Diagon-Al da floresta onde passeava sozinha todos os dias?

Eu nunca tinha visto uma rua movimentada com muitas lojas, mas duvidava que alguma fosse como aquela. Podia ficar o dia inteiro a explorar toda a Diagon-Al mas sabia que tinha que me despachar, comprar os materiais. Primeiro os caldeirões, que era logo a primeira loja «Caldeirões – todos os tamanhos – Cobre, Bronze, Liga de Estanho, Prata – Auto misturadores, Desmontáveis.»

Consultei a minha lista que pedia um caldeirão de chumbo (tamanho 2). Não era assim tão difícil. Bastava dizer que era para Hogwarts que os respectivos donos das lojas acompanhavam-me e ajudavam-me a escolher os materiais.

Consegui todos os materiais em segunda mão, menos a varinha e alguns ingredientes básicos para poções. O Boticário era uma loja tão estranha, cheirava muito mal, mas os ingredientes que estavam lá expostos: Chifres de unicórnio, por exemplo. Eu não sabia que existiam unicórnios.

O inconveniente de ter materiais em segunda mão é o estado de uso deles. Os meus livros estavam quase todos riscados e levemente amachucados, o caldeirão desgasto e alguns materiais a precisar de uns reparos ligeiros para funcionarem a 100%. 

Grande foi a tentação de comprar um animal de estimação que pudesse levar para Hogwarts ao passar pela loja de animais (uma lojinha escura, onde os animais falavam uns com os outros animadamente). Fiquei tanto tempo a ouvir a conversa deles que perdi um pouco a noção do tempo e quando fui comprar a varinha já era um pouco tarde.

Quando entrei na loja, Mr.Ollivander, um senhor de idade com olhos grandes e muito claros veio atender-me.

- Boa tarde!

- Boa tarde, eu queria uma varinha para Hogwarts. – Disse, subitamente pouco à vontade.

Em todos os lugares aonde fora, haviam sempre montes de gente a fazerem o mesmo que eu e perguntei-me por que ali seria diferente.

- Oh, sim, claro! – Mr.Ollivander aproximou-se e ficou a observar-me atentamente. – Qual é mesmo o seu nome?

- Viviane Melmarine!

- Não conheço os teus pais, presumo…

- Não, eu sou a única feiticeira da família!

Mr.Ollivander começou a escolher algumas varinhas enquanto murmurava.

- Curioso. Esses olhos não me são estranhos! Mas provavelmente não seria… claro que não. – De repente voltou-se de novo para mim e explicou rapidamente. – Todas as varinhas Ollivander têm o núcleo de uma substância mágica. Usamos pêlos de unicórnio, plumagem da cauda de Fénix e tendões de coração de dragão. Todas as varinhas são diferentes umas das outras.

Experimentei e voltei a experimentar todas as varinhas da loja de Mr.Ollivander. Abrunheiro, salgueiro, pinheiro, Álamo, azevinho, castanheiro, Mogno, faia, Bordo, Ébano …

Nenhuma delas parecia contentar Mr.Ollivander. Por fim, desistiu.

- Mrs.Melmarine, tem a certeza que é mesmo uma feiticeira?  

Eu senti o coração cair-me aos pés. E a verdade atingiu-me como um raio. Tinha havido um tremendo engano! Eu não era feiticeira coisíssima nenhuma!

«E agora?» Era a única pergunta que me passava pela cabeça. Fiquei sentada na única cadeira que havia na loja, com uma sensação de irrealidade a apoderar-se de mim. Via as pessoas a passarem com os respectivos materiais, felizes e a conversarem. Perguntei-me, a medo, o que me iriam fazer agora que sabia da existência de tudo isto.

Dumbledore chegou quando todas as lojas já estavam fechadas e pediu para falar em particular com Mr.Ollivander.

Fecharam-se os dois no armazém das varinhas. Eu hesitei, mas acabei por me levantar e encostar o meu ouvido à porta, vencida pela minha curiosidade. O que ouvi deixou-me muito intrigada:

- Ela não pode ser uma feiticeira! Nenhuma varinha a escolheu! Cometeram decerto um engano! Devemos mandá-la de novo para casa! – Dizia Ollivander, muito convicto das suas palavras.

- Eu acredito que ela seja uma feiticeira! Contudo, dotada de algumas.... peculiaridades. Experimentaste todas as combinações de varinhas?

- Sim!

- Mesmo todas? E que tal uma nova combinação? Uma varinha de cerejeira com núcleo de pêlo de unicórnio.

- Isso é uma combinação tão invulgar, Dumbledore! Nunca ninguém…

- Pois ela poderia ser a primeira! Afinal, é a única feiticeira da família, não é verdade?

- Sei não… conheço aqueles olhos, não são fáceis de esquecer.

- Sim, eu sei o que queres dizer!

- Sabes quem é?

- Eu tenho uma leve desconfiança! Mas é improvável! Ela tem uma família e não tem qualquer ligação com quem eu estou a pensar. Mas, a menina espera pela sua varinha. Ah, e antes de mais nada, eu aconselho a que o pêlo de unicórnio seja dourado.

- De um recém-nascido? Mas, qual é a diferença?

- Não disseste que o núcleo e a varinha não combinavam? Assim, cria-se totalmente um novo tipo de varinha. Acho que fizeste uma assim, certa vez…

- Quando era pequeno! Mas o meu pai disse que tal varinha nunca iria combinar com nenhum feiticeiro ou feiticeira e o meu pai era o melhor no que fazia.

- Então é tempo de fazeres uso da tal varinha e confirmares as convicções do teu pai. O que seria do mundo sem um pouco de ousadia?

Ouvi passos que se aproximavam da porta. Recuei e fui sentar-me de cabeça baixa na cadeira.

- Nós resolvemos dar-te mais uma oportunidade! – Disse Dumbledore com o seu habitual sorriso encorajador.

Ollivander chegou com uma varinha que, aos meus olhos, me pareceu a mais bonita. Lisa, macia, brilhava como se tivesse uma aura dourada em volta.

Revirei-a nas mãos algumas vezes.

- Bem, eu sabia que não resultaria. – Disse Ollivander, retirando-me a varinha bruscamente das mãos.

- Eu gosto dela! – Disse tentando recuperá-la. – É a única varinha que brilha…

Dumbledore e Ollivander viraram-se mal ouviram estas palavras.

- Tu consegues vê-la brilhar? – Perguntou Dumbledore.

Eu acenei. O meu coração encheu-se novamente de esperança.

- Vendida! Cerejeira e pêlo de unicórnio recém-nascido, 20 centímetros, macia e extremamente flexível. Fiel a um único feiticeiro ou feiticeira não funciona de maneira nenhuma com outro.

Apesar de termos finalmente encontrado a varinha ideal, Mr.Ollivander não parecia muito feliz.

- Boa noite, Ollivander! – Despediu-se Dumbledore ao sairmos da loja. Depois acrescentou. – E não fiques triste! Podes sempre fazer mais uma varinha igual. Não é o mesmo que uma primeira obra, mas ajuda a recompores-te.

Fiquei impressionada com o tempo que tinha demorado na loja de Mr.Ollivander. Quando Dumbledore me foi deixar em casa já era manhã e tive que, antes de poder dormir um pouco, acalmar a minha mãe que já estava a descabelar-se pela casa toda numa preocupação desmedida desde as seis da tarde.

- Oh, mãe! Eu vou passar vários meses em Hogwarts sem poder vir a casa. Tens de te habituar.

- Podias ao menos ter enviado uma carta, ou uma mensagem, sei lá!

- Eu não tenho coruja! Mas em Hogwarts existem algumas para uso público. Assim, eu poderei sempre comunicar convosco. Vou enviar-vos também alguma comida. Afinal, a despesa que eu causei tem que ser compensada de alguma forma.

- Que é isso?! Sempre é menos uma para alimentar! Nós ficamos bem, mas se puderes… eu e a Maria não nos opúnhamos se tu mandasses alguma fruta, frango, pão e …

- Bolo de chocolate! – Acrescentou logo Maria que descia as escadas meio ensonada mas já muito atenta.


Notas Finais


Música capitular – How does it feel (Avril Lavigne)

Só queria dizer que realmente varinha de cerejeira e pelo de unicórnio não é rara. Eu estive a pesquisar no Pottermore e parece que todo o tipo de varinhas já existe. Mas nunca ouvi falar de alguma varinha com núcleo de pelo de unicórnio dourado (enfim, algo original).
Já agora, só por curiosidade, a minha varinha é de espinheiro e pelo de unicórnio no Pottermore (sim, igual à do Draco, foi uma grande coincidência).

Espero que estejam a gostar, até ao próximo capítulo...


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