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História O começo de tudo - O livro de Poções rasgado


Escrita por: Kitty-Batsky

Notas do Autor


Caramel Kitty muito triste - As férias acabam este domingo e só vou voltar a ter sossego a 5 de Abril quando começarem as férias da Páscoa que acabam a dia 21. Mesmo assim duas semanas não é muito. É o mesmo que as férias do Natal. Mal posso esperar pelas férias de Verão (que corresponde ao Inverno no Brasil), as chamadas férias grandes (cerca de 2 meses e meio).
Mas o propósito disto tudo é: se em tempo de aulas conseguir postar 2 capítulos por fim de semana já é uma sorte... sendo assim, conclusão suprema, as postagens vão ficar mais lentas.

Capítulo 8 - O livro de Poções rasgado


Fanfic / Fanfiction O começo de tudo - O livro de Poções rasgado

A minha vida como feiticeira não está a correr como eu esperava. Feitiços…nem sombras, voar… nem pensar nisso. Parece que a única disciplina a que sou realmente boa é a poções, por mais incrível que pareça. Sou a melhor na disciplina que eu menos gosto. Mas também… com o Draco e o Snape na mesma sala, quem não odiaria essas aulas?

Uma manhã, a professora McGonagall impediu-me de sair da sala até eu conseguir realizar um feitiço básico. A intenção dela era boa, afinal, talvez eu precise de um pequeno incentivo. Mas como tudo o que já tentara até então, nem uma faísca saiu da ponta da minha varinha.

Saí da sala cabisbaixa e a arrastar os pés quando vejo Hermione correr na minha direção.

- Viviane, onde é que tu estavas? O horário do almoço já acabou! Temos de ir para a aula de Poções!

Eu suspirei desanimada. Estava cheia de fome! Pelo caminho até às masmorras, passei pelo grande salão e surripiei uma maçã que ainda sobrara da sobremesa.

Levava todos os livros do dia nas mãos (não tivera tempo de os deixar no dormitório dos Gryffindor) e por isso era-me difícil comer a maçã. Mal tinha dado uma dentada, quando a deixei cair e, ao tentar apanhá-la, os livros espalharam-se todos pelo chão.

«Mais esta agora!»

- Viviane, queres ajuda? – Perguntou Harry que se juntara a mim e a Hermione a meio caminho para as masmorras, assim como Ron.

- Não, vão andando! Já estamos atrasados para a aula, eu ajunto isto num instante e alcanço-vos em alguns minutos. – Respondi apanhando os livros apressadamente, mas com cuidado para não amachucar ainda mais as páginas.

Mal eles desapareceram na esquina estava eu quase a apanhar todos os livros. Mas quando ia ajuntar o de Poções, este foi erguido do chão por alguém.

- Quer dizer que além de seres uma sangue de lama, és pobre! – Disse uma voz que eu não tive qualquer dificuldade em reconhecer. 

Draco estava de pé, à minha frente, com aquele sorriso de desdém tão típico dele, olhando as páginas amareladas e escritas nas bermas.

- Devolve-me o meu livro, Draco! – Ordenei.

O dia já estava a correr-me mal o bastante sem o Draco a atrapalhar.

- Por que motivo? Não vais precisar dele quando fores expulsa de Hogwarts por incompetência. – Provocou atirando o livro ao ar e voltando a apanhá-lo, sempre por pouco.

Baixei os olhos para o chão. Por que é que Draco conseguia sempre fazer-me sentir um lixo?

- Tens todos os defeitos juntos! A pobreza dos Weasley, a estupidez do Longbottom, ainda por cima, és uma sangue de lama! Nem devias estar em Hogwarts. É por isso que digo que vais ser expulsa não tarda muito. Mesmo o Dumbledore não vai conseguir manter-te aqui por muito tempo. Esta escola é para feiticeiros de verdade, não para gente como tu. Se não fosse Dumbledore o director, já alguém teria mandado embora todos os sangues de lama. De todos os sangues de lama desta escola, tu és a que mais odeio…

À medida que ele falava, comecei a tomar coragem para lhe dizer algo que devia ter dito há muito tempo. Era muito injusto que um arrogantezinho como ele continuasse a maltratar os outros feiticeiros, achando-se o melhor por ser puro-sangue e nadar em piscinas de ouro mágico. Ele estava a irritar-me demais hoje, eu sei que posso não ser a melhor feiticeira, mas ele escolheu o dia errado para me atirar isso à cara.

- Pelo menos não sou arrogante e mimada! – Interrompi-o.

O sorrisinho malicioso no rosto de Draco desapareceu.

- O que é que disseste? – Perguntou ameaçadoramente.

- Que és um arrogante, mimado e ainda acrescento covarde, que não consegue fazer nada sem a ajuda dos seus guarda-costas e do seu paizinho.

Draco levantou o livro de Poções bem alto e fez um gesto que ameaçava cortá-lo ao meio.

- Não! – Gritei, tentando alcançar o livro.

- Retira o que disseste, sangue de lama nojenta!

Eu de imediato parei de tentar recuperar o livro e fiquei parada a fitá-lo, zangada. Disse, disse, não iria voltar com a minha palavra atrás. Era verdade, de qualquer maneira!

- Nunca! – Respondi finalmente.

Draco não esteve com meias medidas. Rasgou o livro ao meio e depois uma segunda vez e ainda mais uma terceira mesmo à minha frente. Depois de reduzir o livro a pedacinhos, Draco atirou os restos, violentamente, à minha cara. Eu coloquei de imediato as mãos à frente do rosto, por isso a maior parte dos pedaços caiu no chão.

- Se o meu pai ficar a saber do que me chamaste, ele vem cá à escola e faz com que sejas imediatamente expulsa! – Disse ainda antes de se afastar.

Tal qual eu dissera! Mimado e filhinho do papai!

Demorei muito tempo a ajuntar todos os papéis do chão e ainda mais a recuperar os que se tinham prendido no meu cabelo.

Mas que ódio daquele arrogantezinho! Ele deve achar que arranjar um livro de Poções é fácil na minha situação. Ele não deve ter mesmo a noção de quanto sacrifício a minha família fez para conseguir arranjar os meus materiais, mesmo a maioria sendo em segunda mão. O pai dele, provavelmente, pode comprar duzentos livros de Poções novinhos em folha sem nem sequer cortar nos brinquedos do filho. Ele deve ser daqueles rapazinhos que podem comprar tudo o que vêem.

Quando cheguei à aula de Poções, aconteceu algo que ainda me revoltou mais.

- A aula já começou há dez minutos, Mrs.Melmarine. – Fez notar Snape friamente mal entrei na sala.

- Desculpe, professor.

- Dez pontos a menos para os Gryffindor. E vá para o seu lugar!

Eu sentei-me indisposta.

- Vamos aprender hoje uma poção básica que está na página 26 do vosso manual.

Eu olhei para a mesa fixamente, esperando que Snape não reparasse em mim, enquanto todos os outros abriam os livros.

- Viviane Melmarine, por que não está a abrir o livro na página 26?  

Eu pensei de imediato em mil desculpas, mil maneiras de responder ao professor, mas acabei por decidir responder a verdade pura.

- O Draco rasgou-me o meu livro, professor! – Disse, muito calmamente, não olhando para o alvo da minha acusação.

- O Malfoy rasgou-te o teu livro? E que provas tens tu disso?

Eu espalhei pelo tampo da mesa os pedaços de papel do meu livro, que estava quase irreconhecível.

- Mais 5 pontos a menos para os Gryffindor por não manter os materiais da disciplina em condições. – Disse Snape novamente, com um tom de voz mesquinho.

Eu controlei-me o mais possível para não começar a argumentar com o professor. Sabia que qualquer coisa que dissesse iria pesar a favor dele e de Draco.

Levantei-me da minha mesa e, passando pela mesa de Draco, Crabbe e Goyle que riam baixinho, dirigi-me à mesa de Hermione.

- O que está a fazer, Mrs.Melmarine? – Perguntou Snape num tom de voz que fez uma aranha cair do tecto.

- Não tenho livro, por isso vou pedir à Hermione se podemos partilhar o dela. – Expliquei pausadamente. Um nó na garganta formou-se-me quando vi que Snape não estava com quaisquer intenções de me deixar ver a matéria pelo livro de Hermione.

- Ninguém lhe deu autorização para tal! Volte para o seu lugar!

Eu arrastei-me para a minha carteira.

- E porque não estão todos a trabalhar? Eu já mandei começarem a fazer a poção da página 26: a poção soluçante.

Eu levantei a mão.

Snape após longos 10 minutos resolveu reparar em mim.

- O que quer, Mrs.Melmarine?

- Como é que eu vou fazer a poção, se não tenho as instruções?

- Tivesse pensado nisso antes de me aparecer aqui com o manual estragado. Já que no final da aula não vai ter poção para apresentar, calculo que a nota justa a dar seja 0. É melhor resolver rápido esse problemazinho antes que baixe ainda mais a nota.

Tentei não olhar para Draco, Crabbe e Goyle que riam perdidamente.

Passei o resto da aula amuada, imaginando Draco e Snape dentro de um caldeirão de água a ferver. No entanto, prestava atenção no que os outros alunos faziam para tentar perceber como se fazia a poção, para não ficar tão atrasada na matéria.

- Eu odeio-os tanto! O Draco e o Snape! Nem consigo decidir de quem gosto menos. – Disse para Harry, Ron e Hermione no final da aula.

- A quem o dizes! – Exclamaram Harry e Ron em uníssono.

- Podemos parar de falar do Malfoy e do Snape? – Pediu Hermione, que já estava farta das minhas reclamações.

- Eu tenho treino de Quidditch, agora! – Informou Harry. – Vou ter convosco à sala comum mais tarde.

- Posso ver o teu treino de Quidditch, Harry? – Perguntei, um pouco corada quando a minha última tentativa para me aguentar em cima da vassoura me veio à memória. 

Claro que não consegui aprender grande coisa, porque não conseguia parar de pensar no arrogante e mimado do Draco. A vontade que eu tinha de, sei lá, atirá-lo para uma poça de água, ou algo do tipo.

Depois desse dia, será escusado dizer que nada nunca mais voltou a ser como dantes. Draco, possivelmente, esperava que eu, após ele ter-me rasgado o livro, castigando-me pela insolência de lhe responder, voltasse a baixar a cabeça e acatar os seus insultos. Pois bem, não, nunca mais o fiz. Muito pelo contrário.

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- Vai para a tua barraca no mundo dos Muggles, sua sangue de lama miserável!

- Nem penses, seu filhinho do papai. Se te incomoda, então eu vou ficar mesmo aqui! Porquê, vais fazer queixa de mim, é?

- Tu nem mereces isso, sangue de lama nojenta e inútil. Até os professores já sabem que és um zero à esquerda. Não tarda nada até o bobo do Dumbledore terá que admitir isso.

- Sim, porque tu és o melhor, não é verdade? Qual é a sensação de ser ultrapassado nas aulas por uma filha de Muggles como a Hermione e na popularidade e em Quidditch pelo Harry? É que, a sério, se te achas assim tão importante… afinal, és melhor em quê?

- É inútil tentar explicar essas complexidades para alguém com o cérebro tão diminuto como o teu! É incrível, tu sequer sabes ler, ou não passas de uma analfabeta?

- Eu fui educada em casa!

- É mesmo, e a tua mãe Muggle percebe alguma coisa para te ensinar? Pelos vistos não, os Muggles são ainda mais burrinhos que os sangues de lama.

- Ora, vai mas é contar moedas, que pelo jeito tens muitas. Pelo menos enquanto estás a contar o teu dinheirinho, não chateias os outros. Tens algum amigo de verdade ou é tudo por interesse? Lembra-te que o Crabbe e o Goyle não contam! São teus guarda-costas, parece-me mais um emprego.

- E tu? Tens algum amigo de verdade? Pois, penso que não! Está tudo com dó de ti por causa da tua situação que, pelos vistos, não pode piorar. Não passa disso! Toda a gente que te rodeia, é pena! Estão todos só com pena de ti! E os olhares que te deitam, que nojo! Ficam todos babados, fazes o tipo de cachorrinho deficiente que todos querem abrigar da chuva. Se queres saber, és estranha!

- Porquê? Estás com ciúmes porque até eu sou mais popular do que tu, não é mesmo?

- Vais ver! Daqui a algumas semanas vais deixar de ser a anjinha que caiu do céu com os seus olhinhos amarelos que coitadinha, é pobrezinha e precisa de ajuda. Ora, vê mas é se te vais embora! Esta escola já está a transbordar de gentinha como tu!

- Tenho duas coisas para te dizer! Primeira, os meus olhos são dourados e não amarelos! E segunda, vai pentear trolls, seu invejoso, egoísta e sobretudo mimado, convencido e… se eu continuar a lista vou ficar aqui o dia inteiro, aliás, a semana inteira e como tenho mais que fazer...

- Então porque andas sempre a discutir comigo, sua demente mental, se achas que é uma perda de tempo? Vai mas é aprender a ler!  

Nesse momento, geralmente, a Granger intervinha:

- Viviane, queres ir para a biblioteca estudar, ou não? É que se preferires ficar por aqui, eu vou andando e depois tu vais lá ter.

- Não, não, eu vou contigo, espera! Não percamos mais tempo com esta gente.

- Estás a tentar da uma de superior é, sangue de lama? Não consegues imitar-me!

- E quem diz que eu quero te imitar! Era preciso que eu fosse completamente maluca! Eu sou original e autêntica! Não sou como tu! Rapazinhos do teu tipo, estão por aí, às manadas, quer dizer, aos bandos.

- Tu és maluca, ainda não reparaste? Bem, é claro, os malucos nunca admitem que o são! Bem, vou tentar não contrariar! Gostas de animais?

- Bem, sim, depende! Há alguns Burros com quem eu implico um bocadinho porque Eles são muito teimosos.

- Eu sei muito bem a quem te referes, maldita!

- Eu não disse nada! Identificas-te, é?

- Vai ter com os teus amigos porcos! Eles decerto não se importam que tenhas sangue de lama!

- Hermione, aonde vais?

- Para a biblioteca! Vemo-nos depois, está bem?

- Até a Granger não suporta ficar perto de ti, já viste bem?

- Ela não quer é ficar perto de ti! Passar bem!

- Vê se cais das escadas!

Acabei, assim, de vos apresentar, uma das muitas discussões que tinha com a Viviane a meio dos corredores, ou no hall, ou em qualquer lado que nos cruzássemos. A partir do dia em que rasguei o seu livro de poções, assisti a uma mudança radical no seu comportamento. Até então apresentara-se parente mim muito submissa, muito tímida, muito na dela. Devo tê-la levado ao limite com tanto picanço. Não aguentou mais e meteu os corninhos de fora para retaliar.

Não vou mentir, gosto muito mais desta nova faceta dela. Apesar de ela me enfrentar e às vezes me fazer perder a cabeça, tenho que admitir que até tem certa piada, essas discussões, esses jogos de palavras! Da primeira vez que a vi, nunca diria que ela tinha tanta personalidade.

As nossas acesas disputas, com o passar das semanas, tornaram-se rotineiras. Ao acordar, eu já quase a procurava porque, a meio da noite, me lembrara de uma incrível forma de a humilhar e ficava ansioso por lha atirar à cara. Temo, entretanto, estar a desenvolver uma espécie de dependência. Quando não me cruzo com Viviane, por um qualquer desencontro, e não tenho oportunidade de brigar com ela, admito ficar aborrecido. O meu dia fica incompleto sem os seus olhos chispando de fúria como as intensas íris da lendária Esfinge Egípcia quando prestes a devorar a vítima.


Notas Finais


Música capitular – What the hell (Avril Lavigne)

Supostamente Draco odeia a Viviane, mas às vezes não é o que parece. Não consegue passar um minuto sem discutir com ela...
Quanto à Viviane ainda é cedo para tirar conclusões!


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