História O Contador de Memórias - Nossas Manhãs

SoonYoung suspirou pesadamente ao lembrar-se da noite passada, sorriu ao perceber o de cabelos ligeiramente castanhos ainda adormecido sobre seu peito enquanto esboçava um simples sorriso em meio ao sono. 

Era a hora perfeita para uma foto.

Com cuidado, o moreno se afastou de Lee Chan que nem se mexera e levantou-se vestindo sua boxer jogada ao chão. Pegou a câmera que havia deixado em seu criado mudo e a ligou posicionando em frente ao rosto, podendo ver o corpo nu do outro coberto apenas pelo fino lençol que tampava suas partes íntimas através das grossas lentes de sua câmera. 

Após o acidente que debilitara suas memórias, acabou por se interessar por fotografia, enquanto Chan seguira a faculdade de dança e, agora, trabalhava em uma escola de dança. Era triste para quem conhecia o mais velho, que sempre amou a dança, desistir de tal sonho. Depois do acidente, acabou criando certo medo de palcos e preferiu optar por outra carreira, mas que também amasse. 

Depois de ganhar uma câmera profissional de Jihoon e Sana, acabou descobrindo seu amor por tirar fotos, principalmente se seu namorado estivesse nelas. 

Bateu a foto rapidamente com medo de Chan acordar com o barulho, mas o mesmo apenas se remexeu murmurando algo incompreensível e voltou a roncar baixinho causando um sorriso nos lábios pequenos de SoonYoung.

Observou a foto por um momento, perdido em pensamentos a respeito de seu namorado. 

Considerava a si mesmo alguém extremamente sortudo por ter aquele ser o amando na mesma intensidade que o amava. Voltou sua atenção a ele ao ouvir um ronronar como se fosse um gato, e sabia que aquela era a maneira que Chan tinha para anunciar que estava acordando. 

-Você é realmente adorável- sussurrou depositando sua câmera no local onde estivera outrora e vestiu a blusa de moletom do menor que estava jogada no chão. Mesmo que ele fosse menor, suas roupas serviam em si, mesmo que ficassem ligeiramente menor do que o normal. Adoravam usar as roupas um do outro. 

O rapaz ignorou o frio que estava aquela manhã e seguiu em direção a sua cozinha deixando o mais novo perdido em seu sono, estava tão feliz que prepararia seu café da manhã preferido, afinal, era aniversário do seu amado. 

Separou os ovos e pegou o bacon que havia guardado e logo começou a preparar um delicioso café da manhã no estilo americano enquanto cantarolava uma música qualquer do Shinee. 

Sentia-se extremamente feliz, e tudo isso devido a noite que tivera com Chan. O garoto havia conquistado o coração de gelo que costumava ter, o garoto quebrou todas as barreiras impostas pelo outro e o fez descobrir um lado seu que nem ele mesmo sabia ter. 

Lembrava-se com clareza de quando o conhecera. Estavam na festa de aniversário do seu irmão, haviam trombado um no outro quando ele procurava por um banheiro. 

Mesmo que as vezes tais lembranças pareciam não ser reais, ou simplesmente sumiam de sua mente, ainda havia a carta que ele havia lhe escrito para tais fins, e também tinham seus doces lábios. 

Ninguém nunca fizera SoonYoung sentir-se feliz daquela maneira, ninguém nunca o havia feito se sentir amado. Chan o fizera se sentir vivo pela primeira vez, duas vezes. Quando o conhecera e após sofrer o acidente que o havia limitado as memórias. 

Ter o mais novo ao seu lado era como receber um presente todos os dias. Amava aquele ser com todas as suas forças, afinal, havia se apaixonado por ele duas vezes em sua vida. 

Estremeceu ao ser abraçado de surpresa por um corpo menor, o que o tirara de seus pensamentos. 

— Bom dia hyung!- exclamou o mais novo apertando o moreno entre os braços. 

— Bom dia, Chan-ah- respondeu virando-se para abraçar o outro devidamente notando que ele vestia sua camiseta usada no dia anterior. O mesmo deixou um selo casto em seus lábios. — Parabéns, meu amor. 

— Obrigado. Está fazendo nosso café da manhã?- perguntou olhando por cima do ombro do mais alto que voltara sua atenção ao que fazia. 

SoonYoung assentiu em resposta se perguntando mentalmente se Chan não o soltaria para que pudesse fazer tudo sem nada para lhe atrapalhar, mas o mesmo parecia um coala grudado em suas costas e acabou decidindo deixar o outro onde estava. 

Afinal, ter seu contador de memórias grudado a si era a sensação que mais amava.