Ann POV
- O que irei ganhar com isso?
- Um milhão de euros ao fim de 1 ano – responde Manuel.
Essa era a quantia que eu podia ganhar. O acordo é ser a falsa namorada de um jogador de futebol, não um jogador qualquer mas sim do jogador Marco Reus. Ele joga no BVB, não ligo muito ao futebol mas sei que ele é um dos melhores jogadores da Alemanha.
Porque é que um jogador como ele precisava de uma namorada falsa? Tudo passava por uma estratégia por parte do seu agente e da direção do time dele. Marco nos últimos meses aparecia em praticamente todas as capas dos jornais pelas piores razões: saídas à noite, mulheres, bebidas e o baixo rendimento dentro do campo eram as razões para arranjarem uma suposta namorada.
- Porquê eu? - pergunto.
- Andamos à algum tempo a observá-la e chegamos à conclusão que você é a mulher que procuramos - respondeu o agente.
- Não posso aceitar, isto é ridículo. Não me volte a procurar mais, aposto que encontraram outra garota que faça melhor esse papel do que. Tchau - e saio daquela sala a correr e só quero esquecer esta proposta de loucos.
Cheguei a casa e abro a porta e consigo ouvir que a minha mãe está a chorar novamente.
- Mãe! O pai piorou? – ela olha para mim e começa a olhar ao seu redor e respira fundo como se estivesse a ganhar forças para falar algo.
- Acabou filha – dito isto abaixa a cabeça - não existe mais nada a fazer. Os médicos disseram que não podem fazer mais nada.
- Não pode ser! Tem que existir outro caminho - as lágrimas já me corriam pela cara.
- Filha acabou, a única solução são os tratamentos o que é impossível para nós, não temos o dinheiro necessário nem maneira de o arranjar.
- Podemos mãe, eu tenho uma solução – limpo as lágrimas da minha cara - Não se preocupe, o pai vai receber os tratamentos.
Pego no meu telefone e vou a correr para o meu quarto e decido ligar para o agente de Marco, ao terceiro toque ele atende.
- Ann? É você?
- A proposta ainda se mantém?
-Claro.
- Eu aceito.
- Ainda bem.
- Mas com uma condição.
- Qual?
- Preciso de parte do dinheiro agora.
- Aceite, amanhã venha ter comigo ao escritório e assinamos o contrato e dou lhe parte do dinheiro.
-Até amanhã – desligo o telefone e as lágrimas correm pelo meu rosto.
A minha vida vai mudar a partir deste momento. Mas não existe outro caminho a tomar.
Três dias depois
Estou a acabar de fazer as malas para ir para a Dortmund ser a namorada de um jogador de futebol. Não tinha outra solução se não aceitar, o meu pai precisa do tratamento. À um ano foi lhe diagnosticado uma doença grave, desde aí que os médicos têm feitos os possíveis para o salvar mas já não havia mais nada a fazer, ele precisa o mais rapidamente dos tratamentos.
- Tem a certeza do que está a fazer? Eu preciso de você aqui minha filha - a minha mãe chorava, enquanto eu acabava de colocar as malas no táxi.
- Mãe é uma proposta que dá a oportunidade de pagar os tratamentos, é só um ano, depois eu volto - acabo de colocar todas as malas e viro-me para a minha mãe.
- Desculpa querida.
- Mãe somos uma família. Não podia ficar de braços cruzados e ver o pai a morrer e não fazer nada depois de tudo o que ele e a mãe fizeram por mim.
- Muito obrigada. Tenta aproveitar a cidade que dizem que é linda e bem diferente daqui. Se precisares é só ligares e a mãe estará sempre aqui para ti – ela diz enquanto passa com a sua mão no meu rosto - Não deixes que ele te trate mal, nem ele nem ninguém, és uma rapariga muito especial e não mereces que mais nada de mal te aconteça na vida – a minha mãe dá-me um abraço forte e entro no táxi.
A minha mãe era a única que sabia da proposta, concordamos que não iríamos dizer nada ao meu pai, para o meu da sua saúde. Dissemos-lhe que recebi uma proposta de trabalho em Dortmund e que pagavam bem, ao início ele não aceitou bem mas percebeu que era a única solução para conseguirmos pagar os seus tratamentos.
- Bom dia senhora Ann, dentro de momentos o seu voo está pronto. Aguarde na sala à sua direita por favor – a senhora do balcão diz para mim quando chego para embarcar.
Iria para Dortmund num jato privado alugado por Marco.
Sento-me num sofá da sala enorme, as minhas mãos tremiam em 27 anos nunca sai da minha cidade, Bamberg era a minha casa. Gostava de viver aqui. Bamberg é uma cidade calma e linda. Sou filha única, venho de uma família humilde e nunca tive oportunidade nem dinheiro para poder viajar pelo mundo. Os meus pais sempre fizeram tudo por mim e tive sempre o necessário para viver. Agora é a minha vez de retribuir todo esse esforço.
Reparo que uma senhora dirige-se a mim e diz:
- Senhora Ann, o jato está pronto para a sua viajem – concordo com a cabeça e sigo até ao jato.
Sento-me num sofá e olho para a janela do jato e respiro fundo.
- Vais conseguir, é pelo teu pai, pela tua família, é só um ano - digo para mim mesmo.
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