História O Contrato - Passado Velado...

POV Lauren

Depois que Camila saiu, adormeci. Sonhei com ela e com nosso filho. Eu já imaginava um garotinho de cabelos castanhos rebeldes com belos pares de olhos castanho escuro.
Camila despertou-me do meu sonho. Ela estava tocando em minha mão direita, abri os olhos e a fitei ternamente, que reviravolta que minha vida deu. Há um ano eu não me imaginava nessa situação.
 - Você dormiu a manhã e a tarde toda Lauren? – Perguntou-me Camila com espanto na voz.
 Acomodei-me e sentei na cama.
 - Acho que sim. – Respondi. – Que horas são?
 - 17h00min, Você precisa se alimentar você está grávida. – Disse Camila num tom doce.
Ela se preocupava com o bebê afinal, e agora tinha a prova de que eu não estava mentindo.
 - Claro, vejo que você já comprovou minha gravidez.
 - É você está realmente grávida, e eu sei que o filho é meu, desculpa. Engravidar você foi irresponsável e uma total falta de educação.
Hummm agora sim ela estava falando algo com nexo, e estávamos tendo uma conversa.
 - A culpa também foi minha, eu... – Suspirei relaxando os ombros. – Deveríamos ter usado preservativo.
Camila assentiu.
 - Mas agora já está feito, eu vou assumir o que fiz.
 - É uma pena que... – Fechei os olhos e respirei fundo. Ela não me amava, nunca amaria ela me disse isso.
 - O quê Lauren? – Incentivou-me a continuar.
 - Deixa para lá.
 - Eu vou tomar banho, quando eu entrar naquela cozinha eu quero ver você se alimentando ouviu bem? – Camila tinha autoridade na voz, e apesar de sua preocupação com o bebê, sua voz era fria evasiva.
 - Ouvi. – Respondi a contra gosto.
Depois que ela saiu do quarto eu me levantei e segui para a cozinha como ela mandou.
Nossa, eu precisava de um banho, quando Camila saísse eu correria para o chuveiro. Ao passar pela sala percebi que havia umas sacolas em cima do sofá.
Deveria ser as roupas que Camila disse que compraria, mas sem mim? Será que serviam?
Aproximei-me do sofá branco e abri uma das sacolas, pela marca era das boas.
Havia várias lingeries. Umas ousadas demais... Hmm...
Segui para a outra sacola. Shorts jeans e blusas. Pelo menos nisso Camila acertou, era o tipo de roupa que eu gostava. Mas havia mais sacolas, nas outras tinha calça jeans, e vestidos, camisolas... Era muita roupa.
 - São para você! – Disse a voz doce atrás de mim.
Virei-me para encara-lá.
 - Obrigado, não precisava comprar tanta roupa.
 - Claro que precisava, agora para cozinha. – Camila apontou em direção da mesma.
A cozinha do apartamento de Camila era linda, toda branca com eletrodomésticos pretos. Dava um contraste bacana.
Sentei-me em um dos bancos do balcão enquanto Camila abria o enorme armário.
 - Cadê a Berta? – Perguntei.
 - Ela precisou resolver umas coisas pessoais, então eu a liberei.
 - Você não sabe cozinhar. - A lembrei.
 - Espaguete eu sei fazer, acho que é a única coisa que sei fazer bem na cozinha.
Hmm espaguete feito por Camila Cabello. Essa eu queria ver.
 - Pensei em pedir algo em um restaurante, mas me deu vontade de comer espaguete à carbonara, é a minha especialidade.
 - Hmm, e o que tem de tão especial no seu espaguete? - Perguntei divertida.
 - É diferente, tem um toque e um sabor especial.
Camila sorriu. Como era raro ver aquela mulher sorrir, às vezes ela parecia... Amargurada?
Voltei minha atenção a ela, agora Camila estava enchendo a panela com água e botando para ferver.
Decidi perguntar sobre meu estágio, eu não queria ficar sendo um peso para ela, e com o dinheiro eu poderia continuar minha faculdade.
 - Meu estágio na sua empresa ainda está de pé?
 - Claro Lauren.
 - Por favor, me chama só de Laur. – Adverti.
 - Prefiro Lauren.
Revirei os olhos para Camila e fiz uma careta.
Enquanto Camila colocava o macarrão na panela ela me olhava de soslaio.
 - Então... Você não tem um bom relacionamento com seus pais? – Disparou Camila.
 - Não, nunca tive. Desde criança eu me sentia excluída dentro de casa, nunca tive afeto, amor...
 - Entendo.
 - Sempre fui um estorvo para os meus pais, eles nunca me planejaram, eu fui um erro. – Continuei.
 Percebi que Camila ficou rígida.
 - E você? – Perguntei tentando sondar Camila, ela parecia indecifrável.
 - Eu o quê?
 - Seus pais...
 - Não gosto de falar sobre mim, Lauren. – Disse enquanto pegava dois pratos de porcelana no armário.
 - Entendo, eu só queria saber mais sobre você, sobre a mãe do meu filho.
 - Acho que você já sabe o suficiente.
 - Tudo bem. Não vou insistir.
Camila escondia algo, eu queria muito saber o que o atormentava para poder ajuda-lá, mas ela não permitia, eu me entreguei a ela em silêncio e me apaixonei por uma completa “estranha” e olha só onde estamos.
 - Pode ir tomar banho se quiser. – Sugeriu Camila.
 - É o que eu vou fazer.
 - Eu trouxe camisolas e meias para você.
 - É, eu vi.
 - Gostou das camisolas?
 - Hmm, não vi todas, mas está bom.
Camila deu uma piscadela e em seguida abriu um sorriso torto de dentes perfeitos.
Segui para o banheiro e tomei um banho quente e relaxante. Ao terminar enrolei-me em uma toalha branca e felpuda seguindo para o quarto de Camila, pelo menos por hoje eu precisaria usar uma das cuecas dela, pois eu iria lavar as lingeries que ela comprou, eu não queria usar algo que ficou ali na loja onde todo mundo passa a mão.
Abri o closet sofisticado de Camila e fui à procura de cuecas.
Por fim, achei uma preta que não era muito grande, a vesti e me senti confortável. Sorri ao perceber que eu nunca tinha usado cuecas antes e que nem cogitaria essa hipótese.
Uma caixa branca e grande que estava por ali chamou minha atenção, sem querer ser entrona eu a peguei, eu precisava saber o que aquela mulher linda como o diabo escondia e isso poderia me ajudar. A caixa estava pesada. Sentei-me no chão e a abri. Havia várias fotos. Meus olhos não acreditavam no que viam, comecei a tremer à medida que minhas mãos passavam as fotos no álbum bem conservado.
Tinha fotos de Camila se casando com uma mulher loira e linda por sinal, várias fotos na igreja na festa de casamento, Camila parecia... Feliz? Depois veio o que me chocou mais. Camila e a loira misteriosa na maternidade. Meu coração deu um salto e eu achei que fosse enfartar.
Camila segurava um bebê no colo, e a loira estava do lado dela deitada na cama de hospital. Como assim? Ela era casada? Tinha uma filha? Lágrimas inoportunas escorreram por minha face, por que ela nunca me contou isso? À medida que eu ia passando as fotos a bebê crescia, era uma menina, uma menina totalmente parecida com Camila. Em todas as fotos a loira misteriosa estava também. As últimas fotos eram elas na Disney. A menina parecia ter uns três anos agora. Obriguei as minhas pernas a se levantarem, eu estava furiosa, por quê? Por quê ela não me contou nada? Enrolei-me de novo na toalha e fui até Camila.
Ela estava colocando o espaguete nos pratos de porcelana.
 - Não vai comer? – Perguntou-me ela.
 - Por que você não... – Fiz uma breve pausa. – Contou-me que tem uma filha e que é casada, divorciada, sei lá. – Falei desfalecida.
Camila ficou branca feito um fantasma.
 - O quê? Você andou mexendo nas minhas coisas Lauren? – Falou um tanto furioso.
 - Você não me respondeu ainda, Camila. – Cruzei os braços esperando sua resposta.
 - Olha, não é por que você vai ter um filho meu que eu vou tolerar você se intrometendo na minha vida. – Falou exasperada.
 - Eu sou a mãe do seu filho e vou me casar com você, não importa que seja só um “contrato” ridículo para ser favorável aos seus negócios.
 - Eu não sou mais casada e nem divorciada se é isso que você quer saber. - Respondeu-me rude.
 - E por que se separou? E aquela menina?
 - Chega, Lauren! Eu não vou falar mais nada!
Camila estava com as duas mãos apoiadas sobre o balcão, ela estava nervosa, muito nervosa. Passava as mãos nos cabelos constantemente.
 - Tudo bem, eu sei que não tenho o menor valor para você, eu sou uma boba por ter vindo te procurar, por ainda estar aqui.
A expressão de Camila ficou mais rígida e melancólica.
 - Eu sou viúva. Minha mulher morreu! – Disse ela sem que eu esperasse.
 
POV Camila
 
Ao ouvir Lauren falar daquela maneira como se fosse ir embora, meu coração despertou, parecia que ele estava adormecido por muito tempo, e na verdade ele estava. Meu coração balançou quando ela me falou da gravidez, e estava acordando agora quando ela estava prestes a ir embora e me deixar.
 - Você vai embora? – Perguntei.
 - Acho que é isso que devo fazer. Você não confia em mim, não me ama. O que eu vim fazer aqui? Eu sou muito burra!
 - Não, não é!
 - O que eu quero é dar um lar ao meu filho, só isso. Um pai...
Lauren estava chorando e aquilo estava mexendo comigo, pela primeira vez em anos.
Aproximei-me dela e segurei seu rosto.
Seus olhos verdes marejados me olhavam fixamente.
 - Não se agite, o bebê sente essas coisas. Agora venha! Vamos comer.
Peguei na mão dela e a conduzi até a cozinha. Comemos em silêncio. Quando terminamos, percebi que Lauren estava só de toalha. Senti meu corpo fervilhar.
Ela levantou-se graciosamente e seguiu para o quarto em silêncio.
Fiz o mesmo, parei à porta e observei ela tirar a toalha. Sorri ao ver que ela estava com uma de minhas cuecas boxer.
Aproximei-me dela e agarrei sua cintura. Lauren ficou rígida ao meu toque.
 - Camila... – Suspirou meu nome enquanto minhas mãos deslizavam para seus seios.
Afundei meu rosto em seu pescoço inalando seu cheiro maravilhoso. O que essa garota estava fazendo comigo? Eu me sentia nocauteada.
Lauren se virou lentamente e pôs seus braços em meu pescoço olhando fundo em meus olhos.
Afundei minha mão em sua entrada e senti que ela também me queria, seu sexo pulsava deliciosamente em minha mão.
A deitei na cama e me depositei sobre ela abocanhando seus seios macios.
 - Camila... Não... – Lauren gemia protestando.
 - Eu sei que você também me quer. – Sussurrei em seu ouvido.
 - Não assim. Por favor, sai de cima de mim.
O quê?
 - Não. – Neguei.
 - Camila, eu estou falando sério, por favor, sai.
 - Por que você está fazendo isso? – Perguntei incrédula.
 - Por que sim!
 - Ontem você queria.
 - Isso mesmo, e você não! Agora sou eu que não quero.
Bufei de raiva. Eu queria muito possuí-la, mas eu estava com muito medo de me apaixonar por ela, mas agora, agora eu não estava mais me importando, e isso era um mau sinal. Deus... O que está havendo comigo?
Soquei o travesseiro e sai de cima de Lauren.
Peguei uns lençóis e um travesseiro, eu dormiria na sala, não dava para ficar ali.
Acordei dolorida por causa do horrível sofá que era desconfortável demais para mim. Minha noite foi agitada e sonhei com Lauren, um sonho tanto erótico.
Obriguei meu corpo a ficar de pé, me espreguicei e segui para o banheiro para fazer minha higiene matinal.
Ao olhar meu reflexo no espelho, tentei me lembrar de como eu era antes... Antes de tudo aquilo acontecer na minha vida. Lauren estava despertando algo em mim, mas porra, o que era? Não, não, eu não queria me envolver, merda! Eu engravidei a garota, fiz uma proposta maluca... O que estava acontecendo comigo? Ou melhor, o que ela estava fazendo comigo? Eu não sei ao certo, mas eu não queria ser envolvida e enlaçada por mulher alguma, eu assumiria meu filho com toda certeza, mas me apaixonar por Lauren? Não, eu não podia, ela era linda e gostosa, eu só a queria na cama. Repeti isso algumas vezes para mim mesmo. Eu estava percebendo que ela estava apaixonada por mim, e isso definitivamente não estava em meus planos. Será mesmo que seria uma boa ideia casar com ela?
Suspirei em frente ao espelho e em seguida saí do banheiro, esses pensamentos iriam me matar.
 - Aí está você. – Falou Lauren enquanto saia do quarto.
Ela estava linda mesmo depois de acordar, seus cabelos bagunçados, uma expressão angelical... Para, Camila! Chega okay? – Meu subconsciente me repreendeu.
 - Bom dia, Lauren. – A saudei.
 - Eu vou para a empresa com você. – Falou-me ela diretamente.
 - Você o quê?
 - Vou trabalhar. Você disse, bem... Que eu podia, lembra?
 - Claro que eu lembro, mas não agora, você está doente.
 - Não, Camila. Não estou. Eu estou grávida é totalmente diferente.
Passei minha mão nos cabelos rapidamente e suspirei.
 - Okay, Lauren. Faça como preferir. – Falei por fim.
Depois do café da manhã, segui com Lauren para minha empresa.
Era torturante vê-la o tempo todo com aquela sainha e não poder trepar com ela ali mesmo. Ela mesma estava se negando a me dar sexo. Mas porra, eu queria muito atacá-la.
No final do expediente, Lauren entrou em minha sala para me dar um relatório, a danada saiu rebolando com aquela bunda perfeita, ela estava me provocando, qual era a dela?
Seguimos em silêncio até o carro. Ao adentramos no meu apartamento, Lauren tirou os saltos enquanto se apoiava em uma mesinha da sala. Puta que pariu, eu não aguentava mais. Aproximei-me dela e tirei seu blazer, Lauren relaxou ao meu toque. Beijei o vão de seu pescoço alvo e caminhamos até o quarto, cai por cima de Lauren na cama, ainda com roupas. Seu olhar era feroz, suas minúsculas mãos desabotoaram meu terno e suas mãos percorreram meus seios.
Ah, garota... O que você ta fazendo comigo?
Lauren ajudou-me a retirar minha blusa e eu tirei a dela. Logo estávamos nuas e eu a penetrei com força... Lauren gemia a cada estocada minha, suas mãos prendiam meu rosto passando por minhas costas e cravando as unhas ali, depois voltando ao meu pescoço ela acariciava minha nuca, ah... Ela era tão maravilhosa, sua pele macia, seu cheiro... Ela me levava à loucura, ao ápice.
 
POV Lauren
 
Depois do que vi, e da confissão de Camila que ela era viúva, fiquei totalmente chocada! Onde será que estava aquela garotinha? A filha dela? Ela não me contaria se eu perguntasse. Isso ela deixou bem claro. Puta merda, Camila tinha problemas, e sérios...
Depois que fizemos amor, quer dizer, eu fiz amor, ela fez sexo! Camila adormeceu. Durante o sono ela falava várias coisas sem nexo e chamava por um nome: Júlia.
Quem era Júlia? O que Camila tanto escondia? Qual era o problema dela com as mulheres?
Meu subconsciente me mandava cair fora dali, mas meu coração bobo queria ficar e decifrar está mulher, queria ama-lá e ser amada, será que isso era possível?