História O Contrato - Apaixonada, Eu?

POV Camila

Eu estava em minha sala quando Beatrice adentrou com um sorrisinho malicioso nos lábios.
- O quer Beatrice? – Perguntei.
Beatrice sentou-se graciosamente á minha frente e pôs seu dedo indicador no queixo me olhando com uma expressão pensativa.
- Sabe Camila... Você gosta dessa garota!
Do que ela estava falando?
- Que garota? Enlouqueceu?
- Ah Camila, por favor, a Lauren, a sua Lauren! – Falou ela dando uma risadinha sarcástica no final da frase.
- Minha Lauren? O que é isso agora? – Perguntei furiosa.
- Quando essa garota não voltou mais aqui, teve um dia que nós saímos para relembrar os velhos tempos lembra? – Perguntou Beatrice arqueando a sobrancelha.
Apenas assenti para ela.
- Você bebeu e disse que ela era a sua Lauren. Não me engane Camila, não se engane! Você está apaixonado por essa garota.
Eu falei isso? Não...
- Beatrice... O que... Vai embora! Eu... – Falei nervosa sem saber juntar as palavras.
- Você poderia ter se casado comigo, lembra que foi a ela que você pediu em “casamento” primeiro? E só depois quando ela recusou você recorreu a mim? Camila Cabello está apaixonada, isso é genial. – Beatrice aplaudiu-me zombeteiramente.
- Isso não é verdade! – Falei exasperada.
Beatrice levantou-se e puxou de leve a minha gravata.
- Ah Camila... É uma pena que uma mulher tão quente e experiente como você, esteja se deixando levar por uma simples fedelhinha mal saída das fraudas! – Zombou Beatrice com vulgaridade gargalhando em seguida.
- Cala essa boca! Eu não devo explicações a você, e também eu não estou apaixonada porra nenhuma! – Enfatizei.
- Se não está... Então... Que tal sairmos amanhã? – Sugeriu.
Merda! Uma parte de mim não queria trair Lauren. Mas por quê? Por quê?
Na tentativa de mostrar para Beatrice que eu não estava nada apaixonada eu aceitei. Bem, eu também queria mostrar a mim mesma que eu não estava.
- Tudo bem, Beatrice amanhã. – Confirmei.
Beatrice me deu um sorriso estonteante e logo saiu de minha sala.

POV Lauren

A dor que eu sentia era muito maior que qualquer outra coisa, eu amava uma mulher fria que não estava nem aí para mim. Eu deveria sair correndo daqui, mas quem disse que eu conseguia? Eu era fraca, ou forte por está aguentando isso. Eu queria ajuda-la, eu a amava mais que a mim. Recompus-me rapidamente antes que Camila voltasse do banho e me visse chorando.
Minutos depois ela apareceu só de toalha e enxugando os cabelos que estavam molhados. Ah seu cheiro era de Camila Cabello misturado com gel de banho, uma delícia.
- Vamos jantar? – Perguntou gentilmente.
- Uhum. – Assenti.
 Jantamos em silêncio, Camila entregou-me nossas alianças pois no dia do casório ela tinha esquecido de colocar a dela e eu a minha. Depois escovamos os dentes e por fim nos deitamos.
Era agora, eu iria confrontar Camila.
Fiquei de frente para ela e a encarei.
- O que aconteceu com você? – Perguntei como quem não quer nada.
Camila abriu seus lindos olho castanho e me fitou.
- Nada, por quê? – Respondeu-me tranquilamente.
- Eu to falando do seu passado, Camila eu te amo tanto, por favor, me deixa te ajudar.
- Ama? – Camila perguntou atônita.
- Amo, amo muito! – Confirmei.
- Lauren... Eu não consigo...
- Não consegue o que?
- Nada, deixa pra lá. – Desconversou.
Peguei nas mãos de Camila firmemente e encostei minha testa na dela.
- Você não sente nada por mim? Nem um tiquinho de amor? – Perguntei desesperada. As lágrimas querendo cair.
Ouvi Camila fungar, mas não abri os olhos, era tão maravilhoso estar assim com ela, eu o amava tanto, era uma sensação plena estar tão próxima dela sentindo sua respiração e seu cheiro.
- Eu não consigo confiar em você! – Camila confessou.
Abri meus olhos e a fitei.
- Por quê? Eu não fiz nada.
Camila acariciou minha bochecha com seu dedo indicador e contraiu os lábios.

POV Camila

Eu estava me sentindo uma idiota fraca por estar assim tão perto dela e a ponto de me entregar... Ela era tão linda e... frágil... seus olhos verdes puros me fitavam com devoção, ela me amava mesmo, eu podia sentir seu amor, era até palpável. Ah Lauren, como eu queria, como eu queria poder te amar sem medos e receios.
Lauren passou seus dedos por minha face e eu me permiti fechar os olhos para poder ter aquela paz maravilhosa que ela me transpassava. Mas logo uma espécie de alarme soou em minha cabeça me fazendo recuar a seu toque.
- O que foi? – Perguntou-me exasperada.
- Nada, vamos dormir?
Lauren suspirou.
- Júlia é o nome da sua filha não é?
Droga! Ela não ia parar.
- É...
- Eu sinto, eu sinto tanto que isso tenha acontecido. – Confessou Lauren abertamente.
Berta deve ter aberto o bico.
- O que a Berta andou falando a você? – Sondei.
- Nada...
- Ah, por favor, só ela sabe dessas coisas. Eu não vou reclamar com ela nem nada parecido, eu só odeio falar sobre isso.
- Eu sei, eu quero te ajudar, mas você não me deixa segurar sua mão. – Falou terna.
Aquilo estava me fazendo se sentir culpada.
- Quando você vai fazer o pré-natal? – Desconversei.
- Acho que essa semana. Só estou vendo como agendar uma consulta.
- Não se preocupe, eu cuido disso!
- Camila... Só me responde mais uma coisa? – Insistia ela.
- O quê?
- Como você não consegue encontrar a sua filha? Você tem tantos recursos, eu não entendo.
Lauren estava tocando em uma ferida que ainda não estava cicatrizada, isso era ruim.
- Aquela velha sumiu no mundo, faz dois anos que eu a procuro, mas... Parece que evaporaram sem deixar rastros.
Meu coração dava leves pontadas só de lembrar, era melhor parar com essa conversa antes que eu começasse a chorar feito uma fraca.
- Queria muito te ajudar. – Disse Lauren.
- Você não pode! Acho que ninguém pode.
- Camila, você não pode perder as esperanças, não desista de procura-la.
- Vamos parar com esse assunto, por favor? – Pedi.
- Tudo bem, eu sei o quanto deve doer.
Ficamos em silêncio por uns segundos até que Lauren começou a acariciar meus cabelos.
Seu toque causava sobre mim um efeito surreal que eu não sabia explicar. Depositei-me sobre ela e beijei sua boca carnuda até que seus lábios ficaram inchados.
Lauren levantou minha blusa me ajudando a tira-la. Em seguida retirei sua camisola a deixando só de calcinha, minha boca salivou quando fitei seus mamilos róseos empinados para mim. Não resisti e afundei minha boca neles puxando de leve.
Minha mente me dizia que eu estava caindo em um abismo, mas meu coração dizia o paraíso.

[...]

No dia seguinte Lauren não tocou mais no assunto da minha filha, o que foi bom porque isso me machucava e me fazia se sentir fraca.
Logo a noite caiu e eu me lembrei do compromisso com Beatrice, uma parte de mim dizia-me para não ir, mas a outra parte mais forte queria provar para mim mesmo que eu não estava apaixonada, e eu não podia estar. O amor envolve riscos, e eu não estava preparada para viver isso.
Inventei uma desculpa esfarrapada para Lauren que eu iria ficar até mais tarde trabalhando, a botei em um táxi e depois segui com Beatrice para um motel.
Tinha que ser jogo rápido, eu tinha que provar para mim que não estava apaixonada. Joguei a vadia da Beatrice na cama e arranquei a roupa dela.
Beatrice fez o mesmo comigo em seguida, ela acariciava meu abdômen com suas unhas e estranhamente eu não sentia nada, porra nenhuma.
Beatrice continuou com seus estímulos por outras partes de minha anatomia, mas nada acontecia. Droga! Merda! O que estava havendo comigo? Eu só pensava em Lauren, eu não queria Beatrice, eu queria Lauren, só ela. Fui tomado por uma fúria e afastei Beatrice de mim.
- Aonde você vai? – Perguntou ela enquanto eu pegava minhas roupas.
Não falei nada, apenas saí dali o mais rápido possível.