História O Contrato - Baile de Máscaras...

POV Camila

Acho que eu estava ficando louca, piradinha da Silva! Na volta para casa eu só via o rosto da Lauren nas outras mulheres, e agora? Eu estava mesmo apaixonada por aquela garota. Como isso aconteceu? Quando? Como fui tão fraca novamente a ponto de me deixar levar por uma mulher?

Ao chegar em casa, Lauren via algum filme na tela plana, dei boa noite e segui para o banheiro, acho que ela não tinha desconfiado de nada. Olhei minha figura no espelho e eu só enxergava um fracasso de mulher! Eu deixei minha própria filha ser raptada pela avó e não conseguia acha-la. De que me adiantava meu dinheiro se eu não conseguia achar a minha própria filha? Ela era tudo para mim, a minha pequena Júlia.

Tomei um banho relaxante, mas a minha alma estava em pedaços, tinha uma garota ali que era apaixonada por mim e que queria me ajudar, no entanto, na verdade, eu não conseguia confiar nela.

Passei pela sala e não vi Lauren, acho que ela já estava se preparando para dormir.

Quando entrei no quarto ela estava se trocando, a visão do seu corpo de curvas perfeitas me fez estremecer.

Tentei ignorar e peguei meu pijama e me troquei rapidamente.

- Como foi à hora extra? – Lauren perguntou calmamente.

- Foi... Normal!

- Camila, está tudo bem? Estou te achando um pouco pálida. – Falou preocupada.

- Não, isso é só cansaço. – Limitei-me a responder.

 POV Lauren

Camila estava estranha, muito estranha, aquela história de “vou ficar até mais tarde” não me convencera muito. Eu não toleraria ser traída, isso já era demais, eu sei que nosso casamento não passava de um “contrato” mas mesmo assim eu quero ser respeitada!

Camila deitou ao meu lado, eu não perguntaria mais nada a ela, afinal ela não confiava em mim, como ela mesmo tinha dito. Só que eu não desistiria de ajuda-la.

 [...]

No dia seguinte teríamos um baile de máscaras na casa de um dos sócios da Camila.

Eu não estava muito lá animada, eu me sentia uma espécie de objeto que Camila usava quando lhe convinha. Mas eu suportaria isso por nosso filho que não tinha culpa.

Camila foi me buscar de carro na faculdade, almoçamos depois fomos comprar nossas máscaras e uns saltos para mim, já que eu só tinha alguns all star’s que eu havia comprado e eu escolhi também um vestido para a ocasião, era vermelho e bem decotado na frente, Camila nem reparou nisso, mas eu amei o vestido. Em seguida fomos para o trabalho, depois para casa. Eu estava cansada, e Camila também, mas nós iríamos, pois esse tal novo sócio dela era importante!

Camila tomou banho primeiro e em seguida foi a minha vez...

Quando voltei ao quarto, Camila estava se trocando, estava pondo a calça do terno preto que ela vestiria. Se assim já estava linda como o diabo, imagina quando estivesse dentro daquele terno preto elegante feminino? Ai... – Suspirei. Camila se trocou rápido e agora era a minha vez. Berta deixou meu vestido vermelho passado em cima da cama. Camila me lançou um olhar indecifrável e saiu do quarto. Ela estava tão linda e impecável naquele terno preto que nossa senhora das mulheres desamparadas...

Vesti meu vestido rapidamente e pus os saltos, era horrível ficar em cima daquele troço, mas a ocasião pedia então não tinha outro jeito!

Quando fui à sala pegar minha máscara vi que Camila tomava uísque puro sentado impecavelmente no sofá.

Aproximei-me da mesinha de madeira de cerejeira e peguei minha máscara, ouvi Camila se engasgar.

- O que é isso? – Perguntou Camila. – Percebi que ela estava... vermelha?

- Isso o quê? – Falei calmamente.

- Esse vestido, Lauren! – Exclamou irritada.

- O que tem esse vestido, Camila?

- Você ainda pergunta? Está mostrando todo o seu colo e... E quase os seus seios também!

Sorri intimamente! Ela estava com ciúmes?

- Ah Camila, por favor! O vestido é lindo e além do mais eu quase não tenho seios então...

- Essa é boa! – Camila fechou a cara.

Peguei minha máscara e dei a mão a Camila que estava jogada e emburrada no sofá.

- Vamos?

- Vamos! – Falou ela com mau humor na voz enquanto pegava a sua máscara.

- Você não poderia ter escolhido um vestido menos decotado não? Onde eu estava que não vi isso?

- Você estava distraída demais!

 [...]

Não demoramos muito e logo chegamos à mansão que foi alugada para à festa do novo sócio da Camila.

Na entrada uma mulher do tipinho “vulgar” secou Camila com os olhos. Fingi que não vi e nós adentramos o salão, a festa já estava bem cheia, Camila cumprimentou alguns homens que estavam acompanhados de suas esposas, mas nenhuma de idade compatível com a minha.

Enfim, o dono da festa chegou e Camila e eu fomos o cumprimentar. Levei um susto ao ver o homem, era bastante jovem, alto, loiro e era dono de belos olhos cor de mel que se destacavam na máscara que ele usava. Seus cabelos eram bem curtos, na verdade raspados, o que dava um ar sexy a ele.

- Camila. Boa noite! – Disse ele apertando a mão dela e abrindo um sorriso de dentes perfeitos.

- Boa noite, Justin. – Camila retribuiu o aperto de mão sorrindo também para Justin.

- Quem é essa linda mulher? – Perguntou Justin a Camila ao notar minha presença.

- Minha esposa! – Exclamou Camila me puxando pela cintura me fazendo colar a ela.

Justin pegou minha mão direita delicadamente e a beijou me lançando um olhar cálido em seguida.

Camila pareceu se incomodar.

- Boa noite, senhora. – Saudou-me gentilmente.

- Boa noite! – Respondi educadamente.

- Vamos amor? Quero falar com um cliente meu. – Falou Camila.

“Amor?” O que tinha dado nesta mulher?

- Vamos. – Concordei.

Despedimos-nos de Justin e a Camila disfarçou indo falar com outras pessoas, a festa estava puro saco e eu queria ir para casa. Logo anunciaram o jantar, ufa, depois já poderíamos ir embora.

Camila e eu seguimos até o jardim onde tinha uma tenda muito elegante, parte dos convidados já estavam sentados esperando o jantar, inclusive Justin. Camila e eu sentamos de frente para ele, Justin era puros sorrisos para mim, eu já estava ficando encabulada.

- Então, há quanto tempo vocês estão casados? – Perguntou ele olhando para mim.

- Há apenas alguns dias. – Limitei-me a responder.

- Ah... recém casados. – Disse Justin dessa vez olhando para Camila que lhe lançou um olhar furiosa.

- Isso mesmo Justin, mas é como se estivéssemos casados há anos, não é mesmo Lauren? – Perguntou Camila arqueando uma sobrancelha para mim.

O que era aquilo agora?

- Uhum. – Assenti.

- Vocês são um belo casal. – Elogiou Justin.

- De fato! – Camila falou convencida.

Enfim, pararam de falar sobre nós e começaram a falar de negócios. Fiquei mortalmente entediada.

Camila e Justin pareciam estar em uma competição de testosterona. Pedi licença após o jantar e fui tomar um ar no jardim, Camila não gostou muito do fato de eu ter me ausentado, mas aquele papo chato tava me deixando entediada.

Sentei-me em um dos bancos e fechei os olhos para sentir a brisa gostosa que emanava...

Senti saudade dos meus papos com Ally e Dinah, agora que eu estava casada com Camila, nós só nos víamos na faculdade e só! Acho que eu deveria chama-las para me visitar, mas não acho que elas fossem querer por causa da Camila.

Acho que eu as visitaria, passaria pelo menos um dia com elas, é isso aí. Eu estava precisando de uma noite com as garotas.

Levei um susto ao sentir uma mão em meu ombro.

Achei que fosse Camila, mas não. Era o Justin.

- O que uma jovem tão linda faz aqui fora? Não está com frio? – Perguntou gentilmente sorrindo para mim.

- Não, é... Eu já estava indo. – Falei meio sem jeito.

Justin sentou-se ao meu lado.

- Você trabalha com a Camila?

- Eu sou estagiária na área de publicidade e propaganda.

- Ahh. Faz faculdade? – Justin parecia muito interessado no assunto.

- Faço sim. – Assenti.

- Boa escolha! Eu vou trabalhar com Camila e espero que nós sejamos bons amigos. – Falou-me abrindo um sorriso de orelha a orelha, parecia até o gato da Alice nos país das maravilhas.

Nem tive tempo de falar mais nada, Camila se materializou na nossa frente e me pegou pela mão fazendo-me levantar.

- Vamos meu amor? – Camila falou “meu amor” nitidamente. Ela estava sendo ridícula fazendo isso, ela nunca me chamou assim, por que isso agora? Ciúmes...?

- Vamos, Camila! – Falei emburrada.

Despedimos-nos de Justin e voltamos para casa em silêncio.

Quando entramos na sala fui logo tirando os sapatos, eu estava exausta, Camila me olhava como uma loba mau faminta!

- Aquele cara... Ele estava olhando para o seu decote! – Camila falou com as mãos na cintura e a expressão indignada.

- Que cara? – Me fiz de desentendida. – Ah... O seu sócio. – Falei por fim.

- Você fez isso para me provocar, Lauren? – Camila arqueou a sobrancelha. Puta que pariu quando ela fazia isso, ahh...

- Claro que não! E desde quando você se importa com isso? Você foi ridícula me chamando de seu amor.

- Você é minha entendeu? Minha e de mais ninguém! – Exclamou com veemência.

Dela? Oi?

- Camila, você bebeu? – Perguntei incrédula.

- Eu não vou dividir você com ninguém!

- Eu não sou um objeto para ser divido ou comprado! Eu só aceitei essa droga de casamento ridículo pelo nosso filho, para dar a ele a outra mãe por pelos menos alguns meses, mas você Camila... Você é uma idiota! – Vociferei.

- Eu não quis te ofender. Eu só não quero que você me traia.

- Te trair? Quantas vezes eu disse a você que te amo? Mas quer saber? Agora chega! Chega porque eu não vou mais me humilhar para você. E eu acho bom você não me trair também! – Falei ferina e em seguida fui para o quarto.

O que ela estava pensando? Mas que merda! Dizem que só te dão valor quando você passa a ignorar, é isso aí, eu vou ser essa pessoa.

 [...]

No dia seguinte tratei de comprar um celular novo com a graninha que eu tinha juntado do estágio.

Combinei com Dinah e Ally de dormir na casa delas, já que elas estavam dividindo um AP agora.

Eu realmente estava precisando de um descanso da Camila porque olha...

Enfim, o dia de trabalho passou rápido, voltei para casa com Camila e arrumei minhas coisas na mochila depois de tomar banho.

Ao fechar o zíper de minha mochila me deparei com Camila só de toalha entrando no quarto.

Minha boca salivou ao ver seus seios nus, ah aqueles seios pequenos como os bicos rosados.

Acho que Camila percebeu meus olhares lascivos.

- Está com fome? – Perguntou-me cheio de desejo na voz.

- Nã... Não! – Respondi séria.

- Eu estou! Mas não de comida. – Falou me olhando como o lobo mau.

Cachorra, safada! Por que ela fazia isso?

- Nem vem que hoje não tem!

- Por que não? – Camila já estava agarrado na minha cintura sussurrando no meu ouvido.

O joguei na cama e ela caiu sentado. Subi em cima dela cruzando minhas pernas em sua cintura. Camila gemeu!

Suas mãos se aboletaram dentro de minha blusa e exploraram minhas costas em seguida ela abriu meu sutiã envolvendo suas mãos em meus seios que já estavam intumescidos de tanto desejo.

Sua boca encontrou a minha e demos um beijo cheio de luxúria. Camila gemeu na minha boca e eu rebolei em baixo dela ao sentir a sua ereção em baixo de mim.

- Você é tão cheirosa... – Camila gemia enquanto beijava meu pescoço.

Eu precisava parar. Dinah e Ally estavam me esperando.

- Camila... – Falei ofegante.

- Hã...

- Camila eu preciso ir.

- Pra onde? – Camila falava ainda beijando meu pescoço.

- Vou dormir na casa de umas amigas.

- Hã? Amigas? Que amigas? – Camila pareceu acordar do “transe”.

- Dinah e Ally. – Respondi saindo de cima dela e me recompondo.

- Por que isso agora? Elas não podem vir aqui? – Perguntou indignado.

- Não, não podem por que elas não vão com a sua fuça. – Limitei-me a responder.

- Você não vai, Lauren! – Camila exclamou em alto e bom som.

- Oi? Como assim não vou? Vai bancar a “esposa” possessivo agora? Já basta aquela ceninha no baile. – Falei irritada enquanto colocava a mochila nas costas.

- Deixe-me leva-la então. – Camila sugeriu.

- Não precisa. Eu vou de táxi.

- Mulher minha e ainda mais grávida não vai sair por aí sozinha. Não mesmo! – Camila rebateu.

Mulher dela? Só no pedaço de um papel e na cama que era onde ela me procurava quando queria sexo! Mas agora chega porque eu não iria mais me submeter aos desejos dela.

- Camila... Eu nem vou discutir isso com você! Tchau, até amanhã.

Deixei-a falando sozinha enquanto ela me chamava e fui embora pegar o táxi.