História O Coração de Cristal - Amor e Intrigas.

Falar da relação com Justin, mesmo sendo com sua melhor amiga nunca fazia bem a Selena, apesar de amar aquele garoto, ela também o odiava porque mesmo o amando ela ainda sofria muito ao seu lado. Já fazia dias que eles não estavam se falando desde sua última briga e aquilo a estava consumindo, porque independentemente disso ele sempre estava lá ao seu lado quando ela ia fazer o tratamento, sempre estava lá lhe dando força e carinho para que ela não fraquejasse, porém daquela vez ela estava sozinha, seus pais devido ao trabalho não puderam acompanhá-la e seu namorado devido a última discussão também não pôde ou não quis mesmo. Aquilo foi o mais próximo que Selena chegou a desistir de sua vida, porém ela pensou o quão seus pais sofreriam por isso, então ela apenas levantou-se calma de seu assento, desceu do ônibus e foi caminhando pensativa para casa, porém seus pensamentos foram impedidos por um estrondoso trovão que ribombou. Logo pingos de chuva começaram a cair e ela ainda estava muito longe de sua casa, porém aquela parada que desceu do ônibus é a mais próxima possível de seu lar... Os pingos de chuva começaram a ficar mais fortes, seguidos também de uma forte ventania, a rua estava vazia não havia comércios abertos para que ela pudesse se abrigar, o que ela achou estranho pois ainda era segunda-feira, não era feriado nem nada e os comércios mesmo em hora de almoço costumavam ficar abertos. Quanto mais Selena caminhava mais o temporal aumentava e mais parecia que ela estava longe de sua casa. Começou a enxergar com dificuldade pois um nevoeiro começou a se formar, mas sentiu que estava descendo a calçada e atravessando a rua quando outro trovão ribombou no céu seguido de um relâmpago. A jovem de 16 anos após atravessar a rua, subiu a calçada e continuou caminhando descendo uma ladeira, logo começou a sentir frio e cruzou os braços em uma maneira inútil de se aquecer. Seus dentes começaram a bater e seu corpo começou a tremer, mas ela continuou descendo a ladeira quando se viu novamente atravessando uma rua, porém com a cessada do nevoeiro ela viu que estava passando um cruzamento e ajoelhou-se no chão chorando por ter ido pelo caminho errado rumo a sua casa, mas seu momento de choro parou quando um carro freou a poucos centímetros de seu ombro esquerdo fazendo-a cair por cima do braço direito no asfalto.

Pelo o pouco que conseguiu ver enquanto estava caída um jovem de uns 18 anos de idade se aproximou, estava usando uma calça jeans rasgada dos dois lados no joelho, uma camiseta branca e após tirar a sua jaqueta preta Selena observou os músculos definidos em seus braços, e ele parecia não estar se importando com fato de estar se molhando na chuva por causa de uma desconhecida.

– Você está bem? – perguntou ele em tom de preocupação colocando sua jaqueta ao redor de Selena enquanto a ajudava a levantar. – O que está fazendo ai andando sozinha no meio desse temporal?

– Estava voltando para casa – respondeu Selena tremendo de frio. – Mais acho que peguei o caminho errado, não tinha onde eu me abrigar desse temporal por isso preferi continuar andando.

– Você é louca garota? – perguntou ele mais não irritado e sim cada vez mais preocupado. – Você sabe que não pode sair por ai no meio de uma tempestade dessas, você poderia ter morrido, você pode ficar resfriada.

– Não, não estou louca – respondeu Selena um pouco irritada. – Olha muito obrigada mesmo por quase não ter me matado mais acho que já está na hora de eu continuar seguindo meu caminho para casa.

– Não posso deixar você ir pra casa desse jeito – diz ele firmamente. – Você pode ficar doente.

– Não se preocupe comigo eu ficarei bem e pode pegar – ela devolve a jaqueta que ele colocou ao redor dela e sai andando, porém é surpreendida quando o jovem vai atrás dela e a coloca a força por cima do ombro e a leva até o carro colocando-a deitada no banco de trás. – Você estar me sequestrando? – perguntou ela enquanto via ele entrar no carro e trancando por dentro para que ela não saísse. –

– Não estou te sequestrando – respondeu ele calmamente. – Estou cuidando de você, mesmo você sendo extremamente teimosa.

– Como pode ajudar alguém que não conhece? – perguntou Selena sentando-se no banco cruzando os braços emburrada. –

– Porque para fazer o bem nós não escolhemos a quem – respondeu ele dando a partida no carro. –

– Eu posso ser uma assassina – disse Selena tentando dar um sorriso maléfico. –

– Já que é uma assassina, mate-me agora – ironizou ele olhando-a pelo espelho. –

Selena segurou-se para não babar ao olhar os lindos olhos castanhos daquele jovem que estava disposto a ajudá-la. 

– Vou poupar você – disse ela desviando o olhar do espelho. – Só porque esta me ajudando mesmo contra a minha vontade. – Para onde esta me levando senhor sequestrador de garotas inocentes?

O rapaz deu uma risada e respondeu calmamente:

– Então senhora inocente garota assassina de rapazes que tentam ajudá-la mesmo quando fica com teimosia, estou levando-a para minha casa e lá você vai poder banhar, trocar essas roupas molhadas para não ficar resfriada e em seguida a levarei para sua casa.

– Não precisa se incomodar tanto – respondeu Selena sorrindo com as palavras do rapaz. – Pode me deixar aqui mesmo e vou para casa andando, a chuva já está até acabando.

– Nada disso – respondeu ele. – Faço questão.

Selena não entendia porque aquele rapaz estava tão disposto a ajudá-la mais resolveu que iria aceitar a ajuda porque mesmo se ela não aceitasse ele iria insistir, não demora muito até que ele para seu carro em frente a um enorme portão e apertando um botão do carro mesmo, o portão começa a se abrir revelando uma enorme(enorme é pouco) mansão para qual ele a guia junto com o carro. Ao estacionar ele a ajuda a descer, porém ela ignora mão que lhe foi oferecida e acaba escorregando em uma poça de água deixada pelo forte temporal que havia finalmente acabado.

– Por que você é tão birrenta? – perguntou ele ajudando-a a levantar. –

– E porque você é tão grudento? – respondeu ela. –

– Estou apenas tentando ajudar – disse ele. –

– Mais eu não pedi a sua ajuda. – gritou ela. –

Quando um homem de uns 50 anos de idade se aproximou deles com uma toalha nas mãos.

– Precisa de ajuda senhor Charlie? – perguntou ele lhe entregando a toalha. –

– Não Francis, obrigado – respondeu Charlie. – Mais por favor, leve-a para tomar um banho e lhe dê algo para comer e algo para vestir. Se não tiver algo para ela vestir dê-lhe uma roupa de Franky acho que ela não vai sentir falta e se sentir diga a ela que depois eu pago ou compro outras roupas.–

Ao terminar de dar as ordens ao que Selena achou ser o mordomo da mansão, Charlie saiu dali onde estavam sem falar ou ao menos olhar para Selena, e fez com que a jovem achasse que ele ficou magoado com a arrogância e a grosseria pela qual foi tratado pela garota que ele estava ajudando, ao sentir aquilo Selena se arrependeu pelas coisas que falou, mas já parecia tarde para pedir desculpas então ela apenas acompanhou o mordomo Francis para dentro da mansão.