História O Coração de Cristal - Uma Bomba Revelada.

No passado Merlin estava extremamente preocupado com sua esposa, Morgana, que foi jogada na masmorra após ter sido violentada por Salazar, meses se passaram e sua mulher havia ficado grávida devido a violência que sofreu, porém mesmo estando prestes a ser mãe novamente ela estava muito debilitada com tudo que havia acontecido. Passou por toda sua gestação presa em uma masmorra sem ver a luz do sol, sem ver o dia, a noite. Apenas ali, presa em uma cela, grávida e debilitada.

O reino novamente estava entrando em guerra, e no meio disso tudo, Morgana entra em trabalho de parto.

– Salazar – gritava Merlin. – Seu filho vai nascer.

– Arghhh – gritava Morgana de dor enquanto começava a suar devagar. 

– Vai ficar tudo bem querida – dizia Merlin tentando tranquilizá-la. –

– Está doendo muito – falava ela enquanto ofegava. –

– ALGUÉM NOS AJUDE POR FAVOR – gritava Merlin inutilmente pois ninguém estava ouvindo, todos estavam focados na guerra que estava acontecendo lá fora. –

– Merlin – chamou Morgana, enquanto ofegava e uma forte explosão aconteceu do lado de fora. –

– Sim querida. – respondeu ele em tom nervoso. –

– Eu amo você – disse ela enquanto ofegava mais ainda e lágrimas caiam de seu rosto. –

– Eu também te amo – respondeu ele apertando sua mão. –

– ARGHHH – gritava ela enquanto outra explosão foi ouvida seguida de gritos de guerra. –

– Eu posso fazer isso – disse Merlin para si mesmo e se pôs entre as duas pernas de Morgana e levantou o seu vestido. – Amor, preciso que você inspire bem fundo e ao expirar coloque força para empurrar a criança, já estou sentindo ela se aproximar.

E assim Morgana o fez, inspirou e expirou diversas vezes colocando toda força que lhe restava. E após alguns minutos fazendo todo aquele esforço em meio a uma dor horrível a criança finalmente havia chegado ao mundo.

– É uma menina – dizia Merlin emocionado com a criança em seus braços que chorava muito. –

Porém após o nascimento da criança algo estranho começou a acontecer, Morgana ficou paralisada e imóvel enquanto começava a sangrar sem parar.

– Morgana? – chamava Merlin desesperado, porém não houve resposta vinda dela. O pai das gêmeas ficou atônito, estava sem seus poderes devido a cela que estava preso e a mulher de sua vida estava ali morrendo em sua frente e ele não sabia o que fazer. – SOCORRO! – gritava ele desesperado. –

Quando passos rápidos de alguém que estava correndo começaram a se aproximar, e após alguns segundos, Salazar surgiu em frente a cela do lado de fora. A luz do dia que entrava pela pequena janela da cela iluminava seu rosto que estava machucado e ensanguentado e ele desesperadamente pegou as chaves e entrou na cela enquanto Merlin chorava com a criança na mão diante do corpo de sua amada.

– Esse é meu filho? – perguntou Salazar se aproximando. –

– É uma menina – falou Merlin entre o choro. –

– Dê-me aqui? – pediu Salazar estendendo os braços. –

– NÃO – gritou Merlin. – Morgana ia querer que eu protegesse de você.

– Ela é minha filha – falou Salazar em tom irritado. –

– Não irei dá-la a você – disse Merlin firmemente. –

– O reino está sendo tomado pelo exército da rainha má. – falou Salazar. – Dê-me minha filha aqui para que eu possa salvá-la.

– Não! – repetiu Merlin. –

– Está bem – disse Salazar pegando uma adaga em sua cintura e dando com o cabo da mesma, um golpe na cabeça de Merlin que começou a cair e antes que o fizesse o homem pega sua filha dos braços do feiticeiro. – Irei cuidar de você querida.

Ao pronunciar tais palavras, Salazar observa o corpo de Merlin sobre o corpo morto de Morgana e em um gesto com a mão faz com que ambos desapareçam em uma nuvem negra.

– Você não irá encontrá-los Rainha Má. – falou Salazar para si mesmo e em seguida fechou os olhos concentrando-se e pela janela da cela o vento começou a entrar e rodopiar seu corpo. Em um gesto com a mão ele faz com que esse mesmo vento que o rodopia fique visivelmente escuro como as trevas cobrindo a ele e sua filha recém-nascida que não parava de chorar em seus braços. –

Depois de alguns minutos, Salazar abre os olhos novamente e observa que não está mais na cela que ficava nas masmorras do palácio, e sim que está em um estranho beco escuro onde do ponto em que estava conseguia ver objetos com rodas passarem indo e vindo.

Em seu colo, a bebê não parava de chorar e sem saber o que fazer, ou para onde ir, Salazar gritou

– CALE A BOCA SUA IDIOTA.

Mas o choro da criança apenas aumentou o que o irritou mais ainda. Perto dali ele viu um objeto enorme cheio de sacos dentro, e muito irritado colocou sua filha em cima daqueles sacos e se preparou para ir embora.

– Já salvei você das mãos daquela bruxa – falou ele se afastando enquanto a criança não parava de chorar. – Agora você se salva das mãos desse lugar.

Ao terminar de falar, Salazar correu para fora do beco deixando sua filha abandonada no local.

Débora já não sabia mais o que fazer, não sabia como pagaria a dívida que devia a sua amiga.

Caminhando ali pelas calçadas da cidade, ela tentou arquitetar um plano para que se livrasse de tantas as cobranças que estava sofrendo dela, porém seus pensamentos foram interrompidos ao passar em frente a um beco escuro e ouvir o choro de uma criança vindo de dentro de uma caçamba de lixo.

– Meu Deus – falou ela se aproximando do som do choro da criança. – Quem deixou você ai?

Débora não sabia o que fazer, mas logo o choro do bebê a fez ter uma ideia que poderia a livrar de suas dívidas. Pegou o recém-nascido no colo e o enrolou com um pano que havia dentro de sua bolsa, e após alguns minutos caminhando com a criança pelas ruas da cidade ela finalmente bate em uma porta e uma mulher a atende.

– O que faz aqui? – questionou a mulher. –

– Vim pagar minha dívida – respondeu Débora sorrindo. –

– Você já tem o dinheiro? – perguntou ela e observou a criança. –

– Eu não tenho dinheiro – falou Débora. –

– Então é melhor ir embora daqui – disse a mulher. –

– Mais não fui eu que pari um bebê morto – zombou Débora quando a mulher começou a fechar a porta. – 

– Cale a boca – disse ela abrindo a porta novamente. – Você sabe muito bem que essa história não é desse jeito, sabe muito bem o que você fez.

-- Isso é passado, acabei de achar essa criança em uma caçamba de lixo – disse Débora mostrando o bebê para mulher que pareceu ter ficado interessada. – Provavelmente acabou de nascer, e nem registrada foi...

– A onde você quer chegar com isso Débora? – perguntou a mulher. –

– Sejamos racionais Mandy – respondeu Débora. – Você foi abandonada por seu marido grávida, perdeu sua criança a alguns meses mas mesmo assim ainda continua querendo ser mãe...

– E daí? – falou Mandy. –

– E agora eu apareço com uma criança abandonada na sua porta? – continuou Débora. –

– Fale logo o que você quer? – disse Mandy irritada. –

– Se você esquecer a dívida que tenho com você – falou Débora. – Eu lhe vendo essa criança.

– Como é que é? – questionou Mandy surpresa. –

– Achei que quisesse ser mãe, mas... – falou Débora e virou-se para ir embora com a criança. –

– Espera! – chamou Mandy. – Eu esqueço a dívida que tenho com você e você me diz quanto quer pelo bebê.

– Agora sim Mandy – disse Débora sorrindo. – Estamos falando a mesa língua.

– Pronto. – falou Mandy, já dentro de sua casa, após assinar um papel cancelando a cobrança contra Débora, e em seguida lhe entregando uma quantia em dinheiro. –

– E lembre-se – falou Débora entregando a criança a Mandy após receber o dinheiro. – Ninguém pode saber que esse encontro existiu.

– É uma menina – disse Mandy ignorando o que Débora falou. –

– Você entendeu? – questionou a mulher irritada. –

– Está bem – respondeu Mandy fazendo carinho na criança que após tomar um pouco de leite(que havia sobrado em seu seio por ela ter ficado grávida.) acalmou-se. –

– Até nunca mais – disse Débora pegando sua bolsa e saindo do local deixando Mandy e a criança sozinhas. –

– Vou cuidar muito bem de você minha filha – disse ela emocionada enquanto balançava devagar a criança em seus braços. E viu a sombra de Débora do outro lado da porta ouvindo o que ela estava falando, porém não se importou com isso e virou os olhos novamente para sua nova filha. – E você irá se chamar... Selena.