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História O coração de uma rainha - Capítulo Cinco


Escrita por: KaCPelegrineli

Capítulo 5 - Capítulo Cinco


O almoço foi servido por duas criaturinhas do tamanho da palma da minha mão. Dizem que são chamados  de Greenlays, uma mistura de elfos com fadas, porém que não passam de dez centímetros de comprimento. Costumam ser carinhosos e protetores, mas também são travessos como crianças.

  - Deseja mais água, senhorita? - disse um deles, voando na altura do meu rosto.

  - Não, obrigada.

  A criatura ficou me esmiuçando e eu fiz o mesmo, até que finalmente perguntei:

  - Qual é o seu nome?

  - Niia. Aquele é o meu irmão Jiin - apontou para mais um Greenlay que estava segurando um copo com água quase do seu tamanho.

  - Oi - disse, todo tímido.

  Cumprimentei com a cabeça.

  - Agora podem nos dar licença, queridos, preciso conversar com a nossa convidada - Amberly interrompeu.

  Os dois saíram voando rapidamente para fora da cozinha, nos deixando a sós. Não consegui parar de observar o tamanho da casa dos avós de Amberly. A parte externa dava a impressão de que era uma casa simples, mas assim que coloquei meus pés na sala, pude perceber que era apenas aparência. Havia um corredor enorme e para todo lugar que eu olhava tinha mármore e ouro. Fiquei até meio tonta de tanto brilho que havia na escadaria bem na minha frente. Era enorme, mas não vi ninguém além de Amberly. 

  Onde estavam os seus avós?

  - Eles não existem.

  - O quê? - perguntei.

  Será que ela estava falando comigo?

  - Eu posso ler sua mente, Anna.

  - Uau. Quantos poderes você tem?

  - Muitos. Não vale a pena contar - se exibiu. - Bom, eu inventei aquilo sobre morar com os meus avós, pois não queria causar uma má impressão.

  Má impressão.

  - E antes que você me pergunte, os Greenlays não são meus criados. Eles são meus guardiões e se sentem obrigados a me ajudar em qualquer coisa. Eles limpam essa casa inteira em até uma hora. Dizem que não gostam de me ver trabalhando. São muito gentis, mas não os deixe irritados, pois podem destruir tudo o que veem pela frente.

  - Tenho certeza de que nunca farei isso.

 - Você deve estar se perguntando o porquê da minha casa parecer pequena por fora, mas ser tão grande por dentro.

  - Acertou mais uma vez.

  - É um feitiço. Essa casa é um presente do rei, por eu ter te protegido durante todo esse tempo.

  Ah, o rei.

 Não conseguia acreditar que era filha dele; não entendia o porquê dele querer me procurar só quando estava prestes a completar dezoito anos. Amberly percebeu que fiquei meio desconfortável então tentou me tranquilizar.

- Desculpa, eu não sabia que você ia se sentir assim.

- Não tem problema. Esse dia está sendo muito longo e olha que acabamos de almoçar agora.

- É mesmo. Eu não queria te colocar nessa situação com sua tia, mas você precisava saber quem ela realmente é.

- Vou demorar um tempo para conseguir aceitar isso, aliás, tudo ocorreu só nessa manhã e sei que não será uma tarefa fácil.

Amberly colocou a mão sobre meu ombro, como uma forma de consolo, e por fim, chamou os Greenlays que vieram voando rapidamente em nossa direção.

- O que deseja, Amby? - perguntaram em uníssono.

Caio na gargalhada ao ouvir o apelido.  Amby.

- Já disse para não me chamarem assim quando eu estiver com visitas - Amberly disse entre os dentes e envergonhada.

- Perdoe-nos, Amby.

- Ai, nossa, dissemos de novo - lamentou, Niia.

- Tudo bem, tudo bem, dessa vez eu os perdoo, mas eu chamei vocês aqui para acompanharem a nossa visita até à porta. Ela já está de saída.

- Ah, é claro. Então vamos, senhorita - Jiin e Niia se dirigem a mim.

Ambos me seguraram pelo braço com suas mãozinhas pequenas e me levaram para fora. Amberly nos acompanhou como se fosse uma dama. Nem parecia aquela menina descabelada que apareceu na frente da minha casa me entregando uma torta. Agora ela se parecia com outra pessoa. Uma princesa, até, mas com a mesma personalidade forte de antes.

- Aqui está ótimo, queridos, agora podem entrar. Anna já sabe ir sozinha - disse.

- Ah, então, tchau, Anna. Será um prazer servi-la quando vier aqui novamente.

- Com certeza eu virei - disse com um sorriso no rosto. Essas criaturas eram tão adoráveis.

Me despedi de Amberly com um abraço e segui de volta para minha casa. Não sabia o que dizer assim que chegasse lá, só sentia que não seria tão fácil.

Tia Evelyn estava sentada no sofá olhando para a lareira com o fogo fraco. Não soube, na hora,  se ela havia almoçado, mas as panelas com comida estavam sobre a mesa.

- Oi - cumprimentei pendurando a minha capa perto da porta.

- Já almoçou? - perguntou sem olhar para mim.

- Sim.

- Onde?

- Na casa da Amberly.

- Ah, a ruivinha - desdenha. - O que ela fez com você? Primeiro ela traz uma torta "para se enturmar", depois te leva para "dar uma volta" e você retorna com superpoderes e agora  almoça na casa dela como se nada tivesse acontecido - disse, com os olhos em chamas cravados em mim, dessa vez.

Eu não sabia o que dizer, então achei melhor continuar calada.

- Você não acha que me deve explicações, Anna?

Devo muitas explicações, mas como eu começo? Como eu conto que sou sua filha e que também sou a princesa perdida do reino?

Eram tantos pensamentos em minha mente, que ficava difícil para conseguir elaborar uma resposta. Comecei a me sentir enjoada e isso me deixava cada vez mais confusa.

- Desculpa, mas não posso conversar agora, tia.

Corri para o meu quarto e fechei a porta. Achava que iria desmaiar.



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