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História O corar da sua pele ao meu toque - Capítulo Seis - A perda é sentida


Escrita por: Allera

Notas do Autor


Antes de tudo quero agradecer a:
kaidosoo
KyungByun
ExoMyPromise

Pelos lindos comentários <3

Esse capitulo foi inspirado e ouvido ao som de Florence and the Machine.
Boa leitura e qualquer erro desculpa.

Capítulo 6 - Capítulo Seis - A perda é sentida


 

O corar da sua pele ao meu toque

⊱ Capítulo Seis - A perda é sentida  ⊰

“É incomparavelmente mais fácil atuar tal como se é, do que imitar aquilo que se não é.” – Luís XIV, rei sol.

 

-Quer um pouco de chá? – Luhan indagou apreensivo à Kyungsoo, que estava deitado na cama.

A Coreia ainda estava abalada pela morte do rei, mas todos sabiam que Jongin assumiria o trono e todos apostavam sua confiança no moreno. Kyungsoo antigamente imaginava que quando seu irmão assumisse ele o deixaria de lado e isso enchia seu coração de desconforto, não teria mais seu protetor ao lado, mas isso já fazia tempo para ter esse tipo de pensamento. Porém esses dias Jongin o visitava constantemente para tomar seu corpo, cada noite ele estava em seu quarto se apossando de cada centímetro de si e sempre lentamente, como se quisesse aproveitar cada segundo daquele ato.

Não negaria que seu corpo se entregava ao ato de prazer. Muito diferente da sua primeira vez no qual fora violado.

Mas seu corpo estava cansado para acompanhar o ritmo do irmão e ainda tentar esconder cada marca roxeada e inventar uma desculpa à Sehun para não entrar no seu quarto que exalava à sexo.

-Não, obrigado. – Respondeu com um sorriso amarelo.

 

-Tem certeza? Eu sei cozinhar outras coisas caso queira. – O loirinho oferecia animado.

 

-Eu estou sem fome, mas obrigado. – Kyungsoo negou mais uma vez.

 

-Aish! Você é um Amo muito bonzinho!

Luhan exclamou bufando enquanto sentava-se na cama com uma expressão irritada que fez o duque rir, uma imagem adorável do seu ajudante.

-Sinto muito por não está te dando trabalho – o menor ironizou ainda rindo – Talvez eu devesse pedir a Sehun para ser seu novo Amo.

 

-O que? Ter aquele ogro como Amo? Prefiro muito bem como estou, imagina ter rugas nessa flor da idade? – Luhan indagava revirando os olhos com tão dedução.

 

-Com ou sem rugas você ainda seria lindo.

 

Luhan sorriu deixando-se pela primeira vez ficar envergonhado na frente do duque. Tinha mania de manter seu nariz empinado não importava qual situação fosse ou quem fosse, se mantinha com uma imagem forte a qualquer custo. O som da porta se abrindo desviou sua atenção do menor ao ver que Jongin entrava no recinto.

 

-Irei levar de volta a bandeja. – Luhan informou levantando-se cama, pegando a bandeja e passando por Jongin.

 

O moreno não se importou se o chinês não o cumprimentou devidamente, não faria qualquer diferença para si, pois achava a coragem dele admirável.

 

-Parece que seu bichinho não gosta de mim. – Comentou se aproximando da cama do irmão.

 

-Luhan não é meu bichinho e ele deve ter motivos para não gostar de você.

 

-Tem razão. Mas isso não faz diferença agora. – Respondeu sentando-se na cama, bem próximo do irmão.

Kyungsoo sentiu seu corpo ficar febril com a aproximação do mesmo, ele tinha esse poder sobre si que  fazia questão de não esconder, porém não faz questão de mover um músculo quando sentiu sua mão ser tomada pela dele.

 

-Como está? – Ele indagou com a voz serena enquanto o fitava de maneira dócil.

 

-B-bem.

 

-Não o vi no café mais cedo por isso fiquei preocupado.

 

-... Meu corpo está apenas indisposto no momento, não tive vontade de comer. – Respondeu sentindo os batimentos de seu peito acelerar pela preocupação do mesmo e também por dizer que seu corpo estava fraco pelas noites de sexo.

 

-Posso mandar trazerem o chá de Omijacha. -Jongin sugeriu ainda segurando a mão do irmão enquanto fazia uma carícia com o polegar, agia tão naturalmente naquele ato.

 

Kyungsoo se surpreendeu por alguns segundos antes de começar a rir deixando o moreno franzir o cenho.

-Por acaso disse algo engraçado? – Indagou dando uma pequena risada também.

 

-Não, não. Apenas me lembrei de que quando era criança, logo quando comecei a morar no palácio, e não conseguia dormir ou ter fome, você me trazia chá de Omijacha.

 

-E funcionava.

 

-Até mesmo quando eu caía?

 

-Eu precisava te distrair da dor! – Jongin se defendeu dando uma gargalhada se ajeitando mais na cama, cada vez mais próximo. – Era só eu prometer esse chá que você parava de chorar.

 

-Porque tinha um gosto horrível!

 

-O que? Como assim? Você adorava esse chá!

 

-Tinha gosto de água e terra, quando era feito por você. Eu trocava e pegava o da sua mãe. – Kyungsoo declarava lembrando-se desse tempo e rindo da expressão perplexa do maior.

 

-Acho que era por isso meu pai bebia escondido quando fazia para ele.

Jongin comentou ainda rindo, porém aos poucos foi se cessando essa expressão em seu rosto e desviando seu olhar para um ponto qualquer, lembrando-se do pai. Kyungsoo percebeu de imediato e ficou fitando o irmão, devia estar sendo mais difícil para ele do que para si já que não tinha o mesmo apego que o moreno. Olhou para sua mão, segurada por ele, e acariciou em compreensão.

 

-Vai ficar tudo bem. – Murmurou.

 

-Eu sei que vai. -A resposta do moreno foi imediata, como  se fosse a única e exclusiva opção.

E Kyungsoo percebeu.

Porém foi pego de surpresa quando Jongin veio para cima puxando seu rosto e o beijando. Mesmo a atitude bruta, o beijo veio diferente sendo seguido por um ritmo lento onde o lábios de Jongin degustava cada parte da boca macia e doce do irmão. Kyungsoo sentia seu rosto queimar com o beijo e a língua que adentrava sua boca lentamente se unindo com a sua.

Antes do ato se cessar abriu seus olhos e arregalou quando viu Luhan na porta dando meia e saindo do local. O beijo cessou.

 

-O que foi? – Jongin indagou com sua mão no rosto do mesmo acariciando com o polegar, franziu o cenho. – Ficou pálido.

 

-Na-nada.

 

-Irei mandar que alguém tragam algo saudável para você, precisa ficar com saúde logo. – Disse antes de selar mais uma vez seus lábios com o do menor e então saindo.

O jovem duque manteve um sorriso amarelo até que ele se retirasse e então saiu da cama sentindo todo seu corpo tremer. Luhan tinha visto! Tinha visto o que ninguém jamais sabia. Andou de um lado para o outro tomando coragem para ir atrás do mesmo, porém a porta do seu quarto se abria e por ela passava o loirinho com uma bandeja.

 

-Trouxe frutas vermelhas. – Disse com sorriso gentil ao duque.

 

Kyungsoo sentiu sua garganta se fechar enquanto o observava deixar a bandeja sobre uma mesa. Sempre imaginou que um dia seria descoberto, imaginava o Rei lhe condenando a morte ou a sendo obrigado à viver nas ruas da Coreia, porém não imaginava que a sensação de ser descoberto era a pior agonia.

 

-Você viu. – Disse com um fio de voz.

 

-Vi o que? – Luhan indagou enquanto organizava as frutas.

 

-Eu sei que viu, você estava na porta.

 

-Então quer que eu fale sobre ter visto o futuro rei beijando o próprio irmão? – Luhan indagou encarando Kyungsoo profundamente.

O duque tentava manter a calma, mas seu corpo não reagia da mesma forma. Alguém havia visto o que escondia desde os quatorze anos, nem mesmo o seu melhor amigo sabia do seu segredo e saber que alguém havia descoberto lhe despertava medo. Pois não era normal! Eram irmãos! Ambos homens!

 

-Por favor, Luhan. Não diga a ninguém sobre isso, eu lhe imploro.- Kyungsoo pediu com a voz culpada fitando o chão, não conseguia encara-lo.

 

-É por isso que nunca lhe encontro no quarto pela manhã? – Luhan perguntou querendo libertar todas aquelas dúvidas entaladas, deixou de lado a bandeja dando alguns passos até o menor que ainda encarava o chão. – Que a maioria dos seus Obis estão sempre rasgados, e as marcadas roxeadas e sua indisposição de hoje, sempre pensei que fosse pelos treinos... Mas era porque você estava com ele.

 

-Não fale mais... – Pediu com um enorme nó na garganta, estava enjoado de si mesmo.

 

-Você é amante do seu irmão. – Luhan declarou como se fosse mais um detalhe.

 

-Luhan! – A voz de Kyungsoo se elevou não querendo escutar mais, seus olhos viraram em direção ao loiro como se dissessem basta.

 

-Mas o pior de tudo isso é que você praticamente obrigado à estar nessa relação, não é verdade?

O menor arregalou os olhos com a acusação sentindo-se sem chão. Sabia exatamente que todo esse envolvimento com Jongin era apenas para seu prazer, não tinha ideia do que fazer depois que fora violado pelo irmão. Não havia um lugar para onde pudesse correr ou qualquer opção. Tudo que fez foi apenas aceitar quando ele o tomou novamente em seus braços.

 

-Por quê não se impõe contra ele? Por quê não faz nada? – Luhan exclamava não suportando aquela situação.

 

-Porque não tem nada a se fazer. Eu já aceitei isso e nem mesmo ninguém pode mudar. – Kyungsoo respondeu sério, engolindo tudo a garganta abaixo. -Como seu Amo peço que jamais diga isso a alguém, por favor.

 

-Mas...

 

-Kyung?

A voz de Sehun entrando no quarto calou imediatamente Luhan que deu meia volta para sair do quarto no momento em que o Lorde se aproximava.

 

-Sehun. – Murmurou deixando ser abraçado pelo o amigo.

 

-Aconteceu alguma coisa? Esta pálido. - O loiro comentou guiando o menor até a cama estranhando o clima. – Isso não é pretexto para fugir do nosso duelo, é?

 

-Te venceria do mesmo jeito.- Kyungsoo comentou enquanto se deitava.

 

-Você sempre vence. – O lorde declarou dando uma risada à ele.

-O Imperador Yifan continuará a nós apoiar na exportação de armamento para o nosso exército. – Jongin informou mantendo-se sério enquanto olhava para os conselheiros a frente. – Conseguimos restaurar o número de soldados perdidos em batalha assim como também fizemos uma homenagem aos falecidos.

Os conselheiros se olharam surpresos pelo relatório incrivelmente satisfatório obtido em poucas semanas. Era muito mais que esperavam depois da morte do rei. E Jongin também estava muito além da liderança que esperavam, ele estava mudado, carregava um olhar firme e obstinado.

-Isso são notícias maravilhosas, Alteza! – Um dos conselheiros comentou com um sorriso satisfeito.

 

-Não são somente isso, com isso logo teremos mais aliados!

A esperança começava a tomar conta entre os conselheiros, várias ideias começaram a rodear. Parecia finalmente ser o início de uma nova era.

 

-Desculpe por minha falta de delicadeza, mas como conseguiu convencer o Imperador a continuar nos apoiando, Alteza? – Heechul indagou mantendo uma expressão irônica, o que sempre fazia parte.

 

Jongin apoiou seu cotovelo no trono deixando seu queixo ser sustento pela costa de sua mão, em nenhum momento mudou sua expressão com tal pergunta.

 

-Pelo que ficamos sabendo, ele já não tinha mais confiança em nosso reino para continuar enviar armamentos. – Heechul continuou completamente intrigado.

 

-Vejo que nada escapa de você, Heechul. -Jongin comentou dando um sorriso de canto.

 

-Apenas zelo por nosso reino.

 

-Então saiba que uma aliança está formada entre eu e Yifan e que logo, logo se concretizará.

Heechul ergueu a sobrancelha não satisfeito com aquela resposta, mas por hora, não contestaria. O mesmo valia para os outros conselheiros que também se indagava qual seria a ponte entre o Imperador e o futuro rei, mas apenas aguardariam o momento certo.

-Daqui alguns dias acontecerá sua nomeação, contaremos com a presença da rainha? – Suho indagou fazendo uma anotação no pergaminho.

 

-Ela parti hoje para Europa para ficar com as minhas tias durante o luto e quando for a nomeação ela virá. – Jongin respondeu mantendo uma calma admirável. – Por hoje basta.

A maioria começou a se retirar com um ar bastante confiante, obviamente já que era seus deveres ajudarem o rei à governar os deixando a par de toda situação e possíveis soluções e Jongin parecia fazer tudo isso sozinho. Ele continuou sentando olhando alguns pergaminhos que levou certo tempo para perceber que ainda havia uma pessoa na sala.

 

-Por quê ainda está aqui, Suho? – Indagou voltando seu olhar para os pergaminhos.

 

-Fiquei porque queria saber se precisa de algo. – O conselheiro respondeu com um tom preocupado.

 

-Não, não preciso de nada.

Um silêncio reinou no ambiente deixando Suho desconfortável, o que mostrava diferente do moreno que continuava tão concentrado como se a presença do conselheiro não lhe importasse.

-... Jongin, sei que tudo está acontecendo muito rápido, sua nomeação e a morte do seu pai, mas quero que saiba que se precisar conversar você pode contar comigo. -Um sorriso gentil surgiu nos lábios do mesmo.

 

O moreno largou os pergaminhos em mãos passando a encarar Suho por longos segundos. Ele queria vê-lo desabafar e chorar como um homem fraco? Isso não seria atitude um rei e tal pensamento o irritou.

 

-Não sou mais uma criança, Suho. E parece que você ainda não percebeu que você não é mais minha babá e sim meu conselheiro agora, saiba sua posição. – Respondeu friamente o encarando fortemente. –  Pode se retirar.

 

O jovem conselheiro ficou alguns segundos parado tentando digerir aquelas palavras, queria engolir do mesmo jeito que fazia ao antigo rei, mas naquele momento era diferente. Tentou forçar um sorriso e se retirou.

Jongin ficou por um bom tempo lendo e fazendo anotações, tudo estava em seu devido caminho e tão pacífico. Havia tantas coisas que queria mudar e fazer deste reino imbatível liderado por suas mãos, pois era seu dever. Lembrava-se de como ficava maravilhado ao ver o pai resolver cada situação com punhos de aço e um olhar capaz de fazer qualquer um se ajoelhar.

Suspirou.

Seu pai significava muito para si e perceber que ele não estava mais ali lhe deixava com um sentimento tão vazio assim como um enorme peso nas suas costas. Tanto para lhe dar. Mas isso o motivava.

 

-Jongin, a cada montanha e planície é o nosso reino. No momento que suceder o meu lugar, quero que me encha de orgulho como rei.

 

 

- E ele cai! – Sehun exclamou eufórico com mais uma da sua vitória enquanto observava  Kyungsoo no chão.

 

Depois de ter conseguido tirar o menor da cama eles passaram a manhã tomando um café no jardim e mais tarde foram treinar. Diferente do de costume onde Kyungsoo conseguia fazer qualquer um ser derrotado, foi o lorde que levou o mesmo ao chão várias vezes.

 

-Me pergunto onde está o melhor guerreiro chamado Kyungsoo? -  Sehun ironizou dando uma risada enquanto caminhava até o menor oferecendo sua mão.

 

-Vai ver ele teve pena do Lorde que não ganhava nenhum duelop. – Respondeu segurando na mão do loiro.

 

-Pelo visto a língua afiada continua intacta.

 

Kyungsoo riu enquanto limpava a poeira de sua roupa e Sehun lhe passou um pano para limpar o suor. Observou o loiro, que fazia o mesmo, e não pode deixar de notar o como o amigo era realmente bonito. Completamente o oposto de si. Alto, músculo e o sorriso mais radiante que podia imaginar, talvez fosse por isso que todas as damas suspiravam por ele.

 

-Que tal limpar a baba? – Sehun indagou sem olhar para o amigo, mas percebendo que era observado.

 

-I-idiota. – Riu sem graça passando o pano pelo pescoço. -Não estava babando.

 

-Vai dizer que não ficou me observando com desejo? – Perguntou com um riso travesso aproximando seu rosto do menor. – Eu vi, não adianta mentir.

 

Kyungsoo deu uma risada jogando a toalha na cara do loiro.

 

-Estava apenas me perguntando como podem gostar de alguém que mais parece um poste. – Respondeu com desdém, mas se continha pra não rir.

 

-Um poste muito sensual aliás.

Kyungsoo mostrou a língua pro lorde dando risadas enquanto saíam da sala de treino, enquanto caminhavam pelo corredor falando sobre o festival e primavera que logo se aproximava, todos os anos eles iam juntos, já era uma tradição para os mesmos.

 

-Lorde Sehun! – Uma voz feminina e tímida foi escutada fazendo os dois se virarem e perceber a presença de uma das admiradoras do loiro.

 

-Parece que tenho que dar atenção à uma das minhas admiradoras. – Sehun falou para o menor demonstrando estar cheio si.

 

-Eu devia me sentir jogado de lado pelo meu melhor amigo?

 

-Sabe que eu sempre volto.

 

-Te espero pro chá? – Perguntou já sabendo a resposta, era só o tempo do amigo desviar da admiradora.

 

-Adoce para mim. – Ele respondeu indo em direção a moça.

Se pôs a caminhar sozinho sentindo a brisa entrar pelas janelas do local. De uma coisa realmente sabia, era que Sehun sempre voltava. Havia tirado uma sorte com os deuses por ter um amigo como ele mesmo que escondesse um segredo tão importante dele, porém temia que ele sente-se nojo de si e então se afastaria e isso era algo que não conseguiria aceitar.

Quando chegou perto do jardim parou para observar a cerejeira desabrochar, a brisa leve balançava a árvore deixando algumas pétalas caírem deixando um ar nostálgico, podia ver a sua imagem de criança correndo por aquele lugar ao lado de Jongin, os riscos ainda pareciam tão vivos. Sorriu triste com saudades desse tempo.

 

-Oh! Mas se não é o jovem Kyungsoo.

O menor se virou dando conta e presença do conselheiro Heechul, ficou alguns segundos encarnado seu rosto que mostrava um sorriso travesso como maioria das vezes. Nunca havia conversa com o mesmo somente de vista e sempre sentirá uma sensação estranha ao lado dele.

 

-Conselheiro. – Saudou fazendo uma reverência.

 

-Observando a cerejeira? A primavera desse ano com certeza será uma das melhores. -Heechul comentou ficando mais próximo do mesmo. – Irá ao festival?

 

-Certamente.

 

-Acompanhado do Lorde Sehun, com certeza. – O tom de provocação era constante na voz do conselheiro.

 

-Ele é meu melhor amigo. – Kyungsoo respondeu como se fosse óbvio.

 

-Claro, querido... – Heechul riu o fitando nos olhos, mas logo tal expressão sumiu. -Mas tenha em mente que nem todos vêem da mesma forma e não falo somente do Lorde Sehun.

 

-O que quer dizer? – Kyungsoo indagou franzino o cenho preocupado.

 

-Seu meio-irmão, por exemplo, sei muito bem que você o admira e como é protegido por ele, lhe manter rodeado de soldados, não é demais? -Indagou irônico com uma falsa preocupação – Não esqueça que as vezes achamos que comandamos nossa vida, porém acabamos percebendo que somos apenas um fantoche.

Um silêncio preencheu enquanto nos ficavam se encarando, agora não havia qualquer tipo de expressão do conselheiro, porém Kyungsoo sentia-se completamente desagradável do mesmo jeito ainda mais com aquelas palavras.

-Até mais.

Mesmo quando ele já tinha ido, Kyungsoo continuou parado no mesmo lugar encarando qualquer canto do corredor. Sentia-se abatido. Der repente parecia que tudo estava desmoronando aos poucos, como uma parede rachada prestes a cair.

 

Estava com medo.

 

E a palavra fantoche rodeava sua cabeça preenchendo qualquer canto da mesma.

 

-Hey! Por que ainda está aqui? – A voz de Sehun que caminhava em direção ao menor que continuava parado no mesmo lugar – O que foi? Ainda está se sentindo mal?

Sehun começou a se preocupar pelo menor e obviamente se referindo ao estado do mesmo pela manhã, talvez o tivesse pressionado demais. Colocou suas mãos no ombro do menor e encarou aqueles olhos redondos com preocupação.

 

-Kyung, fale algo. – Pediu com um nó na garganta.

 

-... Sehun me abrace. – Pediu engolindo a seco.

 

Não precisou repetir duas vezes para que o maior acatasse o seu pedido e o abraçou praticamente o cobrindo com seu corpo, porém não o afastou. E pela primeira vez Kyungsoo queria dizer tudo que estava acontecendo à Sehun, parecia que seu copo logo transbordaria de água à qualquer momento, não sabia quando, mas sabia.

 

Porém se dissesse a Sehun, ele iria embora e deixaria de ser seu amigo e ele não podia perde-lo. Segurou-se com toda sua força no maior afundando seu rosto no peito do mesmo.

-Desculpa, Kyungsoo. – Enquanto Sehun se desculpava pensando que o amigo passava mal por ter insistido para que se levanta-se da cama naquela manhã.

 

Os camponeses estavam bastante animados com o festival de primavera, mesmo que o tempo de luto da morte do rei já tenha se esgotado, porém o seguinte lema de seguir em frente e continuar honrando os espíritos ao seu modo.

Logo uma nova era começaria.

 

-Faz tempo que não jantamos juntos. – Kyungsoo comentou sorrindo ao irmão.

Dias se passaram desde a conversa que teve com Heechul e em nenhum momento conseguiu esquece-la, porém não queria ficar presa nele. O clima no palácio também estava mudado e Jongin também havia adquirido essa mudança deixando visitar seu quarto ou tentar um toque ousado como sempre faziam quando estavam a sós, era tão estranho. Mas havia recebido por Luhan, que agora detestava ainda mais o moreno, que fosse lhe fazer companhia no jantar.

 

-Sua sucessão esta tão perto. – Comentou mais uma vez já que não havia recebido reposta anterior, sorriu amarelo vendo que ele mantinha sua atenção no vinho que bebia- Espero que a rainha esteja lá.

Jongin havia se entregado arduamente ao trabalho como rei, sua expressão mostrava uma liderança rigida junto de como passava a treinar ainda mais, era notável o quanto se esforçava e nem mesmo sua mãe, a rainha, estava ali para ver tal mudança já que ainda vivia do luto ao lado das irmãs na Europa.

 

-... Chá de Omijacha! – Exclamou tristonho ao ver a bebida no centro da mesa.

Mas o irmão continuou sem dizer uma palavra, Kyungsoo ficou o encarando por alguns segundos esperando alguma reação ou qualquer ação do mesmo, porém abaixou a cabeça sentindo-se triste com tal atitude. Não esperava que o poder fosse lhe subir a cabeça de maneira tão rápida, lembrava-se da sua mãe lhe contando histórias do tipo e como o poder era um desejo perigoso.

Muitos morrem por ele assim como muitos sofrem.

Sua mão pegou o chá com desdem, não tinha nenhuma vontade de tomar, mesmo que fosse uma representação muito grande para si. Talvez não para o irmão. Mas Kyungsoo se apegava a memorias, todos os dias desejava voltar a certo momento de sua vida e o desejo de conhecer o mundo foi diminuindo pouco a pouco. Deu  um riso vazio com tal pensamento que parecia ser até trágico.

Mas dentro de todas as coisas que desejara na vida era que aquela silencio que o separava do maior sumisse, por favor, suma!

 

O que não demorou muito.

 

-Kyungsoo. – O moreno havia o chamado.

 

 

-Sim! – Exclamou voltando a sorrir.

 

-Daqui alguns dias o festival da primavera chegará e é bem no dia do seu aniversário- Falou segurando uma taça em suas mãos finalmente pondo seus olhos frios no irmão- Será de maior.

 

Uma riso sem mostrar os dentes surgiu mostrando um ar de deboche do futuro rei, o que fez Kyungsoo franzir o cenho com aquela atitude e em resposta apenas concordou temeroso.

 

-Poderá finalmente viajar o mundo, como sempre quis.

 

Antigamente aquelas palavras o fariam seus olhos brilharem de uma forma inilagualavel, mas arregalou os olhos surpreso com aquela informação. Uma pontadade esperança começou encher o coração do menor em pensar que o irmão estava mudando aquela situação, finalmente mudando.

 

-Não seja tolo em fazer essa expressão... –Jongin riu bebendo um pouco do vinho- Sabe muito bem meu pensamento sobre isso.

 

 

-E-então, o que quer dizer?

 

 

-Estou dizendo que finalmente vai poder fazer algo por mim, irmão. Além de abrir suas pernas e me chupar é claro. – Ele ergueu seu corpo mais para frente o encarando fortemente. –Quando nosso exercito estava quase para ser dizimado e o Imperador impediu de receber suas armas que tive a ideia de nós unir novamente e você foi a chave perfeita para isso.

 

A garganta de Kyungsoo estava seca, seu peito batia tão forte que nem ligava para dor, apenas olhava para o irmão com uma expressão horrorizada como ele falava consigo. Devia ter se acostumado ao longo dos anos de como ele jogava isso na sua cara, mas jamais conseguiria engolir aquilo e seu medo aumentava com aquele assunto.

 

-Chave? – Murmurou forçando sua voz sair.

 

 

-Não sou bom em enrolar e prefiro dizer de uma vez, sabe muito bem que paciencia não é o meu forte... Consegue manter a minha aliança oferecendo a Yifan você como seu novo acompanhante.

 

Parecia que o ar começava a faltar para Kyungsoo que ofegava olhando para o irmão incrédulo.  Ele havia o vendido? Não! Jongin jamais faria isso! Ele o amava, não? Ainda mais para o imperador que era alguém que o moreno odiava. Sua mente começava rodar ao mesmo tempo que faltava ar e via o irmão tão calmo aproveitando seu vinho, cada palavra de Heechul agora voltava a sua mente e percebia o quanto era verdade e via que nunca fora alguém para o maior, era apenas um nada, um prostituto do próprio irmão que jamais deveria ter posto os pés no palácio, um verdadeiro fantoche.

 

-Vo-você me vendeu? – Indagou com a garganta doendo enquanto olhava incredulo para o maior.

 

 

-Irá apenas fazer o mesmo que fazia comigo, apenas que agora é com o Imperador.

 

-N-não é verdade... - O menor disse em um fio de voz- Por favor, diga... diga que não é verdade.

 

-Não há porque mentir.

 

Um grito estava entalado na garganta do menor que cambaleou para trás sentindo uma enorme vontade de vomitar. Tudo rodava. Sua mente se fixava em pontos aleatório de suas memorias e do agora vendo o irmão a sua frente, nem percebeu no momento em que as lágrimas começaram a cair uma de cada vez.

 

-VOCÊ ME VENDEU!

 

Gritou olhando Jongin completamente enojado. Tudo doía dentro de si. Pelos deuses, por favor, façam parar essa dor dentro de si! Parecia que cada parte de seu corpo começava a recordar de cada toque do maior durante as noites e de cada beijo e o fazia sentir-se tão sujo. E agora faria exatamente isso nos braços de outro homem, como um verdadeiro prostituto era. 

 

Sujo.

 

Era isso que! Por isso era tratado daquela maneira? Por ser filho de uma amante era tratado como um nada? Por que tinha que aguentar isso se não podia fazer nada sobre isso? Os deuses odiava por ter entregue seu corpo ao irmão de maneira tão promiscua? Começou a chorar em voz alta assim como gritava não aguentando mais aquelas sensações de como era imundo, nem percebe quando bateu as mãos na mesa deixando o copo de chá quebrar e o sangue em sua mão começar a sair.

 

 

-Você tem até depois de amanha para se preparar. - Jongin murmurou levantando-se da mesa e saindo.

 

Os joelhos de Kyungsoo falharam o fazendo cair ao chão segurando a mão ensanguentada, as lágrimas desciam caindo sobre a mão. Queria acordar daquele pesadelo. Queria acordar no Jardim quando ainda era uma criança e havia visto Jongin se oferecendo para brincar consigo e assim poderia ter corrido para longe dele, mudaria tudo se pudesse! Jamais teria aceitado aquela falsa maldade e deixando sua mãe! 

 

Como foi tão tolo. 


Notas Finais


Quase não sai, mas eu labutei bastante para conseguir postar.

※ INSTA: @miihamarall
※ TUMBLR: wtfprada.tumblr.com
※ BLOG: http://teoremasit.blogspot.com.br/

Nunca imaginei que Jongin seria tão mal enquanto escrevia, acho que vi muita novela mexicana e fiz o Kyung a lá maria sofredora hahaha.

Espero que tenham gostado e comentem muito, POR FAVOR.

PS- VISITEM MEU BLOG *o*

XOXO Allera.


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