História O Crush da Cafeteria - Capítulo XIV

PARK JIMIN's POINT OF VIEW

— Jimin, acabou a vodka, busca mais. Rápido! — Tae gritou, acenando do outro lado do balcão.

Assenti, correndo para o estoque. Passei os olhos rapidamente pelo local, achando as prateleiras abastecidas com as vodkas de marca renomada. Corri até elas, pois cada segundo longe do bar, era mais clientes impacientes. Antes que eu pudesse pegar as garrafas, meu celular apitou, fazendo-me bufar. Peguei ele, e acabei sorrindo ao ver que era JungKook.

Mensagem de JungKookie:

Hyuuuung! Esse trem é tão chato 

00:47

Já estou com saudades do seu café...

00:48

Só do meu café, Jeonnie?

00:48

Sorrindo, guardei o celular no bolso novamente, e agarrei as garrafas de vodka, levando-as para a frente, antes que TaeHyung fosse me buscar debaixo de tapas. Meu celular tocou novamente no caminho, fazendo-me ficar tentado a parar e responder a mensagem, mas eu sabia que TaeHyung realmente viria a minha procura se eu demorasse mais um segundo.

— Caralho, Jiminie! Vou precisar colocar um foguete na sua bunda para ver se anda mais rápido? — Jackson apareceu correndo, tirando as caixas da minha mão. — Vamos, Jimin, hoje está cheio.

— Desculpe — Curvei-me levemente e ele assentiu.

Aproveitei que ele foi na frente para pegar o celular rapidamente.

Mensagem de JungKookie:

Claro que não!

00:49

De Min Ki também!

00:49

Como você é mau, JungKook!

00:53

Guardei o celular mais uma vez e corri de volta à meu posto, recebendo um chute na bunda de TaeHyung. Olhei para ele, desaprovando o ato, e o mesmo me mostrou a língua, correndo para atender um dos clientes. Ri, indo fazer o mesmo. Um minuto depois, meu celular tocou novamente. Atendi mais dois clientes, até que pudesse pegá-lo novamente.

Mensagem de JungKookie:

Tudo bem... Talvez eu esteja sentindo um pouquinho sua falta.

00:54

Você deve estar se corroendo com saudades de mim, JungKookie!

01:05

Guardei o celular, sorrindo. Ele sentia minha falta e não fazia nem mesmo cinco horas desde que nos vimos. Sinceramente, eu também sentia um pouco a sua. Bem pouco. Não era como se eu tivesse me viciado em seus beijos, ou em seus toques. Não! Eu também não havia me acostumado com a sua presença em tão pouco tempo. De jeito nenhum! Eu apenas gostava de sua companhia. Ele era engraçado, nada mais. Com certeza, eu não sentia falta das duas únicas noites que ele passou ali naquele bar, sentado em uma mesa, observando-me, enquanto eu trabalhava loucamente. Nem dos sorrisos que trocávamos, enquanto eu misturava as bebidas diversas para formar um drink, ou no pequeno movimento de mão que ele fazia, querendo me passar força, quando algum cliente vinha encher o saco. Os beijos que trocávamos antes de dormir, grudados no pequeno sofá da minha casa, também não faziam falta. Claro que não! Ele só dormira aqueles dois últimos dias em casa porque ficara muito tarde para ele ir embora, e não porque eu simplesmente tivera a melhor noite de sono da minha vida no primeiro dia em que dormimos agarrados, com medo de cairmos do sofá minúsculo no meio da noite.

Mensagem de JungKookie:

Eu disse um pouquinho, Hyung! Um POUQUINHO! Não seja convencido!

01:06

Sei que também deve estar sentindo saudade de mim.

01:06

Talvez...

01:15

De seus beijos, mas apenas disso!

01:15

— Jimin, guarda essa porra, antes que eu faça você engolir! — TaeHyung ameaçou, dando um soco em meu ombro. — Eu estou me matando sozinho.

Resmunguei algo, pedindo desculpas, e voltei ao meu trabalho. Eu gostava tanto do meu trabalho naquele lugar, mas eu com certeza amava ainda mais meu trabalho na cafeteria. Eu amava trabalhar com café. Era realmente incrível.

Tive um intervalo de quinze minutos, após meia hora sem descanso, e pude finalmente voltar a falar com JungKook, que estava a caminho de sua casa em Busan.

Mensagem de JungKookie:

Isso me faz lembrar que você ainda deve estar marcado, certo?

01:16

Eu fiz um bom trabalho noite passada.

01:16

Precisei de muita maquiagem para esconder essa merda, Jeon. E ainda precisei aguentar o Tae e o resto dos idiotas aqui fazendo gracinha.

01:50

Não vou mentir... Adoro!

01:52

E eu não vou pedir desculpas!

01:53

Tenho certeza que vai adorar quando for eu a fazer isso, pirralho!

01:53

Ah, eu vou, pode ter certeza!

01:54

Ainda está no trabalho?

01:54

Tenho mais cinco minutos de pausa.

Hoje o dia está um inferno. Vou sair tarde daqui. 

01:55

Se eu estivesse aí, faria que com que relaxasse um pouco...

01:55

E como você faria isso, JungKook-ah?

01:56

Você sabe como, Hyung. Por que me faz falar isso?

01:56

Porque sempre é bom te fazer ficar envergonhado!

01:57

Idiota!

01:57

Preciso voltar ao trabalho.

Aproveite para dormir um pouco. E me ligue assim que chegar na sua casa.

01:58

Você também, Hyung, descanse!

01:59

Queria que você e Min Ki estivessem aqui... Odeio ter de ficar sozinho...

01:59

Boa noite, Jiminie!

01:59

Guardei o celular no bolso, sorrindo feito um babaca, e voltei ao trabalho.

— Min Ki, se demorar mais um pouco, vamos estar fodidamente atrasados. — Gritei da cozinha, esperando o pequeno homenzinho aparecer logo no cômodo.

Mais alguns minutos e estávamos deixando nossa casa, totalmente atrasados.

— Jimin-ssi! — Fechei os olhos, xingando mentalmente aquela velha que adorava cuidar da minha vida nos piores momentos. Vire-me lentamente, sorrindo forçado.

— Ahjumma, eu realmente estou atrasado, será que poderíamos conversar em um outro momento?

— Vi que nesses últimos dias aquele garoto insolente tem deixado sua casa todos os dias de manhã, apressadamente. — Bufei, visivelmente irritado com aquela conversa.

— Acho que ela está falando do Kookie-ah, Hyung... O que significa insolente? — Min Ki puxou minha blusa, fechando os olhinhos minimamente para poder me enxergar através da luz do sol.

— Nada importante, querido — Respondi rapidamente, virando-me em seguida para a mulher. — Eu creio que se JungKook deixa minha casa de manhã, de tarde ou de noite não diz respeito a senhora, agora se...

— Sabe, eu poderia jurar que vi SeoHyun ainda essa semana em MyongDong. — Senti meu corpo congelar. Droga! — Pensei que ela estivesse em Busan, cuidando de algum parente adoentado.

— Senhora Jung...

— Escute, Jimin-ah — Interrompeu-me. — Lembro-me de ter lhe dado uma semana há dois dias atrás. E vejo que sua mãe não irá aparecer... Mais um dia e o juizado de menores estará na sua porta, pronto para levar Min Ki. Já disse que não permitirei que essa criança inocente cresça cercado de todo esse pecado e sujeira. Você é realmente uma vergonha a esse bairro.

— Não, escute você! — Fechei meu punho, respirando pesadamente. — Quem eu beijo, ou deixo de beijar, não é da sua conta; quem eu gosto ou deixo de gostar, não diz quem sou. Se eu quiser foder com JungKook aqui no jardim, ao ar livre à meia noite, eu o faço, porque isso, não é da porra da sua conta. Eu cansei de lhe escutar me insultar. Fique sabendo que ainda hoje, eu e Min Ki estamos indo para Busan, passar o final de semana com nossa mãe. Não que eu devesse lhe contar isso. — Finalizei, puxando Min Ki comigo.

Eu sentia meu peito subir e descer rapidamente, e já começava a me arrepender de cada palavra dita àquela velha fofoqueira.

— Nós estamos indo viajar, Hyung?

— Não, Min Ki... Quer dizer... Eu não sei...

— Então por quê você...

— Não sei, pequeno... Eu apenas estava irritado e falei.

— Hm... Hyung — Chamou novamente. — O que é esse foder que você pode fazer com o Kookie Hyung? — Questionou e meu estômago se revirou. Porra, eu só faço merda!

— É algo que você descobrirá daqui alguns anos, Min — Respondi vagamente. — Agora, sem mais questões complicadas. — Pedi, recebendo um aceno ingênuo em resposta.

Deixei Min Ki na escola, seguindo para o meu trabalho no mercado Municipal, onde eu carregava caixas e atendia clientes. Era um trabalho um pouco pesado, mas ainda assim, dignamente remunerado. Quer dizer... Se fôssemos olhar os padrões, o salário não era tão baixo.

— Cara, você está realmente péssimo! — O senhor Kim, meu chefe, comentou, tocando meu ombro gentilmente, enquanto eu colocava meu avental e um boné na cabeça.

— Eu fiz uma merda gigantesca — Admiti apavorado, e bufei, retirando o boné que havia acabado de colocar. Por que eu tinha de me irritar com aquela velha insuportável? Por que eu tinha de falar mais do que a boca? Merda! — Aish! Eu sou um idiota! — Baguncei meus cabelos, irritado, arrancando uma estrondosa gargalhada do mais velho.

— Problemas com garotos? — Neguei. Era engraçado como algumas pessoas podiam aceitar minha orientação sexual extremamente bem, enquanto outras tinham que tentar me ver no fundo do poço, apenas por gostar de garotos. Porra, isso é algo errado? Não, não é!

— Antes fosse, Hyung. Sabe aquela minha vizinha irritante, a que vem aqui direto? — Ele assentiu. — Ela está ameaçando chamar a polícia para tirar Min Ki de mim.

— Ué? A ahjumma enlouqueceu? — Indagou rindo.

— Ela me vê chegando de madrugada todos os dias e viu Jeon saindo de casa várias vezes pela manhã. Acha que sou um mal exemplo para Min Ki. Disse que se minha mãe não aparecesse em uma semana, ela chamaria a polícia, porém, hoje ela veio de novo encher o saco e eu acabei explodindo e falei que íamos hoje mesmo viajar para Busan, para encontrar minha mãe. Só que quando ela ver que nós não vamos, ela vai chamar a polícia e eles vão levar Min Ki, mas eles não podem levá-lo! — Resmunguei como uma criança mimada, fazendo birra.

Era meu irmão e ninguém tinha direito de tirá-lo do meu lado. Eu lutava como um louco para criá-lo bem e confortavelmente, dava cada gota do meu suor para que não lhe faltasse nada, e ainda precisava ouvir daquela mulher que era irresponsável e uma vergonha.

— Você não me disse ontem que aquele seu namoradinho estava indo para Busan?

— Ele não é meu namoradinho, Hyung! — Adverti e ele deu de ombros, pedindo que eu respondesse. — Sim, ele foi ontem de noite.

— Bom, você poderia ir encontrá-lo. Vá para Busan e tire o final de semana para passar férias com Min Ki. É uma cidade linda, vocês estão precisando respirar ar puro. — Propôs extremamente sério e eu precisei rir. Como eu iria para Busan?

— Hyung, eu mal tenho dinheiro para pagar as dívidas daquela casa inutilmente grande. Como pretende que eu vá para Busan?

— Você tem três trabalhos e está me dizendo que não tem nenhuma economia?

— Mas elas são para o apartamento que alugarei assim que o contrato acabar, no final do ano. Você sabe que é necessário no mínimo, três meses de aluguel adiantados nessa cidade.

— Aigoo, Jimin-Ah! — Bufou, bagunçando os cabelos e me deixou sozinho, com cara de tacho, olhando para o nada.

— Obrigado, Hyung! Nossas conversas sempre são úteis — Resmunguei, enquanto seguia para pegar as caixas.

Peguei a primeira, resmungando do peso daqueles legumes, e as levei para a frente, onde arranjei cada legume em seu devido lugar na bancada. Dali a quinze minutos o Mercado seria aberto. O Hyung havia sumido e me deixado ali, pensando em sua ideia insana. Ver JungKook não era uma má ideia, em si, no entanto, eu não tinha dinheiro suficiente, e ainda tinha trabalho de final de semana. TaeHyung me caparia se eu lhe deixasse sozinho no bar em um final de semana. E eu duvidava muito que me dessem folga no café.

Minutos mais tarde, quando o mercado estava para abrir, o Hyung apareceu novamente, e sorriu brilhante para mim.

— Pode avisar o namoradinho que você está chegando, menino! — Exclamou alegre, estendendo-me um pequeno envelope pardo, recheado com algo.

— Hyung...?

— Abra, Jiminie! — Pediu, sorrindo ainda mais.

Suspirei e fiz o que me foi mandado. Meus olhos arregalaram, e eu abri a boca em descrença. Havia um pequeno bolo de dinheiro ali dentro.

— O que...?

— Eu sei o quanto seu irmão é importante para você, Jimin-ah. Vá viajar com ele, irá fazer bem a ambos. Leve isso como um presente de natal atrasado. E ainda poderá ver aquele seu namoradinho... Como é o nome...?

— JungKook.

— Isso! Você poderá passar o final de semana com ele.

— Hyung, eu agradeço, mas como posso aceitar seu dinheiro assim?

— Aceitando, Jimin-ah. Por favor. Agora, ande, vá atrás das passagens. Hoje eu dou conta daqui sozinho. Vá!

Eu não sabia o que dizer naquele momento, então, apenas o abracei forte, agradecendo mil vezes, enquanto deixava meu local de trabalho. Agora eu precisava conseguir folga nos meus demais trabalhos de meio período, e arranjar as passagens.

Ao que parece, em breve, JungKook e eu nos reencontraremos novamente.