História O "Damo" e A "Vagabunda" - Fim Da Guerra

Kim Taehyung 

Março 2017 — 20:12 PM

Cinema

O filme estava prestes a começar, porém, eu estava no meio de uma conversa muito importante com Hobi, uma conversa sobre animes. Como ele pode achar esses desenhos coisa de criança? Alguns até podem ser infantis, mas outros têm uma história tão dramática e complexa, tem que ser muito maduro para ligar os pontos e entender o que se passa. Além de algumas cenas fortes...

– Desliga o telefone. – Nara pediu baixinho, mas no seu tom pude ver um pouco de frustração. 

– Um minuto. – pedi. Ela havia me convidado para o cinema assim que terminamos de comer, eu não poderia ficar mais grato, no entanto, ainda precisava mostrar para aquele paspalho que nem todos desenhos japoneses foram feitos para crianças. 

Os trailers acabaram, eu estava prestes a dar o meu melhor argumento. De repente, o celular foi tomado de minhas mãos, tentei recuperá-lo, só que ela colocou dentro do bolso do casaco e pediu silêncio quando ameacei reclamar. Bufei, eu iria ganhar aquela discussão! Entretanto, não consigo ficar bravo com ela, não agora, não nesse momento... Não nesse encontro. Sim, isto é um encontro, ela não admite para si mesma, mas sabe que estamos em um encontro ROMÂNTICO. 

~♣~ 

Depois que o filme acabou, ficamos meia hora conversando sobre ele e o impacto que teve, admito que achei que iríamos focar mais em beijos, todavia, a obra acabou tomando toda nossa atenção. 

No fim, ela realmente acabou ficando com meu celular o filme todo mais os 30 minutos qur ficamos discutindo sobre as revelações no final. Mas lembrei que meu argumento ainda estava lá, totalmente escrito e pronto para envio e vitória. 

– Pode me dar o meu celular agora? – pedi educadamente, segurando seu braço e estendendo minha mão em seguida. 

– Ah, okay. – soltei seu braço para que ela pudesse pegar o aparelho no bolso da jaqueta. Nara tirou-o do bolso, olhou para minha mão mas não me entregou, ao invés disto, ficou balançando-o no ar como se estivesse me desafiando a pega-lo. 

Tentei agarrar, porém ela levou a mão para trás e me empurrou com a outra. De novo. Mais um empurrão. E ficou nisso por um tempo, ela não desistia, nem eu. Empurro vai, empurro vem, acabou que eu a coloquei contra a parede e, quando tentou escapar, meus dois braços bloquearam as passagens, deixando-a sem saída. Para mim era um ato inocente, até perceber como estávamos próximos naquela posição. Sua respiração quente e tranquila batia no meu rosto, eu também podia ouvi-la. Sua boca entreaberta estava à poucos centímetros da minha e seus olhos não sabiam ao certo para que área olhar, para mim, ou para a minha boca. A mais baixa havia ficado corada. 

Eu deveria beijá-la? É o que acontece nos dramas... Se bem que na maioria algo sempre interrompe, um amigo, uma garota ciumenta, a vergonha de ambos os fazem perder a coragem e fugir da situação. Seria interessante mudar o roteiro, colocar um beijo, um pouco mais de ardência nas linhas escritas... Fazer os telespectadores terem aquilo que tanto querem. O celular vibrou, uma mensagem tinha chegado, essa seria a distração para fazer um se afastar do outro e criar uma distância segura.

Que se dane o roteiro!

Acho que ela já esperava porque retribuiu de imediato, sem pestanejar ou esperar. Seus lábios chuparam os meus com fervor e sua língua explorou cada canto da minha boca como se procurasse algo, além disso, seus dentes puxaram o meu lábio inferior com tanto desejo e prolongaram aquela mordida que meu corpo inteiro reagiu ao seu estímulo. Ardia, doía, mas era uma dor boa, uma dor que você quer sentir de novo, uma dor prazerosa. Não deixei barato, repeti tudo que fez comigo e ainda mais, desci minhas mãos para sua bunda e apertei as duas bandas, empurrando-a para trás com o meu corpo. Ela grunhiu baixinho e agarrou os cabelos da minha nuca, puxando alguns fios ali e fazendo-me responder seu grunhido com outro. Senti suas unhas arranharem minha pela sensível naquele momento. O beijo era ardente, queimava de paixão, mas ao mesmo tempo se tornava carinhoso com algumas ações, como uma carícia na única nuca, ou um carinho na bochecha. Parecia que estávamos indecisos, rápido ou lento? Bruto ou carinhoso? Profundo ou delicado? 

Quebramos o beijo quando respirar já era necessário. Ela não abriu os olhos, mas eu queria observar seu rosto corado e com um sorriso sereno, os olhos ainda fechados mesmo após a separação. No entanto, quando ela abriu foi ainda melhor, pude vislumbrar suas orbes escuras repletas de ternura e paixão, diferente da primeira vez que a vi, naquela festa onde exalava força, agora estava meiga. Parecia um pouco mais frágil, mais um pouco necessitada de mim, o que me fez sorrir. E Nara retribuiu. 

Quando a conheci senti uma pancada direta no peito, como se algo fosse marcado em mim, um espaço reservado para ela. Desde então a certeza que algo entre nós iria acontecer só foi aumentando, e hoje eu percebi que estava certo. 

Park Jimin 

Março 2017 — 20:15 PM

Minha casa

Eu estava completamente nervoso, já se fazia quase 4 horas desde que Iara saiu com mamãe e não deram sinal até agora, nem uma ligação sequer, estou com medo do que pode ter acontecido por eu ter concordado com essa ideia maluca de deixar as duas sozinhas. A senhora Park não queria ir de início, mas eu tinha que persuadi-la, né? Eu podia muito bem ficar quieto e falar para Iara que não era uma boa idéia, só que eu sou um burro idiota! Que agora estava entrando em pânico! Pensei em ligar para Taehyung, no entanto eu me lembrei que ele ainda podia estar com Nara e eu não queria ser a pessoa chata que sempre atrapalha o casal no meio da cena fofa.

Vinte minutos depois, ouvi um barulho de chaves e percebi que alguém entrava na casa, e como meu pai já estava em casa, só podia ser mamãe. Ela entrou e tirou os sapatos, colocando os habituais, passou pela sala como se eu não estive ali, ansioso para saber o que aconteceu na praia e se ela tinha ou não matado a minha namorada. Sua feição não revelava raiva, desprezo, insensibilidade ou qualquer tipo de sentimento que deixaria claro que não foi nada bom eu ter concordado com aquela idéia maluca. Pelo contrário, ela parecia até calma, eu diria que um pouco até demais para quem acabou de passar 4 horas com sua maior "inimiga". 

Depois de passar por mim umas 3 vezes, provavelmente só para atiçar ainda mais a minha curiosidade, Park parou na minha frente e olhou-me no fundo dos olhos. Me senti incomodado, ela fazia isso quando eu era criança e não queria contar algo que fiz de errado, achei que isso tinha passado com o tempo, mas ainda me sinto acuado quando ela me olha assim, como se tentasse enxergar o fundo da minha alma. 

– Só tenho uma coisa a dizer. – fez uma pausa irritante. – Se ousar machucar aquela garota, eu acabo com você Park Jimin! Eu sou sua mãe e te amo demais, mas se Iara sofrer por sua causa, eu te coloco na adoção! 

Não entendi absolutamente nada e a senhora abriu espaço para perguntas, apenas deu as costas e subiu as escadas com o nariz empinado. Fiquei feliz quando entendi que estava tudo bem e que agora Iara não era mais um "problema" para ela, mas ainda queria entender... O que foi tudo isso? Mamãe falou aquilo como se estivesse realmente me ameaçando, como se Iara agora fosse um tesouro seu. A Andrade realmente conseguiu fazer uma mudança tão drástica em apenas quatro horas?