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História O "Damo" e A "Vagabunda" - Yoona, Mais Uma Pro Time


Escrita por: Dii_Kook

Notas do Autor


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Capítulo 5 - Yoona, Mais Uma Pro Time


Fanfic / Fanfiction O "Damo" e A "Vagabunda" - Yoona, Mais Uma Pro Time

Park Jimin

Fevereiro 2017 – 09:13 a.m 

Faculdade Nacional de Seoul
 
Fevereiro iniciou-se e, bem no primeiro dia deste mês, Iara irá conhecer meus pais. Devo admitir que estou nervoso, afinal, conheço bem meus pais e sei o quanto são antiquados quanto as culturas, mas acredito que tudo dará certo. Tem que dar. 

Já Iara nem parece preocupada, se está, ela disfarça muito bem mesmo. O sorriso não sumiu uma vez de seu rosto e ela anda animada para todos os lados, ignorando todos os olhares tortos como sempre faz. Depois que oficializamos o relacionamento para todos, digo, contar para uma das alunas da faculdade que saiu contanto para todos, diminuindo o nosso trabalho, as pessoas pararam um pouco de serem tão transparentes. Muitos nem parecem saber da existência dela, mas ainda têm aqueles que deixam um ou outro comentário desnecessário sair. 

Enfim, o que importa mesmo é o jantar, não sei o que sentir quanto a ele, quero ser otimista e confiante, mas a vozinha da insegurança grita mais alto. Eu não quero acreditar, mas eu sei o que me aguarda e irei lutar contra isso até eles desistirem. 

Park Jimin

Fevereiro 2017 — 07:24 p.m 

Minha Casa

Assim que abri a porta de casa, dei de cara com um silêncio tranquilizador. Iara entrou bem atrás de mim e se colocou ao meu lado quando fechei a porta e segurei firme sua mão quente. 

– Eles devem estar na sala. – avisei, sorrindo nervoso para a garota. 

– Fica calmo. – beijou-me a bochecha, tentando inutilmente me tranquilizar. 

Andei de devagar pelo corredor, pois não queria chegar na sala e encontrar meus genitores, estava com medo, medo do inevitável. Quanto mais me aproximava da sala, mais as vozes se tornavam claras, até que pude escutar a seguinte frase de minha mãe:

– Estou bem? A roupa está legal? Ouvi a porta abrindo, eles chegaram. – ela sussurrava, como se aquela preocupação fosse um segredo. 

Estreitei meus olhos para o lado e vi Iara sustentar uma pequena curva no canto dos lábios perto de mim, ela não sabia o que a esperava. 

– Mãe, pai. – falei assim que alcancei o cômodo e encontrei os dois mais velhos virados de costas para mim. – Esta é a Iara, minha namorada. 

Não achei que falar essa frase seria tão sufocante, sempre imaginei que anunciar o nome de minha namorada seria algo fácil de se fazer, todavia, eu estava enganado. Tenho orgulho de dizer isto, que tenho alguém como Iara ao meu lado, mas tenho medo que as ondas do destino batam em nós dois e nos derrubem, assim que separa nossos caminhos. 

Ao colocar seus olhos nela, mamãe empalideceu. Sério, ela ficou tão branca que, se não fosse pelo seus cabelos escuros como a noite, eu arriscaria que teria se tornado albina de um segundo para o outro. Já papai disfarçou melhor, arregalou minimamente os.
 olhos e engoliu em seco, apertando um dos ombros de mamãe como amparo. 

– Prazer, senhor e senhora Park. – Iara falou, pelo seu tom, percebi que sorria, só não olhei para ela porque tentava repreender meus genitores com o olhar. Eles pareceram me entender quando olharam-me duvidosos, então, tomaram uma postura mais rígida e sorriram levemente. 

– Prazer em conhecê-la, Iara, é um prazer tê-la aqui. – mamãe exagerou na atuação, forçando tanto o sorriso que senti na pele a dor de seus maxilares. 

– És muito bonita, minha jovem, creio que não és coreana...

– Sou brasileira. – ela respondeu de imediato e mamãe quase caiu para trás.

~•~

– Então, Iara, isso no seu pescoço é um colar? – mamãe perguntou com um sorriso fingido. 

– Ah, não, é uma tatuagem. – a garota tocou na pele pintada. – Parece uma gargantilha.

– É... Percebi. – olhou-me como se me repreendesse por arrumar uma namorada que usa tatuagens ao invés de jóias, mas eu ignorei, logo será eu com a pele desenhada. 

– Você veio à Coréia pra estudar? – indagou papai que, ao contrário de mamãe, estava bem mais tranquilo e interessado. 

– Sim, terminar minha faculdade. 

– Então vai voltar para o Brasil? – a Par arrumou a postura, a esperança brilhava em todo seu rosto. 

– Não. – ela voltou a se sentar na cadeira, olhando para a mesa como se seus sonhos estivessem sendo destruídos. – Estou bem aqui, logo irei abrir minha clínica. 

– E você já trabalha? 

– Meus pais me mandam dinheiro, mas eu não uso ele, trabalho em um estúdio de tatuagens. 

Mamãe arfou. Senti vontade de gritar com ela, mas me controlei. Ela novamente endiretou a postura e olhou para Iara como se a garota fosse uma decepção, parecia até pena. Aquilo me irritou e me chateou, sobretudo me chateou. Achei que minha mãe era menos preconceituosa, que não ligasse tanto para aparência, status ou padrões, mas pelo jeito eu estava enganado. Ela mal disfarçava o quanto mão gostava desse namoro, está na cara dela que ela não vai aprovar. Mas eu não me importo, amo Iara e não vou deixar que mamãe estrague isso, vai ser como os livros. Queria que ela fosse mais como... Como meu pai. 

– I-intereessante. – ela comentou para disfarçar o deslize de segundos atrás. 

~∆~ 

– Filho, podemos conversar? – minha genitora perguntou cautelosa quando entrei na sala, depois de acompanhar Iara até em casa. 

Respirei fundo e contei até três, sabia o que estava por vir, temi por isso a noite toda. Me sentei no grande sofá de couro que usava como navio quando era criança e vi meus genitores se sentarem ao meu lado, mamãe com as mãos unidas sobre o colo e papai logo atrás dela, segurando em seu ombro. 

– Digam. 

– Sabe, Iara parece ser... Interessante, mas queríamos você com alguém mais... 

– Padronizada? – completei com desânimo. 

– Tradicional. – mamãe corrigiu-me na hora. – Queríamos que você permanecesse com a tradição.

– Que tradição? – indaguei confuso.

– Família de sangue coreano, apenas coreano. 

– Mãe, isto não é uma tradição. – rolei meus olhos pela centésima vez naquela noite. 

– Ah eu sei é que... – ela pareceu perder os argumentos. – Eu só queria que Você arranjasse alguém daqui, sabe? Mais acostumada com a cultura. 

– Já namorei alguém assim, mãe, e não deu certo. – lembrei-me de meu último namoro. – E a Iara pode se acostumar com a cultura. 

– O que sua mãe quer dizer meu filho- 

– Eu sei o que ela quer dizer, na verdade, sei o que vocês dois querem dizer. – cortei o mais velho que começaria um discurso na tentativa de me persuadir. – Querem dizer que não me aprovam com Iara, não aprovam nosso relacionamento. – mamãe abriu a boca, mas eu continuei: – Não aprovam pela nacionalidade dela, pelo estilo dela, por ela ser ela. Mas eu só queria dizer que, eu a amo – eles arregaralam os olhos e eu me senti orgulhoso de poder admitir isso sem medo. – Sim, eu amo aquela garota e nada, nada vai estragar nosso namoro, não vou deixá-la até que ela queira. 

– Achei que a nossa opinião fosse importante. – mamãe murmurou alto o suficiente para eu ouvir. 

– E é importante, mas eu não vou ouvi-la dessa vez, porque só vai me trazer tristeza. – me levantei rápido. – E eu não quero viver triste se posso ser feliz ao lado daquela garota. 

– Mas filho- 

– Basta. – ergui a mão, mostrando que não daria ouvidos a nada que eles dissessem. – Vou ir pra cama, até amanhã. 

Mesmo irritado com eles, não deixei de beijar os dois no topo da cabeça antes de subir as escadas e seguir para o meu quarto, onde me tranquei e me joguei na cama, inalando o cheiro do aromatizador de flores silvestres. 

Isso ainda não acabou, papai e mamãe não vão desistir tão fácil assim, sobretudo mamãe, que vai fazer questão de colocar meu pai no meio de suas idéias malucas. 

Park Jimin

Fevereiro 2017 – 10:13 a.m

Minha casa

Assim que saio do chuveiro, enxugando meus cabelos com uma toalha envolta do pescoço e outra ao redor da cintura, caminho até o guarda-roupa e abro o mesmo, tendo em mente uma roupa confortável para se estar em casa. 

– Filho? – ouço batidas na porta acompanhadas da voz calma de mamãe. – Se arruma e desça, temos visitas. 

– Preciso me vestir formalmente? – pergunto alto para que ela ouça do outro lado da madeira. 

– Não, só não fique desleixado. 

Fechei meus olhos e joguei o cabelo para trás com uma das mãos, abrindo os luzeiros em seguida e dedilhando minhas roupas. Não sei quem seria a tal visita, então optei por uma calça jeans, uma camisa branca de algodão e sapatos casuais, já que usar tennis em casa não seria necessário. Depois de pronto, fechei as portas do guarda-roupa e saí do quarto, descendo as escadas logo depois de ouvir algumas vozes do andar de baixo. 

– Você vai adorar conhecê-lo, ele é um bom garoto. – ouço a voz de meu pai cheia de orgulho. 

– Será perfeito para minha neta então. – uma outra voz, um pouco mais rouca, como a de um senhor da terceira idade, disse convicto. Estranhei, do que eles estavam falando?

Quando cheguei no andar de baixo, fui até a sala é, ao adentrar o cômodo, passei os olhos por todas as pessoas alí até cair em uma menina, mais baixa que eu, magra, pele branca como a neve, cabelos negros e lisos e, claro, traços coreanos. Ao seu lado, pelo o que me parece, estava o dono da voz rouca é envelhecida pela idade. 

– Filho, está é Yoona, a neta do presidente Chang, ele é um dos sócios de seu pai. – mamãe tocou o ombro da jovem com um sorriso sugestivo adornando os lábios. 

Então, tudo se encaixou, juntei cada palavra dita, mais as presenças, a aparência da garota e o sorriso de mamãe e concluí que, como eu esperava, a senhora Park já começou com suas idéias malucas de tentar me separar de Iara, não sei porque não suspeitei disso quando ela disse que tínhamos visita, acho que é porque não achei que ela chegaria a um nível tão baixo a ponto de querer me empurrar alguem sabendo que eu já estou comprometido. 

– Prazer, senhorita Yoona, senhor Chang. – curvei-me com educação, ação repetida pelos convidados. 

Se mamãe acha que isso vai sair barato e que eu não vou deixar bem claro que já estou namorando, ela vai cair lindamente do cavalo — um ditado brasileiro que aprendi com Iara —, porque eu vou fazer questão de deixar isso bem claro. 


Após alguns minutos de papai dizendo o quanto eu sou exemplar, e mamãe dizendo o quanto gostou da garota, finalmente nos juntamos na mesa para tomarmos um café da manhã digno da realeza. 

– Então, Jimin, o que achou de minha neta? – o senhor perguntou com discrição alguma e a menina ruborizou na hora, revirei os olhos aproveitando que nenhum dos dois olhava-me. 

– Muito bonita, inteligente e educada, me lembra à minha namorada. – comentei olhando diretamente para o meu suco, rodando a bebida e tomando-a em seguida. O olhar de mamãe queimava sobre mim, o de papai parecia me repreender, e os do restante pareciam confusos.

– Você tem namorada? – Chang perguntou olhando sério para meus genitores. 

– Não é nada ofici-

– É sim, eu trouxe ela aqui ontem. – cortei mamãe, ignorando oa olhares alheios. – É uma moça da minha faculdade. 

– Deve ser muito inteligente então.

– E bonita. – sorri, finalmente um assunto que me deixara feliz. – Iara é muito bonita. 

– Iara? – franziu o cenho. 

– Ela é estrangeira. – mamãe falou com um pouco de desdém, mas não me deixei abalar. 

– Brasileira, Iara é brasileira. – olhei diretamente nos olhos do presidente. – Tem o coração nativo do país, é uma boa moça. 

– Também acho. – papai concordou para a surpresa minha e da senhora Park, que chutou o mais velho por baixo da mesa. Revirei os olhos. 

– A beleza das brasileiras é estonteante. – olhei surpreso para o homem da terceira diade. – E eles são simpáticos, gosto dos brasileiros, tenho um irmão que mora lá, já o visitei algumas vezes e o país me agradou bastante. Diferente daqui, ele é mais... Liberal, como vocês dizem. 

Quase levantei e fiz uma dancinha patética da vitória para meus pais, afinal, nem eles esperavam que isso aconteceria. A garota, neta de Chang, escondia um sorriso nos lábios e, apesar de não dizer uma sequer palavra durante o café inteiro, parecia aliviada com a situação. 

– Jimin, leve Yoona para conhecer o seu quarto. – mamãe disse entredentes e eu a olhei.

– Tudo bem. – ignorei seu olhar fervente e dei de ombros, sorrindo para a menina e esticando minha mão. Ela olhou para o vô como se pedisse permissão e, quando ele assentiu, ela juntou sua mão na minha e juntos fomos para o meu refúgio. 

– É um quarto muito bonito. – elogiou quando entramos. 

– Obrigado, pode se sentar na cama. –  apontei para o móvel

Peguei uma cadeira de rodinhas na escrivaninha e trouxe para perto da cama, ficando de frente com a garota. Nem um assunto sequer surgira, então, comecei a rodar no assento giratório. 

– A sua namorada – começou e eu a olhei. – Como ela é? 

Sorri com a pergunta. Não importa quantas vezes a fizessem para mim, eu sempre iria responder com um sorriso. Amo falar de Iara. 

– Ela? Ela é a liberdade em pessoa, extrovertida, receptiva, bonita... Um pedaço do Brasil na Coréia, mas só as partes boa, claro. – corrigi quando percebi que minha frase ficou um tanto quanto confusa. – A pele dela é como a de um... De um chocolate ao leite, nem tão clara, nem tão escura. Os cabelos são cacheados, chegam até os ombros, mas ainda podemos fazer coques e outros penteados. Ela tem tatuagens e-

– Ela tem tatuagens?! – perguntou em um tom alto demais. 

– Sim. – respondi de cenho franzido. 

– Meu deus, eu amo tatuagens, eu fiz uma escondida de meus pais. – sorriu como se estivesse se orgulhando de um crime cometido por ela mesma. – Só quem sabe é o meu avô, ele não é tão liberal, mas ao menos me deixa respirar um pouco. 

– Qual é a sua tatuagem? 

– É uma rosa, fica no meu quadril, assim ninguém vai ver. 

– Nem quando usa biquínis? – perguntei. 

– Para isso existe maiôs e tangas. – piscou para mim como se eu fosse seu cúmplice e eu ri. – Quantas tatuagens ela tem? 

– Eu não sei dizer, são muitas, nunca parei para contar, apenas admirar. – corei com o contexto que a frase saiu. 

– Ela deve ser corajosa.

– Iara é corajosa, determinada, extrovertida e livre. – olhei para o teto, lembrado-me de cada coisa que já fizemos juntos. – Ela é a aventura em pessoa. 

– Gostaria de conhecê-la, preciso de amigas que não sejam... – pareceu buscar um adjetivo. 

– Padronizadas? 

– Sim, exatamente, padronizadas. – suspirou cansada. – Todas as minhas amigas parecem bonecas, irrita. Elas julgam demais as pessoas, ninguém pode ser diferente. 

– Deve ser cansativo, por que continua sendo amiga delas? – indaguei com pena. 

– Porque elas são as únicas que eu tenho, sei que não são totalmente minhas amigas, são mais pelo meu dinheiro, mas são as que eu tenho por enquanto. – encolheu-se. – Eu não gosto de ficar sozinha.

Olhar para Yoona daquele jeito, tão encolhida e presa, me fez ver o quanto algumas pessoas daqui devem se sentir assim, julgadas. Ao invés de ver a coreana, eu enxergava a minha brasileira daquele jeito, encolhida e cabisbaixa, por estar presa em uma gaiola sem poder voar do jeito que queria. Sim, Iara é um pássaro, o pássaro mais livre que já vi, se ela fosse aprisionada, suas penas coloridas como o arco-iris iriam cair e se tornariam pretas como a de um pássaro triste. E eu não podia deixar isso acontecer com ninguém. 

– Yoona – peguei a mão da garota e ela me olhou com os olhinhos entristecidos. – quer sair comigo e com a minha turma? 

Na hora a garota se alegrou, seu semblante ficou tão iluminado que parecia que ela acabara de ganhar um prêmio. Sorri bobo com aquilo, é bom ver que eu estou ajudando-a.

– Sim, quero! Inclusive a Iara, ela deve ser incrível. – pegou minha outra mão e apertou de leve, mostrando o quanto estava entusiasmada. 

– Ela é incrível. 


Notas Finais




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