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História O "Damo" e A "Vagabunda" - Brigas


Escrita por: Dii_Kook

Notas do Autor


Espero que gostem! Desculpem os erros, não revisei com muita atenção! Algumas fanfic's entrarão em hiatus, Eu acho.

Capítulo 8 - Brigas


Fanfic / Fanfiction O "Damo" e A "Vagabunda" - Brigas

Yoona

Março 2017 — 22:30 PM

Casa da Iara

Chorando descontrolada, eu tentava andar pelas ruas sem esbarrar nas pessoas, o que ficava meio difícil com a visão tão embaçada por conta das lágrimas. Minhas pernas doíam, meus olhos ardiam e eu me sentia uma trapo, tanto por fora quanto por dentro. 

Depois de toda a merda que aconteceu, só pensei em uma pessoa que poderia me ajudar e me acolher... Iara. O seu jeito maduro e independente de ser faz com que ela consiga lidar muito bem em situações como esta, além de ser uma grande amiga. Tudo que eu quero agora é o seu abraço. 

Eu estava ali pela primeira vez, mas não me preocupei em olhar o jardim ou o tamanho da casa, apenas apertei meus olhos com força e deixei mais lágrimas caírem. O sangue no canto de minha boca me fazia sentir o gosto de ferro misturado com o salgado das lágrimas... Aquilo era horrível. Bati na porta duas vezes, alguns segundos depois ela se abriu devagar e a morena apareceu na minha frente. Não me preocupei em dar explicações naquele momento, apenas mergulhei nos braços dela assim que a mesma os abriu para mim. 

~♠~

Depois de me acalmar — e me desidratar de tanto chorar —, Iara trouxe duas xícaras de chocolate quente e uma panela de... Chocolarte derretido? 

— É brigadeiro. – ela informou calma, colocando as xícaras na mesinha à nossa frente e a panela no meio. — Já ouviu falar?

Assenti e funguei, limpando alguns  vestígios de lágrimas e pegando uma das canecas com desenhos de panda. 

— Você tem as melhores idéias. – falei em um sussurro, estava tão... Debilitada. 

– Obrigado. – sorrimos, mesmo que o meu sorriso tenha sido quase inexistente. – Quer me falar o que aconteceu agora? 

— Eu fui expulsa de casa...

A brasileira não mostrou reação, apenas me encarou com compaixão, como se entendesse meu problema, talvez ela entenda, eu não sei muito do seu passado. Sua mão tocou a minha que estava solta no sofá e acariciou a palma com o polegar, trazendo-me o conforto que eu precisava. 

– Me conta tudo do início. 

— Tudo bem.

Yoona 

Fevereiro 2017 — 13:23 PM

Minha Casa

Assim que saí do banheiro, enrolada em uma toalha, fui até o guarda-roupa para pegar um pijama. Deixei a toalha cair aos meus pés e abri as portas do móvel, dedilhando meus dedos pelas peças pequenas de babydools. 

Quando eu menos esperava, a porta se abriu. Entrei em choque, fiquei parada, pois tinha certeza que eu a tinha trancado como faço todas as noites antes de ir tomar banho. Não me virei para trás para ver quem era, ou meu pai, ou minha mãe, apenas me abaixei rapidamente para pegar a toalha e enrolar meu corpo. 

— O que é isso? – a voz de mamãe soou pausadamente pelo quarto, me fazendo gelar dos pés à cabeça.

– I-isso o que? – tentei disfacar o pânico já presente mexendo nas peças de roupa. 

Quando ouvi os passos se aproximando de mim, fechei meus olhos com força esperando que aquilo fosse um pesadelo e que eu acordaria toda suada e assustada na minha cama, ou que pelo menso, ela estivesse falando de algum machucado ou marca.

Omma pegou meu braço com uma força absurdamente desnecessária e virou-me para si com brutalidade, arrancando a toalha de meu corpo e jogando-a no chão. Eu me encolhi por instinto, sentindo meu coração bater cada vez mais rápido e minha garganta secar de medo.

– Me diz que é temporária... – permaneci em silêncio. – ME DIZ! 

Sem aviso, mamãe me jogou contra o guarda-roupa com tanta força, que o meu impacto com o móvel fez ele bater na parede. Eu caí no chão com as pernas bambas, era impossível controlar a tremedeira, me senti como se estivesse nua no polo norte. Minhas mãos suavam frio, meus olhos já estavam marejados e minha boca seca.

– Você... Como pode fazer uma merda dessas?! COMO PODE MARCAR A SUA PELE DESSE JEITO?! COM ALGO TÃO... TÃO NOJENTO! – ela gritava, se aproximava de meu ouvido para gritar. Eu apenas chorava e tremia, não tinha forças para nada além disso. – Eu vou contar para o seu pai e vou arrancar isso da sua pele a força.

Yoona

Março 2017 – 00:02 AM

Casa de Iara

Cerrei meus punhos com força e apertei meus olhos para segurar as lágrimas, me lembrar de tudo aquilo, de cada grito, cada tapa, cada xingamento... Me fazia arder de raiva e de tristeza. Eu me sentia um lixo, não por ter feito o que fiz, uma tatuagem, e sim por estar cansada e destruída por dentro. Eu nunca pensei que eles chegariam a esse ponto. 

— Algumas semanas depois, eles fizeram uma cópia da chave do meu quarto e hoje entraram nele quando eu estava no banho. O celular estava carregando, ele tem senha, porém, a foto dá tela de bloqueio sou eu e o JungKook. Tiramos aquela foto quando começamos o nosso namoro. – sorri fraco, me lembrando de como eu me diverti naquele dia. Mesmo que a dor lascerante ainda estivesse me abatendo, me lembrar dos bons momentos com Kookie sempre me fazia esquecer de qualquer tristeza. – Assim que eu saí do banheiro, eles jogaram o celular em mim e começaram a gritar, me chamaram de tudo quanto é nome e falaram que, se eu não terminasse qualquer tipo de relacionamento com ele, eu poderia dar adeus àquela casa e a eles também. Eu disse que estávamos namorando e que não iria terminar, que amava ele e que nada, nada me separaria dele. – respirei fundo para continuar. Aquilo estava tirando um enorme peso das minhas costas, mas também trazia uma enorme vontade de chorar. – Então, minha mãe me deu um tapa e falou para eu arrumar minhas coisas, eu não peguei nada, só o meu celular. 

Quando terminei de falar, não aconteceu outra coisa, Iara envolveu seus braços ao meu redor e eu chorei mais uma cachoeira. Eu não poupava lágrima alguma, precisava soltar tudo para, enfim, me sentir renovada e sem pesos, pois a última coisa que eu queria era ficar pior do que já estava. Meu coração estava em frangalhos, minha mente em turbulência e meu corpo estilhaçado. 

– Vai ficar tudo bem, okay? Eu estou com você, para o que der e vier, não vou deixar você ir. 

– E-eu pensei em ir para a casa do meu avô, mas ele e meus pais brigaram, pois vovô disse que já sabia da tatuagem e não achava nada demais... Meus pais acharam isso inaceitável. – funguei várias vezes, procurando forças para prosseguir. – E lá seria o primeiro lugar que eles me procurariam, e eu não quero ver eles e também não quero voltar para aquela casa. 

Iara deslizava as pontas dos dedos pelos meus cabelos, fazendo um afagar gostoso nos fios escorridos. Eu me sentia como se estivesse nos braços de uma irmã mais velha, protegida de todo mundo afora, como se nada pudesse me atingir alí.

– Não precisa ir pra lá, você pode ficar aqui para sempre. – murmurou, como se estivesse com medo de quebrar alguma coisa.

– N-não... – me afastei dela, olhando em seus olhos repletos de um brilho invejável e sorri minimante. – Eu quero ser como você, independente, quero comprar um apartamento, ter um emprego e me sustentar.

Na verdade, uma parte era mentira. Eu não queria morar sozinha, queria morar com Jeongguk, para mostrar aos meus pais que nada vai me separar dele e que posso sim ser feliz com o tatuador. Entretanto, isso era algo que eu não podia dizer em voz alta, pois não tinha certeza se Jeongguk queria o mesmo.

– Tem certeza que é isso que você quer? – ela perguntou, como se estivesse lendo meus pensamentos. 

– Quero ver o JungKook. – pedi, já que aquela era a única certeza que eu tinha no momento. Eu queria ver ele mais que tudo, abraçar ele e beijar seus doces lábios, sentir o seu aroma encher meus pulmões e me aconchegar ainda mais em seus braços quando ele beijasse o tipo de minha cabeça.

– Vou ligar para ele. – Iara sorriu docemente. 

~♠~

Poucos minutos depois da ligação, a campainha tocou e Iara pediu para que eu fosse atender, uma vez que já sabia que era Jeon na porta. Assim que abri a grande e pesada peça de madeira avermelhada e escura, braços fortes rondaram meu corpo e meu rosto chocou-se levemente com um tórax muito bem definido. Passei meus braços pela sua cintura e o puxei para mais perto, inalando seu cheiro com toda força que meus pulmões tinham e soltei o ar com força, suspirando aliviada por senti-lo assim, tão perto. 

— Iara me contou tudo... – segredou. 

– Eu sei.– respondi no mesmo tom que ele. 

– Eu sinto muito pelo o que aconteceu, não queria que acabasse dessa forma. 

– Eu também não. – peguei na mão dele devagar e o puxei para dentro da casa, fechando a porta em seguida. Fomos para a sala e, como Iara não estava lá, entendi que ela queria nos deixar a sós por um tempo. 

– Você vai ficar aqui com ela? – perguntou quando nos sentamos no sofá. Assenti.

– Pelo menos por um tempo, até arrumar um emprego e comprar um apartamento. – tentei ser positiva, mesmo que meus pensamentos estivessem nublados de incertezas. 

– Por que não vem morar comigo? Eu quero te ter por perto, principalmente agora com todo esse alvoroço acontecendo. Quero te abraçar e beijar sua cabeça nos dias tristes, dizendo que tudo irá ficar bem. – uniu minhas duas mãos e envolveu as suas envolta, colocando-as sobre meu colo. – Você pode trabalhar no estúdio comigo, como recepcionista, pelo menos até achar algo que realmente goste de fazer.

Eu não poderia ficar mais feliz com aquela proposta, enquanto eu estava pensando que seria uma peso para ele, Jeongguk estava planejando praticamente nossas vidas juntos. Meu coração quase saltou do peito tamanha minha felicidade ao saber que ele desfrutava do mesmo amor que eu. Meu corpo automaticamente se jogou sobre o dele, derrubando-o no sofá conforme o abraçava. 

— Eu quero, quero e quero! – respondi animadamente, sentindo todo tipo de sentimento ruim se esvair no ar assim como boa parte das minhas preocupações... Mas não todas. 

Abri meus olhos para ter certeza que aquilo não teria ido de pesadelo para sonho, e com isso pude ver Iara, encostada na parede de braços cruzados olhando-me com um sorriso no rosto. 

— Obrigado. – falei sem deixar nenhum som sair. 

— De nada. – respondeu do mesmo jeito que eu, logo saindo da sala novamente e me deixando, mais uma vez, desfrutar dos braços de Jeongguk. 

Provavelmente, as coisas dali em diante não seriam tão fáceis, mas nós conseguiriam passar por todos os obstáculos. Desde que estivéssemos juntos. 

Aquilo era só o começo...


Notas Finais




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