História O Demônio em mim. - A Chegada de Kate

O cocheiro seguiu escuridão adentro com todo vapor que os cavalos conseguiam correr, eu olhava para todos os lados assustada, pois só conseguia ver as luzes do velho lampião pendurado na carruagem. 

Os cavalos estavam ofegantes, eles pareciam ter medo, pois os lobos começaram a uivar, não sabiamos de onde vinha os uivos, mas cada vez que avançavamos escuridão adentro, os uivos ficavam cada vez mais perto. O cocheiro parou em meio a estrada e os passageiros desceram, todos trêmulos e com olhares de pavor, eu olhei para o cocheiro e tentei falar, mas minha voz não conseguia sair, pois, eu estava muito apavorada em meio a toda aquela escuridão.

O cocheiro acariciou os cavalos, e, inexplicavelmente, eles se acalmaram, o cocheiro voltou-se ao seu ascento, chicoteando os cavalos, e seguimos em frente.

Pude ver de longe um enorme castelo, parecia velho de longe e caindo aos pedaços. Ao se aproximarmos, o castelo tinha uma enorme porta de madeira e acabamento em ouro puro, aquela enorme porta parecia pesada demais para uma só pessoa abri-lá, pois, sua madeira era grossa e firme, o estado que o castelo encontrava-se era impressionante, pois, era um castelo de muitos séculos.

O cocheiro parou a carruagem de frente para uma escadaria da entrada daquele enorme castelo, olhei para toda a frente do mesmo e sussurrei impressionada para mim mesma:

-- Uau! Que castelo enorme! -- Disse eu com os olhos brilhando diante do castelo enquanto saía da carruagem.

O cocheiro tirou minhas malas da mesma, e as jogou perto de mim, sem falar uma palavra, ele subiu na carruagem a sumiu nas profundezas da escuridão da noite, sendo engolido pela neblina densa morro abaixo.

Voltei toda minha atenção para o castelo e subi as escadarias, batia na enorme porta com um certo esforço, fazendo uma leve careta:

-- Nossa, porta pesada, será que alguém ouviu? -- Perguntei a mim mesma enquanto tentei olhar pela janela, mas não obtive sucesso, pois, as janelas eram esuras.

Depois de uns dois minutos esperando, alguém finalmente abriu a porta, era um rapaz alto, ele vestia um sobretudo preto e botas da mesma cor.

-- Oh! Olá, você deve ser a senhorita Shin, entre por favor! -- Disse ele, com um largo e lindo sorriso no rosto, mostrando seus dentes extremamentes brancos e seus caninos mais pontudos que de um humano normal -- Espero que tenha aproveitado bem a viagem, tomei a liberdade de deixar o seu jantar pronto. Lamento desaponta-lá, mas terei que sair agora, tenho negócios para resolver, terá que jantar sem mim.

Achei estranho, pois, era muito tarde para tratar de negócios, mas não me importei com isso, porque eu não sabia sobre ele, nem mesmo seu nome.

Ele saiu as pressas, sem nem ao menos mostras meus aposentos, lembrei que na carta ele havia pedido que eu me sentisse em casa, então, fui procurar o quarto que eu iria ficar por alguns meses, abrindo porta por porta daquele enorme castelo, mas, por algum motivo, algumas pareciam trancadas.

Até que finalmente achei meu quarto, estava muito bem arrumado e a cama parecia muito confortavél com aquele colchão tão macio que parecia uma nuvem, larguei minhas malas no chão e voltei para a sala de jantar, jantei pouco, pois tinha muita comida para uma pessoa só.
Depois do jantar, me despir e tomei um banho relaxante de espumas, vesti minha camisola e fui deitar, aproveitando ao máximo possível daquele colchão macio. Tive alguns pesadelos durante o sono, e acordei no meio da noite.

Estava chovendo muito, levantei-me e fui até a janela, abri a mesma e olhei para um certo local do castelo, que, coincidentemente, era o quarto do Conde, estranhei bastante, pois, a luz estava acesa e tinho movimentações no quarto, fingi não ter visto e fechei a janela, logo falei para mim mesma:

-- Ele não disse que ia sair? Será... Que ele está com alguma mulher lá no quarto? talvez, melhor eu ir dormir -- Voltei para a cama e tentei dormir, com muito esforço, e depois de algumas horas, finalmente consegui dormir.

No dia seguinte, acordei sorridente, bocejei e olhei para os lados ainda deitada na cama, olhei para a janela e vi que já era dia, dei um largo sorriso e levantei-me lentamente, sentando-me na cama por alguns instantes, fui até uma penteadeira que tinha alí no quarto, peguei minha escova macia e penteei meus lisos e curtos cabelos, coloquei a escova sobre a penteadeira e em seguida saí do quarto, caminhei até a sala de jantar e vi uma carta na beirada da mesa:

-- Humm... Uma carta, deve ser do Conde -- Peguei a carta e lí:

"Peço que perdoe-me novamente por não ficar para aproveitar este belíssimo café da manhã, não tive tempo de me despedir de você, pois você estava em um sono tão profundo que não quis acorda-lá. Aproveite o café. _Jimin_".

Dei um largo sorriso, pois finalmente descobri o nome dele sem ter que perguntar para ele, deixei a carta de volta na mesa e sentei me em uma das muitas cadeiras naquela mesa enorme.

Comi o suficiente para me sentir cheia, esperei alguns segundos sentada e levantei, descidida a explorar o castelo para procurar algo que me tirasse do tédio, vasculhei cada cômodo até que finalmente achei uma biblioteca enorme:

-- Nossa, ele tem a própria biblioteca em casa -- Olhei alguns livros, entre eles tinha livros de direitos, geográfia, história, ciências, entre outros interessantes. 

Caminhei mais à frente e achei livros sobre mistérios e assassinatos em londres, um deles tinha um mapa da cidade, com vários locais circulados em vermelho, deduzi que fosse os locais que o Conde iria comprar futuramente, então deixei o livro no lugar para não desarrumar aquilo.

Peguei um livro de mistérios e sentei em uma poltrona que tinha alí, comecei a ler vários e vários livros sobre mistérios. Passei horas e horas lendo livros e não vi a hora passar, de repente já era noite. Ouvi a porta da biblioteca abrir, era o Jimin:

-- Ah! Vejo que encontrastes a biblioteca -- Ele olhou aquela montanha de livros na mesa -- Humm... Mistérios, uma garota que gosta de investigar os assassinatos ocorridos em Londres nas ultimas decadas -- Ele me olhou com um sorriso sarcástico no rosto.
 
-- Ah... Eu acho interessante como as coisas vão sendo descobertas durante todo esse periódo -- Olhei para o relógio ao falar e me assustei, pois não sabia que era tão tarde assim -- Oh, meu Deus! Já são 2h00 da madrugada! Eu preciso dormir, perdoe-me Conde! 
Saí as pressas em direção ao meu quarto, entrei e fechei a porta logo atrás de mim, rapidamente me despir, ficando completamente nua. Com uma enorme preguiça, fui dormir sem roupas mesmo e enrolei-me por completo.