História O Demônio que mais Amo - Um Plano, para lá de Arriscado

~Liil P.O.V. ON~

Era exatamente três horas da manhã, quando eu descia silenciosamente, os lances de escada que separavam os quartos da sala de estar, ao meu lado descia minha gata, uma persa, seus rabo se mexia conforme ela pulava o degraus e me olhava asssutada, como se tivesse feito muito barulho, o que me dava vontade de rir.Mesmo eu me mantendo firme, e não rindo.Até que ela tropeçou, e rolou a última meia duzia de degraus, coloquei a mão em minha boca abafando a pequena risada que escapou de meus lábios.Quando coloquei meus pés, enroscados no chambre de ceda preta que eu usava, ela se levantou, eu balançou a cabeça se recompondo da queda.

Will me olhava próximo da porta, havia um sorriso triste nos seus lábios.Caminhei devagar até ele, enquanto Lilith, minha gata, ia devagar atrás de mim.Quando cheguei na frente de meu irmão, meus braços se lançaram  sobre o pescoço dele, e meu rosto se escondeu na curvatura de seu pescoço, e ele me abraçou finamente.Não sei como vou manter minha sanidade nessa casa sem ele, me pergunto quem irá se colocar na frente do Bill, e gritar para ele parar.Me pergunto como será essa casa sem ele.Talvez eu fique louca.Talvez eu não entenda o grande feito que ele está fazendo quando finalmente acontecer.Mas eu entendo agora, e isso, é tudo o que me importa.

Quando nos separamos, lhe entreguei uma bolsa, era feita de um tecido opaco, eu que havia costurado, enquanto Bill gritava no corredor, e mamãe ria desesperadamente, enquanto Will me abraçava em conforto (ou proteção), eu costurei.Ele começou a revirar a bolsa, e me olhou surpreso ao ver o punhal de ouro que lá dentro estava, acendi para ele continuar, então ele continuou, achando a estaca de madeira, não deu muita bola, mas foi bem diferente quando ele achou o pequeno recipiente com água.Que ele provavelmente pensou ser benta.

-Onde você conseguiu isso?-ele falou em um sussurro nervoso-

-Na torneira?-falei baixo-

-Se consegue água benta na torneira desde quando?-ele contestou baixo-

-Não é benta, é só água.-expliquei em um sussurro-

-Para que eu preciso de água?-ele sussurrou guardando o pote, e continuando a mexer na bolsa-

-Não sei se você vai chegar muito rápido na...-não me permiti terminar, ainda entre sussurros-

-Eu posso ficar sem comer e beber, sou um demônio..-continuou baixinho-Tudo bem, obrigado pela água.-sussurrou, me fazendo abrir um sorriso-

Quando ele terminou de olhar o que eu havia posto na bolsa, ele estalou os dedos fazendo a mesma desaparecer, então me abraçou com força.Ficamos alguns segundos assim, até ele se afastar, beijar minha testa.

-Vai ficar tudo bem...-ele disse com os olhos marejados, me olhando-Eu te amo irmãzinha.

-Eu também te amo Will...-e então o observei partir entre minha visão turva de lágrimas-Tome cuidado...-falei entre minhas lágrimas, quando sua silhueta sumiu no horizonte-

~Liil P.O.V. OFF~
~Dipper P.O.V. ON~

Era sete horas da manhã, quando ouvi o barulho estridente da campainha.Sabia que toda casa estava dormindo, por isso desci as escadas rápido para abrir a porta.Quando destranquei a fechadura, e girei a maçaneta.A minha frente havia um homem, definitivamente mais alto, de pele externamente clara porém rosada, um olho cinza, e o outro azul claro, quase cinza, haviam algumas sardas espalhadas por seu rosto, seus lábios em um pouco mais rosados que sua pele, que era mais iluminada na região das bochechas, seus cabelos tinham um tom azul turquesa, e estava completamente bagunçado.Estranho, em algum ponto ele me é familiar.

E quando eu menos esperei, vi os olhos bicolores dele se encherem de lágrimas, e ele me abraçou, me enfiando em seu peito, o abraço durou poucos segundos, antes de eu empurra-lo.Por algum motivo estranho, quando isso aconteceu, senti uma dor forte no peito.

-M-mason?-ele perguntou, passando a mão em uma lágrima que escorreu de seu rosto-

-Como você sabe meu nome?!-quase gritei o olhando, o mesmo devolveu um olhar confuso-

-O meu deus!Will!-uma terceira voz, de Mabbel, de minha Mabbel (se torna fácil diferenciar a voz dela, da de Reverse Mabbel após algumas semanas de convivência)-O que você está fazendo aqui?-ela abriu um sorriso-Oh meu deus!É você!-Mabbel se abraçou nele, e bateu a porta com o pé-Colocamos crina de unicórnio novamente, como você entrou?-ele deu de ombros-Eu nem acredito!-ela sorriu largo, como eu não a via sorrir desde o início desse apocalipse-

-Oh pequena...-ele passou a mão pelos cabelos castanhos da minha irmã, e beijou sua testa, enquanto eu estava ali plantado, sem entender nada-

-Você já soube?-ela olhou de canto de olho para mim, e depois desviou-

-Só não estou entendo...-ele me olhou de relance, e também desviou o olhar-

-Ele te apagou da memória dele Will...-falou com tom de voz desanimado-Com aquela arma, que meu cérebro de recusa a gravar o nome...eu sinto muito mesmo.

-Q-que?-vi aquele garoto que até agora eu só sabia que se chamava Will, se por a chorar-

-Ei!Porque está chorando?-eu que até agora ficará em silêncio, me protestei, após me sentir horrível ao ver esse garoto chorar-

-Dipper sou eu!-ele me olhou chorando, e ele sabia até de meu apelido-Sou eu!-ele levou as mãos ao meus ombros-Seu namorado!Seu!-ele quase gritou, me fazendo aregalar os olhos-Seu!Sou eu!-disse chorando-

-Já tentamos Will...-Mabbel colocou uma mão nas costas dele-É tarde demais...-ela disse triste, e ele se afastou relutante-Dipp, por favor, vai pro seu quarto.

-Mas eu...-o olhar de Mabbel me repreendeu, então eu somente assendi com a cabeça, e subi-

~Dipper P.O.V. OFF~
~Quebra de tempo~
{Ao meio dia}
~Liil P.O.V. ON~

Bill caminhava desesperado de um lado para o outro, enquanto eu continuava fingindo que não sabia onde Will estava. Mamãe não estava ligando, sacudia lentamente, o saquinho de chá que ela usava sobre a água quente. Eu me sentia um pouco culpada, ao mesmo tempo que sabia que era a coisa certa.

Mas meu coração se apertou, quando Bill se jogou nos meus braços, começando a chorar, eu estava sentada em uma poltrona, ele caiu de joelhos na minha frente, jogou a cabeça sobre meu colo e passou os braços por volta de minha cintura. Seus ombros balançavam freneticamente, conforme ele chorava baixinho, agarrava em minha cintura com força, e escondia o rosto, na divisão de minhas pernas.

Ele estava horrível, eu sabia que estava doendo nele, porque sabia que ele ainda amava a mim e ao Will, mesmo estando louco, sei muito bem que ele nunca quis me machucar quando segurou mais forte no meu pulso, sei que ele não queria de jeito nenhum fazer Will chorar com seus gritos.Ele só acha que sabe o que é o melhor para nós, mamãe está deixando ele louco, e ele não entende isso. A culpa é unicamente, e exclusivamente, dela. Sim, por um momento, na fração se segundo em que saí da mansão dos Reverse Pines, eu acreditei no que ela havia me prometido...por um só momento, eu olhei nos olhos daquela mulher, e vi verdade...por um pequeno segundo, eu vi naqueles olhos, os mesmos olhos na mulher que cantava baixinho em latim, enquanto curava o esfolado do meu joelho com magia, e suas longas unhas pintadas de amarelo, bem clarinho. Não me julgue, por ter visto nos olhos de uma psicopata, a mulher que um dia eu pude chamar de mãe, sem me sentir enjoada por esse fato irreversível. Quando eu peguei em sua mão, ela sorriu para mim...e eu vi verdade.Vi a mulher que realmente queria um mundo livre, onde humanos e seres misticos caminham lado a lado.

Meu irmão, aquele que cuidou de mim por milhões, e milhões de anos, estava se desfazendo em lágrimas no meu colo, e eu sabia fazer parar de doer.A questão é que eu não podia fazer parar de doer.


~Liil P.O.V. OFF~
~Narradora P.O.V. ON~

Já estava na hora da janta, Reverse Mabbel ajudava Stanford a servir o macarrão que haviam feito.Stan acabará de esconder armas, que Will explicou serem úteis caso Carolanie resolvesse atacar.Reverse Dipper estava no sofá lendo, um tanto indiferente pelo fato do mundo estar se fudendo.Enquanto Dipper observava atentamente aquele garoto de cabelos azuis conversando com seu tio avô Stan, não era possível na cabeça de Dipper que  aquele garoto fosse namorado dele, afinal até onde ele lembrava, Dipper não era gay, e ele não se acreditava capaz de esquecer de alguém que lhe fora tão importante a esse ponto.

-Para mesa!

Reverse Mabbel gritou colocando a panela sobre a mesa, e não, ela não estava nem um pouco acostumada a fazer comida, mas ela sabia se virar na cozinha.Todos se juntaram para comer, exceto Dipper, Dipper continuava sem seu próprio mundo, pensando se ele mesmo havia apagado sua memória, como sua irmã dizia.É tudo como um borrão, de um ponto da minha vida para cá, é como se de uma hora para outro, memórias falhassem.Elas estavam lá, mas eram um borão.

-Ei

O moreno ergueu a cabeça de leve, e Will estava lá, o mais alto suspirou, e se sentou timidamente ao lado do moreno.

-Olha, eu sei que tudo deve estar muito confuso na minha cabeça, está sendo difícil para mim também...-falou o azulado, em tom compreensivo-

-E-eu...-o moreno gaguejou, sentindo uma lágrima escorrer de seu rosto, e com o polegar, Will se livrou dela-

-Está tudo bem Dipper...-o mais velho soltou um sorriso compreensivo-Se você quiser, podemos conversar mais tarde...mas agora, vamos comer.-tentou argumentar-Se lembra de meu irmão não é?-a pergunta soou retórica então Dipper não respondeu-Ele está fudendo tudo lá fora, e nós precisamos de um plano...

-V-você disse que estava doendo...-Dipper colocou a mão no peito do que estava a sua frente-

-Podemos colocar meus sentimentos em segundo plano...-deu um sorriso triste-Vamos nos concentrar em salvar Gravity Falls agora...-se levantou, e estendeu a mão para o que prossegiu sentado-

-Vamos conversar antes de dormir.-Dipper falou com as mãos sobre o colo-

-Geralmente eu que mando...-Will riu nostálgico-Vamos conversar antes de dormir pequeno...

O menor pegou na mão do azulado e se levantou.Ambos seguiram até a mesa juntos, a mesa que tem confortavelmente seis lugares, agora era ultilizada por oito pessoas.Sendo que, Mabbel não permitia que ninguém sentasse na cadeira em que Bill sentava, mas bem...Will não sabia disso, e se sentou.Isso foi o suficiente para Mabbel enchergar Bill lá, convenhamos que ele e Will eram bem parecidos, e desandar em lágrimas.A garota levou as mãos a boca, enquanto lágrimas grossas começaram as escorrer por seus olhos, fazendo a garota jogar o banco em que estava sentada para trás, e correr rápido escada a cima.

A garota abriu em um reflexo a porta de seu quarto, e seus olhos rapidamente pararam na camisa social que estava jogada no chão desde quando Bill foi embora, no exato lugar onde ele deixou, nem um milímetro de diferença.A garota caiu de joelhos, e levou as mãos ao rosto, tentando esconder com sua cara de choro  com suas mãos que tinham os dedos mal pintados de rosa neon.Quando ela menos esperou, sentiu ser abraçada por trás, agarrou fortermente aos braços alheios, sabendo na hora que era uma versão mais azulada dela mesma.Mabbel se virou rápido, e caiu nos braços da fisicamente semelhante.

-Me perdoe por ser fraca...-a que chorava gaguejou as palavras para a que lhe abraçava-

-Chorar não é sinal de fraqueza Mabs...-disse calmamente Reverse Mabbel-É um sinal de que você foi forte por muito tempo...

E aquilo era a mais pura verdade, fazia 1 mês, e uma semana desde que Bill havia ido embora, e a morena estava se mostrando bem mais forte do que toda sua familha apostou. Dipper que julgaram ser mais forte não suportou a dor. Talvez porquê Mabbel sempre soube que tudo aquilo era bom demais para ser verdade...Ela era tão inocente, que depois que eles continuaram firmes com tantos altos e baixos, a morena, boba, começou a acreditar que nada iria os separar...e aí...

BOOM

Tudo veio abaixo de vez.

(...)


-Me desculpem...-Mabbel falou baixinho, quando voltou a se sentar na mesa com o rosto agora, avermelhado-

-Eu acho que quem deve desculpas sou eu...-Will começou, mas Mabbel não deixou ele terminar-

-Não!Não!-Mabbel falou rápido-A culpa não é sua Will, você não sabia...e agora também não importa...-falou se referindo a cadeira intocável-É que vocês são tão parecidos...-soltou um sorriso bobo se sentando-E te ver sentado aí...ah...ele me veio tanto a cabeça...

-Ah quando as coisas tomaram essas proporções...-Will colocou uma das mãos nas têmporas, negando com a cabeça-

-Tudo bem...-a morena soltou um sorriso triste-Irei guardar os bons momentos...para a eternidade que agora serão meus dias...

-Eu me esqueci totalmente!-O azulado quase gritou quando se lembrou da imortalidade da família-

-Por alguns momentos eu também...-falou começando a se servir-Como ele está Will?-o mais velho ergueu a cabeça confuso-Como o Bill está?

-Louco.-confirmou sem pensar duas vezes-O único momento em que ele não parece um louco, é quando ele fala de você...-a morena paralizou, deixando o pegador cair entre a salada e seu prato-É o único momento, em que um pouco de sanidade sobra naquela cabeça dura...

-E aí você deixou ele, com a mãe louca, e uma mulher grávida?-Reverse Dipper se manifestou-

-A Liil sabe se cuidar.-Will afirmou-

-Você só pode estar louco!-falou R.Mason se levantando-

-Ah!Eu sou o louco?!-Will pareceu alterado-Você que faz a-...-o azulado se sentou, por fim se calando-

-O que você fez Mason?-Reverse Mabel quase saltou da cadeira-

-E-eu...-O garoto levou as mãos a cabeça-Você tem certeza Will?

-Nunca tive tanta.

-Porque nós não comemos?-Stanford se enfiou no meio da conversa, após sua sobrinha terminar de servir a todos-

-Eu acho que...-Dipper falou, quando viu o azulado-Melhor comermos...-levou as mãos aos ombros de Will, o impedindo de levantar-

-Isso é chantagem emocional barata...-o mais alto resmungou, voltando a se sentar-Era para mim ser imune a isso.

-Eu já disse uma vez, e agora vou repetir...-falou Stanley-Eu adoro me meter na vida amorosa do Dipper, que ele destruiu dá primeira vez que deu certo, mas eu estou com fome...e o mundo tá meio que...acabando!

-Eu me exaltei...-falou Will respirando fundo-Vou contar o esquema para vocês.

E então eles começaram a falar enquanto se alimentavam, do macarrão, e de salada; Todos ouviam atentamente ao Will, ele era o que mais sabia daquele lugar, era o que havia convivido com Bill desde seus próprios primeiros segundos de vida, ele sabia do íntimo sujo do loiro, sabia de cada detalhe, dos sentimentos que ele podia ter, dos que ele não podia ter. Por mais que aquela pessoa não fosse mais exatamente a mesma, por mais que o irmão que ele julgava conhecer tão bem, estivesse louco, Will ainda entendia, nem que um pouquinho, o que se passava na cabeça de Bill.

Will só tinha uma base de plano, então, juntos, eles desenvolveram algo.Algo arriscado, e bem complexo...mas algo que com noventa e nov-...com noventa por cento de cha-...OKAY!Com cinquenta e cinco por cento de chances de dar certo...mas foi o único plano, que passou de dez por cento de chances.

Mabbel iria para o que Carolanie gostava de chamar de "Grande Império", entre seus pertences, iria levar um chifre de unicórnio, segundo Will, aquilo iria enfraquecer o Bill, e sugar grande parte de seus poderes, e quando isso acontece, ele não teria mais poder suficiente para sustentar o apocalipse. Quando isso acontece, ele provavelmente iria perceber o que aconteceu, e caso isso não acontecesse, ele iria estar mais fraco do que Liil, e ela poderia defender a morena.

Era um plano louco, e arriscado...mas era a última chance da humanidade.

"Está tudo bem, é só o futuro da humanindade, não leve tudo com tanta seriedade cunhadinha!"