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História O desabrochar do seu coração - O que os ventos marítimos podem nos trazer?


Escrita por: kaguyahime

Notas do Autor


Oi gente, desculpem a demorinha >< essa semana tem sido embaçada... Obrigada aos novos favoritos, Boa leitura!

Capítulo 11 - O que os ventos marítimos podem nos trazer?


Fanfic / Fanfiction O desabrochar do seu coração - O que os ventos marítimos podem nos trazer?

O fim de semana se aproximava, e nesse meio tempo a depressão ficou entre idas e vindas. Houveram dias em que eu acordei super bem, e até arriscava algumas pinceladas em meus quadros com disposição e entusiasmo, já em outros não tinha a mínima vontade de sair da cama. Apesar de tudo Sesshoumaru respeitou todas as minhas fases nessa semana com seu silêncio em forma de compreensão. Haru manteve se deveras ocupada esse semana com atividades escolares para que percebesse minhas repentinas mudanças de humor e rotina.

Estava sentada em uma poltrona no quarto, observava a árvore em frente de casa, com seu balançar de folhas e galhos suaves, era como se pudesse sentir a brisa que adentrava por todas aquelas raízes, mesmo a janela estando fechada. Hoje acordei desmotivada, devido a insônia que tive noite passada, e como resposta a isso meu organismo recusou qualquer tipo de oferta de alimento durante todo o dia, minha cabeça latejava e meus olhos pesavam, porém, era cedo demais para eu dormir, queria ao menos esperar Sesshoumaru e Haru chegarem. 

Pouco mais de meia hora depois ouço a porta do andar debaixo ser aberta e a voz de Haru, me levantei da poltrona e sai do quarto a passos lentos, eu estava de pijama ainda. Desci as escadas e os encontrei lá embaixo com várias e várias sacolas em mãos.

- Oi Rin! – a pequena correu ao meu encontro abraçando minhas pernas, e gentilmente passei a afagar seus cabelos sedosos.

- Oi pequena, como foi hoje na escola? – me sentei no sofá da sala observando ela.

- Foi muito legal! Tivemos muitas gincanas hoje e meu grupo venceu quase todas! – explicava entusiasmada - e até ganhamos medalhas mas elas ficaram em exposição em uma estante de vidro que tem perto da diretoria – fez uma expressão pensativa.

- Parabéns! Fico feliz de saber que aproveitou as atividades e ganhou a maioria delas – sorri – temos uma atleta na família – brinquei bagunçado seus cabelos.

- Haru suba e se limpe, enquanto isso eu vou começar a preparar seu lanche – murmurou Sesshoumaru carregando as sacolas para a cozinha.

- Tá pai – pegou sua mochila e foi de encontro as escadas, parou antes de começar a subir e me olhou de forma cúmplice, já entendendo eu me levantei sorrindo.

- Vamos, eu te ajudo – espalmei a mão em suas costas auxiliando ela na subida enquanto pegava a mochila de suas mãos.

Após ajudar a pequena Haru no banho a levei enrolada na toalha para a cama, e enquanto ela se secava eu escolhia uma roupa quente e confortável.

- Pode ser esse pijama? – apontei enquanto lhe mostrava.

- Sim!

- Deixa eu secar seu cabelo – peguei uma toalha menor e comecei a secar os fios cuidadosamente para depois pentea los.

- Rin?

- Hum?

- O papai hoje ficou estranho por um momento enquanto voltávamos para casa – começou apreensiva.

- O que houve querida? – afaguei seus ombros para encoraja la de falar – ele ficou bravo com você?

- Não, ele não ficou bravo nem nada do tipo... Depois de fazer uma ligação ele simplesmente ficou estranho, parecia preocupado.

- Entendo... Quer que eu converse com ele?

Ela balançou a cabeça em negativo enquanto calçava seu par de meias coloridas e descia da cama.

- Não precisa, de qualquer forma ele sempre resolve os problemas dele, as vezes fica estranho mais logo volta ao normal – riu.

- E você me contou isso por conta do humor ácido dele quando tem “problemas” – fiz aspas com o dedo em meio a risos.

- É – sorriu sapeca - Vamos? Papai prometeu assistir um filme com a gente hoje.

- Tudo bem, antes eu vou tomar um banho – me levantei guardando o pente de cabelo – Pode me esperar lá embaixo, okay?

- Só não vale demorar Rin – murmurou saindo do quarto.

Ri mediante a situação e rapidamente me encaminhei até o outro quarto, separei outro pijama e segui para o banheiro. Tomei uma ducha e logo me vesti, estava com frio e não queria correr o risco de pegar um resfriado, sai do quarto soltando o cabelo do qual prendi na hora do banho, desci as escadas e no andar debaixo encontrei Haru assistindo um programa na TV.

- O filme não começou?

- estava esperando você e o papai – murmurou com o olhar ainda fixo no programa que passava na TV – Mas acho que ele ainda está fazendo os lanches.

- Vou ajuda lo então.

Fui para a cozinha, deparando me com o youkai fatiando legumes distraidamente, nem ao menos se dando conta da minha presença ali.

- Sesshoumaru?

Ele virou a cabeça minimamente, me fitando com o canto dos olhos. Eu me aproximei da bancada e parei ao lado dele.

- Quer ajuda?

- Estou acabando.

- Então vou organizar as coisas para você – murmurei me virando em direção a pia que continha uma pequena quantidade de louça.

- Rin – segurou em meu braço, puxando me até seu encontro – Quero que me responda com sinceridade...

- O-que? – sussurrei olhando fixamente para seus olhos.

- Devo me preocupar com a forma em que você ficou essa semana? – questionou me seriamente.

-... – abaixei a cabeça em silêncio, afinal era nítido a forma em que me comportei ao longo da semana, alternando entre um ser humano normal e um zumbi. Eu não queria que ele se preocupasse comigo, afinal eu estava bem, não estava?

- Rin? – apertou um pouco mais seus dedos em torno do meu pulso, mas não o suficiente para me machucar.

- Não.

- Tem certeza?

- Tenho – Voltei a olha lo – Eu só preciso...Preciso de tempo – mordi o canto da boca em nervosismo – Eu vou ficar bem – sussurrei.

Ele me soltou voltando a atividade anterior sem ao menos me olhar, parecia pensativo. Lavei o pouco de louça que tinha, sequei as mãos e então ajudei o Sesshoumaru a levar as coisas para a sala mesmo que a contra gosto dele. Nos acomodamos e então Haru deu play no filme.

Era um filme de animação, típico entre crianças da idade de Haru, não que eu me importasse, muito pelo contrário, eu adorava filmes de animação e principalmente os que envolviam comédia. Eu e Sesshoumaru estávamos sentados nas pontas do sofá e Haru ao meio, ela devorava o lanche com vontade sem desgrudar os olhos da TV, e seu pai se limitava a dar pequenos goles em seu suco, e eu me mantinha sem fome, portanto não comia ou bebia nada.

No meio do filme minhas pálpebras começaram a pesar e simplesmente cai no sono.

Meus olhos se semicerraram quando senti alguém me tocar, lutando contra o sono abri os olhos me deparando com Sesshoumaru, ele estava comigo em seus braços enquanto me erguia do sofá.

- Sesshoumaru?... – sussurrei com a voz arrastada por conta do sono.

- Estou te levando pro quarto, você dormiu no meio do filme.

- Não precisa – fiz menção de sair do seu colo forçando minhas pernas para baixo – Eu posso ir sozinha.

- Por que é sempre tão teimosa? – murmurou em tom sério colocando me no chão – Nunca foi carregada até a cama quando criança após adormecer no sofá como hoje?

Eu o olhei fixamente já com os meus pés no chão, de frente para o youkai e suspirei longamente antes de responde lo.

- Isso nunca aconteceu – murmurei ao repassar todo um filme em minha cabeça de quando era criança – e não é agora depois de grande que quero que aconteça.

Sesshoumaru permaneceu sério me olhando, porém, no fundo daqueles lindos olhos ambares era notável um sentimento de incômodo que se formou após eu lhe responder, era como se ele tivesse se arrependido de ter tocado nesse assunto a pouco, mas não poderia julga lo ou até mesmo ficar brava com isso, pois ele não sabe muito a respeito da minha infância, além do fato de ser um ótimo pai e creio eu, imagina que os outros pais teriam no mínimo uma conduta parecida com a sua em relação a criação e afeto para com seus filhos.

- Não me olhe assim - ri na intenção de conforta lo – esse tipo de afeto eu jamais tive, portanto, não posso dizer que sinto por não ter quem me carregasse para a cama quando criança, porque não sinto nada a respeito disso, simplesmente é algo indiferente para mim – me virei passando a subir as escadas lentamente.

- Então a partir de hoje passará a não ser mais – murmurou logo atrás e rapidamente me pegou novamente em seu colo, dessa vez apertando me mais em seus braços.

- Hey! Me solta Sesshoumaru! – protestei.

- Shi! Não faça barulho ou vai acabar acordando a Haru – sorriu ao proferir o motivo para me manter em silêncio enquanto me carregava para o quarto contra minha vontade.

A passos lentos (como se fosse na intenção de me irritar) Sesshoumaru seguiu para o quarto, abriu a porta e por fim depositou me sobre a cama, me olhou com seu sorriso de canto de maneira provocativa do qual foi respondido por mim com uma expressão de total desagrado.

- A propósito – murmurou indo de encontro a porta do closet – Você arrumou sua bolsa para amanhã?

- Amanhã? – franzi o cenho – Oque tem amanhã?

- Vamos viajar, se esqueceu?

- Aí meu Deus! – pousei as mãos no rosto em total apavoro – Eu havia me esquecido.

- É uma ótima oportunidade então para arrumar suas coisas agora – murmurou ele de dentro de closet – ou prefere que eu as arrume para você? – tom provocativo.

- Eu não sou nenhum tipo de criança para você estar agindo de forma paternal comigo – franzi o cenho já de frente para o closet – Consigo muito bem fazer minhas coisas sozinha!

- Ora não seja tão arisca – arqueou as sobrancelhas em espanto – foi apenas uma sugestão.

- Não seja tão dissimulado! – revirei os olhos – Está nítido seu tom zombeteiro.

- Arrume suas coisas logo Rin – falou de costas a mim enquanto se esticava para pegar uma bolsa em uma prateleira mais acima – e para de enrrolação.

- Sesshoumaru – murmurei em  um muxoxo – Eu não quero ir!

- Já conversamos sobre isso – me repreendeu com um olhar.

Bufei em frustração, entrei dentro do closet também indo de encontro a uma mochila minha de porte pequeno, ela estava encima de uma prateleira um pouco acima da minha cabeça, levantei os braços para pega lá mais por infelicidade ela escorregou para o fundo tornando a tarefa de pega la impossível para mim. Comecei a dar pequenos pulos na intenção de alcança la e nada.

- Aqui – Sesshoumaru pegou a mochila e me estendeu e imediatamente um arrepio me percorreu.

- Obrigada – me virei de frente a ele já com a mochila em mãos.

Ele me olhou e balançou a cabeça em negativo como a quem repreende uma criança após se dar mal por não ter pedido ajuda aos pais enquanto a tempo, se virou como a quem fosse sair do closet e enquanto caminhava seus braços se mexiam em frente ao corpo, até que ele retirou a camisa me dando a visão de suas costas e ombros alvos e largos. Rapidamente me virei de costas, sentindo minhas bochechas quentes, e tentei dizer ao meu cérebro para focar na escolha das roupas ao invés da visão de segundos atrás.

Peguei poucas mudas de roupas básicas e enfiei tudo dentro da mochila, enquanto repassava uma lista mentalmente do que não poderia esquecer de produtos de higiene dos quais estavam no banheiro mas não iria buscar hoje, primeiro porque alguns deles vou usar assim que for fazer minha higiene pela manhã portanto não faria sentido eu guarda los dentro da mochila para depois retira los novamente pela manhã, e segundo e não mais importante o banheiro estava ocupado, o youkai estava tomando banho. Deixei a mochila no chão e sai do closet apagando a luz em seguida.

Me deitei virando me de lado e puxando o cobertor até meus ombros, fechei os olhos na esperança do sono me atingir tão rápido como aconteceu enquanto assistia ao filme, afinal, algo me dizia que o dia seria longo amanhã.

___》《___

- Rin acorda.

Apertei os olhos com força imaginando que se aquele fosse um sonho eu queria ir para outro, algum outro em que as pessoas não soubessem o meu nome, portanto não ficariam me chamando com tamanha insistência como agora.

- Rin! Levanta ou vamos perder a hora.

Ah! Não era um sonho.

- Não me faça ir aí e te tirar da cama.

- Tô..indo – murmurei com a voz arrastada e abafada por conta do travesseiro.

Se ontem eu reclamava por não ter conseguido dormir, hoje eu poderia dizer que me ocorreu o total oposto a isso, eu dormi e até demais. Não havia tido insônia como na noite anterior.

Me levantei forçando meu corpo a sair da cama mesmo que a contra gosto. Fui para o banheiro e tomei uma ducha rápida, me enrolei no roupão e sai do banheiro seguindo para o closet para poder me trocar, entrei assim que constatei que Sesshoumaru não estava mais no quarto, provavelmente foi acordar Haru também. Vesti minhas peças íntimas e então passei a dedilhar alguns cabides na intenção de escolher algo para vestir. Coloquei uma calça jeans azul rasgada nos joelhos e uma regata preta lisa, vesti minhas meias e por fim calcei um all star vermelho. Penteei os cabelos deixando os soltos e em um estalo me lembrei dos produtos de higiene que não poderia esquecer, voltei para o banheiro com a mochila em mãos e guardei tudo que precisaria para o final de semana.

Desci para o andar debaixo com a mochila em mãos, a depositei sobre o tapete da sala e após fui para a cozinha, assim que abri as portas encontrei Sesshoumaru e Haru tomando café juntos.

- Bom dia Rin! – saudou me alegre como de costume.

- Bom dia – sorri.

- Rin, coma – apontou Sesshoumaru para a mesa do qual estava disposta todo um café da manhã completo.

A contra gosto me sentei junto a eles para o café, olhei para toda aquela comida e meu estômago embrulhou, eu não estava com fome mesmo tendo passado o dia inteiro anterior sem comer nada, eu não conseguia. Ergui o olhar e me deparei com Sesshoumaru me encarando seriamente, aposto que ele viu minhas caretas de agora pouco sobre as comidas dispostas sobre a mesa.

- Ham... – comecei me explicando sobre seu exigente olhar – estou sem fome.

- Apenas coma – proferiu ainda mais sério do que da primeira vez.

Bufei e então despejei um pouco de suco de laranja sobre meu copo, tomei um gole sentindo meu estômago protestar com o líquido, olhei novamente para Sesshoumaru e ele ainda permanecia com seu olhar glacial sobre mim, novamente e, forçadamente estendi o braço pegando uma maçã e então comecei a come la. Quando enfim acabei me levantei rapidamente da mesa com receio de que através de seu olhar ele insinuasse que eu deveria comer algo mais como das primeiras vezes. Após o café organizamos juntos a cozinha e pegamos nossas bolsas e pertences indo de imediato para o carro.

Adentramos o veículo, não passava das 6:30 ainda, realmente era muito cedo. Passei o cinto de segurança bem como Haru e Sesshoumaru, o youkai ligou o carro e então a viagem se iniciou. Quando o veículo dobrou a esquina meus olhos começaram a pesar mais e mais, e eu simplesmente os fechei, dando início a um cochilo.

(...)

Semicerrei os olhos minimamente tentando me habituar a claridade, e por fim suspirei antes de abrir os olhos por completo. Acredito não estarmos longe do destino final já que o cheiro de maresia estava por todos os lados, e o tempo ajudou para tornar o ambiente praiano, o sol adentrava por entre o vidro do carro aquecendo minha pele pálida.

Olhei para o lado encontrando Sesshoumaru dirigindo sem tirar os olhos da estrada, seus braços alvos se mantinham firmes e esticados sobre o volante do carro. Estiquei o pescoço para o lado a fim de ver Haru e a mesma se encontrava em situação parecida com a minha de minutos atrás, ela ressonava tranquilamente.

- Não dormiu bem a noite? – começou o youkai.

- Essa noite sim – suspirei – mas a anterior a essa não.

- Ainda está com sono? – murmurou tranquilamente enquanto passava a marcha do carro.

- Tô.

- Já estamos chegando, lá poderá ir se deitar se achar melhor.

Agradeci mentalmente por ele não ter me repreendido por ter dito que ainda estou com sono ou até mesmo pensado que isso seria uma desculpa para que eu me isolasse e não interagisse com a família Taisho.

___》《___

Chegamos à casa de praia do Inutaisho, e como já era de se esperar, era tão deslumbrante quanto a que eles residiam na capital de Tóquio. Era de frente ao mar, totalmente ampla e espaçosa, com varandas que estavam por todos os lados assim como as portas de vidro que além de fornecer iluminação do sol dava total visão de tudo que acontecia ao lado de fora. Haviam coqueiros por todos os cantos e a frente da casa possuía um jardim com plantas típicas da região de ambos lados e o meio era preenchido por uma trilha de pedras brancas para a passagem dos carros e pessoas.

Descemos do carro, Haru em toda sua agitação saiu saltitante em busca do avô e avó para avisar que havíamos chego. Eu e Sesshoumaru fomos juntos pegar as malas de dentro do carro.

- Não precisa Rin.

- Deixa eu lhe ajudar, minha mochila não está tão leve assim – proferi puxando a alça da minha mochila e já colocando nas minhas costas antes que ele tentasse me impedir.

- Teimosa! – grunhiu com sua bolsa e a de Haru em mãos.

- Bom dia! Sesshoumaru, Rin!

Olhei para trás encontrando Izayoi com um vestido florido, de óculos escuros e um enorme chapéu elegante sobre as mãos.

- Bom dia – respondemos em uníssono.

- precisam de ajuda com as malas? – questionou de forma preocupada.

- Não precisa Izayoi, há poucas coisas – murmurou Sesshoumaru já andando em direção a casa mas sem antes me lançar um olhar intimidador.

“É só uma bolsa!” meu consciente gritou.

- Que olhar foi esse entre vocês? – Izayoi murmurou divertida vindo me abraçar.

- Acho que ele ficou bravo porque não quis deixar que ele levasse minha mochila – ri retribuindo seu abraço.

- Ahm esses homens Taisho, todos muito cavalheiros – sorriu para mim ao mesmo tempo que me levava para dentro da casa.

(...)

Almoçamos todos juntos, Inuyasha havia vindo e trouxe Kagome para passar o fim de semana com a família, acredito que para conhece los melhor, e pelas poucas palavras que trocamos era notável sua simpatia e animação, em certos aspectos se parecia muito com Izayoi, e arrisco dizer que quem não as conhecesse diria que são mãe e filha tamanha intimidade que já partilhavam.

- Tio vamos tomar sorvete e brincar na praia? – Haru pulou da cadeira indo de encontro ao tio do outro lado da mesa.

- Mas você acabou de almoçar – olhou para ela com as sobrancelhas arqueadas em surpresa.

- Porfavorzinho – murmurou em meio a um muxoxo.

- Ah vamos com ela Inuyasha, como consegue resistir a esses olhinhos? – disse Kagome de forma encantadora.

- Eu não consigo – revirou os olhos após soltar um suspiro – Vamos Haru.

- Ebaaaaa!

Observava a cena um tanto quanto divertida, eles interagiam muito bem entre eles. Direcionei o olhar por um momento para a porta de vidro aberta, a cortina branca balançava assim como os movimentos do vento, aquela cena por mais simples que pudesse ser transmitia uma paz infinita, mesmo que por alguns segundos. Quando voltei a realidade senti um par de olhos ambares e avaliativos sobre mim, Sesshoumaru me encarava, mais perdido em pensamentos do que eu em segundos atrás.

- Com licença – me levantei na intenção de me retirar da mesa.

- Já vai Rin? Achei que iria querer ir junto com os meninos tomar sorvete – disse Izayoi enquanto afagava Haru que estava sentada sobre seu colo.

- Se não se importarem hoje eu não estou disposta – sorri fraco – estou um pouco cansada.

- Sendo assim... descanse querida – sorriu Izayoi – quem sabe uma outra hora.

- Rin? – era Haru puxando a barra da minha blusa.

- Sim.

- Vem comigo e com o tio Inu e Kagome tomar sorvete – fez aquela típica expressão com seus olhos “pidões”.

- Amanhã eu vou meu bem, prometo – ri – hoje estou muito cansada pra isso, tudo bem? - me abaixei a fim de ficar a mesma altura que a sua.

- Tá bom então – suspirou em frustração.

- Vá e se divirta! – baguncei de leve seus cabelos – e depois me conte se os sorvetes daqui são tão gostosos quanto o daquela sorveteria perto de casa – lancei uma piscada a ela.

- Certo! – respondeu em animação para depois me abraçar carinhosamente.

Essa criança é adorável!

Me levantei observando ela se afastar e ir para próximo do tio e da namorada, segurando em ambas as mãos dos dois, de forma que ficasse ao meio deles enquanto seguiam praia a fora em busca do sorvete. Sesshoumaru e Inutaisho conversavam mais ao canto do cômodo e Izayoi estava entretida em uma revista, achei o momento perfeito para me retirar.

Já no quarto retirei meus sapatos, depositando os no canto do quarto, encostei a porta e voltei a tarefa de retirar a roupa, começando pela calça e depois a blusa, quando fiquei apenas com peças íntimas fui em direção a minha mochila, a procura de uma roupa mais “leve” para que eu pudesse me deitar, me agachei enquanto vasculhava em busca de algo que servisse até que ouvi a porta sendo aberta, rapidamente meu olhar focou em direção a madeira escura e dela vejo Sesshoumaru passar, no susto acabei por soltar a mochila e tapar meu corpo com as mãos.

- Hey! – o repreendi – como entra assim sem ao menos bater na porta?

- E eu preciso bater agora? – arqueou as sobrancelhas.

- Sim!

- Não haja como se estivesse nua – revirou os olhos – nem que estivesse – sussurrou essa última parte mas ainda sendo possível de ser ouvir.

- O que?! – questionei indignada.

- Apenas se vista – cruzou os braços a frente do seu peitoral – Vamos sair.

- Oque? Disse que quando chegássemos eu poderia descansar.

- É eu disse, mas aconteceu um imprevisto - descruzou os braços para me fitar – um amigo babaca do idiota do Inuyasha vira amanhã pra cá e meu pai me pediu para ir no mercado comprar algumas coisas para o almoço de amanhã.

- E aonde eu entro nessa história?

- Na parte em que vai comigo ao mercado comprar as coisas – sorriu de canto sugestivo.

- Eu? Por que eu? – o fitei incrédula.

- Mas que tipo de pergunta é essa? – arqueou uma sobrancelha – Não quer ficar perto do seu marido ? – tom de deboche – além de que... pelo oque percebi hoje mais cedo não se importa de pegar peso, então que mal há em me ajudar?

- Pegar peso? Eu estava apenas pegando minha mochila, que mal há nisso?

- Nenhum, bem como você me acompanhar até o mercado – andou em minha direção parando à minha frente – Portanto vamos, levante se e se vista – estendeu a mão para que eu a pegasse e com isso voltasse a ficar ereta.

Peguei em sua mão a contra gosto e voltei a ficar de pé, já não me importando mais de estar em sua frente de roupas íntimas. Olhei para a bolsa e por cima de todo aquele amultuado de roupas e peguei um vestido branco soltinho, o vesti com Sesshoumaru parado no quarto me olhando, bufando calcei um par de chinelos.

- Vamos – murmurei ácida.

- É adorável a sua animação – o youkai murmurou me provocando ainda mais com seu sorrisinho de canto de boca.

(...)

O mercado ficava a poucos quarteirões da casa, e em minuto o youkai já estacionava o veículo. Saímos do carro e adentramos o mercado de porte grande, Sesshoumaru pegou um carrinho e saiu o empurrando vagarosamente enquanto observava as prateleiras de ambos os lados.

“Estaria ele comparando e pesquisando os preços das coisas? Sesshoumaru dona de casa?”

Franzi o cenho com minha própria linha de raciocínio estranhamente estranha ao mesmo tempo em que balancei a cabeça em negativo na tentativa de levar embora tais pensamentos do qual meu íntimo levou como zombaria, uma vez que isso não se faz! Ele era o pai e a mãe de uma família de certa forma, e é bonito de se ver isso hoje em dia mesmo que em um mundo tão deturpado.

- Hum... – comecei arranhando a garganta para chamar lhe a atenção – Oque pretende comprar?

Me fitou de canto de olho, como se internamente pensasse se iria ou não responder à minha pergunta.

- Izayoi me deu uma lista, ao que parece eles já tem planos para o almoço de amanhã, viemos apenas para comprar as coisas – me estendeu a lista.

- Ah sim – murmurei enquanto passava os olhos rapidamente pelo pequeno pedaço de papel – vamos agilizar isso fazendo assim... – suspirei – Eu vou pegar as hortaliças e legumes que estão aqui na lista enquanto você vai pegando as outras coisas, okay? – fui andando sem esperar por uma resposta sua.

Em segundos estava de frente às bancadas com variadas hortaliças, legumes, vegetais, frutas e tudo que pudesse ser considerado saudável e não industrializado. Peguei alguns saquinhos transparentes e neles preenchi com tudo oque havia sido pedido na lista, tomando o devido cuidado de separar as melhores porções. Por um momento senti um braço esbarrar junto ao meu e por reflexo retrai minha mão, trazendo a para perto do meu corpo.

- Me desculpe! – murmurou uma voz grave e masculina – me distraí ao escolher os legumes – sorriu largamente.

Cara estranho.

- Tudo bem – respondi simplista voltando a minha tarefa anterior.

- Parece ser muito hábil em escolher esse tipo de coisa, é dona de casa? – estendeu o braço sobre a bancada enquanto se dispunha a me observar indiscretamente, toda essa pose era no intuito de mostrar sua boa forma física e corpo bronzeado? Se sim, estava perdendo seu tempo.

- Não – murmurei ainda sem olha lo.

- Então parece que sabe se cuidar sozinha, do tipo independente ... – começou a se aproximar.

Eu não queria ser mal educada com esse cara, mas o que mais poderia ser a não ser isso com tamanha intimidade e indiscrição com a qual ele me abordou?

- Tem namorado? – se aproximou um passo a frente.

Respirei profundamente levando o ar aos meus pulmões, ainda remoendo a resposta que lhe daria.

- Ela tem marido – um braço enlaçou minha cintura, me aproximando de um corpo forte e consideravelmente muito mais alto que o meu.

Direcionei o olhar para cima, encontrando com os olhos do Sesshoumaru que me fitou repreensivo, eu com toda certeza estava encrencada!

- Marido? – o bronzeado perguntou olhando para mim com certa expressão de frustração.

- Vamos! – saiu me puxando enquanto tentava equilibrar meu corpo e os saquinhos em mãos sem derruba los pelo chão.

- Hey! Para... – pousei os pés no chão no intuito de para lo de me “arrastar”.

- Ah me desculpe, quer voltar lá e responder a pergunta do cara por si só? – seu tom era debochado.

- Qual seu problema? – olhar desafiador – Não vê que quase me derrubou ao sair me arrastando como um desses carrinhos do mercado? – ele me fitou ainda sério oque me deixou irritada o suficiente para me virar e sair andando o largando para trás – mais uma vez.

Novamente senti seu braço agarrar minha cintura me trazendo para perto, dessa vez seus lábios se aproximaram do meu ouvido, do qual sussurrou ameaçador/rouco.

- Para de tentar fugir de mim.

- Para de me afastar com suas atitudes irritantes – franzi o cenho.

Ele sorriu de canto e voltou a caminhar pelo mercado comigo ainda enlaçada por seu braço e assim compramos tudo oque havia na lista de Izayoi.

Voltamos para o carro após colocarmos as compras no porta malas, passei o cinto de segurança por sobre meu corpo enquanto observava a paisagem à fora da janela, era fim de tarde, e o sol se encontrava deliciosamente morno enquanto era acompanhado por aquela brisa fresca que provinha do mar. Sesshoumaru deu a partida dirigindo de volta para a casa.

- Ainda cansada?

- Não – suspirei – acho que vou ficar um pouco na praia quando chegarmos.

Sesshoumaru parou o carro de repente e eu lhe lancei um olhar confuso.

- Oque foi?

-Vamos agora pra praia – desprendeu o cinto – até chegarmos em casa e você se arrumar para ir já estará escurecendo.

- T-tá.

Atravessamos a rua e do outro lado se encontrava a praia, não tão cheia como em poucas horas atrás quando o sol estava alto no céu, mas meia vazia por conta do vento mais gelado que de costume e pelas nuvens que ganhavam um tom azulado.

Meus pés tocaram a areia da praia assim que retirei meus chinelos, Sesshoumaru preferiu permanecer calçado e comigo caminhou até a beira onde a água chegava minimamente, o suficiente para apenas molhar os pés, ele permaneceu do meu lado enquanto eu caminhava lentamente sentindo o cheiro delicioso que o mar trazia consigo e ali naquele sossego passageiro me senti confortável para lhe falar.

- Obrigada Sesshoumaru – murmurei ainda que pensativa recebendo um olhar surpreso dele – Eu nunca o agradeci apropriadamente por tudo que fez e tem feito por mim, mesmo que por vezes eu tente me afastar e lhe trate com palavras desdenhosas e irritadiça mostrando um lado de total ingratidão... Saiba que eu reconheço e muito, tudo oque tem feito por mim.

- Seria isso uma confissão? – respondeu me com um sorriso de canto, mas não provocativo como das outras vezes.

- Em partes sim – ri – Eu penso que, mesmo tendo passado por tudo que passei ainda sim tenho muitos motivos para seguir em frente, há pessoas que passaram por coisas muito piores e ainda sim conseguem ser um exemplo a ser seguido por outros, não quero ser fraca e me deixar levar, principalmente pelo passado – suspirei – Quero me dar a oportunidade de recomeçar e ser a felicidade na vida das pessoas como um dia alguém já foi a felicidade para mim.

Foi como se um peso tivesse sido disperso dos meus ombros mas em compensação a coragem que me inspirou a minutos atrás me abandonou tão rápido quanto surgiu, minhas bochechas ganharem um tom avermelhado e eu não consegui olhar novamente para Sesshoumaru, de forma que permaneci estática sobre a areia.

Seus longos dedos tocaram meu queixo guiando meu rosto em direção ao seus olhos que me fitaram com... carinho?

- Por que me disse isso de repente Rin?

- Porque... Não quero que se preocupe comigo, não quero mais ser um fardo, consigo ser independente, sinto que sim.

- Sei que consegue, a julgar pelo pouco que soube sobre sua infância – deslizou os esguios dedos sobre meu maxilar acariciando a pele sensível – Mas quero que fique por perto.

- Por que? – sussurrei a medida que nossos rostos foram se aproximando automaticamente.

- Quero lhe proteger, não por obrigação mas simplesmente porque eu quero – roçou seus lábios contra os meus ainda olhando em meus olhos.

Meu coração disparou e já podia sentir ele bater com mais força bem como ouvi lo também, minhas mãos suaram de repente e meus olhos ficaram vidrados nos de Sesshoumaru, umedeci os lábios ao tocar minimamente com a ponta da língua na intenção de interromper a secura e nesse momento percebi que não sabia oque fazer... Me desesperei a princípio, principalmente quando ele retomou a aproximação...


Notas Finais


Não revisei, perdoem erros grotescos caso haja...
Percebam que Rin começa a se abrir mais e aos poucos está deixando de ser tão insegura com relação ao Sesshoumaru (: Espero que estejam aproveitando o enredo 💖 Beijinhos e até meus bens hihihi :3


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