História O Desafio Inesperado - Dor mortal

POV ZOE...

Olhando para o mar aqui ate parece que a minha vida esta tudo certo, não há nenhuma problema grave...como sempre as pessoas erram, a vida engana e todos caiam igual trouxas assim como eu, quer dizer no meu caso eu só não quis ver algo que já estava bem claro em minha frente, irei perder mais um membro da minha família, o primeiro é o meu irmão que acabou não chegando a nascer e agora o meu pai. Eu queria tanto que ele visse o meu futuro, visse os seus netos...como ficará mamãe? Ela não ira aguentar muito e eu não posso perder ela também.

Os minutos se passaram e o mar se agitava mais ainda assim como os meus pensamentos com as perguntas que se formavam a cada 5 minutos, como minha mãe me disse uma vez "nada vai ser fácil a partir de agora".

-Zoe?

Assustada olhei para trás e encontrei Lana vindo ate mim sorrindo fraco, logo que ela se sentou ao meu lado consegui me manter em silencio ao invés de sair perguntando varias e varias perguntas, mas foi bom ter ficado desse jeito pois consigo sofrer menos.

-Ta tudo bem?

-Sim –Disse rápido

-Sabe você é super igual a sua mãe, ta na cara que nada esta bem e vocês falando o que? "Sim, esta tudo bem" ou "Claro que esta"

-Então porque perguntou se já sabe a resposta? –Disse encarando o mar enquanto ela ficava em silencio –Meu pai esta morrendo...

-Eu sei disso, só que eu acho que você se abri vai ser melhor para você mesma

-Eu...eu só não quero que ele deixe eu e a mamãe

-Mas se ele não for ele vai continuar sofrendo, é isso que você quer?

-É claro que não, mas é que eu não quero parar de ver ele, eu não quero ver minha mãe trancada em seu quarto enquanto eu tenho que ficar na casa de alguém pois ela esta com depressão e não quer ver ninguém...eu já passei por isso e mesmo eu sendo criança ainda eu sei como ela sofre pois eu sofro junto

-Você sabe muito bem que dessa vez ela pode fazer diferente –Disse me olhando nos olhos e eu entendi o que ele quis dizer – Você precisa ficar do lado a todo momento...

-Tia eu sou uma criança, eu não tenho forças para segurar ela em casa ou para ir atrás dela quando ela sair de carro

-Mas você tem meu numero, você sabe onde me encontrar

- E se acontecer alguma coisa com ela enquanto eu to indo atrás de você, eu não do conta

-Claro que você da, todos nós demos quando queremos

Voltei a encarar o mar e outras perguntas foram se abrindo em minha cabeça me deixando a ponto de querer sair correndo para achar outra coisa e jogar fora essas merdas de pergunta.
Após 10 minutos de silencio resolvo voltar para o hospital e ficar com minha mãe, ela precisa de mim.

Seguimos para o nosso destino e logo que chegamos fomos direto para a sala de espera onde encontramos todos menos minha mãe.

-Tia cadê minha mãe? –Perguntei a Ginnifer

-Eu não sei –Disse olhando para os lados –Ela esta aqui mesmo agora a pouco

-Agora é ela que some –Disse Lana – Que legal, partiu ir atrás dela

Me sentei em uma das cadeiras e pelo próximos 30 minutos não tivemos noticias dela e muito menos do meu pai...falando nele, eu quero muito vê-lo e vai ser agora.
Saio de fininho sem deixar eles me verem e fui atrás de uma das enfermeiras que graças a deus a primeira que encontrei me ajudou a entrar no quarto 239 sem falar nada. Logo que chegamos no quarto ela apenas me pediu para tomar cuidado com os fios que estava no braço dele pois poderia machucar ele, apenas acenei enquanto o encarava enquanto ele dormia.

Eu com certeza não deveria fazer isso mas foi mais forte que eu, então me deitei em cima de sua barriga com todo o cuidado possível, consegui sentir o seu coração bater mesmo estando fraco era bom ouvir.

-Eu te amo muito papai –Disse deixando as lagrimas caírem.

Agora eu entendo como é perder as pessoas que nós amamos, é uma dor que não podemos controlar e no momento em que sentimos a vontade é de se matar para seguir junto com a pessoa e parar de sentir essa dor mortal.