História O Desejo do Tigre - Without You

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Sem duvida nenhuma, era exatamente quem eu precisava ver. 

Em passos mais lentos, ou não, eles se aproximavam gradativamente. Nilima segurava firmemente em suas mãos e poiamos ver que ela estava chorando assim como a gente. Meus pais se perguntavam oque era e não conseguia dizer. Claro, eles não podiam ver oque eu, Kelsey e Kishan podiam ver mais Kishan disse oque era e eles se espantaram.

Anamika ficou de pé. Nem ela nem os pais de Kelsey nunca haviam visto o senhor Kadam... Era isso oque eu pensava.

Kelsey apertou minha mão enquanto Kishan saia correndo na direção do Senhor Kadam. E não demorou muito para kelsey fazer o mesmo. Fui atrás deles e Kelsey parou bruscamente quando Kishan suspendeu Kadam nos braços, retirando grandes gargalhadas de todos. Kishan ria e chorava ao mesmo tempo, assim como kelsey. Eu tentei permanecer mais firme, mais ainda sim não conseguia, não resisti e chorei também. Abracei Kelsey enquanto espera a minha vez para abraçar Kadam.

Kishan falava em hindi com ele, e chorava de encontro ao seu peito. Kadam alisava o cabelo de kishan e dizia coisas como “vai ficar tudo bem”, ”estou aqui agora”, sempre da forma acolhedora e paterna de sempre. Enquanto eles se abraçavam, assim eu ficava com kelsey, ela enterrou o rosto no meu tórax e desfrutamos da visão do nosso grande amigo.

Assim que kishan se soltou de kadam, kelsey me empurrou para falar com ele primeiro. Ela se agarrou em Nilima e ambas ficaram chorando e consolando uma a outra.  Fiquei feliz por estar com alguém.

Abracei forte Kadam, ele se apertou bem contra o meu corpo e sorriu, sua aparência estava ótima. Ele estava com uma roupa típica e muito parecida com as de meu pai. Seus cabelos grisalhos estavam um pouco maiores que de costume e sua barba estava bem feita, coisa que não era muito comum.

–Temos tantas perguntas – disse e suspirei – Principalmente Kelsey. 

–Eu sei, faço questão de responder a todas elas – ele se separou por um momento – conversaremos melhor depois esta bem?

Assenti. Vi ele abraçar fortemente Kelsey, que estava empolgada para mostrar seus pais ao senhor Kadam, como se fosse uma criança querendo mostrar sua primeira nota 10 para os pais. Ela apresentou Joshua e Madson ao senhor Kadam que conversaram por um momento sobre todos os feitos que ela fez. Ele insistiu que fossemos dormir, pois o dia estava sendo 

muito corrido para todos. Armamos algumas barracas com o lenço divino e produzimos um grandioso banquete de macarronada, sopa, pães, saladas de vários tipos e um grande cervo que meu pai pediu especialmente – alegando ele que queria sentir por uma ultima vez o gosto da carne em sua boca – Kelsey pediu cupkakes especiais, esses que eram a mesma receita dos de mãe, que também pediu os vegans que Sarah fazia; era uma mistura gostosa, a massa era grossa e difícil de mastigar, e o gosto... Peculiar e natural fez com que todos revirassem os olhos em desaprovação. Kelsey ria das expressões de todos e dizia coisas como “é bom né? Comi isso durante três anos e ainda sou obrigada a comer com frequência” fazendo todo mundo soltar risadas profundas. 

Tudo era muito claro e não tínhamos noção de quais horas eram. Por isso, assim que ouvimos o primeiro bocejo – este que veio de Nilima – fomos todos para dentro das barracas. Ao todo eram sete barracas, mais apenas seis foram ocupadas. Kelsey pediu para deixarmos uma para Yesubai quando ela chegasse isso é se chegasse. Mais não questionei. Só pelo fato de passar a minha noite com minha esposa já estava mais do que feliz. 

As barracas eram espaçosas e um coxão gigante e macio ocupava todo o seu interior assim como pilhas de cobertas e travesseiros estavam em cima do mesmo. Kelsey pediu para que em cada barraca, abrisse um espaço para fazer um “banheiro”, combinando o colar de perolas com o lenço divino, ela criou um pequeno chuveiro para cada banheiro, e nesta saia agua quente e fria.

Insisti para que ela tomasse um banho primeiro, o dia havia sido de fortes emoções e queria ficar um tempo sozinho para colocar os pensamentos de volta a realidade. Nossa barraca já estava fechada e eu especialmente a pedi em um tom mais escuro, tanto para termos mais privacidade quanto para dormirmos melhor. 

Joguei minha camisa longe, ficando com meu peitoral a mostra. Abri o zíper da mochila de kelsey e retirei seu diário de dentro da mesma. Eu estava sem folhas e precisava colocar aquilo para fora. Arranquei uma folha e comecei a escrever um poema sobre cachoeiras nela. Não demorou muito para kelsey sair do banho. Com um pijama composto por um short que ia ate pouco antes da metade se sua cocha – bem sensual para falar a verdade. Que dava uma perfeita visão de suas peras, lisas, macias e pouco definidas por conta dos nossos treinamentos- que era de um tecido vermelho com a borda preta. Já a parte de cima era uma blusa de alças finas vermelhas, assim como a parte de baixo, revestidas por uma borda preta. Ela ficou perfeita em seu corpo, realçando cada parte do mesmo. Ela se sentou ao meu lado, ignorando totalmente a minha presença e começou a pentear o cabelo. 

Sentei-me ao redor do seu corpo e envolvi sua barriga com os braços, deixando meu rosto colado ao seu pescoço, onde depositei vários beijos. Ela sorriu e continuou penteando as pontas. Antes que eu mesmo a interrompesse passando a escova para as minhas mãos e terminando assim de pentear seus cabelos escuros.

–Você esta linda – disse quando acabei – Escrevi um poema para você.

–Mesmo?- ela me olhou e seus olhos brilharam – poderia ler para mim?

–Claro – beijei seus lábios e me sentei um pouco distante, pegando a folha caída encima da cama. Ela me olhava atentamente. 
 

Cachoeira 

Ela me lava levada pelo rio

No solstício, não muda.

Suas ondas agudas

Faz meu coração parar

E eu fico sem vontade de respirar.

O ar em meus pulmões se extingue

Isso me aflige me enterrar

Será essa a liberdade de poder nadar?

Meus olhos pesam com seu toque

Seus dedos; suas gotas;

Quando tiramos nossas roupas.

E me capturo em tamanho ardor do seu toque

Delírios, prazeres, destinos, desejos.

A insuficiência causada pelos seus beijos

Suas ondas me levam

E as gostas da cachoeira

Que pingam e pingam.  Verdadeira.

Você é o meu rio

A minha queda livre.

Minha voz melódica acabara na ultima linha do poema. Busquei seus olhos e eles estavam estáticos. Sua boca aberta e ela tinha um lindo sorriso nos lábios. Estava corado, e minha respiração acelerada. Como ela conseguia causar isso em mim? Perguntava o meu subconsciente. 

–Ren... Isso foi lindo – ela me abraçou forte. Seu corpo me prendia em seu abraço, e seu delicioso cheiro de pêssego e creme entrava pelas minhas narinas. Era impossível resistir. Não queria resistir.

Capturei seus lábios. A principio um beijo modesto e calmo, mais então ela tentou aprofundar o mesmo. Suas mãos seguraram os meus ombros e ela se sentou no meu colo, agarrei sua cintura e me senti totalmente excitado. Queria ela naquele momento. Apenas ela. A apertei contra meu corpo e subi minhas mãos pela sua blusa. 

Kelsey não protestou nem nada, deixou que me divertisse naquele momento, seguindo os meus instintos felinos - coisa que agora ela também tinha – e deixei-o cupões em seu pescoço e beijos molhados na região da sua craticula, quando me lembrei de uma coisa que tampava o meu acesso ao resto da minha trilha. Sua roupa. 

Brufei e ela ria divertida. Arranquei abruptamente ela de seu corpo revelando seus seios para mim. Ela me olhava maliciosa e pedindo para que continuasse. Beijamo-nos intensamente e quando pude reparar estava deitado sobre ela e com uma coberta cobrindo metade do nosso corpo. Retirei minha calça, que era a única coisa que me impedia de adentra-la naquele momento. Ela mordeu o lábio quando me sentiu invadir seu corpo.

Meus olhos estavam grudados, no momento que acordei. Podia tudo ser um sonho? Aquilo nunca ter acontecido?

Não acreditava nisso, depois de tempos sem ter uma noite “completa” com kelsey, eu finalmente estava revigorado, e a fata que tinha de senti-la comigo parecia ate mesmo insaciável. Sentia um corpo em cima do meu, respirando ao mesmo ritmo que eu, seu cheiro tão tangível e sereno e o rubro de seu rosto corado. Puxei-a mais para perto de mim, o bastante para enterrar meu nariz no seu cabelo macio. Inalar seu perfume era como estar no céu – como se já não estivesse.

–Iadala – chamei calmamente

Senti se mexer e levantar a cabeça para me olhar. Seus olhos ainda tentando se acostumar com o clarão do local piscavam e ela levou sua mão aos olhos os coçando. Deu um sorriso e bocejou.

–Bom dia – ela disse e beijou meus lábios castamente

Não demoramos muito para sair da cama. Com as nossas energias renovadas, tomamos um banho não muito demorado e logo saímos à procura do café da manhã.

Quando saímos de dentro da nossa barraca, parei abruptamente. Nossos olhares se cruzaram como cumprisses. Ela estava linda, e sua pele brilhava nesse lugar, como nunca havia visto antes. Seus olhos magnéticos se fixaram nos meus, e mesmo tentando resistir era impossível. Não conseguia me controlar, não conseguia fazer nada apenas me deixar ser levado para longe daquela que eu amava mais uma vez, contra a minha vontade.

Kelsey tentou segurar minhas mãos mais era impossível. Como em um mecanismo de autodefesa me videi e lancei um olhar assassino para ela, causando espanto tanto dela quanto meu. Não era oque eu queria fazer, queria pedir desculpas mais não conseguia controlar as minhas ações. 

–Ren!- Kelsey tentou me chamar mais era inútil, parecia que estava surdo, pois não conseguia ouvir nada que ela dizia. Não conseguia nem mesmo olhar nos seus olhos.

Seguia em linha reta, olhando para aquela a minha frente, e o meu coração batia mais forte do que antes, sem conseguir me guiar eu a abracei forte, e inalei seu cheiro de flores suaves seu cabelo passou pelo meu rosto com o vento e senti aquele aroma novamente.

Ouvi passos correndo e um grande rugido mais não me preocupei com o que pudesse ser.

Aquilo estava possuindo o meu corpo e arrancando o meu eu verdadeiro de dentro dele. Minhas memorias, minhas conquistas, meus sentimentos estavam todos indo, e não conseguia fazer nada. Apenas assistir e dar adeus.

Mesmo tentando lutar contra aquilo era impossível. Era uma magia muito poderosa e eu não sabia oque fazer. Não conseguia fazer nada. Eu estava morrendo, e a dor, a magoa o desespero me enchendo ate a borda como se fosse um balde de agua, que uma hora iria transbordar. E eu estava a ponto de transbordar. A ponto de me entregar para aquela tortura infernal. 

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A teimosa lagrima caia, e o desespero de Minh ‘alma me atingia. Tudo de novo, estava acontecendo e me corroendo. Não fazia ideia do por que. Depois da noite passada achava que iria mudar alguma coisa, mas estava errada. Queria desesperadamente retirar aquele sentimento que sentia por Ren do meu peito, não ligando para as consequências. Oque poderia ser pior que estar presa a esse tigre? Ou esse amor que me consome e acaba com a minha vida?

–Eu o odeio!- gritei o mais alto que pude, como se fosse um urro de dentro do meu peito - Odeio-o, odeio essa vida miserável, odeio esse meu destino!

As lagrimas rolaram pelos meus olhos

–Por que tem de ser tão difícil assim? – bati no meu peito com força – porque isso não sai de mim?

Lutei contar a minha vontade.

Ouvi passos se aproximarem, mesmo de longe. E me virei abruptamente pronta para mandar quem quer que seja ir embora da maneira amais cruel e repugnante que eu poderia fazer. Não estava ligando para nada. A dor que estava sentindo era pior que qualquer coisa. Não queria nem mesmo ver os meus pais quem dirá quem estivesse me procurando.

Vi duas figuras conhecidas me olharem de forma tristes. Mais ignorei totalmente. Não estava a fim de falar com ninguém.

Aconchegou sua mão em meu ombro e se sentou ao meu lado, enquanto a outra continuava afastada, nos observando de longe.

–Eu posso acabar com isso Kelsey - disse a deusa com sua voz melódica e acolhedora de sempre. Minha grande amiga – Você precisa apenas querer. Eu faço.

Olhei nos seus olhos suplicantes e depois me voltei para seu companheiro com o mesmo olhar. Ele assentiu para mim me voltei para a deusa.

–Por favor – olhei em seus olhos e enxuguei uma lagrima que teimava em cair – Apague ele de minha vida.

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