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História O Desenho - O Desenho capitulo. 2


Escrita por: trouxiarmyS2

Notas do Autor


Leiam as notas finais 💙🌈😘

Capítulo 2 - O Desenho capitulo. 2


Fanfic / Fanfiction O Desenho - O Desenho capitulo. 2

Sou eu? – Olhei para trás assustada, seus olhos me observavam com certo brilho de admiração – Ficou muito bonito, posso ver mais de perto? 

-… Não, é que ainda não está pronto. Desculpe-me. Posso te mostrar quando acabar, tudo bem? – A voz não queria sair da minha garganta e eu não sabia o que fazer, tinha medo de falar algo errado. Isso nunca havia acontecido antes. Não de maneira tão forte e presente. 

-Mas como vai me achar se eu sair? – Se eu sair…Ele iria continuar ali? Bom, pelo menos vai me ajudar a fazer seu cabelo, ou era isso que eu esperava – Pegue seu celular, vou te passar meu número. 

-Estou sem celular aqui, mas posso te passar o meu – Ele não respondeu, apenas ficou me olhando com o celular na mão – xxxx-xxxx. 

-Obrigado, vou mantê-lo aqui nos contatos – Um silêncio prevaleceu entre nós. De repente, V se sentou ao meu lado e focou o desenho, sem dizer uma palavra. 

-Estou tendo problemas com seu cabelo… – Resolvi desabafar – Não consigo fazê-lo de jeito nenhum.

-Aqui, me deixa terminar – Ele pegou o caderno da minha mão e tirou o lápis de mim lentamente, como se pedisse permissão. Permiti, queria ver o que faria. Ficou parado por alguns segundos encarando o desenho antes de começar. Primeiro, fez duas linhas retas, uma de cada lado da cabeça. Depois as ligou com linhas tortas, com formatos de raios - É assim que vejo meu cabelo – Não consegui falar nada – Você gostou? 

-Foi bem inesperado, tenho que ser sincera – Meus olhos não paravam de fixar o desenho, de certa forma o que V havia feito não ficara feio, mas também não tinha ficado lindo. Parecia o rabisco de uma criança com seis anos, só que de algum jeito aquilo combinou com o que eu fiz – Quer ficar com o desenho para você? 

-Posso? Mesmo? – Assenti, o sorriso brilhante surgindo em seu rosto – Não te conheço muito bem, mas você é incrível! Muito Obrigado! – Ele pegou o caderno da minha mão, levantou-se do banco e deu um pulo de felicidade. Não entendi o motivo para estar tão feliz, era só um simples desenho. Depois arrancou a folha e me devolveu o caderno – Você é incrível! Precisamos nos encontrar de novo! – V pegou minha cabeça, depositou um beijo no topo e saiu andando como se nada tivesse acontecido. 

O que acabou de acontecer? Perguntei para mim mesma, sem saber como reagir ao acontecimento. V, um menino com quem eu não havia trocado nem cem palavras direito, beijou o topo de minha cabeça e foi a primeira pessoa que ficou com um desenho meu. Não apenas isso, também foi a primeira pessoa que fez meu coração bater desse jeito. Levantei-me e andei para casa, precisava falar com alguém. 

Com dor de cabeça, entrei em casa e Joshua dançava com Joy, jogando ela de um lado para o outro entre as caixas. 

-S/N! Já voltou? Pegou seu caderno não faz nem dez minutos direito. Que cara é essa? – Perguntou-me Joshua, parando o que estava fazendo e andando até mim. Suas mãos seguraram meus ombros – Alô? Terra chamando S/N! S/N! ME RESPONDE! O QUE ACONTECEU? – Eu não sabia o que responder, não sabia por que estava desse jeito. Só conheci uma pessoa nova, isso não era nada de mais. Era? 

-Não aconteceu nada, tudo correu bem Joshua. Só conheci uma pessoa nova, só isso. 

-Quem é? – Ele continuava a segurar meus ombros com firmeza, parecia preocupado. Eu também ficaria. 

-Um menino bem estranho, mas muito simpático. Não sei o que pensar sobre ele para falar a verdade. 

-Isso é amor… – Joy cantarolou ao meu lado, um sorriso surgia em seu rosto. 

-Não é amor, eu mal o conheço. Não existe amor à primeira vista, nunca existiu – Falei, me soltando de Joshua e indo para o quarto. 

-Essa é só seu lado racional, o que o seu lado emocional fala? – Ouvi a voz de Joy e fechei a porta antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa. A pergunta dela ressoava na minha cabeça. 

Deitei na cama e fechei os olhos, aquilo não poderia ser real. Eu não poderia ter me apaixonado por alguém que mal conheço, isso não existe. Esse sentimento era apenas um choque do que ele havia feito, nunca passei por tal situação então só foi uma surpresa pela primeira experiência. A experiência de ser beijada no topo da cabeça por um total estranho. 

O sorriso dele prevalecia na minha mente, o brilho de seus olhos e a cor dos seus cabelos também. Peguei meu caderno, iria tentar desenhá-lo mais uma vez. Sentei em minha escrivaninha e mergulhei sobre as folhas de papel, não iria desistir até conseguir reproduzir sua aparência com perfeição. Um dos defeitos mais presentes em mim era o perfeccionismo, sempre fui desse jeito desde pequena e esse meu jeito me atrapalhou todos os dias que vivi. Ás vezes por bem, outras por mal. 

Não vi o horário passar, estava tão presa no que fazia que não conseguia prestar atenção em nada. Minha cadeira se encontrava no meio de várias folhas de papel amassadas em bolinhas jogadas no chão, eu parecia uma daquelas pessoas viciadas em trabalho que não saía de casa. 

-S/N? – Joshua perguntou, entrando no quarto com passos lentos e quase inaudíveis – Tudo bem? A Joy já foi embora e você não saiu mais do quarto, estou preocupado. 

-Estou bem, só um pouco presa nesse desenho. Que horas são? 

-Já são cinco horas da tarde, ficou dentro do quarto durante quatro horas. Isso não é normal.

-Fiquei aqui dentro durante quatro horas? Tem certeza? O dia ainda parece bem claro… 

-S/N, essa luz forte é a lâmpada ligada em cima da sua cabeça. Tem certeza de que não estava fumando alguma coisa? 

-Joshua, eu estou completamente bem, talvez só com um pouco de sono – Meus olhos estavam pesados, meu corpo não se aguentava mais de pé.

-Então vai dormir, isso não faz nem um pouco bem para a saúde. Aliás, antes disso, podemos conversar? – Assenti, me levantando e rastejando até a minha cama. Assim que me deitei, Joshua deitou-se ao meu lado. Olhamos um para o outro e ele respirou fundo – Estou nervoso.

-Por causa de quê? 

-Do casamento, óbvio… Não sei se estamos fazendo o certo, se é cedo demais. 

-Se vocês dois já provaram o amor verdadeiro um para o outro, por que esperar? – O fiz ficar em silêncio com aquela frase, ele parecia pensativo. 

-Tem razão, nos amamos, não tem por que esperar mais – O silêncio tomou conta do lugar por um tempo, até que Joshua disse: Mas tem mais uma coisa que quero falar com você… Quem é o menino de hoje mais cedo? 

-É só um menino normal, nada de mais. Ele é legal, um pouco estranho e não vou mentir, era bonito – Quando eu disse aquela última palavra, meu irmão parou de respirar por um momento. Parece que é difícil deixar a irmã mais nova crescer e conhecer outras pessoas, mas não é como se fosse fácil vê-lo seguindo com sua vida. Se casando. Eu estava tão nervosa quanto Joshua para esse casamento.

-Só quero que se cuide, tudo bem? Pode fazer isso? 

-Não sou mais uma criança Josh.

-Mas é tão imatura quanto uma, então tome cuidado com suas escolhas e em quem confia. O que não aprendemos em casa com nossos pais, a vida nos ensina do pior jeito. 

-Obrigada por se preocupar – O abracei, gostava de ver ele assim, preocupado. Sentia-me importante para alguém. Ele foi meu porto seguro desde a morte de nossos pais ano passado, o nosso primeiro ano morando nesse país. 

Eu estava voltando da escola a pé, como sempre. Só que dessa vez, naquele dia, foi diferente. Uma mulher da vizinhança que era conhecida por cuidar das plantas da região me parou, segurando meu braço firmemente do nada. Lembro-me de pular de susto e perguntar o que aconteceu para que ela me pegasse daquela maneira. ‘’Seus pais morreram certo? Isso é uma pena querida, mas para falar a verdade, eu em ligo’’‘ Depois disso, ouvi sua risada alta. Não dei atenção para sua fala, tinha fama de doida pelos moradores. Nada do que dissera deveria ser levado para o lado sério, e foi o que fiz. Apenas me soltei dela e continuei a andar tranquilamente pela rua até minha casa. Pensei no que a faria dizer uma coisa dessas. 

Ao chegar em casa, tomei um susto ao encontrar metade dos meus familiares dentro do quintal. Perguntei o que estava acontecendo para a primeira pessoa que vi, minha tia Lucie. ‘’Eu sinto muito S/N… Foi uma pena eles terem nos deixado dessa forma… ’’. Corri, abrindo passagem entre todos ali presentes e foi então que vi meu irmão jogado sobre dois corpos, aos prantos. Meus olhos se encheram de lágrimas, minha garganta ficou seca e comecei a ficar com falta de ar. A última coisa de que me lembro foi de acordar sobre o colo do meu irmão, apenas nós dois na casa vazia. E foi aí que ele me contou o que havia acontecido com nossos pais…

Acabei adormecendo abraçada nele, mas acordei sozinha na cama. Olhei para o relógio, não dormi muito, passaram-se apenas uma hora e meia. Um bilhete foi deixado ao meu lado, nele dizia Fui caminhar, volto em três horas. Além de andar, vou passar no mercado. Pulei para fora da cama e andei até o banheiro, algumas olheiras marcavam presença sob meus olhos e minha pele estava pálida. Acho que tudo isso foi reação as memórias do dia fatídico em que perdi meus pais. 

O celular começou a vibrar sobre minha cama e fiquei curiosa para saber quem me ligaria nessa hora, poderia ser uma amiga pedindo para sair, mas quando acendi a tela do aparelho não era nenhuma amiga. Sequer era menina. V. Sua mensagem dizia:

Oi, é o V, estou entediado. Posso ir até sua casa?Fiquei surpresa e assustada com a pergunta, eu mal o conhecia. É óbvio que diria que não, mas lá dentro do meu peito, queria dizer sim. Queria vê-lo. Estranhei meus próprios sentimentos e senti como se estivesse na puberdade novamente. 

Sinto muito, mas não o conheço o suficiente para deixa-lo vir aqui tão livremente. 

Se me deixar ir, vai me conhecer o suficiente. 

Eu já disse que não.

Tem certeza? 

Tenho.

Tem mesmo? 

Mesmo.

… Tem mesmo? 

TENHO! Se quiser falar comigo, podemos nos encontrar no parque amanhã! 

Encontro marcado então?

Isso não é encontro nenhum V.

É sim.

Não, não é. 

Tudo bem, te vejo no parque amanhã ás quatro da tarde. 

A conversa acabou ali. Aquilo só serviu para me deixar mais confusa que o normal, ele tinha a personalidade de uma criança de dois anos de idade. Era insistente, mas algo dentro de mim sentia atração por isso. 

Fui tomar banho e depois andei até a cozinha para comer alguma coisa. Como esperado, na geladeira não havia nenhum sinal de comida, por isso Joshua tinha ido ao mercado. Minha barriga roncava alto e doía, resolvi que não poderia esperar meu irmão com os alimentos. Decidi sair de casa e ir até a padaria pedir um pedaço de bolo e uma xícara de café para aguentar até ter comida para fazer uma janta decente.

Peguei o celular, o caderno e fui até o local. O lugar estava muito quente, o que me fez tirar a jaqueta que usava. Sentei-me em uma das mesas, liguei a wi-fi e andei para o balcão. O atendente era diferente da última vez que vim aqui, esse era mais bonito. Fiz meu pedido e esperei ficar pronto, assim que terminou me sentei novamente na mesa. Enquanto comia, tentava terminar o desenho de V novamente. Seu rosto parecia impossível de reproduzir. A porta da padaria se abriu e meus olhos se desviaram para lá imediatamente, quem acabara de entrar era um rosto conhecido para mim. 

Ele veio andando até mim com passos duros, mas um sorriso no rosto. Quando chegou perto da minha mesa, olhou sem hesitar para o caderno e a felicidade que antes dominava sua face sumiu. 

-Quem é esse? Seu novo namorado?


Notas Finais


Gente acho que vocês não tão gostando da fanfic sei que não é minha mais fico triste vocês não comentam 😢😥


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